NOTA DE REPÚDIO: REITOR PRO TEMPORE CRIA RUPTURA NA UNIVASF

No dia 29 de maio de 2010, conselheiros da Univasf reagem a ruptura estabelecida pelo reitor pro tempore, professor Paulo Cesar Fagundes, fazendo circular nota de repúdio. Conforme publicado com ontem dia 29, o reitor pro tempore durante reunião com 67 conselheiros presentes,, de acordo com a nota, "proporcionou "um espetáculo dantesco, vergonhoso que se mostrou incompetente para conduzir uma reunião de praxe, abandonando-a sem explicações e justamente no ponto de pauta em que seria discutida a situação dos pró-reitores que tiveram os nomes rejeitados pelo Conselho Universitário e mantidos pelo Reitor temporário".

Confira na integra Nota Conselho Universitário da Unifasf:

Caros(as) colegas a universidade é um espaço público onde devem vicejar as reflexões, os conhecimentos e técnicas, em clima de normal aceitação das contradições, das diferentes visões de mundo, da liberdade de pensamento e de criação. Tem de ser, obrigatoriamente, lugar da convivência plural da sociedade pelas responsabilidades que a sua missão impõe para além das disputas de poder e acima dos interesses pessoais ou grupais. Portanto, é dever do seu dirigente respeitar as suas instâncias superiores e os sujeitos que as integram por direito, compreendendo a legitimidade de quem ali chegou por deliberação dos seus órgãos colegiados. 

O Conselho Universitário da UNIVASF reunido em sessão ordinária, no dia 29 de maio de 2020 e com 67 conselheiros presentes, vivenciou um espetáculo dantesco, vergonhoso de um Reitor Pró-Tempore que se mostrou incompetente para conduzir uma reunião de praxe, abandonando-a sem explicações e justamente no ponto de pauta em que seria discutida a situação dos pró-reitores que tiveram os nomes rejeitados pelo Conuni e mantidos pelo Reitor Pró-Tempore e proposta de nota de esclarecimento desse Conselho a ser divulgada no site da UNIVASF como direito de resposta a nota publicada pelo Reitor Temporário. Neste momento, ele deixou a sala de reuniões via conferência web da Rede Nacional de Pesquisa apenas dizendo que o expediente se encerrava às 18h e ele tinha outros compromissos, quando apenas um item da pauta tinha sido deliberado e a plenária manifestando-se positivamente para continuar o debate e deliberações, uma vez que havia quórum e um representante legal que poderia dar continuidade a reunião, o Vice Reitor, substituto natural em eventos como esse. Lamentavelmente, estamos no dizer de Eric Hobsbawm (2013, p. 9-10), vivendo na UNIVASF “Tempos Fraturados”, com a perda de rumo, uma instituição desgovernada, desorientada e com dias tenebrosos.  

A democracia e o respeito à vontade da comunidade que não elegeu essa gestão que aí chegou por imposição política, sem o voto dos atores que a constrói, estão com enormes fissuras. Essa gestão descomprometida e sem lastro democrático, desconhece o sentido público da universidade como instituição social, pretendendo anular o sujeito moral exigido pela cidadania consciente e participativa, para emergir o protecionismo, a troca de favores, o desrespeito aos Conselheiros da instância mais importante da universidade e o ódio, na tentativa de apagar o projeto civilizatório que foi construído nesses últimos anos.

Como partícipes da Educação Superior, os Conselheiros em suas diversas categorias entendem a universidade como campo de disputas de poder que envolvem ideias e lugares sociais distintos e frequentemente conflitantes, nos currículos dos cursos, nas estruturas de ensino, de pesquisa e de extensão, mas respeitando-se as regras e os instrumentos legais que regem a instituição. É da missão da UNIVASF enquanto instituição pública democrática, quando mergulhada nos encontros e desencontros do seu cotidiano, conduzir a sua política educacional com respeito às diferenças e as contradições vigentes na coletividade, assumindo suas responsabilidades na construção do bem comum.

Estamos reagindo a tamanho descalabro. Não ficaremos calados diante de tamanha afronta à Educação Pública e a toda a comunidade que a financia. 

Assinam esta carta os seguintes conselheiros do CONUNI:
Adelson Dias de Oliveira - CCISO
Alexandre Ramalho Silva - PROFMAT
Ângelo Augusto Silva Sampaio - PPGPSI
Bruno Abreu de Melo - representante discente titular
Bruno Cezar Silva - Rep Tec. ADM
Claudine Gonçalves de Oliveira- CECO
Cristiane de Queiroz Bezerra representante titular TAE
Daniel Pifano -CCBIO
Daniel Tenório da Silva- Titular Colegiado de Farmácia
Daniel Vieira de Sousa – CGEO
Denes Dantas Vieira- PPGExR
Fernando Augusto Kursancew - Representante Técnico-Administrativo
Flora Romanelli Assumpção – CARTES
Jàder Barrozo Carvalho - representante TAE
Jiovane dos Santos Gomes - Representante Discente titular
João Alves do Nascimento Júnior - Representante Docente.
Lucido Lopes de Alencar - Representante Técnico-Administrativo
Lucimary Araujo Campos – Representante Técnico-Adminsitrativo
Luis Alberto Valotta - Representante Docente Titular
Luzania Barreto Rodrigues - Titular Mestrado Profissional de Sociologia em Rede
Nacional
Marcia Bento Moreira PPGADT
Mariane Valesca de Menezes Lacerda - Representante Discente Titular
Mateus Alencar Ferreira - Representa vinte Discente Titular
Mayara Marques de Santana - Representante Discente Titular
Miguel Lino Spinelli Rabelo Neto - Rep. Téc Adm
Milton Pereira de Carvalho Filho - Representante TAE titular
Omar Dias Torres - Rep. do Público Externo
Patrícia Avello Nicola - PPGCSB
Rafael Torres de Souza Rodrigues- PPGCA
Rainer Miranda Brito -CANT
René Geraldo Cordeiro Silva Junior - Decano interino - Colegiado de Medicina
Veterinária
Sirius Oliveira Souza – CGEO
Thaís Pereira de Azevedo - CENAMB
Vanderlei Souza Carvalho – Presidente docente da SindUnivasf
Victória Maria Duarte Rangel Cunha - Representante Discente titular
Vivianni Marques Leite Dos Santos
Vladimir de Sales Nunes - Representante Discente
Wagner Carvalho Santiago – CCIVIL

Petrolina 29 de Maio de 2020. 


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CANTOR E COMPOSITOR EVALDO GOUVEIA MORRE AOS 91 ANOS EM FORTALEZA, CEARÁ

O compositor e trovador Evaldo Gouveia morreu na noite desta sexta-feira, 29 de maio, aos 91 anos.  O artista, que há alguns anos convivia com as consequências de um acidente vascular cerebral, foi contaminado pela Covid-19 e não resistiu às complicações. O cearense deixa um legado robusto e apaixonado.

Do menino de oito anos que cantava na radiadora da Praça da Estação de Iguatu ao trovador que conquistou o Brasil com palavras e melodias. Evaldo Gouveia de Oliveira nasceu em 8 de agosto de 1928 no município de Orós e desde cedo sentia que, eventualmente, conquistaria o País. “Eu ia pro pezinho do rádio e pegava a letra, o tom. Eu já nasci artista”, dividiu em entrevista às Páginas Azuis do Jornal O Povo, publicada em 16 de agosto de 2010. 

A partir de “Deixe que Ela se Vá” (1957), primeira composição de sua autoria, escreveu sentimentos e melodias intensas que reverberam até hoje no cancioneiro nacional popular e nos corações dos românticos. Entre elas, despontam “Tango de Teresa”, “Sentimental”, “Brigas”, “Bloco da Solidão e “O Trovador” - para citar somente algumas, pois entre as mais de mil composições acumulam-se sucessos.

A mudança de Iguatu para Fortaleza se deu mais para o fim da infância de Evaldo, lá para os 11 anos. Na Capital, participou de um concurso de calouros cantando “Caminhemos”, de Herivelto Martins, onde ganhou o prêmio principal. Era um prelúdio da atuação que viria alguns anos depois junto ao Trio Nagô, o começo da carreira profissional do artista. Seguiu no contato com a arte e, na certeza de que seria artista, acabou sendo contratado pela Ceará Rádio Clube, onde uniu-se a Mário Alves e Epaminondas de Souza para formar o conjunto. Foi a partir daí que alçou maiores voos e desbravou Rio de Janeiro e São Paulo. Acabaram contratados pela Rádio Nacional.

Até então, a face compositor de Evaldo Gouveia ainda não havia dado as caras. Mas em 1957, surgiu “Deixe que ela se vá”, escrita em parceria com Gilberto Ferraz. A canção chegou ao seu primeiro intérprete, Nelson Gonçalves, tendo o ator Mário Lago como ponte. Lembrando das primeiras composições, afirmou ao O POVO, sem modéstia: “É perfeição! Eu já vim derrubando os outros”. 

A modéstia não se fazia necessária, de fato. Era a realidade. Os frutos financeiros da gravação levaram Evaldo à União Brasileira de Compositores e foi lá que ele conheceu Jair Amorim, com quem travaria parceria artística e pessoal - cantada, principalmente, por Altemar Dutra: "Que Queres Tu de Mim", "Somos Iguais" e “Serenata da Chuva”, além das já citadas "Sentimental Demais", "Brigas", "O Trovador" e "Bloco da Solidão, entrou inúmeras outras”. Na avaliação de Evaldo, Altemar tinha uma voz que “se adaptava e ele cantava a dupla com amor”.

Além de Jair Amorim, outros parceiros de composições também se somaram à sensibilidade melódica de Evaldo. Entre eles, Fausto Nilo, com quem criou “Esquina do Brasil” e “Nada Mudou”. Além de Altemar Dutra, outros intérpretes de composições de Evaldo Gouveia foram, também, nomes que vão do clássico ao contemporâneo: Angela Maria, Jair Rodrigues, Anísio Silva, Maysa, Gal Costa, Elba Ramalho, Cauby Peixoto, Ney Matogrosso, Wilson Simonal, Fafá de Belém, Maria Bethânia, Zizi Possi, Emílio Santiago, Dalva de Oliveira, Agnaldo Timóteo, Jamelão, Ana Caroline, Simone. A lista é longa, não termina aí e é mais uma das provas da grandeza de Evaldo Gouveia, que pôs em palavras e melodias emoções cantadas até hoje pelo Brasil: “Romântico é sonhar / E eu sonho assim / Cantando estas canções / Prá quem ama igual a mim”.

Com 12 composições interpretadas na voz de artistas cearenses, Evaldo Gouveia ganhou homenagem em docudrama que condecora sua obra e carreira. Em noite especial para convidados, a nova temporada do projeto “Os Cearenses” teve lançamento em julho de 2019, durante evento no restaurante Cantinho do Frango. Produzido pela Fundação Demócrito Rocha com apoio do Governo do Ceará e da Assembleia Legislativa. (Fonte: O Povo) 
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SEGUNDA PARCELA DE VALE-ALIMENTAÇÃO PARA ALUNOS DA BAHIA SERÁ PAGA DIA 8 DE JUNHO, DIZ GOVERNADOR

Mais uma vez, os 800 mil alunos da rede estadual de ensino vão ter direito ao auxílio de R$ 55 do vale-alimentação. 

O governador Rui Costa fez o anúncio do pagamento de mais uma parcela do benefício estudantil durante uma transmissão nas redes sociais, no início da noite desta sexta-feira (29). 

Os estudantes poderão utilizar a quantia exclusivamente para comprar itens do gênero alimentício em qualquer mercado instalado na Bahia a partir do dia 8 de junho, quando o valor será depositado pelo Estado. 

Para pagar a nova parcela do benefício, o governo estadual investirá R$ 44 milhões, mesmo montante do primeiro pagamento feito aos estudantes, em 20 de abril, como destacou o governador. 

“Vamos concluir a entrega dos cartões já nessa próxima semana, para que o pagamento da segunda parcela seja feito direta e integralmente por meio do cartão. Portanto, quem ainda não recebeu o cartão deve entrar em contato com a escola o quanto antes já que não será possível ter acesso ao benefício indo diretamente aos mercados, como ocorreu no primeiro pagamento”, alertou. 

"Não vai ter mais credenciamento em supermercado. Vamos depositar no cartão que já está de posse dos alunos. Os que não pegaram [o cartão] ainda, ligam para a escola. É o segundo apoio aos jovens matriculados na rede estadual e, com isso, continuar ajudando", continuou o governador. (Fonte: Ascom Governo da Bahia)

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UNIVASF: REITOR PRO TEMPORE ABANDONA REUNIÃO, FECHA LINK E DEIXA CONSELHO UNIVERSITÁRIO INDIGNADO

O professor Paulo Cesar Fagundes Neves que exerce o cargo de reitor pro tempore (temporário) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), através de uma Medida Provisória que trata sobre o processo de escolha de dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) no caso específico da Univasf, a designação de reitor pro tempore ocorre em virtude do pedido de suspensão da lista tríplice à Reitoria da Univasf, "aprontou mais um ato que deixou a comunidade acadêmica perplexa".

Durante reunião com o Conselho Universitário (Conuni), o reitor pro tempore "se retirou da sessão de transmissão, sem ao menos pedir licença". A ação foi considerada uma falta de respeito com os conselheiros que participavam da reunião. A saída abrupta, segundo informações, aconteceu logo após, a aprovação da pauta sobre a transmissão via TV Caatinga das reuniões. "O reitor pro tempore fechou o link, mesmo com a sala virtual com amplo quorum".

O argumento usado pelo reitor pro tempore é que "tinha um compromisso". O Conselho Universitário é considerado o órgão máximo deliberativo. O atual reitor pro tempore vem recebendo diversas críticas da comunidade também estudantil e funcionários, desde assumiu o cargo, motivada por ação judicial.

A ação foi movida por uma das chapas que concorreu aos cargos de reitor e vice-reitor para o mandato 2020-2024, na consulta informal junto à comunidade acadêmica e à lista tríplice, tendo o Conuni indicado à Reitoria o nome do professor Telio Leite, em primeiro lugar, e dos professores Ricardo Santana e Michelle Christini, em segundo e terceiro, respectivamente.

Recentemente em meio à crise pelo novo coronavírus e sob comando interino de um reitor pró tempore (temporário), o Coronel Heitor Bezerra Leite foi nomeado Gerente administrativo do Hospital Universitário (Univasf). 

A nomeação foi publicada no Diário Oficial do dia 18 de maio e assinada pelo presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, general  da reseva do Exército Oswaldo Ferreira.

Vinculada ao Ministério da Educação e Cultura, a Ebserh administra cerca 40 hospitais universitários. Oswaldo Ferreira comandou, ao lado de Augusto Heleno, atual ministro do Gabinete de Segurança Institucional, o bunker dos generais que montou o plano de campanha de Jair Bolsonaro. Chegou a ser convidado a ser ministro da Infraestrutura, mas não aceitou e teria indicado Tarcísio Freitas.

Heitor Leite (Coronel Leite) é ex-secretário de educação de Petrolina, ex-comandante do 72º Batalhão de Infantaria Motorizado do Exército, foi candidato a deputado estadual, pelo PP, mas deixou a legenda em novembro do ano passado, para ingressar no Aliança pelo Brasil, que luta contra o tempo para ser registrado.

Pelas redes sociais a nomeação recebeu críticas. "Univasf: Democracia e Resistência. Um espaço a serviço da luta por uma Univasf democrática e que resiste ao golpe e ao saque que atualmente está submetida. Militarização e ideologização das instituições. É curioso como nossa instituição tem analogias com o governo federal... o gestor e seu militar.... apesar do discurso dizer uma coisa.. a Univasf é intensamente ideologizada e se distancia das competências técnicas".

ENTENDA: 
O Ministério da Educação (MEC) publicou no Diário Oficial a portaria nº 384, de 9 de abril de 2020 que designa o professor Paulo Cesar Fagundes Neves para o cargo de reitor pro tempore da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). O ato ampara-se na Medida Provisória nº 914/2019 que trata sobre o processo de escolha de dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes).

No caso específico da Univasf, a designação de reitor pro tempore ocorre em virtude do pedido de suspensão da lista tríplice à Reitoria da Univasf, elaborada pelo Conselho Universitário (Conuni), em novembro passado, e que está sub judice por decisão liminar do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5).

A liminar é motivada por ação judicial  movida por uma das chapas que concorreu aos cargos de reitor e vice-reitor para o mandato 2020-2024, na consulta informal junto à comunidade acadêmica e à lista tríplice, tendo o Conuni indicado à Reitoria o nome do professor Telio Leite, em primeiro lugar, e dos professores Ricardo Santana e Michelle Christini, em segundo e terceiro, respectivamente.

Em recurso apresentado por um dos citados no processo judicial em curso, o professor Telio Leite e reitor em exercício, afirma a regularidade da formação da lista tríplice elaborada pelo Conuni. Telio Leite foi vice-reitor da Univasf em dois mandatos, 2012-2016 e 2016-2020, na gestão de Julianeli Tolentino.


Uma vez que o processo sucessório definitivo ainda aguarda a definição da lista tríplice encaminhada ao MEC, o cargo de dirigente da Univasf passou a ser exercido pelo reitor pro tempore professor Paulo Cesar Fagundes Neves.


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CANTOR GENIVAL LACERDA RECEBE ALTA E DEIXA HOSPITAL APÓS SOFRER ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

Internado no Hospital de Ávila, no Recife, desde o dia 25 de maio, quando sofreu um  acidente vascular encefálico (AVE) do tipo isquêmico (clique aqui), Genival Lacerda recebeu alta hospitalar nesta sexta-feira (29).

De acordo com o boletim médico, o músico “evoluiu durante todo este internamento com estabilidade clínica e neurológica” e deixa a unidade de saúde “consciente, orientado, mobilizando os 4 membros simetricamente”. 

A recomendação é que ele mantenha o tratamento com uso regular das medicações prescritas e siga controlando fatores de risco associados, como hipertensão arterial e diabetes melitus. O médico orienta ainda que Genival Lacerda dê seguimento ao tratamento ambulatorial, “principalmente com a cardiologia e neurologia”. 

Genival Lacerda, cuja característica é bom o bom humor foi durante a fase de internamento assediado por fãs que trabalham no hospital D’Ávila, no bairro da Madalena, no Recife.

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ESTUDO MOSTRA QUE PRECONCEITOS INTERFERE NA PERCEPÇÃO DO MIGRANTE NORDESTINO

Pesquisa realizada pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP mostra que a palavra “nordestino” está impregnada de preconceito e de construções sociais que levam alguns brasileiros de outros Estados a enxergarem os migrantes do Nordeste como “seres inferiores” – crença totalmente infundada e que remete aos piores episódios de perseguição da história, tendo por base a ideologia eugenista de que supostamente a biologia poderia selecionar os “melhores” membros da raça humana.

Expressões como “cabeça chata”, designação para má aparência; “baiano” ou “paraíba”, indicativos de que alguém fez algo errado; e “mulher macho”, para mulheres paraibanas ou nordestinas, que seriam desprovidas de uma idealizada “feminilidade”, são algumas das condenáveis alcunhas que lhes atribuem valor negativo nas metrópoles do Sul e Sudeste. A pesquisa propõe uma reflexão sobre o assunto e a desconstrução dessa percepção generalista do migrante do Nordeste, fato que dificulta ainda mais a vida desse povo que muitas vezes deixou sua terra em busca de uma vida melhor.

“As migrações não devem ser estudadas apenas de um ponto de vista ou por uma via homogeneizadora porque os fluxos migratórios são sempre complexos, heterogêneos e diversos”, afirma ao Jornal da USP a pesquisadora Valéria B. Magalhães, coordenadora do Grupo de Estudo e Pesquisa em História Oral e Memória da EACH e autora de um levantamento feito a partir de pesquisas  sobre o tema, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). No levantamento, Valéria priorizou pesquisas feitas com entrevistas em profundidade, em especial as de história oral, método que vem estudando há vários anos. Segunda a pesquisadora, as entrevistas de história oral ajudam a detectar com mais precisão a complexa realidade social dos migrantes.

Segundo a pesquisadora, visões generalistas colocam no mesmo grupo dos “aqueles nordestinos”, de maneira pejorativa, todos que vieram do Piauí, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe e Bahia. Quando o fato é que “cada um desses povos traz consigo a história e a cultura peculiar de sua região”, diz.

Valéria afirma que o preconceito não acontece somente nas relações sociais do local de destino dos migrantes e dos encontros cotidianos privados, mas é reforçado por declarações ofensivas e xenofóbicas de alguns políticos que acabam por legitimar atitudes de preconceito. 

A pesquisadora lembra da visita que o presidente Jair Bolsonaro fez à Bahia, em 2019, para inauguração de uma usina em Sobradinho. Em vídeo gravado junto com um deputado o presidente justifica o aumento de sua frequência de suas viagens à Bahia: “Segunda vez que vem à Bahia, várias vezes já no Nordeste, cê tá virando um cabra da peste?”, pergunta o deputado no vídeo. “Só tá faltando crescer um pouquinho minha cabeça”, responde Bolsonaro, rindo. 

A frase se refere ao estereótipo de que o nordestino tem a “cabeça grande e chata”. Para a pesquisadora, o fato de as declarações virem do presidente só piora a situação porque ele acaba legitimando e estimulando comportamentos xenófobos da sociedade mais ampla.

Saindo da esfera pública para a privada, o estereótipo construído em torno do migrante dessas regiões brasileiras é o de um ser humano inferior, ignorante, feio e sem capacidade de exercer atividades laborais intelectualizadas. Nas grandes cidades, sobram para eles os trabalhos informais, os serviços domésticos, a fábrica e a construção civil. Segundo a pesquisadora, o preconceito pode ser percebido em todo lugar, mas foi nos bairros da Zona Leste paulistana que o estudo se debruçou e trouxe mais detalhes sobre o assunto.(Fonte: Jornal da USP Por Ivanir Ferreira)

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PROFESSORES DO CETEP SERTÃO DO SÃO FRANCISCO E ALUNOS INTERAGEM EM AULAS VIRTUAIS DURANTE PERÍODO DA PANDEMIA

Alunos da rede pública de todo o Brasil vivem a sensação de que 2020 será um ano perdido em suas trajetórias escolares. 

As aulas na Bahia estão suspensas por decreto do Governo do Estado e serão repostas, a partir da elaboração de um novo calendário escolar. A medida visa o isolamento social para conter a disseminação do novo Coronavírus no Estado. Desde o mês de abril uma portaria publicada pelo governo federal retirou a obrigatoriedade de dias letivos, mas manteve as horas mínimas em 2020.

Professores e estudantes relatam o drama da falta de estrutura necessárias para oferecer o conteúdo remoto. Quando não estão totalmente sem conexão, alunos e mestres recorrem ao improviso de aulas via redes sociais, por exemplo.

Em Juazeiro, Bahia, os professores do Centro Territorial de Educação do Sertão do São Francisco (CETEP) dão uma amostra da força de vontade e compromisso com o ensino e educação. Os coordenadores pedagógicos orientam e incentivam os professores a utilizarem as ferramentas virtuais e aplicativos que tem permitido a comunicação com os alunos.

Os professores tem contato com os alunos por diversos meios possíveis no momento e mantem as orientações necessárias e incentivo para o aprendizado.

A coordenação pedagógica do CETEP é formada pelas professoras Neila Cristina Ramos e Rosineide Carvalho. Neila, avalia que o processo não é fácil mas o vínculo, a rotina dos alunos tem sido mantidos. "Nossos recursos são escassos. Mas temos realizado um serviço e o professor dentro de suas habilidades tem buscado criar meios do contato virtual com alunos. Desse modo alguns professores tem realizado até videoconferências", disse Neila.

Um exemplo é a turma do curso Técnico em Agroecologia. O professor Luan Vitor Pereira, engenheiro agrônomo e mestrando em engenharia agrícola na Universidade Federal do Vale do São Francisco, é um dos que já enviou material da disciplina em Introdução a Agroecologia e Permacultura no WhatsApp para a turma de introdução a agroecologia e permacultura. Uma das salas de aulas criadas foi através do google.

Outro exemplo é da professora, também engenheira agrônoma, Janine Sousa Cruz, pós-graduanda que tem dialogado com os alunos através dos meios digitais.  "Tudo é muito novo e precisamos neste momento nos reinventar".

A professora Itala Gomes, formada em engenharia agronômica e mestrado na área de horticultura irrigada, avalia que é um desafio necessário. Já são dois meses sem aulas presenciais  e agora é a hora dos alunos rever todo o conteúdo já trabalhado e continuar  com o hábito da leitura focando sempre os estudos e conhecimentos", disse Itala.

Apesar do retrato da desigualdade na educação pública do Brasil durante a pandemia de Covid-19 ser desanimador, o exemplo é positivo.  Muitos alunos em contato com a reportagem do BLOG NEY VITAL, relatam que é uma questão de alfabetização digital. E que eles também muitas vezes não têm internet nem computador para estudar a distância. "É um exemplo válido e também a constatação de um alto grau de envolvimento. Os gestores e professores estão na luta, literalmente. Trabalhando muito e com muita pressão. Infelizmente muitos alunos não tem acesso a internet e daí surgem as dificuldades", diz a estudante Maria Raimunda Soares Silva. 


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