Rio Paraopeba está contaminado, diz fundação

A Fundação SOS Mata Atlântica, organização não governamental (ONG) que atua em defesa do meio ambiente desde 1986, divulgou dados de análises realizadas no Rio Paraopeba. De acordo com a entidade, uma análise de 22 pontos permitiu concluir que a água está contaminada, com qualidade péssima ou ruim, ao longo de pelos menos 305 quilômetros.
Os resultados foram obtidos após uma expedição que durou 10 dias e terminou no último sábado (9). Na semana seguinte ao rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG), eles começaram a percorrer rodovias federais e estaduais e estradas rurais, sempre perseguindo o leito do rio. A cada 40 quilômetros, uma amostra foi coletada.
No último ponto analisado, no reservatório de Retiro Baixo, a situação da água foi considerada ruim com índices de turbidez de 329,6 NTU. "Isso equivale a três vezes mais do que o permitido pela legislação. Desde a região de Córrego do Feijão, onde os rejeitos encontraram o Rio Paraopeba, até o reservatório de Retiro Baixo, em Felixlândia (MG), a equipe não encontrou água em condições de uso", informa a Fundação SOS Mata Atlântica.
A entidade planeja apresentar no dia 27 de fevereiro um relatório completo com todos os indicadores obtidos. "A ideia é entregá-lo a autoridades, contribuindo para que as melhores decisões sejam tomadas, e também para a sociedade, principalmente para quem ainda precisa viver daquele e naquele rio, para que tenham informações concretas sobre a situação local".
O Serviço Geológico do Brasil (CPRM), estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia, também tem avaliado a turbidez no Rio Paraopeba e divulgado boletins diariamente desde o rompimento da barragem. O último deles mostra que ontem (13) os índices aferidos foram 371 NTU na altura do município de Mário Campo (MG), 244 NTU em São João de Bicas (MG) e 165 NTU em Juatuba (MG). Segundo a Federação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais (Feam), o limite legal para curso d’água de classe 2, como é o Rio Paraopeba, é de 100 NTU.
Em nota divulgada hoje em sua página virtual, a Vale informa que também está monitorando a qualidade da água em 48 pontos e diz que tomará todas as medidas cabíveis para garantir o abastecimento humano e para as atividades agropecuárias. De acordo com a mineradora, produtores rurais de nove municípios estão recebendo água para consumo humano, dessedentação animal e irrigação.
Até a última terça-feira (12), teriam sido disponibilizados cerca de 5,1 milhões de litros de água. "O atendimento é voltado para as cidades de Brumadinho, Florestal, Mario Campos, São Joaquim de Bicas, Betim, Igarapé, São José da Varginha, Pará de Minas e Esmeraldas", diz o comunicado da Vale.


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Agricultores familiares debatem importância da semente crioula

A designação "guardião de sementes", embora soe incomum para quem não domina temas relativos à agricultura, sintetiza um dos principais conhecimentos dos produtores do semiárido brasileiro. Na região, que compreende pouco mais de 1 milhão de quilômetros quadrados, correspondente a 12% do território, parte da população de 27 milhões de pessoas busca domar a seca com o incremento de técnicas que permitam que o plantio vingue.

Dispostos a cambiar as práticas de cultivo que têm dado certo, cerca de 250 produtores rurais, entre homens e mulheres, se reúnem, até a próxima sexta-feira (15), no V Encontro de Agricultores Experimentadores (V ENAE), em Juazeiro do Norte (CE). 

Em entrevista à Agência Brasil, dois dos participantes do evento, organizado pela Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), contaram um pouco de sua relação com o assunto.

O agrônomo Amaury Santos representou a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em um estudo comparativo entre sementes melhoradas por instituições de pesquisa e sementes crioulas, elaborado com agricultores da Paraíba. 

A conclusão, após três anos de análise, foi a de que as crioulas, por serem cultivadas sempre da mesma forma, sem serem submetidas a nenhuma hibridização - incluindo a artificial, em laboratório, como ocorre com a transgênica -, acabam se adaptando às condições do local. Isso cria uma vantagem para elas quanto ao enfrentamento de adversidades como a estiagem, de modo que se desenvolvem com estabilidade.

Trabalhando com sementes crioulas desde 2007, Santos esclareceu que a pesquisa foi uma sugestão dos próprios agricultores, que acabam se tornando protetores da diversidade genética e alimentar, ao preservar uma verdadeira miríade de tipos de sementes. 

O estudo, financiado com auxílio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), começou a ser pensado quando o agrônomo teve contato com o projeto Sementes da Paixão, sementes que são guardadas por famílias de agricultores do Cariri paraibano, ao longo de várias gerações. Em outros estados, existem propostas semelhantes, como, por exemplo, as Sementes da Resistência, em Alagoas; as Sementes da Gente, em Minas Gerais; e as Sementes da Fartura, no Piauí. 

Ao todo, estima-se que estejam ativos, em todo o semiárido brasileiro, mais de 1 mil casas e bancos comunitários de sementes. Desse total, calcula a ASA, 460 receberam apoio do Programa Sementes do Semiárido, estruturado em 2015, pelo então Ministério do Desenvolvimento Social.

Fonte: Agencia Brasil
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Dia Mundial do Rádio traz mensagens de tolerância, diálogo e paz

O Dia Mundial do Rádio é comemorado em 13 de fevereiro. A data foi escolhida pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2011, a fim de homenagear o rádio.

Diálogo, tolerância e paz! Esse foi o tema escolhido pela Unesco para a 8ª edição do Dia Mundial do Rádio, nesta quarta-feira, 13 de fevereiro.


O programa Nacional Jovem conversou com o coordenador de Comunicação e Informação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil, Adauto Soares, sobre o Dia Mundial do Rádio e a campanha para a data.

Segundo Adauto, a UNESCO criou a campanha para o o Dia Mundial do Rádio convidando as pessoas a mandarem mensagens de tolerância, a fim de mostrar a importância do rádio como uma plataforma para o diálogo e para o debate democrático sobre questões relevantes.

"Esse tema nos faz perceber que o rádio pode mediar conflitos", afirmou. O coordenador afirmou que o objetivo da campanha é a divulgação do rádio.

As mensagens precisam ter até 30 segundos e devem ser enviadas pelo Whatsapp no número (61) 99848-8971.

O programa Nacional Jovem vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 16h, na Rádio Nacional da Amazônia e às 14h, na Rádio Nacional do Alto Solimões.
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Manifestações das Cheganças, Marujadas e Embaixadas são reconhecidas como patrimônio cultural imaterial da Bahia

As manifestações culturais das Cheganças, Marujadas e Embaixadas, realizadas em regiões da Bahia, foram reconhecidas como patrimônio cultural imaterial do estado. O decreto foi publicado pelo governo da Bahia, nesta terça-feira (12).

De acordo com o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), o registro no Livro Especial de Expressões Lúdicas e Artísticas foi solicitado ao órgão, autarquia vinculada à Secretaria de Cultura da Bahia (Secult-BA), pela Associação Chegança de Marujos Fragata Brasileira, do município de Saubara, no Recôncavo Baiano.

“O reconhecimento contribui na preservação, valorização e dinamização dessas expressões culturais que acontecem em diversas cidades do estado e, historicamente, estão relacionadas à religiosidade popular e a devoção de santos católicos, como São Benedito, Nossa Senhora do Rosário e São Domingos de Gusmão”, disse, em nota, o diretor do Ipac, João Carlos de Oliveira.

Conforme o Ipac, para comprovar a importância das Cheganças, Marujadas e Embaixadas na Bahia, foi realizada uma ampla pesquisa documental e imagética, além de entrevistas, e, em novembro do ano passado, o Conselho Estadual de Cultura deu parecer favorável para a concessão do registro.

“O decreto é um marco importante. Agora, vamos construir um consistente plano de salvaguardar e envolver jovens, crianças, adultos em prol da preservação desse importante bem cultural”, afirmou, também em nota, o mestre da Chegança de Marujos Fragata Brasileira e coordenador da elaboração do dossiê de registro, Rosildo do Rosário.

Segundo o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), as Cheganças, Marujadas e Embaixadas são expressões cênicas e coreográficas, compostas por dança, performance ritualizada, música e canto.

De acordo com historiadores, as manifestações representam as façanhas marítimas dos portugueses entre os séculos XV e XVIII, misturando tradições ibéricas e culturas locais. Na Bahia, são 21 grupos inventariados, em 16 comunidades dos territórios de identidade Extremo sul, Região Metropolitana de Salvador, Piemonte da Diamantina, Baixo Sul, Chapada, Velho Chico, Recôncavo Baiano e Sertão de São Francisco.
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Nomeação de general para presidência do Incra gera preocupação em movimentos do campo

O general da reserva João Carlos Jesus Corrêa foi nomeado oficialmente na segunda-feira (11) para presidir o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O anúncio havia sido feito pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) dois dias antes, pelas redes sociais. 

O Incra, que antes estava ligado à Casa Civil, agora é subordinado ao Ministério da Agricultura, comandado por Tereza Cristina (DEM), conhecida liderança da bancada ruralista no Congresso Nacional. O órgão é responsável por realizar a reforma agrária, manter o cadastro nacional de imóveis rurais e administrar as terras públicas da União.

A nomeação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União, na sexta-feira (8). Ele já ocupou funções de comandante da 11ª Região Militar — sediada em Brasília — e de diretor de Controle de Efetivos e Movimentações do Exército. Em 2014, assumiu por curto período — e interinamente — o Comando Militar do Nordeste.

Jesus Corrêa é o oitavo general nomeado para postos estratégicos no governo. O presidente Jair Bolsonaro continua internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde se recupera de cirurgia há duas semanas.

Ao comentar a nomeação, o secretário especial de Assuntos Fundiários, Luiz Antônio Nabhan Garcia, disse que o novo presidente do Incra vai acabar com a “farra dos sem-terra” no órgão.

“Existe uma obrigatoriedade de mudar o Incra e tirar o seu viés ideológico e político, que tornou a instituição inviável”, disse Nabhan ao jornal O Estado de S. Paulo. “A farra dos sem-terra lá no Incra, pode ter certeza que acabou. Não haverá mais qualquer interferência do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) na instituição”, afirmou.

Em contrapartida, o MST e outros movimentos de luta pela democratização do acesso à terra manifestam preocupação com a escolha do novo presidente do Incra e esperam que ele atue em favor da reforma agrária.

"O general não precisa conversar. Ele precisa fazer. É isso que a gente espera. Se não avançar na reforma agrária, vai ser só mais um falastrão, como tantos outros que já passaram por essa cadeira. Se não fizer, o MST vai reagir com luta, como sempre”, disse Gilmar Mauro, dirigente nacional do MST, em entrevista à Rede Brasil Atual (RBA).

Mauro também afirmou que “foram os quase 400 anos de escravidão e mais de 500 anos de latifúndio” que criaram os sem-terra pelas sequelas da desigualdade social e do desemprego no campo. “Se ele [Jesus Corrêa], de fato, fizer a reforma agrária, não vamos precisar fazer ocupações de terras”, assegurou o dirigente em resposta às declarações do novo presidente do Incra sobre considerar como ilegal qualquer ocupação de terra no campo.

"Não gostamos de fazer lutas intensas no enfrentamento ao latifúndio, porque muitos morreram nessa batalha. Entretanto, foi a única linguagem que a classe dominante entendeu até hoje. Foi a única forma pela qual conseguimos o pouco de reforma agrária que existe no Brasil”, completou.

O general, de 64 anos, promete recusar o diálogo com entidades que não possuam identidade jurídica (CNPJ), como Organizações Não Governamentais (ONGs) e movimentos sociais.

"A gente percebe esse jogo que está por trás, da dificuldade cada vez maior de reconhecer um direito constitucional”, analisa Ruben Siqueira, membro da coordenação nacional executiva da Comissão Pastoral da Terra (CPT), órgão ligado à Igreja Católica.

O governo Bolsonaro repassou para o Incra as atribuições relativas às demarcações de terras indígenas, que eram de responsabilidade da Fundação Nacional do Índio (Funai). "Não podemos esquecer, nós tivemos, não faz muito tempo, a militarização da questão agrária durante a ditadura. Significou a intimidação da luta pela terra e da luta pela defesa dos territórios indígenas”, afirmou Siqueira à RBA.

Segundo o representante da CPT, a militarização durante os anos de chumbo (1964-1985) também facilitou o acesso à terra pelas grandes empresas ligadas ao agronegócio. "Nos parece que a nomeação do general é uma atitude intimidatória e serve para refrear ou dificultar o acesso à terra e a defesa dos territórios indígenas, quando isso já está muito ruim".

Conforme recomendação do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), órgão ligado ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o governo é solicitado a rever o conteúdo da Medida Provisória (MP) 870/19 e devolver à Funai as competências sob as terras tradicionalmente ocupadas por indígenas.

Fonte: Brasil de Fato

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Geraldo Azevedo comemora 50 anos de carreira com EP

Se a referência for o Quarteto Livre, grupo formado em 1969 para acompanhar Geraldo Vandré, do qual Geraldo Azevedo fazia parte, ao lado de Naná Vasconcelos, Nelson Ângelo e Franklin da Flauta, ele comemora neste ano o cinquentenário de carreira. Ao longo dessa jornada, o artista pernambucano, natural de Petrolina, tem dado expressiva contribuição para a música popular brasileira.

Exímio violonista, cantor e intérprete carismático, Geraldo é um compositor que, com o reconhecido talento, cria belas canções e as transforma em sucessos, tendo por base ritmos nordestinos como baião, xote, forró e maracatu. O frevo é outra expressão musical de sua região que tem utilizado no processo de criação.

O frevo dá o tom no novo trabalho, um EP com cinco faixas. A que abre o repertório, É só brincadeira, parceria de Geraldo Azevedo com Zamma, reforça o caráter atemporal do frevo, com letra apimentada, cheia de picardia, que no carnaval se despe dos tabus. Inédita como a primeira, e a única que não tem a assinatura do cantor, Lembrando Carlos Fernando, que homenageia um dos maiores parceiros de Geraldo, foi composta por Jota Michiles.

Chorando e cantando, um dos clássicos da obra de Geraldo Azevedo —  com letra do cearense Fausto Nilo —  ganha aqui versão frevística. Quatro dias de amor (Geraldo Azevedo e Maciel Melo) tem num dos versos imagem que remete a Olinda (destino de muitos foliões no carnaval): "Lá vem o frevo descendo a ladeira..."

Já É o frevo, é Brasil, canção-título do EP (Geraldo Azevedo e Geraldo Amaral), reafirma o movimento que faz o ritmo transbordar da condição de patrimônio cultural de Pernambuco.  Para que esse projeto tivesse uma força ainda maior, o cantor convidou para produzí-lo Cesar Michiles, músico apontado como uma lenda do frevo.

Michiles, responsável também pela direção musical, não fez por menos: Para gravar as cinco músicas, convocou uma grande orquestra, formada por alguns dos melhores instrumentistas de Recife.

Foto: Virgínia Ramos/Divulgação

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Garanhuns: O discípulo que inovou a arte do mestre e o Festival Viva Dominguinhos

Dominguinhos, nascido em Garanhuns,  dia 12 de fevereiro de 1941, no  agreste de Pernambuco continuará sendo um dos mais importantes e completos músicos, instrumentistas, tocador de sanfona. É imortal em discos, DVD e milhares de entrevistas por este Brasil afora.

Filho de Chicão, afinador de sanfona de 8 baixos e de Dona Maria soube também guardar a honra e gratidão de ter “aprendido umas lições” de Luiz Gonzaga, Rei do Baião, que um dia anunciou ser o Dominguinhos o seu mais legitimo seguidor, o verdadeiro herdeiro musical. Dominguinhos em sua imensa humildade respondia: Sou apenas o seguidor!

Dominguinhos e seu talento de tocar sanfona agradava as mais variadas plateias, indo do jazz aos dançadores do forró pé de serra. Dominguinhos sempre um sorriso para os amigos e humildade, genialidade ao tocar  sanfona respeitando os 8 baixos de Januário, pai de Luiz Gonzaga e de seu pai Chicão.

Dominguinhos sempre teve o compromisso com nossas raízes. Saudade da fala cadenciada como a toada do aboiador. Saudade do olhar triste, de um carinho e atenção que conquistava a todos no primeiro aperto de mão e da voz quente quando tocava e cantava. Dominguinhos tornou-se um cantador que melhor soube interpretar a alma brasileira e vive na boca do povo, no puxado da sanfona em todos os recantos desse Brasil.

Em Garanhuns o prefeito Izaias Regis, promove o Festiva Viva Dominguinhos. A Secretaria de Comunicação Jaqueline Menezes informa que o Festival Viva Dominguinhos acontece neste ano de 2019 entre os dias 25 a 27 de abril.

O Festival é importante para reunir jornalistas, pesquisadores, professores,  estudantes, crianças, jovens e adultos  para discutir a Política Cultural no mundo globalizado e mais uma oportunidade de Garanhuns atrair desenvolvimento econômico e social.

Garanhuns nesse sentido vai consolidar um calendário que será um dos principais acontecimentos do Nordeste.  Garanhuns firma com o Festival Viva Dominguinhos o incentivo e valorização da cultura e arte, um festival ancorado na alma e no profissionalismo do filho mais ilustre da música brasileira.

Garanhuns abastecerá todo o Brasil, Estado, através da impressionante riqueza de ritmos e artes, do cordel aos cantadores de viola, do aboio ao frevo, do armorial ao maracatu, do baião ao xote e xaxado,  as múltiplas variações da música nordestina/brasileira presentes na sanfona, triangulo e zabumba, “uma autêntica orquestra”, na definição de Luiz Gonzaga.

O professor paraibano, radicado no Rio de Janeiro, Aderaldo Luciano, sempre me lembrou que Luiz Gonzaga foi pedra angular, referência -mor do forró, mas o Rei do Baião, não trilhava sozinho. Havia por trás de si, uma constelação de compositores, músicos, além de profícuos conhecedores do seu trabalho, amigos talhados de sol, nascidos do barro vermelho, com almas tatuadas por xique-xiques e mandacarus.

E por isto Garanhuns é o local apropriado para ser o palco capaz de reunir milhares de admiradores, com sede e fome de ouvir, cantar, silenciar, transformar e aplaudir em noites e nuances do céu estrelado sanfonado do mestre Dominguinhos, o discípulo que inovou a arte do mestre Luiz Gonzaga.

Garanhuns vai proporcionar com o Festival Viva Dominguinhos a oportunidade de conhecermos e ampliar o debate sobre compositores, músicos, artistas que sabem divisar o Cruzeiro do Sul do Sete Estrelo e muito além disso discutir e como lidar com a máquina capitalista avassaladora dominante hoje da “indústria musical”.

Dominguinhos Vive. Garanhuns é agora um pedaço de terra de todos nós brasileiros. Dominguinhos, qual Luiz Gonzaga tornou-se uma estrela luminosa a brilhar. Como disse Fernando Pessoa, “quem, morrendo, deixa escrito um belo verso, deixou mais ricos os céus e a terra, e mais emotivamente misteriosa a razão de haver estrelas e gente”.

Viva Garanhuns. Viva o Nordeste. Viva Petrucio Amorim, Xico Bizerra, Três do Nordeste, Jorge de Altinho, Marquinhos Café, Flávio Baião, Eugenio Cerqueira, Gilvan Neves,  Elba Ramalho, Anastácia, Paulo Vanderley, Luiz Ceará,  Quinteto Violado, Flávio Leandro, Cezinha, Flávio José, Viva o Fole de Oito Baixos, Targino Gondim... Viva o Festival Dominguinhos.
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