DOCUMENTÁRIO OURO VELHO, MUNDO NOVO MOSTRA A CONTEMPORANEIDADE DA POESIA NA CULTURA BRASILEIRA

Na produção audiovisual, há criadores brasileiros que tomam por combustível a arte de colegas artistas, na elaboração de obras como as séries Ouro velho, mundo novo e Lama dos dias, atualmente em exibição na tevê. Nas duas obras, pesam a criatividade e a poesia de poetas reconhecidos (ou não), empenhados na chamada cultura popular. 

“O povo tem tudo a ensinar. É impressionante como a gente mergulha na riqueza. Eles têm resposta para tudo. São maravilhosos: pessoas que compreendem o mundo de outra maneira — são fantásticos”, observa Cláudio Assis, um dos diretores de Ouro velho, mundo novo.

Atraído pela poesia, junto com Assis, o pernambucano Lírio Ferreira é o cocriador da série que trata de cordel e trova nas divisas entre Paraíba e Pernambuco. Circular pelos locais colocou Lírio em ciclo criativo que o instiga, “repleto de movimento, risco e dúvida”, como descreve. “Pude perceber a grandeza, a imensidão e a força daqueles poetas que habitam um lugar aparentemente inóspito e que se valem da poesia para subverter essa imagem árida e a tornar ao mesmo tempo, fértil e luxuriante”, comenta, ao tratar da série.

Num retrospecto, Cláudio Assis enumera outro movimento de adesão maciça, gerada em Pernambuco: o manguebeat. “Era tão efervescente que não deveria parar nunca. Todos seguem a vida: estão aí o Hilton Lacerda, o DJ Dolores (autores da série Lama dos dias, também exibida pelo Canal Brasil), Lúcio Maia, Lírio e Zé du Peixe. Acompanhei demais todos. Trabalhei com o Xico Sá. Temos uma amizade muito bem nutrida. Éramos um grupo grande, que se olha no olho, e se respeita muito, ainda hoje”, conta Assis.

Numa espécie de “gambiarra do manguebeat”, DJ Dolores (ao lado de Hilton) resgatou “imaginação e vontade de realizar”, tudo reciclado em Lama dos dias. Na visão de Dolores, cultura independe do fato de uma pessoa ser letrada. “O que torna a cultura forte tem a ver com a preservação da memória, da identidade e da oralidade, tronco forte da sabedoria de um povo”.

Daí ele descrever o sumo de Lama dos dias: “O que sustenta esteticamente a música do manguebeat e todo o comportamento é exatamente a cultura que vem da diáspora africana. É um dado presente no Nordeste e nas músicas que ouvíamos. O nascente hip hop, house, techno, reggae, dub e tudo isso, misturado com embolada, cocos e maracatus que estão no nosso DNA desde sempre”.

Quais foram as inspirações e origens da série? 
De uma forma geral, no meu trabalho, tento falar sobre o Nordeste contemporâneo. A narrativa dominante é a do Sudeste, e ela cria mil estereótipos sobre a gente. O Sudeste é uma região que tem muito mais dinheiro, então há uma relação de colonização. No Nordeste, temos uma cultura muito resistente a isso. Quando chegamos pelo olhar do Sudeste, chegamos desmembrados, parodiados. Em qualquer oportunidade que tiver, vou lembrar do que a gente faz, da nossa presença no mundo. Seja através da música, do cinema, seja através do nosso comportamento que, aliás, é muito mais avançado do que no Sudeste. Você vê que Bolsonaro perdeu feio aqui nas eleições (risos). É sempre fundamental resistir à cultura do dinheiro, do liberalismo tosco neste Brasil que parece que não tem jeito.

Com Chico Science (morto em 1997), estaríamos diferentes?
Chico era um aglutinador: ele se mostra importante em qualquer momento histórico. Era um entusiasta, ele conseguia fazer as pessoas se unirem em torno de algum projeto. É uma pessoa que faz muita falta. Estamos precisando de liderança, de quem traga esperança ou entusiasmo no discurso.

O que você tem ouvido na quarentena?
Eu tenho trabalhado muito. Tenho feito vídeo, música, parceria com pessoal de dança. Estou escrevendo roteiro. No final do dia, a cabeça fica tão cansada que a última coisa que quero fazer é ouvir música. Vejo filme, para relaxar. Normalmente, gosto muito de brega-funk do Recife, gosto dos funks do Rio de Janeiro, gosto da produção que vem do Norte. É um tipo de produção que tem volume grande, tem sempre uma novidade. Neste momento, percebo que temos tido poucos lançamentos: acho que tem a ver com as dificuldades que estamos passando. São artistas que vivem de música ao vivo, então deve estar complicado produzir, sem gerar dinheiro. Tenho procurado coisas diferentes: mas voltei para o Stevi Reich, um autor que sempre curti. Tem um estoniano Arvö Part, com um tipo de música muito minimalista. Consigo ver a ligação deste minimalismo da música erudita europeia com o minimalismo do funk e do brega funk. Esteticamente, são coisas que me agradam muito. Destacaria também os podcasts. É o novo rádio: ouço sempre.


O que falta para aumentar o consumo de nossa cultura? Brasileiros são cultos?

A cultura brasileira é muito popular, internamente. Não sei o que é uma pessoa culta. Acho que a gente aqui no Nordeste é muito culto, no sentido de que temos uma cultura muito forte, uma cultura tradicional que não está presa ao passado, que foi se transformando e se adequou aos tempos. Isso não é tese, nem hipótese: é a realidade. Percepção recente pra mim, num disco que produzi para Lia de Itamaracá: há capacidade de ela se renovar, aos 76 anos, sem perder a identidade. Achei formidável: isso representa toda a cultura tradicional como está presente em pessoas como o Siba, um mestre do maracatu, e que incorpora isso em sua produção. No interior, a tradição se adaptando, com MP3, com tecnologia, passa pelo celular e temática para sobreviver. Lembro-me de ter ido ao maracatu e o poeta, um senhorzinho, mandar uma puta rima sobre violência doméstica. Coisa que a molecada ligada ao pop anglo-saxão passa batido, os caras nem tão ligados nessas questões tão contemporâneas à sociedade em que a gente vive. A tradição nordestina é presente. Na tradição, vivos, eles estão ligados à realidade.

Viver de música é bênção?

Saber fazer música é uma bênção: viver de música é uma maldição, ainda mais no Brasil. Nós, artistas, temos sido perseguidos. Caluniados, das mais diversas formas. Tá foda ser artista no Brasil contemporâneo. Incrível, mas mesmo gente próxima, da família de círculo de amizade, tem uma ideia completamente errada sobre a atividade da gente. Some-se a isso aí a realidade: a gente não pode mais tocar, por não ter público. Fomos os primeiros a parar, por causa da pandemia, e seremos os últimos a voltar. Tem a questão econômica, ferrando nossas vidas com todo o gosto. 


**Três perguntas// Cláudio Assis
Cláudio Assis é povo ou meio acadêmico?
Eu vim lá debaixo também. Eu vim lá de Caruaru: Alto do Moura. Então sou mais ou menos isso. Aprendi a viver essas coisas assim, na simplicidade. Ainda me empolgo muito com isso, me favorece. Convivo com isso hoje, carrego este impacto. Volto a esse lugar. O povo está vibrando: são homens honestos e de coração grande.

Como estás, em meio à pandemia?
Eu tô vivendo um tédio do caralho: tá foda. Você ficar guardado aqui, dentro de casa, sem poder sair para canto nenhum. Sem locomoção... Mas, tem que respeitar! Temos que nos guardar, em si. Tenho lido bastante, tenho escrito coisas. Penso em fazer um filme, e não é sobre pandemia. É um filme chamado Gigantes pela própria natureza: ele fala de anões. São pessoas pequenas que se tornam grandes.

No que resultou a série Ouro velho, mundo novo?
O tema sempre me invocou muito: admiro Mestre Galdino (artista plástico e poeta). Vivi muito nas cantorias de Caruaru, e no entorno do agreste e sertão. Nós buscamos pesquisar este universo deles. Nos confrontamos com coisas maravilhosas.

***Entrevista //   Lírio Ferreira

Quem bebe da sabedoria popular é mais escolado na sobrevivência à pandemia?
A base mais sólida e original da nossa cultura é fruto da sabedoria popular. Sem ela, não seríamos nem de longe, o povo que nos tornamos. Não sei se quem a bebe vai sobreviver a essa pandemia, mas certamente quem bebeu e continua bebendo da água do Rio Pajeú, sobreviverá às intempéries que eventualmente nos colocam nesse estado de letargia.

Para você, que foi codiretor do filme Cartola, a malandragem rende que dividendos para o Brasil?
A malandragem sempre foi uma marca indelével da cultura brasileira. Para o bem e para o mal. O olhar é o que importa e quem a traduz.

O brasileiro ainda despreza patrimônios culturais próprios?
Para desprezar é preciso conhecê-los. Se faz necessário abrir o coração e a mente para algo que sempre foi seu e você ainda não sabe. 

Como analisa a peculiaridade criativa (nas cantorias) ou de comportamento de pernambucanos e de paraibanos?
Para mim, Pernambuco e Paraíba é quase a mesma coisa. Na cidade paraibana de Umbuzeiro, basta atravessar a rua que você já está em Pernambuco. O grande clássico da cantoria era a aguardada disputa entre Louro do Pajeú x Pinto do Monteiro. Ao apito final, todo mundo saía ganhando.

O cinema novo é indissociável do audiovisual pernambucano? 
O cinema novo é a fonte maior de todo o cinema de autor produzido no Brasil pós década de 60. Mora permanentemente no meu inconsciente. Talvez a garra venha de comemos muito coentro na infância. A história do audiovisual feito em Pernambuco remonta desde o começo do século passado com o Ciclo de Recife onde ainda na fase muda do cinema aqui na província, foram produzidos 13 longas-metragens. O ciclo do Super-8 na década de 70 também marcou esse diálogo intenso com o audiovisual, sobretudo o experimental. Hoje, vivemos uma espécie de terceira dentição. O que esses ciclos têm em comum? O coentro..(Fonte: Correio Braziliense)
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REUNIÃO DA REDE PEBA DISCUTE SITUAÇÃO DE CORONAVÍRUS NOS ESTADOS DA BAHIA E PERNAMBUCO


Os Ministérios Públicos do Estado da Bahia e de Pernambuco se reuniram com autoridades estaduais e municipais de saúde para debater a situação do coronavírus nos dois Estados. A reunião da Rede de Saúde Pública dos Estados da Bahia e de Pernambuco (Rede PEBA) debateu a relação entre o aumento de casos de coronavírus e a disponibilidade dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para atender a demanda.  O encontro, realizado por videoconferência no dia 17, debateu ainda a aplicação de recursos federais pelo Ministério da Saúde aos estados de Bahia e Pernambuco, bem como a transformação de leitos convencionais de UTI em leitos de UTI-Covid, sem uma reposição dos leitos modificados. 

Participaram da reunião os promotores de Justiça do MP baiano Patrícia Medrado, Rogério Queiroz e Rita de Cássia Caxias de Souza, respectivamente coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (Cesau), e titulares da 12ª Promotoria de Justiça de Saúde de Salvador e 11ª Promotoria de Justiça de Saúde de Juazeiro. Representando o MP de Pernambuco, participou do encontro o promotor de Justiça Édipo Soares Cavalcante Filho, coordenador do Centro de Apoio Operacional da Saúde (Caop Saúde) do MP pernambucano. 

A coordenadora do Cesau baiano, promotora Patrícia Medrado destacou que a atuação integrada dos Ministérios Públicos Estaduais da Bahia e de Pernambuco objetiva ver assegurado o atendimento aos serviços de saúde à população dos municípios envolvidos que necessitam da Rede PEBA. “A identificação de deficiências crônicas no funcionamento da Rede, agudizadas na pandemia, demanda um esforço colaborativo dos envolvidos para que sejam efetivadas medidas eficientes e resolutivas”, salientou Patrícia Medrado.

 O coordenador do Caop Saúde do Ministério Público de Pernambuco, Édipo Soares, destacou a necessidade de maior integração na tomada de decisões no enfrentamento da COVID-19 pela Rede PEBA. Ele mencionou a Carta de Petrolina e as deliberações tomadas por promotores de Justiça que atuam na região, destacando a necessidade de definição de estratégias de gestão interestadual. “As ações estratégicas devem der organizadas por uma comissão criada pelas duas entidades públicas (Pernambuco e Bahia), de forma que haja uma melhor coordenação das ações”, concluiu.
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AGRICULTURA FAMILIAR EMPREGA 10 MILHÕES DE PESSOAS NO BRASIL

Os agricultores de todo o mundo comemoram, neste sábado (25), o Dia Mundial da Agricultura Familiar. No Brasil, o segmento possui ampla representatividade. De acordo com o Censo Agropecuário divulgado pelo IBGE em 2017, são 5 milhões de pequenas propriedades rurais em todo o país, representando 77% dos estabelecimentos da produção agrícola.

No campo, a agricultura familiar foi responsável por R$ 131,7 bilhões (23%) dos R$ 572,99 bilhões referentes ao Valor Bruto da Produção (VBP) brasileira naquele ano - a soma de tudo o que gira nas fazendas. Em termos de empregos, são 10 milhões de postos de trabalho, com 67% do total da atividade agropecuária.

Mas, afinal, quem são os agricultores familiares? De acordo com a Lei 11.326, de 24 de julho de 2006, que estabelece os parâmetros para a identificação dos pequenos produtores através da Política Nacional da Agricultura Familiar, é considerado agricultor familiar e empreendedor familiar rural “aquele que pratica atividades no meio rural, possui área de até quatro módulos fiscais, mão de obra da própria família, renda familiar vinculada ao próprio estabelecimento e gerenciamento do estabelecimento ou empreendimento pela própria família."

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o setor se destaca pela produção de feijão, arroz, trigo, milho, mandioca, além da pecuária leiteira, de corte, suínos e aves. Os perecíveis, como frutas, legumes e verduras (FLV), também têm uma boa parcela de importância nas pequenas propriedades.

Por outro lado, se os valores gerados são vultosos, os pequenos produtores enfrentam inúmeros desafios para manter a competitividade e o desenvolvimento nas suas terras. “Se nós pegarmos os municípios, a grande maioria têm sua base econômica na agricultura familiar. Então, este tipo de agricultura precisa de mais visibilidade e valorização”, cobra o vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Broch.

Um das estratégias para elevar a renda dos pequenos produtores é produzir os derivados das matérias-primas. “O agricultor não faz o doce de leite ou o queijo, ele vende o leite para a indústria. A ideia é que ele produza a matéria-prima, mas que possa elaborar outros produtos para comercializar com um preço maior, o que permitiria o um crescimento estrutural da renda”, avalia Marina Zimmermann, assessora técnica da Comissão Nacional de Empreendedores Familiares da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Além da produção leiteira, produtos como mel, café, cacau, açaí têm bom potencial para aumentar o valor da venda final na agricultura familiar. Entram nessa prateleira, ainda, os perecíveis, como frutas, legumes e verduras.

Entretanto, um dos gargalos é enfrentados nas pequenas propriedades é a falta de assistência técnica e o baixo de emprego de tecnologia, o que reduz a competitividade no campo. “Uma coisa é a Caatinga, outra é o Cerrado, e outra, bem diferente, é o Pantanal. Nós precisamos de tecnologia adequada para os pequenos produtores em cada um dos biomas, além de políticas de transferência de tecnologia”, pontua Broch, da Contag.

Segundo a confederação dos agricultores, outro desequilíbrio a ser corrigido por políticas públicas é a diferença do grau tecnológico nas agriculturas da região sul em comparação com as propriedades do norte e nordeste do país, onde a infraestrutura é ainda mais precária.

Uma das formas de melhorar a infraestrutura e potencializar a quantidade de recursos disponíveis é o cooperativismo, algo já conhecido e testado na agricultura nacional por mais de meio século. A outra passa, principalmente, pela melhora de infraestrutura para a disponibilidade de internet no campo, conectando as lavouras e levando dados em tempo real para o segmento.

Para a agricultura familiar, uma das políticas públicas mais positivas em diversos governos estaduais e municipais do país é a lei que determina a compra de 30% da produção destinada à merenda escolar. Na prática, no entanto, a aquisição ocorre no volume abaixo do esperado. "A gente observa que os governos estaduais e municipais não fazem a compra mínima dos 30%. Às vezes, é mais fácil ir ao supermercado. Além disso, esse montante fica livre, os governos poderiam comprar até 80% desses produtos”, diz Zimmermann.

Durante a pandemia do coronavírus, os agricultores e feirantes espalhados pelo Brasil tiveram de se reinventar. Em meados de março, início das medidas de isolamento social para conter a doença, as feiras e os mercados municipais acabaram fechados. Produtores foram prejudicados, com perdas principalmente de produtos com pouco tempo de prateleira, cado dos FLVs e, ainda, do cultivo de flores.

Mas o setor soube se reinventar. Além da comercialização por WhatsApp e entrega a domicílio, as feiras drive-thru, modelo semelhante ao das redes de fast-food - onde o consumidor chega, faz o pedido, realiza o pagamento e retira o alimento -, viraram febre e uma boa alternativa para o escoamento da produção.

O uso de canais digitais deve ser uma tendência mesmo depois da pandemia. "Esse caminho vai reduzir a distância do produtor rural para o consumidor. Por isso, ele pode ter um retorno maior do que o consumidor quer do produto dele. Ou então, pode receber uma resposta sobre o que acrescentar ou modificar na sua produção”, diz a assessora técnica da CNA. (Fonte: Globo Rural)
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IRMÁ E SOBRINHO DE PADRE JOÃO CÂNCIO CELEBRAM 50 ANOS DA MISSA DO VAQUEIRO, SERRITA PERNAMBUCO

A Missa do Vaqueiro, na cidade de Serrita, a 535 quilômetros do Recife, completa meio século. Em sua 50º edição, a festa traz o sagrado e o profano, preservando assim as tradições, a cultura e a fé do povo sertanejo. Este ano a Missa de Serrita, devido o decreto de pandemia Covi-19, e a exigência de isolamento social e evitar aglomeração será virtual.

Este ano completa 31 anos de morte do Padre João Câncio. Ele juntamente com Luiz Gonzaga e o poeta Pedro Bandeira (homenageado este ano 2020) idealizaram e criaram a Missa do Vaqueiro de Serrita, Pernambuco. O poeta cantador de viola Pedro Bandeira é o único que está vivo e mora em Juazeiro do Ceará.

Em Petrolina a reportagem do BLOG NEY VITAL, encontrou parte da história que deve ser contada, e está no sangue (DNA) dos fatos que se tornaram páginas que as novas gerações precisam conhecer. 

Trata-se da irmã de João Cancio, Maria Helena Santos Costa e de Fabricio Alex Santos Costa, sobrinho. Eles moram em Petrolina e são testemunhas do tempo vivido por um João, que se tornou, Padre, casou e se tornou quase lenda nos sertões. Padre João Câncio foi o fundador da Pastoral dos Vaqueiros.

Detalhe: na capa do disco LP 1988, Missa do Vaqueiro,  consta Fabricio presente no altar em Serrita durante a última participação de Luiz Gonzaga na missa. Entre os celebrantes estava o bispo emérito de Petrolina, Dom Paulo Cardoso.

Uma autêntica e histórica reunião de vaqueiros contada através de canções que homenageiam e retratam a coragem, a força e a fé do homem sertanejo. É assim que pode ser definida a Missa do Vaqueiro. 

Todavia, nascida em 30 de abril de 1946, Maria Helena vai logo afirmando: "História que tem muitas páginas mal contadas", ri Helena, no vigor da alegria e da memória que guarda os fatos.

Na família ela é a única mulher. Além de Maria Helena vivem Daniel, Antonio e Avelino. Luiz já faleceu. "João me chamava de "Neguinha".

"Lembro quando meu irmão resolveu ser Padre e entrar no seminário. Foi uma surpresa. Tenho lembranças da primeira Missa do Vaqueiro de Serrita e das conversas entre Luiz Gonzaga e meu irmão. Eles queriam justiça pela morte do vaqueiro Raimundo Jacó, assassinado. Com o passar do tempo tudo foi se modificando, esquecendo o lado cultural, o protesto e de fé da missa", revela, Maria Helena.

Enquanto foi Padre, João foi da ala progressista ligada a igreja. Atuante na região João Cancio contribui para fortalecer o nome do sertão. "Infelizmente vim tomar conhecimento que escreveram a biografia dele pelas redes sociais, não consultaram a família".

Fabricio faz referência que ao contrário do que ocorre agora durante as homenagens do 30 anos de morte do Padre João, a biografia escrita pelo jornalista Machado Freire, com o título, João Cancio-a saga do Padre Vaqueiro, esta sim, o autor manteve contato com a família. "Uma das ideias do meu tio era que durante a semana da Missa do Vaqueiro fosse realizado seminário, palestras para fortalecer e valorizar cada vez mais o lado cultural e da história", conta Fabricio.

Maria Helena revela que o seu irmão João Cancio exerceu também  a função de diretor do Colégio Dom Bosco de Petrolina e do Colégio Barbara de Alencar, em Exu, Pernambuco.

Os restos mortais do Padre João Cancio encontra-se no Cemitério Campos das Flores, em Petrolina.

A Missa do Vaqueiro, um dos maiores eventos culturais dos Sertões, tem sua origem na história de Raimundo Jacó, um vaqueiro habilidoso que, segundo a história, foi assassinado numa emboscada por um desafeto da profissão. 

A história de coragem se transformou num mito do Sertão e três anos após o trágico fim, sua vida foi definitivamente consagrada pelo canto e voz  de Luiz Gonzaga. 

O Rei do Baião, que era primo de Jacó, transformou a música “A Morte do Vaqueiro” numa das mais conhecidas e emocionantes canções brasileiras. Os versos da música foram feitos em 1957 por Nelson Barbalho durante uma conversa com Luiz Gonzaga, que lhe contou sua vontade de prestar uma homenagem ao primo e a dificuldade por sempre se emocionar quando pensava na história. 

Por volta de 1974, Luiz Gonzaga solicitou ao amigo Janduhy Finizola, em frente a centenas de vaqueiros, que criasse uma música especialmente para a missa. Nem um pouco intimidado, Janduhy declarou que não faria uma, mas sim todas as músicas, todas seguindo a estruturas dos ritos da igreja, tendo sempre como protagonistas o vaqueiro e a religião.

Das nove canções, apenas três foram gravadas por Luiz Gonzaga. Mas, em 1976 todas as composições foram gravadas, com a liberação do Rei do Baião e Janduhy, e então Quinteto Violado, que estava em início de carreira, grava.

"Tenho história para contar o ano inteiro", Maria Helena.
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ELBA RAMALHO COMENTA "A SAUDADE" DO RADIALISTA ELIAS LOURENÇO

O radialista Elias Lourenço, 81, faleceu ontem sexta-feira (24), vítima de uma infecção generalizada.  Ele estava internado há cerca de 11 meses, em uma das unidades da saúde da Unimed e lutava contra um câncer de próstata.

Durante a vida, Elias colecionou passagens por várias emissoras do Estado. Veio para o Recife, na década de 1970, para atuar na Rádio Globo, mas findou seu último trabalho na Rádio Folha 96,7 FM, veículo no qual apresentava o programa “Alô Nordeste”, e atuava há quase 14 anos. 

O cominicador sempre foi muito querido pela comunidade forrozeira. Figuras conhecidas na cultura pernambucana como Elba Ramalho e Alcymar monteiro expressaram o sentimento pela perda do comunicador. "A cultura do Nordeste está de luto com a partida de Elias Lourenço. Um autêntico porta voz da nossa cultura, dos ritmos populares e da nossa música. Que o seu legado sirva de inspiração para novas gerações", lamentou Elba Ramalho. 

“Elias Lourenço foi um grande comunicador que deu dignidade à música nordestina. Sempre deu espaço para os artistas locais falarem sobre seus trabalhos e lançamentos.  Ele vai deixar um vazio muito grande, pois era aparente o seu amor pela nossa música. O povo pernambucano , nordestino e a cultura brasileira perdem muito com a sua partida. Elias Lourenço, para mim, é um dos grandes professores da comunicação radiofônica nordestina brasileira. Fará muita falta. Meus pêsames e tristeza a sua família.”, contou Alcymar Monteiro. 

Confira, abaixo, os depoimentos de forrozeiros e amigos sobre a morte de Elias Monteiro: 

“Elias Lourenço foi um amigo querido de mais de 40 anos. Trabalhamos juntos em outra emissora e tive a alegria de reforçar nossa equipe com a vinda dele e seu Alô Nordeste para a Folha FM.  Acompanhei de perto a luta de Elias e vi o sofrimento dele nos últimos meses,  cuidado pelos zelosos filhos Kleber e Eliezer, em quase um ano de internação. Só lamento que devido à pandemia ele não teve a homenagem merecida pelos ouvintes, artistas e amigos. Elias foi um dos homens mais dignos que conheci.” - Marise Rodrigues, gerente da Rádio Folha FM 96,7

“Estou muito sentido. Elias Lourenço faz parte da minha história. Quando comecei na música, ele sempre esteve de portas abertas, não apenas para mim, mas para vários outros artistas. Sempre tivemos vez e voz. Não teremos  outro comunicador como Elias nem tão cedo. Tenho muito orgulho de ter sido seu amigo. Com toda certeza, a sua partida é uma grande perda para todos nós” – Ed Carlos

“A morte de Elias Lourenço muito me dói pelo carinho que tenho por ele.  Elias era mais do que um comunicador era também amigo e irmão. Sua partida é uma perda irreparável”  – Israel Filho 

“Estou muito triste pela  perda do nosso querido Elias Lourenço. Toda a categoria de forrozeiros sempre pôde contar com Elia. Ele foi uma pessoa espetacular, uma figura extraordinária, extremamente importante para nossa cultura pois sempre valorizou nossa arte, e o que era produzido no nosso Estado. Com certeza fará uma falta gigantesca. A cultura perde muito com a ausência de Elias Lourenço. Meus pêsames a família” - Tereza Acioly, presidente da Sociedade dos Forrozeiros Pe-de Serra e Ai 
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LUTO: MORRE O RADIALISTA ELIAS LOURENÇO

O radialista Elias Lourenço, 81, faleceu na manhã desta sexta-feira (24), vítima de uma infecção generalizada.  Ele estava internado há cerca de 11 meses, em uma das unidades da saúde da Unimed e lutava contra um câncer de próstata. Durante a vida, Elias colecionou passagens por várias emissoras do Estado. Veio para o Recife, na década de 1970, para atuar na Rádio Globo, mas findou seu último trabalho na Rádio Folha 96,7 FM, veículo no qual apresentava o programa “Alô Nordeste”, e atuava há quase 14 anos. 

Natural de Arcoverde, no Sertão de Pernambuco, o radialista deixa esposa, dois filhos e um legado de respeito que será lembrado por todos os que cruzaram o seu caminho. 


Elias Lourenço é um dos maiores icones da radiofonia do Nordeste.


Lá na Paraíba, nas palavras do amigo e  professor Aderaldo Luciano, "durante todo o tempo em que me entendo por gente vi surgir e consolidar-se dentro de mim o amor, profissionalismo e o respeito pelo Rádio. Ainda criança, botei os olhos num rádio Semp à válvula e certa vez meu pai, Francisco Assis Guedes, me levou a Campina Grande, para conhecer os estúdios da Rádio Borborema. Ali vi os mistérios que envolvem o Rádio".


Nos anos 80 e 90 não havia a facilidade da tecnologia e os acessos digitais e por isto, "tornei-me notívago, navegando nas sintonias dos radios analógicos, buscando emissoras de longe, locutores que me falavam de outros territórios, cidades e acontecimentos que eu planejava vivenciar. Durante o dia me via rodeado pelas rádios locais, pelas ondas que vinham de Campina Grande e suas três rádios AM: Caturité, Cariri e Borborema. Nomes fortes, direto de nossas raízes".


Foi na programação das rádios que aprendi a viver a brasilidade. Retalhos do Sertão, Bom dia Nordeste (com Zé Bezerra) cuja abertura era um jingle sensacional de João Gonçalves. José Lira na Campina Grande FM. Ivan Ferraz, Wilson Maux. Todos mestres...


Mas, o meu encanto maior e aprendizado aconteceu quando um dia sintonizei a Rádio Clube de Pernambuco, Recife. A voz de ELIAS LOURENÇO. No clima da notícia. Alô Nordeste! Elias chamando prá cantar Jorge de Altinho, Flávio José, Petrúcio Amorim, Marinês, Elba Ramalho, Raimundo Fagner, Três do Nordeste, Assisão Trio Nordestino, cantadores de Viola, aboiadores e Luiz Gonzaga.


Uma madrugada, muito frio em Areia-Paraíba, através do Rádio ouvi Elias Lourenço anunciando numa quarta-feira, 02 de agosto de 1989: "Morreu Luiz Gonzaga". Chorei em silêncio! Não imaginava o traçado do destino. O silêncio foi "quebrado" pela som do Rádio,  a sanfona de Luiz Gonzaga, a voz de Elias Lourenço: "são quatro da manhã e trinta minutos no Nordeste"...


Através do amigo, radialista e criador do Site Relembrando O Gonzagão, Edilson Gonzaga, lá de Gravatá-Pernambuco, revivi toda esta trajetória desde quando por décadas acompanho Elias Lourenço através do Rádio. Não o conheci pessoalmente. De Elias Lourenço, trago nele um sentimento de gratidão. Gratidão pela minha formação profissional...Sou grato porque com Elias Lourenço aprendi amar ainda mais meu Nordeste, a cultura brasileira e os estudos, afinal, só a Educação Liberta.


Antes de adoecer o Elias Lourenço apresentava o programa Alô Nordeste na Rádio Folha em Recife de segunda a sexta - 2h às 5h e no Sábado - 2h às 6h. No último dia 12 de janeiro ele completou 81 anos. Um dos melhores profissionais do rádio, Elias Lourenço percorreu uma longa carreira para chegar hoje a ser considerado um dos radialistas mais queridos e respeitados perante os ouvintes.


Seu trabalho sempre foi voltado para a divulgação da cultura brasileira e em seus programas ressaltavam o talento do artista regional, particularmente aqueles que se dedicam aos ritmos universais do forró.


Elias Lorenço é pernambucano de Arcoverde. Já trabalhou na comunicação das Rádios Atual, de São Paulo; Poty, de Paulo Afonso: e em Pernambuco percorreu quase todos os prefixos radiofônicos – Olinda, Globo, Relógio, Capibaribe, Continental, Jornal, Clube e agora na Folha FM.


Um dia, me vi do lado de dentro na Rádio Serrana de Araruna-Paraíba com os amigos Aderaldo Luciano e Pedro Freire que me fizeram o convite em 1999, para participar da produção e apresentação de um programa de Rádio. E então até hoje, jornalista, empresto minha homenagem e gratidão, valorização pela cultura a Aderaldo e a você Elias Lourenço, meu Mestre, até hoje minha referência de apresentador de Rádio.


Para minha alegria e compromisso profissional, hoje estou na Rádio www.radiocidadeam870.com.br, apresento o programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e seus Amigos,  todos os domingos ás 9hs da manhã.


'O rádio está vivo, a faixa AM está viva, querem matá-la no Brasil, mas ela ainda representa uma enorme atividade pelo interior dos Brasis. Amo o Rádio, Sinto-me parte dele, Sou um guardião, embora tanta coisa ruim aconteça aos seus microfones. Mas uma coisa é o Rádio, a outra, seus donos e vozes".


Elias Lourenço viverá...
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ALEMBERG QUINDINS: A IMPORTÂNCIA DA CULTURA DA CHAPADA DO ARARIPE PARA O MUNDO

Domingo 02 de agosto no Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e seus Amigos, às 9hs www.radiocidadeam870.com.br, o Café Prosa com Alemberg Quindins. 

Você vai saber o motivo do Estado de Espírito do vento/cariri que sopra com saudade do Mar. Patativa do Assaré. Luiz Gonzaga e Padre Cícero, arqueologia e gestão cultural são temas da conversa.

Alemberg diz que a Chapada do Araripe tem uma influência nesse território desde o período cretáceo. Em torno dela, de um lado tem Luiz Gonzaga, a Pedra do Reino, de Ariano Suassuna e a Missa do Vaqueiro, Padre Cícero, Patativa do Assaré, Espedito Seleiro, toda uma cultura. O Cariri é um oásis em pleno sertão. É o solo cultural por conta de toda essa força que vem da geologia, da paleontologia, da cultura. Você vai entender a importância do contexto da Chapada do Araripe para o mundo.

O Memorial do Homem Kariri teve sua origem a partir das pesquisas de mitologia e etnomusicologia dos pesquisadores, músicos e produtores culturais: Alemberg Quindins e Rosiane Limaverde. 

Atualmente, a Casa Grande se consolida como ponto de memória da ancestralidade, da mitologia e da arqueologia do cariri cearense, utilizando-se da arte como ferramenta capaz de proporcionar uma imersão mais consciente destes assuntos.

Francisco Alemberg de Souza Lima, o Alemberg Quindins, é um dos criadores da Fundação Casa Grande-Memorial do Homem Kariri em 1992 com o intuito de valorizar a história do povo da região, o Vale do Cariri, e ser um centro de memória.

Em conversa com o BLOG NEY VITAL e que no dia 02 de agosto, ser´´a transmitido no programa NAS ASAS DA ASA BRANCA-VIVA LUIZ GONZAGA E SEUS AMIGOS, na Rádio Cidade Am, Alemberg explica que a Chapada do Araripe é uma confluência de quatro Estados: Ceará, Pernambuco, Piauí e Paraíba.

"Um resumo do Nordeste. A Chapada do Araripe tem uma influência nesse território desde o período cretáceo. Em torno dela, de um lado você tem Luiz Gonzaga, a Pedra do Reino, de Ariano Suassuna e a Missa do Vaqueiro, por exemplo; de outro, do lado de cá, temos Padre Cícero, Patativa do Assaré, Espedito Seleiro, toda uma cultura".

Ainda de acordo com Alemberg a Chapada do Araripe é um platô central. "Aqui, era o único lugar onde Lampião se ajoelhava e deixava as armas na porta. Território sagrado. Portanto, o Cariri é um oásis em pleno sertão. É o solo cultural do Ceará por conta de toda essa força que vem da geologia, da paleontologia, da cultura. É onde você entende a importância do contexto da Chapada do Araripe para o mundo. Nosso manancial é esse: a cultura. A maioria dos mestres da cultura popular estão aqui. E, da forma como acontece em solo caririense, essa reunião de tanta coisa, não vamos encontrar em nenhum outro lugar do Estado".

A Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri, é uma instituição sem fins lucrativos, de utilidade pública federal. O local se tornou espaço de vivência em gestão cultural para crianças e jovens do sertão e tem como objetivos constantes no seu estatuto, pesquisar, preservar, coletar, juntar em acervo, comunicar, exibir, para fins científicos, de estudo e recreação, a cultura material e imaterial do Homem Kariri e de seu ambiente".

"Nós resgatamos a cultura local nas áreas de arqueologia, mitologia, artes e comunicação", conta Alemberg. Os alunos mantêm um canal de TV, de rádio, uma editora de gibis e um museu que conta com um rico acervo de 2.600 HQs e 1.600 títulos de clássicos do cinema. A ideia é desenvolver a capacidade de liderança das crianças a partir dos laboratórios de produção.

Arte, cultura, música e TV. Essas são apenas algumas das atividades oferecidas pela Fundação Casa Grande, em Nova Olinda, Cariri do Ceará Francisco Alemberg Quindins, músico e educador social da ONG que forma cidadãos e os transformam em protagonistas da própria história neste período de isolamento social tem participado de lives, transmissões ao vivo que tem contribuindo ainda mais para a divulgação do trabalho desenvolvido com as crianças.

No próximo mês de dezembro a Fundação vai completar 27 anos, o espaço guarda algumas artes indígenas dos primeiros habitantes da região; possui uma rádio; dispõe de uma editora de gibis, com um acervo com mais de 3 mil títulos; tem ainda um teatro; e uma banda de lata, que encanta quem visita a fundação.

Para registrar tanta coisa boa, a fundação conta com um canal virtual, a TV Casa Grande, cujo objetivo é dar voz, mostrar a arte dos moradores da região e documentar a cultura local.

O sucesso da fundação rendeu a ela o título de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e muita visibilidade para cidade de Nova Olinda, que recebe, por ano, mais de 50 mil visitantes.

Alemberg Quindins é investigador do CEAACP, Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Ciências do Patrimônio da Universidade de Coimbra e, por inerência, Membro do Conselho Científico desta unidade de investigação. que é avaliada e financiada pela Fundação da Ciência e Tecnologia (FCT) do Ministério da Ciência e Ensino Superior de Portugal.

Há vários anos a Fundação Casa Grande é parceira do CEAACP e Alemberg Quindins era colaborador. Agora, transitou em estatuto, o que acontece por reconhecido mérito e por categoria universitária dado o seu Doutoramento Honoris Causa, passando a integrar o grupo de pesquisa em Arqueologia Cidadã e Inclusiva do Centro.

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