MEGA-SENA PAGARÁ HOJE PRÊMIO DE R$ 47 MILHÕES

Neste sábado, a Mega-Sena, acumulada, sorteia o prêmio de R$ 47 milhões do concurso 2.184. Também hoje  (31), a Timemania, Dupla Sena e o Dia de Sorte podem pagar, juntos, R$ 5,9 milhões e a Loteria Federal pode premiar em R$ 500 mil.

Os sorteios serão realizados no Espaço Loterias Caixa, aberto ao público e localizado no Terminal Rodoviário Tietê, em São Paulo.

Aplicado na Poupança da Caixa, o prêmio da Mega-Sena, pode render aproximadamente R$ 174 mil por mês.

O valor é suficiente para adquirir 9 apartamentos de luxo no valor de R$ 5,22 milhões cada.

As apostas podem ser feitas até as 19h de hoje (horário de Brasília) em qualquer lotérica do país e também no Portal Loterias Online (www.loteriasonline.caixa.gov.br).

As informações são da Assessoria de Imprensa da Caixa.
Nenhum comentário

BRASIL CELEBRA 100 ANOS DE NASCIMENTO DO MESTRE DO RITMO: JACKSON DO PANDEIRO

Sábado (31), festeja-se uma grande data para a música do país, em especial aquela forjada no Nordeste: o centenário de Jackson do Pandeiro. Contudo, as homenagens não se esgotam com a passagem do aniversário do artista. Acompanhando a proposta do Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), que instituiu 2019 como o Ano Cultural do Rei do Ritmo, a Instituição segue comemorando a efeméride com a execução de variadas atividades temáticas, através da Pró-Reitoria de Cultura (Procult).

O Centro Artístico Cultural, por exemplo, que anualmente efetua eventos de culminância das oficinas de Desenho e Pintura, Teatro Infantil, Teatro Adulto, Percussão, Ballet, Violão, Canto Coral, Acordeon, Sanfona de Oito Baixos, Dança de Salão, e Filarmônica, junto com os respectivos estudantes, já está preparando espetáculos que abrangem a vida e a obra do Rei do Ritmo.

O Grupo de Tradições Populares Acauã da Serra, proveniente da UEPB, também elaborou uma sequência de Coco tendo Jackson do Pandeiro como ponto de partida, conforme contou o diretor Agnaldo Barbosa. A coreografia é de Roberto Almeida, com canções de Zé Jack, segundo acrescentou.

“De setembro a novembro, a Procult desenvolve o 3° Encontro de Sanfoneiros e Tocadores de Fole de Oito Baixos e o carro chefe será Jackson”, afirmou o pró-reitor de Cultura da UEPB, José Cristóvão de Andrade. Ele lembrou que este ano inúmeras práticas capitaneadas pela Procult tiveram o artista como cerne, a exemplo do Bloco da Cinquentinha, do Forró da Resistência e do Cordel no Museu, além da exposição no Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) denominada “Jackson é Pop”. “São lançamentos de livros, cordéis, intervenções, diversas exibições artísticas, todas direcionadas a celebrar aquele que tanto orgulha a Paraíba e o Brasil. Elas congregam tanto a comunidade acadêmica quanto o público em geral”, destacou.

Andrade apontou, igualmente, eventos como o Festival de Artes e Participação Social (FARPAS), efetivado pelo Câmpus V, em João Pessoa e “O CH no Ritmo de Jackson do Pandeiro”, idealizado pelo Câmpus III, em Guarabira. “A Universidade aderiu completamente à ideia e as ações se multiplicam em todos os lugares onde ela está. Nossos artistas têm se empenhado, ensaiado, buscado músicas e inspiração no legado dele… É algo bonito de se ver. Ganham com isso todos aqueles que estão de alguma forma envolvidos com a UEPB e também o Estado inteiro é beneficiado por essa atitude louvável da Instituição, afinal nossos artistas devem ter o brilho sempre lustrado para que seu patrimônio criativo continue ecoando no nosso povo e influenciando as próximas gerações”, enfatizou.

O que sobre Jackson já se falou:
Conheça mais sobre o autor de “Sebastiana”, através de falas extraídas da biografia “Jackson do Pandeiro: O Rei do Ritmo”, de autoria de Antônio Vicente e de Fernando Moura, este último um dos curadores da área de Música do MAPP. Nas citações abaixo, artistas de renome discorrem sobre Jackson e arte dele.

“Ele era uma pessoa que estudava o que fazia. Ele não improvisava demais. Era cada coisa no seu lugar. Muito exigente. Um por um, cada músico que tocava ele sabia o que fazia e sabia o que queriam que fizessem. Era uma pessoa que tinha consciência de toda orquestração ao seu redor. Era um homem de orquestra. Para mim, ele foi um mestre”. [Geraldo Azevedo]
“Com Jackson, aprendi a dividir melhor, a cantar com mais ritmo, a valorizar as palavras, inflexões, a quebrar… Essa coisa do ritmo foi o convívio com Jackson. (…) Depois dele, comecei a cantar mais forró, porque antigamente eu pegava minha música e colocava muito rock dentro. Claro que era música de raiz, totalmente nordestina, mas os ataques e a bateria eram pesados demais, não cabendo muito suingue. A partir dele, veio o suingue da minha música”. [Alceu Valença]

“Logo que comecei a gravar, conheci o Jackson pessoalmente. Já era sua fã, desde os velhos tempos de forró em Campina Grande. Sabia da sua fama e ouvia suas músicas nos programas, no rádio em que meu pai mantinha ligado todo dia. Ele e Almira arrasavam. Adoro sua parceria com Rosil Cavalcanti. Bom, nos primeiros trabalhos como cantora, Jackson sempre comparecia. Tocava pandeiro em todos os forrós e me dava muitas dicas, sempre preocupado com o ritmo, como dividir, se tornando, enfim, um grande amigo. (…) Jackson, nosso pequeno grande gênio, era um homem muito simples, mas de força e caráter surpreendentes. Humilde no seu jeito de ser e compartilhar a vida e a música, não ostentava nenhuma vaidade ou egocentrismo. Era simples mesmo, normal, humano”. [Elba Ramalho]

“Eu estava acostumado a tocar com pandeiristas, mas com Jackson foi uma coisa diferente. Foi o primeiro pandeirista que realmente me impressionou”. [Sivuca]

“Ele é uma pessoa que vai estar eternamente na minha cabeça e na do povo brasileiro. Enquanto eu estiver vivo, vou levar o nome dele”. [Hermeto Pascoal]

“Jackson foi um cara que a natureza favoreceu, né? Ele ultrapassou a barreira do som. Eu nunca vi aquilo, não. Era um gênio, um fenômeno, ultrapassou o limite… E ele não gostava de humilhar ninguém, era um cara muito humilde, procurava ajudar a Deus e o mundo”. [Bezerra da Silva]
“Não conheci ninguém que tivesse o ritmo, a afinação, o carisma e a cara do Nordeste que ele tinha. Ele era muito nordestino. Demais”. [Chico Anísio]

“Excepcional e originalíssimo”. [João Gilberto]

“Aprendi muito com o jeito dele cantar. Foi um dos meus professores. (…) Tinha um suingue incrível”. [Gal Costa]

“Pela parte que me toca, por aquilo que o tropicalismo significava para mim, significou para mim, inclusive essa coisa de chamar a atenção para a discussão da música estrangeira em geral, essas coisas todas no Brasil, nesse sentido para mim, o Jackson poderia muito bem ser um pré-tropicalista”. [Gilberto Gil]

“Acredito que Jackson foi o mais tropicalista de todos os compositores de nossa MPB, porque não tinha medo das informações externas e, embora conhecesse muita coisa de música estrangeira, via sempre uma predominância da música brasileira sobre as outras. Para ele, o coco era uma espécie de célula-mãe de todos os outros ritmos”. [João Bosco].

Fonte: UEPB

Nenhum comentário

VI ENCONTRO NORDESTINO DE ARBORIZAÇÃO URBANA COMEÇA NESTE DOMINGO EM PETROLINA

Com a temática "Paisagismo e Ecologia – Tecnologias para Arborizar as Cidades do Semiárido", será realizado em Petrolina o VI Encontro Nordestino de Arborização Urbana (ENAU). A programação inicia na manhã deste domingo (1º), no Parque Josepha Coelho, com o Workshop de Escalada em Árvores e a distribuição de mudas de árvores nativas. A partir de segunda-feira (2) e até o dia 4 de setembro, toda a programação de minicursos, palestras, apresentação de trabalhos científicos e de extensão, premiações e lançamentos acontecerá na Fundação Nilo Coelho. 

O objetivo do ENAU é ampliar e despertar em toda a sociedade nordestina, com destaque para o Submédio São Francisco, o interesse pela recuperação, preservação e implantação de áreas verdes urbanas, indispensáveis para o bem-estar de todos. Entre os realizadores do evento, estão a Sociedade Internacional de Arboricultura, a Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, a Embrapa Semiárido, o IF Sertão-PE, a Univasf, a Uneb e a Prefeitura Municipal de Petrolina.

Concebido para atender a profissionais e estudantes de diferentes setores, lideranças da sociedade civil, pessoas da iniciativa pública e privada e demais interessados na temática, o evento será um marco na difusão de informações técnicas e novas possibilidades para a arborização das cidades. Mais informações podem ser conferidas no site do evento: http://enau2019.com.br.
Nenhum comentário

JACKSON DO PANDEIRO COMPLETA 100 ANOS NESTE SÁBADO (31)

Neste sábado, dia 31 de agosto, José Gomes Filho, que entrou para a história da música brasileira cantando, dançando e batucando em um pandeiro, com o nome Jackson — que tirou do ator e caubói Jack perrin, seu ídolo nos filmes de faroeste — completa 100 anos.

Discípulos como Gilberto Gil, Lenine, Alceu Valença e Geraldo Azevedo falam de sua importância e de como um menino pobre de Alagoa Grande, no brejo paraibano, conseguiu traduzir o Nordeste para o Brasil de forma semelhante ao que Dorival Caymmi fez em relação à Bahia.

"Jackson tocava no pandeiro dele qualquer música dos Beatles, fazendo na base um coco, e provava que, assim como o reggae, o coco tem essa capacidade de ter alma própria", descreve o pernambucano Lenine, que compôs “Jack soul brasileiro” em homenagem o mestre.

Mas o nome artístico que Jackson adotou não foi aprovado pela mãe, como revelado no livro O fole roncou! Uma história do forró (Editora Zahar), de Carlos Marcelo e Rosualdo Rodrigues. "Mas é isso mesmo... Eu batizo um filho com nome de José, e vem o diabo trocar o nome para um tal de Jack que eu não sei de onde saiu nem por onde entrou!", disse a mãe.

Criado em 2008, o Memorial Jackson do Pandeiro, em Alagoa Grande, Paraíba ocupa um casarão azul com janelões. O visitante encontra parte da discografia, instrumentos tocados ou fabricados por Jackson, o violão que ele tocou assinado por Juscelino Kubitschek, roupas da esposa Almira Calixto; fotos históricas, como o registro do encontro dele com Luiz Gonzaga, cordéis e revistas, recortes de jornais e vídeo contando a história dele.

Entre tantas preciosidades, o visitante pode ouvir o primeiro LP de Jackson, gravado em 1953 em 78 rotações, com os sucessos que apresentaram Jackson.

O disco na vitrola irradia a música de Jackson para todo o Brasil. "Pra gente é uma satisfação enorme saber que um filho de Alagoa Grande, que era negro, nasceu pobre lá no engenho, afastado até da cidade, conseguiu pelo seu talento e seu esforço mudar a música no mundo", analisa Marcelo Félix, secretário da Cultura e Turismo de Alagoa Grande. Jackson foi casado três vezes. A última esposa foi Nelza, que atualmente vive em João Pessoa.

Jackson viveu infância pobre, mas, desde muito cedo, se encontrou na música levado pelas mãos da mãe cantadora de coco. Depois da morte do pai, foi com a mãe para Campina Grande, em 1930, cidade economicamente pujante, no início do século 1920, pela exportação de algodão, o ouro branco. 

Antes de se tornar músico profissional, Jackson teve outras ocupações. Trabalhou com entregador de pão e ajudante em padaria. Quando decidiu se dedicar exclusivamente à música, teve oportunidade de tocar bateria, mas escolheu o pandeiro. "Baterista vou ser o segundo, o terceiro [instrumentista], eu quero ser o primeiro. E realmente ele conseguiu com o pandeiro", revela Fernando Moura.

O biógrafo lembra que, em Campina Grande, Jackson entrou em contato com a "sonoridade planetária". "Campina era muito pulsante economicamente, devido ao algodão. Então passava orquestras de todo o mundo por lá, big bands. Vinham para Recife, depois iam para Campina Grande. Ele participou de tudo isso, vivenciou e tocou", conta.

Depois, mudou-se para João Pessoa e conviveu na Rádio Tabajara com a geração herdeira de Severino Araújo, o grande maestro da Orquestra Tabajara. Jackson também foi para Recife para inaugurar a Rádio do Jornal do Commercio, em 1948. "Participou de diversos grupos, diversas formações. Montavam as orquestras e dividiam os grupos para os programas variados durante o dia. Era tudo ao vivo.

"Campina era muito pulsante economicamente, devido ao algodão. Então passava orquestras de todo o mundo por lá, big bands. Vinham para Recife, depois iam para Campina Grande. Ele participou de tudo isso, vivenciou e tocou"
Fernando Moura, coautor da biografia Jackson do Pandeiro: o rei do ritmo

Em 1953, lançou Sebastiana, até contrariado. Era uma revista de carnaval, ele queria cantar uma marchinha, um frevo. Mas o diretor do programa disse que estava com a intuição de que ele deveria cantar um coco, herança de sua mãe. Ele foi e cantou. Foi um tremendo sucesso. Ele escolheu na rádio uma atriz chamada Luíza de Oliveira. Na hora do a, e, i, o, u, y, ela deu uma umbigada nele e a plateia foi abaixo", recorda Fernando.

Jackson do Pandeiro esmaece a fronteira entre música regional e nacional com sucessos que foram muito populares. "Jackson pode ser percebido como figura que vai mesclar, amálgama mesmo, o que é música nacional e o que é música regional. Ele elucida, coloca as cartas na mesa: a cultura popular e a música popular não têm como ser cristalizadas em conceitos criados academicamente. Ela é múltipla, ela é caleidoscópica nesse sentido. Ela foge das categorias", afirma a pesquisadora Manuela Fonseca Ramos, que fez a dissertação "Na levada do pandeiro: a música de Jackson do pandeiro entre 1953 e 1967".

A trajetória e a obra de Jackson são apresentadas na exposição Jackson do Pandeiro – 100 anos, em exibição no Museu dos Três Pandeiros, um imponente prédio planejado por Oscar Niemeyer, em Campina Grande, Paraíba. As músicas dele encantam quem as ouve e a sua obra se apresenta por si só. No entanto, Jackson tem a seu favor defensores de peso. Músicos geniais tanto quanto ele devotam reconhecimento ao paraibano e destacam como foram influenciados por ele: João Gilberto (1931-2019), Gilberto Gil, Alceu Valença, Lenine e João Bosco, entre outros.

A lista é enorme. "Costumo dizer que todos os grandes gênios estão à frente do seu tempo. Geralmente, não são compreendidos no período em que estão. Eles têm olhar muito na frente", diz o músico e produtor Sandrinho Dupan, curador da exposição.

Jackson era artista inquieto: com obra vasta, gravou 435 músicas, passeou por 25 ritmos. "Era um artista inquieto em questão rítmica, mas essa inquietude é muito boa. Ele passeou desde ritmos como o twist, o samba – foram mais de 100, marchinhas de carnaval, maracatu, toadas. Ele deixou um legado muito grande", afirma. 

A versatilidade rítmica de Jackson, que encantou os expoentes da Tropicália, conquista novas gerações, que encontram no artista uma fonte sem-fim de possibilidades musicais. "Conquista primeiro pela questão da habilidade musical, a questão rítmica. Segundo pelos textos contemporâneos das letras sobre vários aspectos", afirma Sandrinho.

"O Jackson foi a figura mais completa trafegando pela música brasileira: tocou samba, twist, coco, forró, samba jazz, entre vários outros gêneros. Também tocou com Dominguinhos, Gal Costa", lembra 

Até os 35 anos Jackson não sabia ler nem escrever. Aprendeu com a segunda mulher, Almira. Mas era genial em termos musicais. Tocou diversos instrumentos e inovou na divisão rítmica. "João Bosco deu um exemplo bem feliz: falava, para o leigo entender, que o cantor normal era um passageiro que estava na estação. O trem chegava, ele entrava e seguia a viagem. Jackson era um passageiro que estava na estação. O trem chegava, ele entrava, mas, depois, ele estava dentro. Ele brincava com essa coisa de elasticidade do tempo. Conseguia deixar a coisa acelerar e depois pegar. Ele conseguia atrasar e depois chegar no tempo certo", explica Sandrinho.

Jackson buscava inspiração em múltiplas fontes e a religião era um manancial para ele. A sonoridade dos terreiros de candomblé ou a filosofia do Universo em desencanto. "A fase racional foi momento bem importante. Momento que teve interação maior com religiosidade, assim como Tim Maia e vários artistas no Brasil tiveram. Ele participou desse momento e podemos perceber nas letras: falava da salvação, mãe natureza. Fica bem evidente no disco Alegria minha gente, que também é título de uma música", diz Betinho Lucena, do grupo Os Fulanos.

Os afros batuques também aparecem na obra. "Jackson coloca os afro batuques. Pega totalmente o nosso som mais primitivo, a questão da África, tudo que envolveu os batuques", completa. Essa fase foi apresentada em show preparado por Cabruêra e Os Fulanos, que abriu o Festival de Inverno de Campina Grande, que, neste ano, homenageia o músico de Alagoa Grande.

Jackson e Luiz Gonzaga os dois reis:
A Região Nordeste deu à música brasileira Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, e Jackson do Pandeiro, o Rei dos Ritmos. Mas como foi a convivência entre dois reis nesse território? Como cada um participou da criação desse Nordeste imaginário? Há quem diga que não eram amigos. Mas a melhor posição sobre a relação dos dois é definida pelo secretário de Cultura e Turismo de Alagoa Grande – terra natal de Jackson –, Marcelo Félix: há um pouco de verdade e há um pouco de lenda sobre a desavença dos dois.

Carlos Marcelo e Rosualdo Rodrigues, em O fole roncou! Uma história do forró, narram o encontro de Jackson com Gonzaga no programa de rádio que Jackson apresentava com Adelzo Alves. O Rei do Baião chegou de maneira inesperada, trazendo frisson ao auditório, onde estavam Abdias, Zé Calixto, Nelza, Cícero e Tinda. O encontro foi descrito assim:

"Chegou para o operador de áudio e avisou:
– Bota todo bloco comercial pra frente e deixa o maior espaço para o Gonzaga.

Jackson então virou-se para Adelzon e perguntou:
– E quem é que vai apresentar Gonzaga?

– Você! Não te falei que o programa é teu e que eu sou só a escada? Eu só levanto a bola, você que faz gol!

Jackson demonstrou preocupação. Mas chamou o Rei do Baião, que, do alto de sua majestade, já entrou no ar munido de sua sanfona e gritando o nome do anfitrião:
– Jaaaaaackson!"
Nenhum comentário

MAIS DE 1300 HOMENS DO EXÉRCITO CONTRA AS QUEIMADAS NO SUL DO AMAZONAS, RONDONIA E ACRE

Mais de 1.300 homens do Exército participam, no Acre, Rondônia e Sul do Amazonas, da Operação Verde Brasil. O Comando Militar da Amazônia (CMA) deu início no último domingo, 25 de agosto, à operação que está distribuída entre duas forças-tarefas para conter as queimadas na Amazônia: uma voltada para Rondônia e Acre e outra para o Sul do Amazonas. Inicialmente, o Amapá, que compreende a área de atuação do comando, não é citado nas ações.

No momento, segundo o departamento de comunicação do CMA, todas as atenções estão voltadas para Rondônia, que sofre com os principais focos de incêndio na região amazônica. No Sul do Amazonas, que registra grande número de queimadas, as ações serão intensas ao longo da próxima semana.
Nenhum comentário

AS CHAMAS QUE ESTÃO QUEIMANDO O BRASIL SÃO DA INTOLERÂNCIA DO PRESIDENTE JAIR BOLSONARO

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL–RJ), tem uma imensa coleção de pronunciamentos sem pé nem cabeça, como diz o dito popular para descrever uma coisa absurda. Mas a afirmação de que as ONGs estão por trás dos incêndios que vêm assolando os estados do Centro-Oeste e do Norte merece um destaque. Mais ainda: “Dinheiro no bolso de ‘ongueiro’ não combate incêndio”, frase dita pelo presidente. Por que as ONGs, em especial as ligadas à preservação do meio ambiente, são tão odiadas pelos exploradores clandestinos de florestas, reservas minerais e recursos hídricos? A resposta é simples.

As ONGs dão capilaridade à vigilância da preservação ambiental. Por menor que seja a localidade, ou mais afastada que esteja das cidades, lá sempre tem alguém ligado a uma ONG que sabe quem é quem na exploração ilegal dos recursos naturais. Essa capilaridade é fundamental para orientar os serviços oficiais de controle, tipo Ministério Público Federal (MPF) ou Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e Renováveis (Ibama). Em um país continental como o Brasil, não tem como os órgãos de fiscalização oficiais estarem em todos os cantos.

Essa é a realidade. E não é por outro motivo que os repórteres envolvidos com cobertura de meio ambiente e outros conflitos, como a disputa entre garimpeiros e índios, procuram o pessoal ligado a ONGs para saber o que está acontecendo. Desde 1980, viajo pelos estados do Centro-Oeste, principalmente Mato Grosso, e do Norte, Amazonas e Roraima, buscando histórias para contar. No final dos anos 1990, percorri várias cidades do interior do Pará e do Amazonas fazendo uma reportagem sobre a instalação de madeireiras asiáticas na região. As informações que consegui com pessoas ligadas a ONGs foram fundamentais para dar um quadro fiel e detalhado da presença deles.

Em 1993, estive na fronteira de Roraima com a Venezuela, onde índios Ianomâmis foram massacrados por garimpeiros. As informações sobre o episódio do pessoal ligado a ONGs eram muito mais precisas e completas do que as das autoridades. Também fiz matérias do que aconteceu em 2004, em Rondônia. Os índios Cintas-largas massacraram 24 garimpeiros. Na ocasião, as ONGs sabiam mais detalhes do que tinha acontecido do que a Polícia Federal (PF). Nos mares do Rio Grande do Sul, fiz uma reportagem sobre pesca ilegal — barcos catarinenses praticam a pesca de arrastão (uma rede estendida entre dois pesqueiros leva tudo pela frente). As ONGs tinham dossiê sobre o assunto.

Há muitos anos que, nessa época, os incêndios nos estados do Centro-Oeste e do Norte são intensos. Já foram mais. Lembro que, no final dos anos 1980, em cidades como Sinop (MT), era difícil respirar, de tanta fumaça. Foi a pressão das ONGs que conseguiu diminuir sensivelmente os incêndios. Nos anos 1970 e 1980, essa região era conhecida como fronteira agrícola e foi povoada por agricultores do Sul do Brasil, principalmente do Rio Grande do Sul. Conheço profundamente a situação, pois escrevi três livros sobre o povoamento dessas fronteiras: Brasil de bombachas (1995), O Brasil de bombachas – As novas fronteiras da saga gaúcha (2011) e De pai para filho na migração gaúcha (2019).

A maioria dos agricultores ocupa a terra todo o ano — soja, milho, algodão e pastagem. Portanto, não usa fogo. Liguei para várias pessoas nessas regiões para saber se tinham visto alguém ligado a ONGs com uma caixa de fósforo na mão, colocando fogo. Ninguém viu nada. O que me falaram foi que as condições climáticas deste ano — tempo seco — alastraram os focos de incêndio, que, tradicionalmente, nascem à beira das estradas. E também relataram que vem crescendo a presença de madeireiros clandestinos na divisa do Mato Grosso com o Amazonas. Eles derrubam a mata e queimam o resto.

É importante que o jovem repórter que trabalha em redação fique atento para o seguinte. Se não fossem as ONGs, já teria acontecido, no Brasil, o mesmo que houve nas florestas asiáticas: foram derrubadas pelos madeireiros. No Brasil, isso não aconteceu graças a pessoas como Chico Mendes, morto em uma tocaia em Xapuri (AC), em 1988 — a história está disponível na internet. Essas ONGs reúnem gente de todos os cantos do mundo. Eu tenho 68 anos, quarenta e poucos de repórter, e conheço muitas delas. São pessoas sérias que têm um compromisso político com a preservação ambiental. Elas não lutam pelo dinheiro, mas pelo amanhã do mundo. É simples assim.

*Carlos Wagner é repórter.
Nenhum comentário

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS LANÇA A DÉCADA DA AGRICULTURA FAMILIAR

O presidente da CONTAG, Aristides Santos, e o vice-presidente e secretário de Relações Internacionais da CONTAG e presidente da Confederação das Organizações de Produtores Familiares do Mercosul (Coprofam), Alberto Broch, participam nesta semana do lançamento da Década da Agricultura Familiar na região da América Latina e Caribe, realizado na República Dominicana.

Recentemente, a Assembleia da Organização das Nações Unidas aprovou a promoção da Década da Agricultura Familiar entre os anos 2019-2028. Trata-se de uma iniciativa com o objetivo de renovar o compromisso mundial com a agricultura familiar – setor que pode contribuir significativamente para o sucesso da Agenda 2030 de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, uma vez que se relaciona com questões de preservações do meio ambiente, de saúde e nutrição, de combate à pobreza e desigualdade.

Participam do lançamento regional da Década da Agricultura Familiar mais de 20 delegações da América Latina e Caribe, compostas por ministros da Agricultura dos países da região ou representantes de instituições governamentais vinculados à Agricultura Familiar, assim como representantes de organizações da agricultura familiar – como a Coprofam, a Cloc-Via Campesina, entre outras –, organizações de jovens, mulheres e povos indígenas, parlamentares, e também representantes de instituições acadêmicas, do setor privado empresarial e cooperativo, funcionários de organizações não-governamentais e de agências e organizações do sistema das Nações Unidas.

O principal objetivo do evento é promover e construir de forma participativa os acordos necessários para a implementação da Década da Agricultura Familiar. Para Alberto Broch, trata-se de uma importante oportunidade de fortalecer a agricultura familiar em nosso continente. “É um evento muito importante e temos grande expectativa de sucesso”, afirma o dirigente.

De acordo com Aristides Santos, “nesse cenário em que predominam governos mais conservadores na América Latina, nossa expectativa é que estes reassumam compromissos em defesa da agricultura familiar, tratando também de questões climáticas e de desenvolvimento sustentável. É um debate importante para convencê-los a rever parte das agendas conservadoras em que predominam os interesses do capital em detrimento dos interesses da agricultura familiar”.

Fonte: Contag
Nenhum comentário

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial