Minas Gerais: Rádio Inconfidência AM será extinta

O governo de Minas vai acabar com a Rádio Inconfidência na frequência AM. A Inconfidência AM é a rádio mais antiga de Minas, tem 82 anos e o sinal da emissora chega a todos os municípios mineiros. Ficou conhecida como "Gigante no ar".  

A informação foi confirmada pelo secretário da Cultura Marcelo Matte, em cerimônia dos novos dirigentes do setor no Palácio das Artes. 

“Num prazo adequado, com planejamento, cuidado, preservando conteúdos relevantes, terá de ser extinta como todas as grandes redes de rádio já fizeram. Abandonaram a faixa AM porque isso é uma imposição legal”, disse Matte ao ser questionado sobre o possível fim da Inconfidência AM.

O caso será assunto de duas reuniões nesta sexta-feira, segundo o Sindicato dos Jornalistas, que alega que o governo pretende demitir concursados ilegalmente. As demissões chegariam a um terço do quadro. 

De acordo com funcionários da Rádio Inconfidência, que preferiram não se identificar para evitar retaliações, o temor é porque a maior parte dos concursados está lotada na emissora AM. A transferência foi ocorrendo em gestões passadas e teria sido feita para dar espaço para a contratação de comissionados na FM. Há ainda o temor de que isso seja o início de um desmonte da emissora pública. 

 “O clima é de tristeza e muita revolta, porque nós fizemos concurso dentro do que a lei exige e nossos salários estão abaixo do mercado. Os comissionados, não só da rádio, mas de todo o estado, são muito melhor remunerados e não faz sentido querer fazer economia com quem já não representa tanto custo assim”, disse um servidor.

A Inconfidência AM é a rádio mais antiga de Minas, tem 82 anos e o sinal da emissora chega a todos os municípios mineiros. Ficou conhecida como "Gigante no ar". 

No evento, o vice-governador Paulo Brant disse que todos os equipamentos culturais do estado serão mantidos, mas “transformados e melhorados”. 

O governo de Minas foi questionado sobre as possíveis demissões na Infonfidência mas ainda não se manifestou sobre o assunto. 

O novo presidente da Rádio Inconfidência, Ronan Scoralick, apresentou ao secretário de Estado de Cultura e Turismo, Marcelo Matte, nesta quinta-feira, 4/04, um diagnóstico geral da emissora, junto a uma proposta de planejamento estratégico e orçamentário para a gestão da emissora nos próximos anos.

O diagnóstico mostra que a rádio enfrenta um passivo de quase R$800 mil e ainda não conta com um plano de captação de receitas externas. Apesar da instituição ter um modelo jurídico que permita essa captação, nunca foi feito um trabalho incisivo com esse objetivo.

O passivo da rádio já está sendo liquidado, a partir da retomada do orçamento de custeio da instituição, possível após negociação entre as secretarias de Estado de Planejamento e Gestão, de Fazenda e de Cultura e Turismo. O governo entendeu que a captação de recursos externos é um norte de gestão, mas deverá ser feita de forma gradual, e que é preciso garantir os recursos de custeio enquanto a instituição se prepara para aderir a um novo modelo de sustentabilidade econômica.

A secretaria acredita no potencial da rádio de captar recursos, seja na iniciativa privada ou mesmo em órgãos do poder público, já que a instituição tem credibilidade e qualidade de programação. O planejamento da nova gestão inclui o reforço do setor de captação, que poderá ampliar os horizontes de atuação da emissora, ao permitir que a mesma diminua gradativamente sua dependência do tesouro estadual. A proposta do presidente da rádio é ampliar em 20% a arrecadação ainda este ano e chegar a 100% do valor de custeio da emissora até o final de 2020.

Outra questão apresentada no diagnóstico da rádio refere-se à frequência AM, que vem apresentando uma série de problemas técnicos e financeiros. A questão está inserida em um processo de mudança tecnológica nacional da radiodifusão. O ano de 2023 foi o prazo máximo estipulado pelo Governo Federal para o fim da TV analógica no Brasil, como condição para a existência da faixa estendida de FM. Como 97% das emissoras do país já solicitou a migração, a tendência é que a faixa AM entre no ostracismo, o que já vem acontecendo em grande parte dos estados. No caso da Rádio Inconfidência, os equipamentos da AM estão sucateados e faltam peças de reposição no mercado.

Além do alto custo e dificuldade de reposição, a frequência apresenta uma queda gradativa de audiência, devido às mudanças de hábitos das pessoas e à qualidade ruim do sinal. Com isso, a manutenção do sinal torna-se algo inviável, semelhante ao que significaria manter o sinal analógico de uma TV. O que não faz sentido diante da inovação tecnológica atual.

De acordo com o exposto, a Presidência da rádio tomou a decisão de interromper o sinal AM da emissora. Os programas exclusivos dessa faixa estão sendo analisados, para uma possível manutenção na grade do FM. É o caso do programa Trem Caipira, que passará por adequações, mas continuará existindo na FM. A proposta da nova gestão é manter o espaço para a música tradicional de raiz, estilo que tem a cara de Minas Gerais e está presente em diversas regiões do estado.

A ideia é fortalecer a presença da música tradicional mineira na rádio, mas buscar inovação no formato de sua apresentação. Em 2018, a viola foi reconhecida pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais como patrimônio imaterial do estado. Existem mais de 1.500 violeiros cadastrados pelo Instituto, que são fonte importante da nossa cultura e sempre terão espaço na Rádio Inconfidência. Mas sua apresentação pode ser pensada dentro de uma perspectiva mais atual, inclusive porque é tradição da comunicação pública mineira ser inovadora.
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Pesquisadores, ambientalistas e produtores rurais lutam para salvar de extinção árvore que deu nome ao Brasil: o pau-brasil.

Pesquisadores, ambientalistas e produtores rurais lutam para salvar de extinção árvore que deu nome ao Brasil: o pau-brasil.

Na segunda-feira (22), o Brasil comemora 519 anos e, segundo pesquisadores, apenas 7% do território brasileiro é tomado pela árvore.

Diante do risco de extinção, ao lado de ambientalistas e apoio de produtores rurais, pesquisadores lutam para reverter a situação.

Os produtores pensam nos benefícios ambientais do plantio da árvore, mas também olham para o futuro e visualizam a rentabilidade, já que o metro cúbico do pau-brasil custa R$ 10 mil.

Porém, os produtores precisam esperar, já que o pau-brasil é vendido como madeira nobre quando atinge 25 anos. A madeira pode ser usada na fabricação de arcos de violinos e móveis, entre outras utilidades.

De acordo com Juliana Rocha, engenheira ambiental e pesquisadora da Universidade Federal do Sul da Bahia (Ufsb), estudos sobre o plantio do pau-brasil podem mostrar aos produtores rurais que é possível plantar essas árvores mesmo em áreas onde já existe uma plantação como a do cacau, por exemplo.

"São duas espécies de grande valor econômico, social e histórico, tanto o cacau quanto o pau-brasil. Então o nosso objetivo é garantir que essa madeira vá crescendo aqui, em quantidade e qualidade adequados", disse a pesquisadoras.

Durante a pesquisa, a plantação de pau-Brasil de uma fazenda na cidade de Ilhéus, também no sul da Bahia, chamou a atenção dos estudiosos.

Há 519 anos, a árvore era tão abundante no país que acabou sendo fonte de inspiração para nomear o território nacional. A pesquisadora conta que a estimativa é de que o pau-brasil ocupava mais de um milhão de metros quadrados do Brasil. Atualmente, apenas 7% do território brasileiro é tomado pela árvore.

"Fazer esse plantio, esses sistemas agroflorestais, também agregam valor ecológico principalmente porque essas florestas tropicais elas contribuem com o estoque de carbono, onde se tem mais biomassa florestal, muito valor ecológico", explicou Juliana Rocha.

Uma fazenda de Ilhéus possui aproximadamente mil pés da espécie. O plantio da árvore é incentivado pelo Instituto Floresta Viva por meio do Projeto Pau Brasil. As mudas são doadas pelo instituto e saem do viveiro que fica em Uruçuca, também no sul da Bahia.

As sementes da espécie germinam muito rápido, por isso, elas são colhidas por membros do instituto ainda nas árvores ou logo depois de caírem do pé. A partir daí, elas são plantadas com substratos em estufas, onde ficam por um ano antes de serem doadas aos produtores.

"O viveiro do Floresta Viva tem uma estrutura de árvores matrizes, que são árvores que produzem sementes para atender nossa necessidade. Então a gente tem aproximadamente 1.500 árvores identificadas na região como árvores matrizes, em 60 propriedades rurais e que nos trazemos diferentes espécies para cá. Cerca de 80 espécies estão sendo produzidas aqui não apenas espécies para fins madeireiros mas também para fins de recuperação de floresta", explicou Rui Rocha, presidente do instituto Floresta Viva.

O principal objetivo do projeto é incentivar o plantio do pau-brasil como atividade econômica.

"O pau-brasil pode-se dizer que é a madeira mais nobre das madeiras tropicais do mundo. Primeiro porque ela é muito rara, segundo porque o uso dela é absolutamente nobre. Temos uma parceria com pessoas que produzem violino e eles têm interesse de que no futuro os produtores rurais possam produzir a madeira do pau-brasil para atender a necessidade desse instrumento musical. A melhor madeira para fazer o pau do violino é o pau-brasil e ela está em extinção. Temos que difundir essa espécie não apenas para fins econômicos, mas também para fins ecológicos", concluiu Rocha.

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Senhor do Bonfim: Aluno do curso de soldado da PM é atingido por disparo acidental de colega e morre

Um aluno a soldado da Polícia Militar foi atingido por um tiro, disparado acidentalmente por um colega, e morreu na manhã deste domingo (21), na cidade de Senhor do Bonfim, no norte da Bahia. As informações são da Polícia Militar.

De acordo com a PM, o caso ocorreu por volta das 8h, durante a passagem de serviço, no Núcleo de Formação da Polícia Militar da cidade.

A polícia não detalhou a identificação do rapaz que morreu, nem do que teria atirado acidentalmente. Disse, apenas, que conforme informações iniciais apuradas no local, um aluno de serviço manuseava a arma quando atingiu acidentalmente o outro.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado para prestar os primeiros socorros, mas quando chegou ao local o aluno já estava morto.

A PM informou, ainda que os procedimentos iniciais para apurar o caso estão sendo realizados pelo comando do 6º Batalhão de Polícia Militar (BPM) e pelo Comando de Policiamento Regional Norte (CPRN). O Departamento de Polícia Técnica (DPT) foi acionado para realizar perícia.

A equipe do Centro de Valorização do Policial Militar (Cevap), da região norte, está acompanhando os familiares do militar.

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Nova etapa da Campanha contra a Gripe começa nesta segunda-feira (22)

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe entra em uma nova etapa na próxima segunda-feira (22) em todo o país. A primeira fase, que teve início em 10 de abril, vacinou crianças, gestantes e puérperas. A partir da próxima segunda, o Ministério da Saúde abrirá ao restante do público-alvo.

Dessa forma, poderão receber a vacina trabalhadores da saúde, indígenas, idosos, professores de escolas públicas e privadas, pessoas com comorbidades e outras condições clínicas especiais, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas, funcionários do sistema prisional e pessoas privadas de liberdade.

De acordo com o ministério, 41,8 mil postos de vacinação estão à disposição da população. Além disso, 196,5 mil profissionais estão envolvidos, bem como a utilização de 21,5 mil veículos terrestres, marítimos e fluviais.
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Chuva em parte do Nordeste deu esperança aos agricultores

Em outras áreas do Nordeste, a chuva representa esperança pro campo. Mas a preocupação é que o volume pode acabar não sendo suficiente pras plantações, como mostra a repórter Beatriz Castro.

Os temporais que produziram inundação numa das regiões mais pobres do país também trazem uma boa notícia. É só chover e a natureza reage depressa. A caatinga cinzenta mudou de cor. É verde a perder de vista. 

O pasto voltou a crescer e a água da chuva encheu pequenos reservatórios. Num cenário assim, o agricultor não espera para plantar.

Mas não se engane com toda essa exuberância. É a seca verde que está de volta. Ela engana os olhos. Ilude os agricultores com uma falsa esperança.

“Pode ter chovido muito num curto espaço de tempo. Isso vai fazer com que a vegetação cresça ali naquele período, mas ela não continue crescendo porque você não teria mais esse aporte de chuvas nos próximos dias ou próximo mês”, explica Vinícius Gomes, meteorologista da Agência Pernambucana de Águas.

Num mesmo município, chove num local e não chove no outro. Muitas vezes a chuva é concentrada em pouco tempo.

As mãos do Seu João estão calejadas. Ele trabalhou duro para preparar a terra. Mas se a chuva não continuar, o esforço terá sido em vão. “Perde o trabalho, perde tudo”, conta João Gomes da Silva, agricultor.

A seca verde também mudou a paisagem na Paraíba. A vegetação renasceu. Tem chovido no interior do Rio Grande do Norte, mas ainda não foi suficiente para recuperar as perdas nas lavouras. Em Alagoas, a dificuldade para buscar água continua. Na Bahia, o sertão também está verde, mas muitas plantações não vingaram.

Oitocentos e três municípios decretaram situação de emergência por causa da seca e da estiagem. São mais de 10 milhões de pessoas atingidas.

O milho que o Seu Luís plantou, em Passira, Pernambuco, está crescendo menos do que deveria porque a chuva diminuiu. A chuva não é suficiente para encher os principais reservatórios.

A barragem de Jucazinho é a maior do agreste de Pernambuco. Tem capacidade para armazenar 327 milhões de metros cúbicos de água, mas um paredão gigante construído no leito do rio Capibaribe foi praticamente ignorado pelas chuvas. Ele armazena menos de 3% da capacidade. A barragem é responsável pelo abastecimento de 11 municípios e 240 mil pessoas.

No Ceará, o açude Castanhão, o maior do estado também preocupa. Está com menos de 5% da capacidade.

Mas essa gente não desanima. José plantou milho na esperança de colher fartura no São João.

Repórter: Você espera colher quantos sacos de milho aqui?

José Manoel Da Silva, agricultor: Cem sacos. A gente espera que seja maravilhoso.
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Excesso de velocidade e ultrapassagens proibidas são infrações frequentes neste feriado

Só nos dois primeiros dias da Operação Semana Santa, os agentes da Polícia Rodoviária Federal já gravaram milhares de motoristas cometendo infrações gravíssimas nas estradas brasileiras.

190 km/h: era a velocidade de um carro na BR-277, em Medianeira, no Paraná. No mesmo trecho, em duas horas, 200 motoristas foram flagrados em alta velocidade.

Na BR-163, no Mato Grosso, teve carro andando a 175 km/h. Outros motoristas também pisaram fundo no acelerador na BR-060, entre Anápolis e Brasília. Essa foi a infração mais comum no feriado da Semana Santa do ano passado nas rodovias federais do país: quase 60 mil flagrantes. O balanço deste ano só deve sair na segunda-feira.

Em Goiás, só em dois dias de operação, a Polícia Rodoviária Federal já aplicou mais de 2,5 mil multas. A maioria por excesso de velocidade ou ultrapassagens em locais proibidos. Essas são as infrações que mais preocupam: são as principais causas de mortes em acidentes.

Na BR-020, em Formosa, Goiás, pai e filha morreram num acidente. Testemunhas disseram que o motorista fez uma ultrapassagem proibida.

“Forçar ultrapassagem, andar na contramão e ultrapassar em local proibido são infrações que comprometem muito a segurança daqueles que dirigem com responsabilidade”, destaca Newton Morais, assessor de comunicação da PRF/GO.
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Menina se recusa a cumprimentar Bolsonaro durante cerimônia de Páscoa

Uma menina se recusou a cumprimentar o presidente Jair Bolsonaro durante celebração de Páscoa na última quarta-feira, 17, no Palácio do Planalto.

O próprio Bolsonaro divulgou um vídeo em sua conta no Twitter do momento em que cumprimenta crianças da Escola Classe 1 da Estrutural, região da periferia de Brasília, e uma delas se nega a estender a mão para ele.

Na imagem, Bolsonaro aparece ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro. Ele sorri e pega algumas crianças no colo.

Quando ele cumprimenta as crianças que estavam na última fila do grupo, a menina cruza os braços e faz sinal de negativo com a cabeça diante da investida do presidente. O momento ocorre aos 28 segundos do vídeo.

Não é a primeira vez que um fotógrafo registra o momento em que um presidente não consegue cumprimentar uma criança.

Em 1979, a menina Raquel Coelho Menezes de Souza, de quatro anos, se negou a cumprimentar o então presidente João Baptista Figueiredo durante uma parada cívico-militar no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte. A foto virou símbolo da resistência à ditadura militar.

Ao publicar o vídeo feito no Planalto, Bolsonaro citou um versículo do livro bíblico de Provérbios: “Ensina a criança o caminho que deve andar e mesmo quando for velho, não se desviará dele.” Na postagem, ele ainda escreve “vamos cuidar do futuro do Brasil!”.

Fonte: Exame
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