JOQUINHA GONZAGA, NETO DE JANUÁRIO E SOBRINHO DE LUIZ GONZAGA PROMOVE LIVE SOLIDÁRIA E PUXA A SANFONA DOS 8 AOS 120 BAIXOS

O sanfoneiro e cantor Joquinha Gonzaga vai apresentar uma Live Solidária na "Varanda do Rei", no domingo 5 de julho, às 16hs. Para acompanhar a live é preciso estar inscrito no canal YouTube Joquinha Gonzaga Oficial. A apresentação da Live será de Sara Gonzaga, filha e produtora do cantor.

Joquinha Gonzaga é o mais legítimo representante da arte musical de Luiz Gonzaga.  Ele é neto de Januário e sobrinho de Luiz Gonzaga. João Januário Maciel, o Joquinha Gonzaga é hoje um dos últimos descendentes vivos da família. Dos nove filhos de Santana e Januário, todos eles, ja "partiram para o Sertão da Eternidade".

Joquinha Gonzaga caminha para os 70 anos e reside atualmente em Exu, Pernambuco, no pé da serra do Araripe, como ele costuma dizer ao receber os amigos. Nesse contexto, a Live Solidária na Varanda do Rei vai proporcionar além de um encontro com os amigos, admiradores, pesquisadores da cultura mais brasileira, a oportunidade de ouvir o puxado do fole e a voz de Joquinha, com o seu canto, histórias e causos. 

No início deste ano a Câmara de Vereadores de Exu, encaminhou um projeto de apoio e solicitação do registro do cantor, compositor e sanfoneiro Joquinha Gonzaga, para ter o reconhecimento de Patrimônio Vivo da Cultura de Pernambuco.

Além de sobrinho do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, Joquinha é neto de Januário (afamado tocador de 8 Baixos) e ainda tem como tios os Mestres da Sanfona, Zé Gonzaga, Chiquinha Gonzaga (tocadora de sanfona 8 Baixos) e Severino Januário.

A justificativa para Joquinha ser reconhecido Patrimônio Vivo de Pernambuco é o valor do seu legado para as futuras gerações e a contribuição e tem o objetivo de que mantenham os saberes e fazeres da cultura da sanfona. 

Detalhe: Joquinha Gonzaga também é tocador de sanfona de 8 baixos, um instrumento quase em extinção no cenário cultural brasileiro e também por isto um dos aspectos que faz Joquinha merecedor da aprovação para assim poder se dedicar mais a aulas, oficinas e palestras sobre o tema sanfona de 8 Baixos.

Ao ser inserido oficialmente no programa Patrimônio Vivo na Política Cultural do Estado, Joquinha Gonzaga dará continuidade nas realizações de oficinas de transmissão de saberes, exposições, apresentações culturais, palestras, entre outras ações, que significam a apropriação simbólica e o uso sustentável dos recursos patrimoniais direcionados à preservação e ao desenvolvimento econômico, social e cultural brasileiro, do Estado e garantir a visibilidade de Exu, onde Luiz Gonzaga deixou um patrimônio do Parque Asa Branca, onde está o Museu Gonzagão.

Este ano, no mês de janeiro 2020, Joquinha Gonzaga participou do primeiro Festival Nacional de Música 'Canta Gonzagão’, em Exu, onde ministrou para as crianças e adolescentes do Projeto Asa Branca, uma oficina de Sanfona. Em Ouricuri, Pernambuco, também em Janeiro fez apresentação no Forró do Poeirão onde mostrou a arte de tocar sanfona de 8 Baixos, a famosa Pé de Bode.

Contato para shows de Joquinha Gonzaga: WhatsApp (87) 999955829 e (87)996770618.
Arte:: Anunciado Saraiva
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PRODUTOR CULTURAL E APRESENTADOR DA RÁDIO USP PARTICIPA NO DOMINGO (5) DO PROGRAMA NAS ASAS DA ASA BRANCA VIVA LUIZ GONZAGA

Paulinho Rosa apresenta e produz o programa VIRA E MEXE na RÁDIO USP (Universitária de São Paulo) desde 2010. Detalhe: neste mês de julho de 2020, mês de que se celebra a passagem de Dominguinhos para um outro plano (Domiguinhos faleceu no dia 23 de julho de 2013), o coração de Paulinho  bate no ritmo forte da saudade. Durante anos ele dividiu a apresentação do programa com DOMINGUINHOS. 

Paulinho participa neste domingo (5) do Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e seus amigos, transmitido pela Rádio Cidade , ás 9hs. Acesse www.radiocidadeam870.com.br

Todos os sábados às 11hs a Rádio USP 93.7 FM (Universidade de São Paulo), transmite o Programa Vire e Mexe. O programa é apresentado e produzido pelo produtor cultural Paulinho Rosa. A Rádio USP é a única que atinge as classes alta e média alta e coloca forró em sua grade de programação. O Programa Vira e Mexe é reprisado na madrugada da segundas-feira, logo após meia noite.

O programa Vira e Mexe apresenta a história do forró e traz um acervo de xotes, baiões, arrasta-pés e xaxados com seus principais personagens, como Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Jackson do Pandeiro. Há espaço para novos talentos e convidados especiais num bate-papo descontraído sobre histórias deste gênero musical.

O programa Vira e Mexe tem apresentação de Paulinho Rosa que também possui uma visão empreendedora e em 2000 montou o CANTO DA EMA, Casa de Forró, também em São Paulo. O Canto da Ema é destaque em shows, uma das referencias do espaço que valoriza o Forró na capital paulista. O Canto da Ema devido o decreto de calamidade pública devido o Coronavírus segue a orientação de não funcionar neste período mas em breve estará de volta com a programação que vai muito além do forró.

Paulinho apresenta e produz o programa VIRA E MEXE na RÁDIO USP desde 2010. Detalhe: neste mês de julho de 2020, mês de que se celebra a passagem de Dominguinhos para um outro plano (Domiguinhos faleceu no dia 23 de julho de 2013), o coração de Paulinho  bate no ritmo forte da saudade. Durante anos ele dividiu a apresentação do programa com DOMINGUINHOS. Foi o roteirista do filme “Dominguinhos Canta e Conta Gonzaga”.

"Foi mais de 10 anos que começamos o VIRA E MEXE. Em nome do FORRÓ, da minha vontade firme e explícita e com a generosidade do nosso grande sanfoneiro Dominguinhos, encaramos o desafio e seguimos em frente, na tentativa de fazer um programa de FORRÓ com entrevistas, temas  variados e muito bate–papo. Para minha sorte, ele topou a empreitada e, com a anuência, apoio e orientação de Beto Alves, um expert em radio, começamos um programa de rádio de FORRÓ, o VIRA E MEXE".

Paulinho Rosa revela que a Radio USP entendeu a proposta e sensivelmente colocou o programa é um bom horário, até porque, um programa de FORRÓ com Dominguinhos, é como um  programa de rock com Mick Jagger ou um de Blues com B. B. King.

"Isso tudo faz muito tempo. De lá pra cá, Dominguinhos nos abandonou bem antes do combinado, deixando uma lacuna impossível de completar. Tentamos: criamos o Cantinho do Dominguinhos, espaço em que, em todo programa, tocamos uma música que ele, nosso grande mestre, tocou, cantou ou compôs, tudo isso para amenizar um pouco a sua falta e sabedoria". 

Paulinho ainda revela que o legado ficou. "Entre os programas que ele fez conosco e aqueles em que ele esteve ausente somam-se muitos, algumas centenas, e  nesses tivemos inúmeras entrevistas com grandes personagens do ritmo, temas deliciosos e muita, muita música, tudo isso para entreter, trazer conhecimento sobre a cultura nordestina/brasileira, sobre FORRÓ e um pouco de alegria nas manhãs de  sábado e início das segundas-feiras".

Saudade foi o tema do programa Vira e Mexe, da Rádio USP (93,7 MHz), transmitido no dia 27 passado. Músicas que falam de saudade de vários tipos – da roça, de uma pessoa, de festas, de passeios ou de lugares – foram apresentadas no programa. “Todo mundo está com alguma saudade, da família, dos amigos… Tem gente que está com saudade até do trânsito”, brincou o apresentador Paulinho Rosa.

O programa começou com a música Saudade Imprudente, de José Marcolino, interpretada por Dominguinhos, no Cantinho do Dominguinhos – uma seção fixa do programa que homenageia uns dos maiores sanfoneiros do Brasil. Em seguida, foram ouvidas as composições Que Nem Jiló, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, na voz de Luiz Gonzaga, e Um Baião Chamado Saudade, de Petrúcio Amorim e Rogério Rangel, interpretada por Elba Ramalho, entre várias outras.

Vira e Mexe vai ao ar pela Rádio USP sempre aos sábados, às 11 horas, com reapresentação à 0 hora de segunda-feira, inclusive via internet, no site do Jornal da USP. O programa é produzido por Paulinho Rosa (edição) e Dagoberto Alves (sonoplastia). A apresentação é de Paulinho Rosa.

A Rádio USP de São Paulo foi criada em 11 de outubro de 1977, preenchendo o espaço vazio de emissoras educativas em FM na Grande São Paulo e, ao mesmo tempo, proporcionando um canal de comunicação entre a Universidade de São Paulo e a sociedade.

Ao longo de mais de 40 anos, a emissora recebeu diversos prêmios por sua linha de trabalho diferenciada. Em 2000, a Rádio USP recebeu o prêmio da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) como melhor programação musical. Destacam-se da mesma maneira as premiações pela melhor programação de cultura geral, melhor programa de variedades, conferidos também pela APCA, o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro e o Terceiro Concurso Internacional de Programas de Rádio promovido pela Rádio Cubana (vencido pelo Clip Atualidades).

A Rádio USP mantém uma programação jornalística voltada à divulgação das atividades da Universidade e um espaço aberto para debates sobre temas de interesse da sociedade e para prestação de serviços.

A programação musical vem se caracterizando como uma opção à segmentação das atuais emissoras de FM, oferecendo ao público o melhor de todos os ritmos no panorama musical brasileiro, da MPB ao rock, do jazz ao samba e é uma das poucas emissoras que inclui música instrumental em sua programação principal. A Rádio USP difunde ainda gêneros musicais que não encontram espaços nas emissoras comerciais como, por exemplo, a música erudita e músicas tradicionais de várias regiões do país.
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MOVIMENTOS SOCIAIS E AMBIENTALISTAS SÃO CONTRA O USO DAS ÁGUAS DO RIO SÃO FRANCISCO PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA USINA HIDRELÉTRICA

Conforme divulgado neste BLOG NEY VITAL, a construção de uma nova hidrelétrica no rio São Francisco, 25 anos após a inauguração da UHE Xingó, última usina a entrar em operação no rio em 1994, ganhou força com a inclusão da UHE Formoso no Plano de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal. O presidente Jair Bolsonaro assinou decreto que enquadra a UHE Formoso no PPI, segundo publicação no Diário Oficial da União de 25 de maio de 2020. A usina, de 306 MW, tem investimento previsto de R$ 1,8 bilhão e seria construída 12 quilômetros a montante da cidade mineira de Pirapora, sendo a nona UHE instalada no Velho Chico.

Empreendimentos qualificados ao PPI são tratados como prioridade nacional, o que agiliza diversos processos e atos de órgãos públicos necessários para que eles avancem, segundo o governo.No caso da hidrelétrica de Formoso, a qualificação no programa federal foi aprovada “para fins de apoio ao licenciamento ambiental e de outras medidas necessárias à sua viabilização”, de acordo com o decreto.

Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), a Hidrelétrica Formoso “poderá contribuir com o atendimento à demanda de energia do país, de acordo com os critérios de expansão da oferta, continuidade do suprimento frente à entrada de fontes intermitentes de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN), reservação de água e regulação do Rio São Francisco”. 

O MME esclareceu também que o empreendimento esta em fase de licenciamento, sob responsabilidade da Quebec Engenharia. Neste momento, a empresa aguarda a liberação do Ibama para emissão da Autorização para Captura, Coleta e Transporte de Material Biológico (ABIO). A expectativa da Quebec Engenharia é a de que o Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica (EVTE) seja entregue à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ainda este ano de 2020.

“O licenciamento é a principal dificuldade do empreendimento visto que o processo ainda demanda a emissão da ABIO para início das campanhas de campo de meio biótico. Com isso, diversas outras demandas devem ser realizadas para apresentação do EIA [Estudo de Impacto Ambiental] e sequência do processo de licenciamento”, disse o gerente de Desenvolvimento da Quebec Engenharia. Vieira disse quevárias etapas do processo de engenharia já foram concluídas, incluindo a topografia, locação dos eixos e implantação de marcos, estando em andamento as etapas de medições de vazão e descargas sólidas.

Segundo Leôncio Vieira, a UHE Formoso tem cronograma de construção de 36 meses a partir da plena autorização para início das obras e definição do concessionário.

O anúncio de que o Governo federal faz ambientalistas questionarem a necessidade e a viabilidade do projeto e temerem o impacto do empreendimento na natureza.

De acordo com os ambientalistas hidroelétricas trazem vários prejuízos, não só pela inundação de áreas naturais e desvio de leitos de rios, como também pelo dióxido de carbono emitido pela decomposição da matéria orgânica que se forma nas áreas alagadas.

A cantora barranqueira de Pirapora, Priscilla Magela é contra a construção da UHE Formoso. “Questionamos a viabilidade e a necessidade desse projeto que trará morte ao Rio São Francisco e as suas comunidades. O Brasil tem potencial para produção de energia limpa como a eólica, e a solar, por exemplo”.

Priscilla Magela comenta que foi criada uma rede social contra a construção da hidrelétrica no Instagram, @velhochicovive. “O objetivo é divulgar a campanha contra a construção da hidrelétrica Formoso em Pirapora e ampliar o debate para a população. O que queremos é o Rio São Francisco vivo”.

O presidente do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas (FMCBH) e presidente do Comitê da Bacia do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), Marcus Vinícius Polignano disse que foi pego de surpresa pela publicação do decreto. “Fomos surpreendidos pelo Governo Federal com a publicação desse decreto. Precisamos discutir sobre a construção da hidrelétrica em Pirapora no âmbito dos Comitês de Bacia do Alto São Francisco. O FMCBH está aberto a discussão e esta disposto a ajudar o CBHSF no debate”, afirmou Polignano.
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CAATINGA SOFRE COM ALTOS ÍNDICES DE DESERTIFICAÇÃO E VELHO CHICO CONTABILIZA PREJUÍZOS

“O impacto da desertificação na Caatinga é enorme. Esse processo aumenta o carreamento de sedimentos para dentro da calha principal do rio, trazendo efeitos já bem conhecidos ao Velho Chico”, é o que afirma o professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco, Renato Garcia.

A Caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, tem aproximadamente 126.336 km² de área deserta ou em fase de desertificação. Um levantamento feito pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis), realizado no período de 2013 a 2017 aponta que cerca de 13% do território do Semiárido brasileiro está desertificado. Além dos fatores que incluem as condições naturais, o que tem dado uma enorme parcela de contribuição para esse resultado é a ação humana. 

Em geral, as ações estão relacionadas às atividades econômicas com o uso intensivo do solo, a contaminação de rios com metais e agrotóxicos, além da mineração. O desmatamento e as queimadas estão entre as práticas mais destrutivas, já que deixam a terra vulnerável aos eventos climáticos, reduzindo capacidade de retenção de água e nutrientes.

Originalmente o processo de desertificação se inicia com a degradação da cobertura vegetal que acarreta uma série de efeitos. Ao passar por um desmatamento severo o solo fica desprotegido e tende a perder nutrientes, ficando suscetível à erosão.

 “Isso afeta os organismos que vivem no solo e são responsáveis por permitir a reciclagem da matéria orgânica. Esse princípio, chamado ciclagem de nutrientes, é fundamental para a sobrevivência e manutenção do ecossistema. Sem esse processo, a recuperação da vegetação e da biodiversidade em geral na área é extremamente difícil, isto é, a área não se recuperará sozinha e o processo de desertificação já estará em curso”, afirma Garcia.

De acordo com o Instituto Letras Ambientais, responsável por divulgar a condição da vegetação nas áreas suscetíveis à desertificação no Semiárido brasileiro e em áreas do entorno, quando os solos e a vegetação chegarem a um estado de degradação considerado muito grave, a regeneração das espécies e da produtividade das terras se tornam irreversíveis. Com essa perda genética e biológica, a conservação da Caatinga fica sob ameaça. E quando o bioma está sob ameaça, a saúde humana também sofre o impacto, considerando fatores como insegurança alimentar, comprometimento da qualidade da água e contaminação do ar e do solo, além da mudança na distribuição de vetores de doenças e desastres climáticos, responsáveis por doenças infecciosas e crônicas, desnutrição e mortalidade. O tema sobre os prejuízos da desertificação, degradação das terras e seca sobre a saúde humana foi debatido em 2019 na 14ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), em Nova Deli, na Índia.

Com o objetivo de minimizar o impacto da seca e da desertificação no Brasil, foi instituída a Política Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (Lei 13.153/ 2015).

“São questões complexas que demandam um constante acompanhamento por meio da assistência técnica e extensão rural, o que na maioria das vezes não existe. O certo é que devemos cada vez mais discutir a questão no âmbito da bacia do São Francisco conforme disposto no Plano Diretor, que dá uma ênfase muito grande e adequada às questões relacionadas ao Semiárido. O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco está atento a toda essa problemática e vem investindo recursos oriundos da cobrança pelo uso da água em diversos projetos que estão sendo desenvolvidos, alguns deles sendo licitados, para enfrentar de forma sistemática e científica o avanço da desertificação na bacia do Rio São Francisco”, afirmou o advogado e membro do CBHSF Marcelo Ribeiro.

Embora o problema seja grave, é possível seguir o caminho inverso realizando o uso consciente dos recursos naturais, recuperando as matas ciliares, promovendo o reflorestamento e uso de tecnologias sociais, por exemplo, para captação e armazenamento de água da chuva. (Fonte: Assessoria de Comunicação CBHSF: TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social *Texto: Juciana Cavalcante *Foto: Edson Oliveira)



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SALVE O RIO SÃO FRANCISCO: COMUNIDADES TRADICIONAIS PRECISAM DO VELHO CHICO VIVO

Algumas comunidades se tornaram tradicionais na bacia hidrográfica do rio São Francisco. Os Vazanteiros, os Quilombolas, as comunidades dos Fundos e Fechos de Pasto, os povos indígenas são alguns desses povos que não só vivem na região, como sobrevivem do rio.

A comunidade dos Fundos e Fechos de Pasto teve origem no século XVII, mas foi redescoberta apenas recentemente. Seu modo de vida é mais tradicional, eles criam animais e praticam a agricultura pelos sertões da Caatinga e do Cerrado da bacia hidrográfica do rio São Francisco, vivendo basicamente em posses familiares ou comunitárias, como o fundo das roças destinadas a criatório de caprinos, ovinos (fundos) e gado (fechos).

Os Vazanteiros são comunidades que vivem e trabalham nas áreas inundáveis do Médio São Francisco, mais precisamente na região Norte de Minas Gerais e em algumas outras localidades fora da bacia. Eles trazem consigo raízes indígenas e negras, mas recebem bastante influência da vida ribeirinha da bacia. Essas comunidades são caracterizadas pelo modo de vida ligado ao rio, habitam as ilhas e barrancos do rio São Francisco e vivem para observá-lo, já que suas moradias e meios de sustento dependem do nível da água para realizar a pesca, agricultura, a criação animal e o extrativismo, associados aos ciclos da enchente, cheia, vazante e seca.

70 mil índios habitam a bacia do rio São Francisco. São 32 povos indígenas vivendo e sobrevivendo desse rio que, apesar de estar pedindo socorro, sustenta muitas e muitas famílias, inclusive as dos próprios índios. Apesar de sofrerem com a degradação do rio São Francisco, que está sendo prejudicado com a gana do crescimento econômico e com problemas ambientais, o Velho Chico é para os índios fonte de subsistência e referência de vida e cultura.

Já os Quilombolas, tem a presença forte na Bahia e em Minas Gerais. A origem dos negros na bacia do São Francisco firmou-se quando foi desenvolvida extensivamente a pecuária em suas margens, por volta do século XVII. Desde então, são conhecidos lugares chamados “quilombos”, local para onde os escravos iam quando fugiam para ganhar sua autonomia.

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco está sempre promovendo encontros com essas comunidades, com o objetivo de discutir a situação delas, dos seus direitos e também programas sobre a revitalização do rio São Francisco. Nesse sentido, há um ano o Comitê entregou à comunidade indígena Pankará, de Pernambuco, o sistema de abastecimento de água, totalmente financiado com os recursos advindos da cobrança pelo uso da água. 

Também os quilombolas do povoado de Resinas, em Sergipe, recebeu uma estrada vicinal de acesso ao povoado. Está em andamento o projeto de construção de um sistema de abastecimento de água para a tribo dos Kariri-Xocó, de Alagoas. Buraquinhos (MG), quilombo onde vivem 25 famílias, também foi beneficiado com a reforma da estrada que o povoado ao município de Chapada Gaúcha.

Essas comunidades dependem do rio São Francisco. Por isso, precisamos manter o Velho Chico Vivo! Entre nessa luta com a gente. (Fonte: Vire Carranca)

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CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA BARRAGEM HIDRELÉTRICA E AMEAÇA DO GOVERNO FEDERAL DE INSTALAÇÃO UMA USINA NUCLEAR PÕE EM RISCO O RIO SÃO FRANCISCO

Além de todos os enormes desafios que o Rio São Francisco e sua bacia hidrográfica enfrentam historicamente, existe sempre a possibilidade de surpresas que adicionam novas e potenciais dificuldades à dura tarefa de construir nesse curso de águas estratégico para o Brasil uma gestão de recursos hídricos que se mostre sustentável e à altura da diversidade de interesses de uma vastíssima porção do território brasileiro.

A decisão do governo federal de inserir, em colaboração com o governo de Minas Gerais, mais uma barragem hidrelétrica na região a montante da cidade ribeirinha de Pirapora e as incessantes iniciativas para ressuscitar a construção de um complexo nuclear no Sertão de Pernambuco, utilizando águas do Velho Chico à altura do município de Itacuruba, dão mostras que, independentemente das administrações que se sucedem à frente do governo central, a postura das administrações federais é basicamente a mesma, ou seja, a repetição de um modelo de utilização das águas franciscanas que já se mostra totalmente defasado face às novas realidades hidrológicas, climatológicas, econômicas, sociais e ecossistêmicas do grande rio da integração nacional.

Salta aos olhos que o uso hegemônico das águas franciscanas para a geração de energia hidrelétrica já entrou em crise há muito tempo, seja pelo influxo das novas características das vazões declinantes do Rio São Francisco, seja pela entrada em cena de um novo padrão climático que impõe períodos cada vez mais severos de estiagem, seja pela expansão das populações e dos demais usos múltiplos das águas da bacia hidrográfica, só para citar três fatores essenciais que tornam a ideia dessa nova barragem totalmente discutível à luz daquilo que é melhor para o interesse público.

Quanto à ideia de construção do complexo nuclear na região do semiárido é iniciativa que continua cercada de inúmeros fatores de dúvida quanto à sua oportunidade, eficácia, relação custo benefício, qualidade da tecnologia a ser utilizada e sobretudo quanto aos dramáticos aspectos ambientais e de risco embutidos em um tipo de empreendimento que vários países do mundo, com desenvolvimento de ponta, estão pouco a pouco abandonando porque o problema do lixo nuclear gerado e os impactos de um acidente são simplesmente insuportáveis sobretudo para países economicamente vulneráveis como é o caso do Brasil e de sua região Nordeste.

Quanto a esse último aspecto é bom lembrar que o Rio São Francisco não tem “plano B” como estamos cansados de alertar em relação ao desastre nacional que seria o comprometimento das águas do Velho Chico caso haja novos rompimentos de barragens de rejeito de minério capazes de atingi-lo de forma irreversível. Em relação a um acidente nuclear ou até mesmo um vazamento sério de radioatividade a tragédia seria ainda maior visto que o Rio São Francisco, com a contribuição das águas dos seus afluentes, responde pela disponibilidade hídrica do Norte de Minas Gerais, da região semiárida brasileira e por nada menos do que 70% da disponibilidade hídrica de todo o Nordeste brasileiro e sua enorme população.

É de lamentar que tais iniciativas, como é recorrente há décadas, se façam sempre sob a égide de um centralismo prepotente que ignora o grande contencioso de conflito que tais empreendimentos embutem, o que, no mínimo, aconselharia aos responsáveis por tais iniciativas terem o cuidado de ouvir a todos os estados, populações, segmentos de usuários, municípios que serão diretamente afetados por obras e equipamentos dessa natureza.

Se as coisas caminhassem conforme preceitua a Lei Nacional das Águas, ou seja, a Lei 9.433, que estabelece os princípios participativos, de compartilhamento e descentralização na gestão dos recursos hídricos, o encaminhamento de propostas de teor tão polêmico seria bem diferente do que se mostra atualmente. E aí seria possível demonstrar que empreendimentos como os que estamos tratando aqui simplesmente vão na contramão do Pacto das Águas que é preciso construir na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco se quisermos, efetivamente, garantir a segurança hídrica que o Brasil vai precisar no presente século.

Além de geração hidrelétrica é preciso entender que as águas do Velho Chico atendem à irrigação, à indústria, à mineração, à agricultura familiar, à aquicultura, à navegação, à pesca artesanal, ao turismo, à prioridade das prioridades que é a captação de água para abastecimento humano e também à vida aquática tão agredida por décadas de uso predatório. Tudo isso somado às vazões que se destinarão ao Projeto da Transposição indica que a hidrelétrica e a usina nuclear precisam de um amplo, tecnicamente sólido e democrático debate antes que decisões unilaterais, que não olham a bacia como um todo, sejam tomadas à revelia da sociedade.

Anivaldo de Miranda Pinto
Presidente do Comitê Bacia Hidrográfica do São Francisco

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MÚSICA DE FÁTIMA E BIRA MARCOLINO ESCRITA HÁ MAIS DE 20 ANOS RETRATA AUSÊNCIA DOS FESTEJOS JUNINOS 2020


O São João 2020 não foi fácil para nenhum nordestino. Para os paraibanos, então, deixar de lado uma das maiores festas do estado trouxe até tristeza. Há mais de 20 anos, em 1996, Bira Marcolino, compositor paraibano, escrevia junto a irmã, Fátima Marcolino, a música Siá Filiça. Mas o fato é que nenhum dos dois jamais imaginaria que ela representaria com tanta força um mês que jamais significou "vontade de chorar". Hoje, dia de São Pedro, também haverá mais silêncio. E mais saudade.

As lives, no entanto, foram a garantia de que ao menos forró não faltaria para os amantes da festa junina. Santanna, O Cantador, e Flávio José representaram o autêntico forró pé de serra na véspera de São João, fazendo a alegria de tantos forrozeiros, assim como a cantora Elba Ramalho e tantos outros artistas.

Bira Marcolino, no entanto, é alguém que poucos conhecem, mas que merece a sua devida importância, principalmente neste ano em que o São João nos deixou escorrer pelos olhos a dor da saudade. Nascido na cidade de Prata, no Cariri da Paraíba, Bira já morou em varias cidades.

"Cadê a lenha da fogueira
Siá Filiça
Cadê o milho pra assar
Cadê aquele teu vestidinho de chita

Que tu vestia pra dançar
Cadê aquele sanfoneiro
Que eu pedia pra tocar
A canção da minha terra
Um forró de pé-de-serra
Que eu ajudava a cantar
Quando me lembro disso tudo
Siá Filiça
Me dá vontade de chorar"
A música marcou o período junino porque fez qualquer nordestino lembrar dos simbolismos que marcam essa época: o vestido de chita, o milho, a fogueira, balão e o sanfoneiro. Bira e Fátima jamais imaginariam que ela realmente fosse representar dor em algum momento.

Mas quem é Siá Filiça? Siá vem do termo "sinhá", uma espécie de abreviação. E Filiça vem de Felícia, uma senhora que morava na cidade da Prata, na Paraíba, e que todos gostavam muito de brincar com ela quando eram pequenos. Segundo Bira, ela sempre andava com uma lenha. Certo dia, ele estava com a irmã em Caruaru e pensou em "Siá Filiça", que era como chamavam Felícia, e a irmã disse que dava uma boa música.

Então começaram a escrever. Fátima Marcolino foi a autora da frase: "minha esperança ainda dorme, e eu com pena de acordar", que retrata um pouco a espera e o desejo de que a pandemia do coronavírus passe, e o São João volte a ser como era.

Quando foi escrita, muitos artistas queriam gravar a música. O primeiro foi Ezequias Rodrigues, que gravou com voz e violão. Depois veio Santanna e Ademário Coelho, da Bahia. Mas foi com O Cantador que a música fez sucesso.

Hoje, Bira tem 61 anos. Para um compositor de forró, deixar o São João morrer seria até um crime. "O São João está na veia da gente, o forró está na veia da gente. Sem São João a gente se sente fora d'água, mas não deixa de ouvir não. Eu fiz meu São João sozinho, no mato", conta.

A música foi a grande emoção da live de Santanna na véspera de São João. Quem assistiu, certamente se emocionou. Antes de cantar, disse algumas palavras: "vou me despedir de vocês com uma música... eu não vou pedir desculpa por me emocionar, porque é a emoção que move o mundo. A emoção é impressionante. Me despeço de vocês com essa canção, que é a música que melhor representa o São João este ano".

Ao fim, tirou o chapéu. Ali, estava representada a tristeza, mas também a esperança de todos se reencontrarem novamente entre público e palco, forró, xaxado e baião.

"A música foi que me escolheu, me escolheu como intérprete principal dela. Ela faz parte da minha vida. Ela foi eleita a música do São João desse ano, e o sentimento é muito grande. A gente que é sertanejo, a gente sabe o que significa uma festa junina para nós. Eu fico impressionado como a música Siá Filiça entra na vida das pessoas", relata.(Por Dani Fechine, G1 PB)
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