Rejeitos de barragem não devem chegar a usina de Três Marias, diz CPRM

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) informou, por meio do Boletim de Monitoramento Especial do Rio Paraopeba, que a previsão é que a chamada pluma, mistura de rejeitos e água, resultante do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho na última sexta-feira (25), deve chegar ao reservatório da Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo entre os dias 5 e 10 de fevereiro, mas que não chegará ao reservatório da Hidrelétrica de Três Marias, na Bacia do Rio São Francisco, região central de Minas Gerais. 

Este é o segundo boletim expedido pelo serviço. A previsão anterior, disse que a lama com rejeitos alcançaria o reservatório da Usina Hidrelétrica de Três Marias entre 15 e 20 de fevereiro.

A nascente do Paraopeba está localizada no município de Cristiano Otoni, mesorregião metropolitana de Belo Horizonte, e a foz, na represa de Três Marias, no município de Felixlândia (MG). "A expectativa é que todo o rejeito fique retido no reservatório desta usina [Retiro Baixo]", diz o CPRM. 

O CPRM informou ainda, em boletim diário de monitoramento da velocidade de deslocamento dos rejeitos, que a previsão é que a água turva possa chegar ao município de São José da Varginha (MG) no dia 29 de janeiro à noite.

Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que pediu informações à concessionária Retiro Baixo Energética sobre a capacidade do reservatório da hidrelétrica de suportar os rejeitos oriundos do rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão. 

O prazo para o envio do relatório com as informações é até 31 de janeiro. A usina também deverá enviar informações diárias à agência sobre o acompanhamento do deslocamento dos rejeitos.

O pedido faz parte das ações que agência tem tomado desde o rompimento da barragem. De acordo com a Aneel, a barragem de Retiro Baixo foi uma das 122 estruturas fiscalizadas in loco pela agência entre 2016 e 2018 e está em boas condições. A última visita dos técnicos da agência foi em agosto do ano passado.

A usina está localizada a 200 km do local do rompimento da barragem. Desde o rompimento, a operação da usina foi paralisada. A hidrelétrica de Retiro Baixo tem potência instalada de 82 MW e está localizada entre os municípios de Curvelo e Pompéu (MG), no baixo curso do Rio Paraopeba, afluente do Rio São Francisco.

Segundo a Aneel a usina está atualmente operando em cerca de 20 MW, para diminuir o nível de seu reservatório para reter a pluma. Ela vai continuar gerando energia até que seu reservatório atinja o nível operacional mínimo de 613 metros acima do nível do mar, informou a agência.

Na tarde desta segunda-feira, o Operador Nacional do Sistema (ONS) informou à Agência Brasil que a paralisação das atividades da usina não vai afetar o abastecimento de energia elétrica. De acordo com o operador, a operação da usina de Retiro Baixo foi paralisada por medida de precaução.  

O CPRM disse que diariamente serão divulgados dois boletins de monitoramento com a previsão de chegada do início da água turva nos pontos de interesse. As previsões mostram o caminho que a água turva está percorrendo no Rio Paraopeba.
Nenhum comentário

Rejeitos liberados com o rompimento da barragem podem chegar à foz do Rio Paraopeba entre os dias 5 e 10 de fevereiro, diz CPRM

Boletim de Monitoramento Especial do Rio Paraopeba elaborado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) prevê que a lama com rejeitos de barragem da mineradora Vale, em Brumadinho, alcance, entre os dias 15 e 20 de fevereiro, a Usina Hidrelétrica de Três Marias, na Bacia do Rio São Francisco, região  central do estado de Minas Gerais.

A nascente do Paraopeba está localizada no município de Cristiano Otoni, mesorregião metropolitana de Belo Horizonte, e a foz, na represa de Três Marias, no municío de Felixlândia.

De acordo com boletim da CPRM, a “água turva” percorre a Rio Paraopeba a uma velocidade de 1 km/hora. Amanhã à noite (29), os rejeitos deverão alcançar o município de São José da Varginha e, entre os dias 5 e 10 de fevereiro, a Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo, entre os municípios mineiros de Curvelo e Pompeu.

Diariamente, o CPRM emite dois boletins sobre as águas contaminada do Rio Paraopeba, um a partir das 11h e o outro a partir das 17h.  A previsão da velocidade dos rejeitos é baseada em dados observados/coletados em campo, considerando as características da bacia hidrográfica.

Fonte: Agencia Brasil
Nenhum comentário

“Rejeitos da barragem da Vale chegarão ao Rio São Francisco de qualquer forma”, afirma especialista

Os rejeitos de minério de ferro da Barragem 1 da Mina Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais, “chegarão até a Bacia do Rio São Francisco de qualquer forma”. 

A afirmação foi dada pelo geólogo e professor doutor em Geografia Física da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jeovah Meireles, em entrevista exclusiva à Agência Eco Nordeste. A barragem, que pertence à mineradora brasileira Vale, rompeu no início da tarde desta sexta-feira (25), deixando, a princípio, cerca de 400 funcionários desaparecidos, casas soterradas, além de destruição da fauna e da flora da região.

Até o início da madrugada de sábado (26), nove mortes foram registradas pelo Corpo de Bombeiros. Eles disseram, depois, que ainda não é possível calcular o número de mortos, porque mais corpos estão sendo encontrados. Neste sábado, um ônibus soterrado com funcionários da Vale foi encontrado. O último balanço divulgado aponta que mais de 100 pessoas ilhadas foram resgatadas.

“A lama contaminada com minério de ferro já atingiu o Rio Paraopeba, que deságua no Rio São Francisco. Então, mesmo que eles tentem conter o seguimento da lama de rejeitos na barragem da Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo, quando houver precipitações acima da média na região, a barragem vai precisar sangrar e os rejeitos vão sair misturados à água. E essa água vai seguir o fluxo do rio, que deságua no São Francisco e em outros, até chegar ao mar. A contaminação irá se espalhar”, explica o professor. 

A Agência Nacional de Águas (ANA) informou que a Usina de Retiro Baixo será utilizada para tentar amortecer os rejeitos da Mina Feijão.

Além disso, a ANA comunicou que a “onda de rejeitos” levará de três a quatro dias para chegar à Hidrelétrica de Retiro Baixo – distante 300 Km do local do rompimento da barragem da Mina Feijão. Diante dos danos ainda incalculáveis causados tanto à população de Minas Gerais quanto aos seus ecossistemas, a Justiça estadual determinou o bloqueio de R$ 1 bilhão da Vale. O valor será destinado para dar suporte às vítimas e reduzir as consequências do desastre.

Ainda segundo Meireles, a tragédia em Brumadinho é um crime ambiental, porque poderia ter sido evitada e causa danos socioeconômicos e ao meio ambiente inestimáveis.

“Uma barragem é uma obra de engenharia e carece de monitoramento e acompanhamento sistemático, assim como a bacia hidrográfica acima dela, para que sejam realizadas manutenções. As mudanças na bacia geram tensões nas paredes da barragem, como uma maior vazão do rio, por exemplo, o que pode levar a infiltrações”, enfatiza.

Fonte: Eco Nordeste Alessandra Castro
Nenhum comentário

Rejeito de Brumadinho deve chegar à hidrelétrica de Furnas nesta segunda-feira 28

A estatal Furnas, do grupo Eletrobras, monitora a chegada dos rejeitos da barragem de Brumadinho (MG) em sua hidrelétrica Retiro Baixo, que funciona no Rio Paraopeba, afluente de Rio São Francisco, podendo comprometer as operações da usina.

O gestor ambiental, especialista em recursos hídricos, saneamento e residência agrária em tecnologias sociais e sustentabilidade, Almacks Luiz Silva, avalia que "ainda é pré-maturo falar sobre o real risco que o rio São Francisco corre. O Rio Paraobepa desagua no rio São Francisco e o impacto contaminantes é muito pesado".

Segundo a Agencia Nacional de Água (ANA), "estima-se que essa onda atingirá a usina nesta segunda-feira 28".

O Rio Paraopeba faz parte da bacia do Rio São Francisco. A hidrelétrica Retiro Baixo está localizada entre os municípios mineiros de Curvelo e Pompeu. 

Por meio de nota, a ANA informou que está em constante comunicação com os órgãos e autoridades federais e estaduais, inclusive no âmbito de recente Acordo de Cooperação sobre Segurança de Barragens, que está permitindo troca facilitada e mais rápida de dados sobre a situação no local do evento. 

"A ANA está monitorando a onda de rejeito e coordenando ações para manutenção do abastecimento de água e sua qualidade para as cidades que captam água ao longo do Rio Paraopeba", declarou.

Foto: Corpo Bombeiros MG

Nenhum comentário

MST celebra 35 anos e reafirma luta por reforma agrária e alimentos saudáveis

O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) celebrou neste final de semana seus 35 anos de existência em encontro com 400 militantes na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em Guararema (SP).

“Não vamos abrir mão de continuar em luta. Ocupando terra, dialogando com a sociedade, defendendo os direitos da classe trabalhadora e produzindo alimentos saudáveis”, afirmou o representante da direção nacional do MST, João Pedro Stédile, que ressaltou a disposição de toda a militância do movimento de seguir em resistência e em luta permanente.

O ato político contou com a presença de parlamentares, representantes de movimentos populares, professores universitários e amigos e amigas da organização, e reafirmou em toda sua mística a disposição dos Sem Terra em todo o país de seguir na construção da resistência, que possa avançar na construção do projeto de Reforma Agrária Popular e de um novo modelo de sociedade.

Moisés Borges, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) reforçou o legado do MST na luta no país. “São 35 anos de história, 35 anos de luta, de organização e de exemplo para os movimentos populares, nessa capacidade incrível de se reinventar. Esse exemplo é o que faz com que a gente acredite que esse cenário político que vivemos hoje, será derrotado por nós”, disse.

Participaram ainda do ato político Rui Falcão, do Partido dos Trabalhadores (PT), Walter Sorrentino, do PCdoB, Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), representação do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Levante Popular da Juventude, Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), além de parlamentares do PT e PCdoB.

Crianças, jovens, homens, mulheres, sujeitos da diversidade sexual, negros e negras, referendando a identidade Sem Terra, de punhos erguidos, bandeiras tremulando no alto e ferramentas de trabalho em mãos, fizeram ecoar juntos e juntas a mensagem da resistência daqueles e daquelas que amam a revolução.

“O MST surge numa década de grandes mudanças, década em que em conjunto nós conseguimos derrotar a ditadura e agora, 35 anos depois, nos deparamos com outro tipo de ditadura. Uma ditadura que não coloca tanques e fuzis na rua, mas se associa com a mídia, com o judiciário e com o grande capital para retirar direitos do povo”, disse.

“O MST foi e segue sendo importante nessa trajetória e temos toda a disposição de lutarmos juntos nas ruas, no parlamento, em unidade, para que a gente possa trazer de volta ao Brasil a democracia e os direitos”, concluiu.

O ato marcou a entrega da Menção Honrosa da Assembleia Legislativa do Paraná em homenagem aos 35 anos do MST, entregue pelo Deputado Estadual Professor Lemos (PT) ao conjunto do Movimento, destacando o papel do MST na luta pela terra no Paraná e em todo o país.

Durante o ato, o MST lançou a “Carta ao Povo Brasileiro”, abordando a posição do Movimento na atual conjuntura política brasileira e internacional. “Lutaremos pela democracia, pela justiça, pela igualdade, pela defesa dos bens da natureza, pela democratização da terra e pela produção de alimentos saudáveis para alimentar o povo brasileiro”, destacou trecho da carta.
Nenhum comentário

Em oração do Angelus, Papa cita vítimas da tragédia de Brumadinho

Após a oração do Angelus de hoje (27), no Lar do Bom Samaritano Juaz Díaz, na Cidade do Panamá, o Papa Francisco lembrou as vítimas do rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), no início da tarde de sexta-feira (25). Pelo menos, 37 pessoas morreram.

O Pontífice citou também a tragédia ocorrida no estado mexicano de Hidalgo, onde a explosão de um oleoduto perfurado ilegalmente mantou até o momento 114 pessoas.

“Desejo expressar meus sentimentos de pesar pelas tragédias que atingiram os estados de Minas Gerais, no Brasil, e Hidalgo, no México. Confio à misericórdia de Deus todas as pessoas falecidas. Ao mesmo tempo, rezo pelos feridos e expresso meu afeto e proximidade espiritual a seus familiares e a toda a população. ”

A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também manifestou sua solidariedade para com as vítimas de Brumadinho. Em nota divulgada nesse sábado (26), os bispos destacam que aquela tragédia recente e semelhante quando houve rompimento de outra barragem em Mariana (MG) ensinou muito pouco.

“As famílias e as comunidades esperam da parte do Executivo rigor na fiscalização, do Legislativo, responsabilidade ética de rever o projeto do Código de Mineração, e do Judiciário, agilidade e justiça“, destaca o texto.

A CNBB manifesta estar unida também com toda a família arquidiocesana de Belo Horizonte e reforça o pedido do arcebispo dom Walmor Oliveira: “É urgência minimizar a dor dos atingidos por mais esse desastre ambiental, sem se esquecer de acompanhar, de perto, a atuação das autoridades, na apuração dos responsáveis por mais um triste e lamentável episódio, chaga aberta no coração de Minas Gerais”.

“[A CNBB] oferece orações ao Senhor da Vida em favor das famílias, das comunidades da Arquidiocese de Belo Horizonte, atingidas pelo rompimento da barragem da mineradora Vale. Convidamos cada pessoa cristã a se associar aos irmãos e irmãs que sofrem com a perda de seus entes queridos e de seus bens", diz a entidade.

*Rádio Vaticano
Nenhum comentário

Brumadinho: Maioria dos corpos pode nunca ser encontrada, diz equipe que participa de resgate

A equipe dos Anjos do Asfalto que participa do resgate das vítimas do desastre de Brumadinho diz que, embora a quantidade de lama seja menor que a de Mariana, as condições são mais difíceis e perigosas. Muitas das vitimas, talvez a maioria, poderão nunca ser encontradas.

A lama do rejeito do Corrego do Feijao é mais fluida que a de Mariana e impede que as equipes de resgate possam trabalhar nas zonas mais afetadas, o meio do mar de lama, a chamada zona quente. É mais fluida porque a barragem tinha mais água. Isso a torna altamente instável, explica o resgatista Eduardo Pedrosa.

O resgatista Edmar Freitas explica que ela afunda sob o peso das pessoas e as suga completamente. Algumas áreas tem vários pontos com mais de dez metros de profundidade de lama. Só bombeiros com auxílio de helicópteros conseguem ter acesso ao meio do mar de lama.

Pedrosa diz que é elevado o risco de uma segunda barragem estourar , principalmente devido às chuvas. Também pode se romper um bolsão de rejeito no meio do rio.

Os Anjos do Asfalto também destacam o drama dos animais. Há um número imenso de vacas, caes, cavalos e capivaras presos em agonia na lama. Caes já foram resgatados de casas isoladas no meio da lama, sem que tenha sido achado sinal dos donos.

"A situação é muito difícil e extremamente perigosa. Apelamos que as pessoas não se aproximem da lama nem tentem fazer resgates por conta própria", diz Freitas.

*O Globo  Ana Lucia Azevedo *Enviada especial
Nenhum comentário

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial