O papel do Jornalismo em tempos de uma sociedade marcada pela fluidez e o aspecto volátil

A sociedade pós-industrial, marcada por um caráter fluído das relações, tem provocado uma reflexão intensa sobre o reposicionamento das instituições e dos diferentes segmentos profissionais. Muito além da discussão sobre o fim ou não de plataformas tradicionais do jornalismo, o próprio papel social da imprensa nesse cenário fluído é alvo de análise.

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman estruturou o conceito de modernidade líquida para descrever essa nova sociedade marcada pela fluidez e o aspecto volátil. O parâmetros concretos se diluem, criando novos padrões referenciais. É nesse cenário de incertezas que o jornalismo tenta se reconstruir.

O fortalecimento das redes sociais nos últimos anos tem provocado uma verdadeira revisão do papel da imprensa, ora retirando o seu protagonismo na disseminação da informação, ora colocando em xeque a sua própria legitimidade enquanto agente propagador.

Essa sociedade em rede, como definiu o sociólogo espanhol Manuel Castells, permite um modelo de contestação e de interatividade em que o consumidor de informação passivo deixou de existir. É nesse contexto que o sistema jornalístico linear e centralizado, característico do século XX, deu lugar a um modelo descentralizado de produção noticiosa.

Mas qual é o papel do jornalista profissional e da imprensa diante dessa sociedade líquida? O pesquisador e jornalista Carlos Castilho define o jornalista como um especialista no manejo e contextualização de informações, dados e notícias. Essa definição ajuda a recolocar o profissional de imprensa como referência na divulgação da informação com qualidade e confiabilidade.

Se por um lado o aspecto fluído dessa nova sociedade em rede permite uma generalização da atividade, em que o consumo da informação se dá de formas múltiplas e de fontes amadoras, o processo jornalístico confere confiabilidade reposicionando o jornalismo enquanto elemento referencial para o consumo da informação.

Assim, muito além do perigoso campo do imediatismo, em que se concorre com agentes propagadores da informação a partir da ausência de padrões técnicos e científicos, a adoção dos critérios jornalísticos de apuração e tratamento ético/profissional do fato, em busca da credibilidade, se tornam artifícios fundamentais para a sobrevivência do jornalismo.

*Fonte: Alessandro Emergente é jornalista, professor de Sociologia e editor do portal de notícias Alfenas Hoje.
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MPF consegue manter credenciamento de hospital da Bahia à rede interestadual de saúde PEBA em respeito a pactuação regional

O Ministério Público Federal (MPF) em Petrolina/Juazeiro obteve decisão judicial liminar que determina ao Estado da Bahia manter o credenciamento do Hospital de Serviço de Ortopedia e Traumatologia Especializada (SOTE), localizado em Juazeiro (BA), à Rede Interestadual de Saúde do Vale do Médio São Francisco Pernambuco-Bahia (Rede PEBA). 

Com isso, fica garantida a transferência semanal para o SOTE de até 15 pacientes do Hospital de Urgências e Traumas (HUT) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Petrolina (PE). A responsável pelo caso é a procuradora da República Ticiana Nogueira.

A transferência de pacientes para o SOTE havia sido encerrada em 31 de janeiro, pela Secretaria de Saúde da Bahia (SESAB). 

A Justiça Federal acatou os argumentos do MPF e entendeu que a descontinuidade do credenciamento deveria ter sido discutida na Comissão de Co-Gestão da Rede PEBA, integrada por representantes dos 55 municípios do Vale do Médio São Francisco, e não realizada de forma unilateral. Ao adotar essa medida, a SESAB desobedeceu o que prevê a Lei 8.080/90, que trata da organização dos serviços de saúde, e o regimento interno da própria Comissão de Cogestão da Rede PEBA.

Na ação, o MPF defendeu que o descredenciamento do SOTE causaria impacto significativo ao HUT/Univasf, que já enfrenta a superlotação. O MPF também reforçou que tomou conhecimento do descredenciamento apenas informalmente, pois a decisão não foi submetida à Comissão de Cogestão da Rede PEBA.

Multa – A decisão liminar da Justiça Federal é válida até o julgamento final da ação ou deliberação da Comissão de Cogestão da Rede PEBA sobre outra forma de resolução da questão. Em caso de descumprimento, o Estado da Bahia estará sujeito ao pagamento de multa diária no valor de mil reais, bem como às sanções legais cabíveis. 

Processo nº 1000215-06.2019.4.01.3305 – Subseção Judiciária de Juazeiro (Fonte: MPE)
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Mariano Carvalho e Ivan Greg interpretam o Hino de Pernambuco antes da partida Santa Cruz e Petrolina

O Santa Cruz é o novo líder do Campeonato Pernambucano. Na noite de quarta-feira (6), o Tricolor escalou um time praticamente reserva e mesmo assim, bateu o Petrolina, por 2x1, no estádio Paulo Coelho.

Positivo mesmo, foi a participação do cantor e compositor Mariano Carvalho e o sanfoneiro Ivan Greg, que cantaram o Hino de Pernambuco, antes do início do jogo.

Os dois são talentosos defensores da cultura e em especial o forró e deixaram uma ótima impressão visto que o jogo foi transmitido pela TV.

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Antonio Damião lança no sábado (9) o livro Rabiscos da Alma


Antonio Damião lança no próximo sábado 9, às 19hs, seu primeiro livro. Trata-se do "Rabiscos da Alma" que será lançado na Câmara de Vereadores.

Antonio Damião é funcionário municipal. Ele conta que escreve desde 1992, mas só agora terá a oportunidade de publicar e mostrar o trabalho para a sociedade.

"Já foi publicado diversos artigos em jornais, blogs mas só agora as palavras e pensamento vão ganhar o formato de livro", revela Damião.

Antonio Damião é natural de Petrolina. Formado em matemática, o escritor diz que apesar de ser apaixonado por números consegue também amar a literatura. 

"O livro Rabiscos da Alma contem poesias inéditas e escrito com muito carinho, capricho e amor. Exploro a beleza do amor, a natureza e os aspectos do nosso sertão, a magia das mulheres, a compaixão e o ser humano e também Deus autor da vida", revela Antonio Damião.


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Ministério Público participa de simulado de emergência em barragem da Jacobina Mineração

O Ministério Público do Estado da Bahia participa, no próximo dia 22, do simulado de emergência da barragem de rejeitos da Jacobina Mineração e Comércio (JMC), que acontece no município de Jacobina, localizado no norte do estado. 

A atividade será acompanhada pelo promotor de Justiça Pablo Almeida. Segundo ele, “o MP irá avaliar, juntamente com a empresa e os demais órgãos públicos, as oportunidades de melhorias para atendimento de eventuais emergências”. 

Este será o primeiro simulado de barragens no estado. No dia anterior ao simulado (21), o promotor de Justiça participa de um treinamento realizado pela JMC com instituições e representantes da comunidade.

O simulado estava agendado para ocorrer em dezembro, mas foi suspenso em razão das chuvas e da decretação de situação de emergência pelo Município. 

O MP e a empresa já avaliavam uma nova data para a atividade mesmo antes do rompimento da barragem de Brumadinho. A JMC possui duas barragens, uma em processo de fechamento e a outra em atividade. Em setembro de 2018, equipe técnica da Central de Apoio Técnico (Ceat), do MP, realizou inspeção no local. 

No último dia 22 de janeiro, o promotor de Justiça esteve novamente no complexo para participar de reunião e inspecionou as duas barragens de rejeitos da empresa. Em razão das discussões da reunião, foram adquiridas sirenes de emergência para implantação no local, em continuidade ao trabalho de sinalização das áreas de risco e pontos de encontro.

Pablo Almeida também lembra que a retomada das negociações para a realocação das famílias que se encontram em zonas de maior risco é algo necessário. Além disso, ele destaca que a empresa precisa dar maior transparência ao Plano de Emergências, divulgar amplamente os dados de monitoramento das barragens para população em geral, explicando onde estão as áreas de maior risco e rotas de fuga. 

O promotor de Justiça solicitou ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) a adoção de algumas medidas, dentre elas que realize fiscalizações ambientais no interior e nos arredores da empresa para identificação de danos ambientais, bem como estabeleça cronograma de fiscalização, pelo menos mensal no local.
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Começam inscrições para segunda edição do Festival de Música da Paraíba

Teve inicio as inscrições para a segunda edição do Festival de Música da Paraíba. O edital pode ser visto no site do festival, onde também devem ser feitas as inscrições. Em 2019 o Festival vai homenagear o centenário de nascimento do músico paraibano Jackson do Pandeiro. As inscrições seguem até o dia 5 de março pelo site https://festivaldemusica.pb.gov.br/

As eliminatórias estão previstas para acontecer no dia 18 de maio na cidade de Alagoa Grande, no dia 25 de maio em Monteiro e a final deverá ocorrer no dia 31 de maio no Espaço Cultural José Lins do Rêgo, em João Pessoa.

Serão pagos R$ 20 mil em prêmios, sendo R$ 10 mil para o primeiro colocado, R$ 5 mil para o segundo, R$ 3 mil para o terceiro e R$ 2 mil para melhor intérprete. O festival é uma realização do Governo do Estado, por meio da Empresa Paraibana de Comunicação, representada pela Rádio Tabajara, Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc) e Secretaria de Estado da Comunicação (Secom).

Podem participar artistas comprovadamente residentes na Paraíba, com idade acima de 14 anos e com música autoral inédita. O candidato deve, no momento da inscrição, declarar e se responsabilizar pelo caráter inédito da obra, seja em relação à letra, seja em relação à música.

O evento surgiu da necessidade de um projeto para estimular e evidenciar a produção do estado, dando voz a novos talentos e que não se restringisse à capital. 
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Acervo de 7 mil cordéis será digitalizado pela Casa de Rui Barbosa

As palavras dos pioneiros do cordel impresso no Brasil e de muitos de seus sucessores farão parte de um acervo digitalizado na Fundação Casa de Rui Barbosa, instituição federal que guarda uma das mais importantes coleções do gênero literário no país.

O projeto está em fase inicial e vai abranger 7 mil das 9 mil obras da Casa de Ruy Barbosa, que ainda não estão digitalizadas. As outras 2 mil já ganharam versão digital. 

O processo deve durar todo o ano de 2019, e a publicação online para o público vai depender da aprovação de cada cordelista ou de sua família. No caso das obras que já estão em domínio público, a disponibilização na internet já está garantida.

O acervo da fundação é muito procurado por pesquisadores por conter obras do início do século 20, quando o cordel ganhou suas primeiras versões impressas com autores como o paraibano Leandro Gomes de Barros, chamado de "príncipe dos poetas" por Carlos Drummond de Andrade, e o paraibano Francisco Chagas Batista, que em 1905 contou a vida do cangaceiro Antonio Silvino em oito páginas que começam com a seguinte apresentação:

"Ao público vou contar
A história de minha vida
Os crimes que cometi,
Como me fiz homicida,
E porque julgo min'halma
Eternamente perdida".

O trabalho é coordenado pela diretora do Centro de Memória e Informação da Casa de Rui Barbosa, Ana Ligia Medeiros, que conta que a coleção começou a se formar quando Sebastião Nunes Batista, filho de Francisco Chagas Batista, doou seu acervo particular para a fundação. Além de servidor da Casa de Rui Barbosa, Sebastião também era poeta e organizou uma antologia da literatura de cordel.

A coleção de cordéis raros doada por Sebastião foi crescendo com outras doações de intelectuais, artistas e pesquisadores. 

"Se não forem organizadas por uma instituição, essas obras acabam se perdendo porque o material é delicado", pondera Ana Ligia, que acredita ser impossível ter um acervo de toda a produção brasileira de cordel, porque muitos exemplares acabam se perdendo na casa dos leitores ou dos próprios cordelistas. "A digitalização tem um papel de preservar a memória".

Com o acervo digitalizado e disponível na internet, a diretora acredita que estudiosos de todo o país poderão enriquecer suas pesquisas sobre o tema, e professores poderão usar o cordel como material paradidático com mais facilidade. 

"Desde o começo, o cordel tem uma função de comunicar rapidamente e com uma visão bastante peculiar os acontecimentos atuais. É um registro de costumes", afirma ela, que acrescenta: "Ele tem uma linguagem acessível e existe uma possibilidade de utilização como material paradidático até no ensino fundamental. E assim a gente preserva a própria cultura do país". 

Ana Ligia diz que temas como a natureza, o amor e atualidades de cada época e região estão registradas na história do cordel, que em linguagem popular constrói belos versos como os de "O mal e o sofrimento", de Leandro Gomes de Barros: 

"Por que existem uns felizes
E outros que sofrem tanto?
Nascemos do mesmo jeito,
Moramos no mesmo canto.
Quem foi temperar o choro

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