FULO DE MANDACARU: RITMO DA SANFONA, DOUTORADO E COMPROMISSO CULTURA BRASILEIRA

A expressão usada em todo o Nordeste para dizer que uma coisa é perfeita não passou despercebida pelo trio que comanda a banda pernambucana Fulô de Mandacaru. Ela dá nome ao principal sucesso da banda que foi fundada em 2001 e que em 2016 alcançou um dos seus principais feitos ao conquistar a primeira colocação no programa Superstar, da TV Globo. 

Mas nem tudo foi "só o mi" para Armandinho, Tiago e Pingo. Antes de conquistar o País, vencendo a disputa na Globo com uma votação popular, os meninos de Caruaru, Pernambuco enfrentaram vários desafios. 

Armandinho fez um breve relato da história da banda que tem nome de uma flor que brota de uma planta que resiste às piores estiagens do Sertão Nordestino. "Lembro que meu pai, que sempre foi compositor e cantava lá em Caruaru, resolveu apostar na gente. Foi aí que viemos para Recife e enfrentamos imensas dificuldades", contou o artista, lembrando que já foi cobrador de lotação numa Kombi velha.

Após as tentativas na capital pernambucana, eles se mudaram para o Vale do São Francisco. Em Petrolina, o trabalho era tão árduo quanto em Recife. "Carregávamos caixas de frutas na cabeça para vender", resumiu.

O tempo passou e eles, antes de se reencontrarem com a música, foram viver o universo acadêmico, mesmo estudando a vida inteira em escolas públicas. "Vou concluir meu doutorado na Universidade Federal da Paraíba daqui a dois anos, meu irmão (Pingo) parou a faculdade de Direito e Tiago abandonou o seminário", completa Armandinho. 

Filhos do cantor e compositor, Armando Barros, Armandinho e Pingo viram a vida mudar quando o pai vendeu um automóvel para comprar um teclado. Anos depois, estavam em Paris para uma temporada de 30 dias divulgando o forró.

No palco, os garotos de Caruaru se transformam. Com muita irreverência, eles fazem releituras de clássicos do Rei do Baião, Luiz Gonzaga que consideram a sua principal referência, juntamente com Jackson do Pandeiro, Dominguinhos, Elba Ramalho, Alceu Valença e Anastácia. "A gente faz questão de se vestir como verdadeiros nordestinos, pois temos um compromisso enorme com a cultura da nossa região", ressalta Pingo. 

Além dos artistas consagrados, eles também prestigiam artistas locais como João do Pífano, Didi Caruaru, dentre outros que participaram recentemente da gravação do DVD acústico, que também será o especial de Natal da Globo Nordeste, com exibição prevista para dia 23 de dezembro. Canções deles próprios e do pai Armando também fazem parte do repertório. 

A performance de palco do trio Fulo de Mandacaru é um show à parte. Enquanto pingo rodopia no ritmo certo, Armandinho puxa acordes diferenciados da sanfona e Tiago apresenta uma maneira peculiar de extrair som do triângulo. 

Sucesso em todo o Nordeste e em estados como Rio de Janeiro e São Paulo , com um público diversificado, que vai das crianças de oito anos e idosos de 80 - eles agora querem se tornar referência na terra de todos-os-santos. Segundo Armandinho, o próximo DVD deve ser gravado em solo baiano. O repórter sugeriu que fosse durante o São João e ele respondeu: Excelente ideia. 

Na agenda 2018, os baianos já podem se preparar para assisti-los em Senhor do Bonfim e Irecê, onde tocarão pelo segundo ano seguido, além de Amargosa, onde farão sua estreia. São Sebastião do Passé e Salvador estão no radar.

Aliás, a capital baiana pode ser um destino deles no carnaval, onde eles poderão apresentar o Mandacaru Elétrico, projeto em que colocam o forró numa velocidade ainda mais rápida que a habitual.

Fonte: Gabriel Carvalho
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SERTANEJOS FESTEJAM CHUVAS

Sertão é terra-mãe, com todas as delicadezas deste relacionamento. Pouca chuva. Sol causticante. Sertanejos que na fé e com menos água, comida e sonhos vão atravessando o presente. São 7 anos sem chuva no sertão do norte da Bahia e Vale do São Francisco. 

Todavia nesta terça-feira (14), a chuva voltou a cair no sertão. Do município de Casa Nova, a redação do blog recebeu uma foto do empresário Marcelo das Baterias. Marcelo representa o sentimento de milhões de sertanejos: festejar com o banho de chuva a esperança, o batismo da felicidade da chuva no sertão.

"Só quem é das plagas sertanejas sabe bem o que representa despedir a estiagem, que na curva da estrada faz seu caminho para o oco do mundo. Açoitada pelos relâmpagos cortando os céus e sob o som estremecedor dos trovões, a seca vai embora por minutos...o homem vai parando em cada biqueira, molhando o corpo e lavando a alma, banhando-se alegre nas águas da chuva mandada por Deus, corre feliz na amplidão do sertão", diz o juiz e escritor Onaldo Queiroga.

Noticias são de chuvas desde as primeiras horas deste dia em vários municipios. "Queria ver o voo da volta da Asa Branca descrito por Zé Dantas e cantado por Luiz Gonzaga. Queria sentir a poesia Zé Marcolino: “Pássaro Carão cantou / Anum chorou também / A chuva vem cair no meu sertão / Vi um sinal meu bem / Que me animou também/ É bom inverno que vem", aponta Onaldo Queiroga.

É verdade que a chuva de 2017 não remediou a seca dos últimos 7 anos. Mal chegou e já está de partida. 
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RESPEITEM A SANFONA DE 8 BAIXOS DE LUIZINHO CALIXTO

A Sanfona de 8 Baixos possui toda uma tradição musical, sendo fundamental para a música nordestina e brasileira. “No Nordeste do Brasil, ela adquiriu características de afinação próprias que a tornaram diferente, detentora de um sotaque próprio, representativo da nossa cultura. Representa, além de uma tradição musical, um saber único, um jeito de conviver e festejar muito nosso, bem nordestino, e por isso, bem brasileiro também.

"É o instrumento mais difícil de tocar entre os de fole porque quando fecha uma tecla faz um som e quando abre, a mesma tecla faz outro som. É difícil encontrar quem toque a sanfoninha, mas ela foi responsável por disseminar o forró no Nordeste", explica, o sanfoneiro Luizinho Calixto, membro de uma família com tradição na música brasileira e que já escreveu dois manuais ensinando a tocar o fole pé de bode.

"Quem sabe tocar sanfona de oito baixos hoje está ficando velho, morrendo. É preciso renovar, buscar novos talentos, para a tradição não morrer". Essa é preocupação do sanfoneiro paraibano Luizinho Calixto, que há 10 anos inicia crianças, jovens e adultos no instrumento, famoso nas mãos de Januário, pai de Luiz Gonzaga. 

O músico desenvolveu uma didática para facilitar o ensino, que carece de professores em todo o Nordeste. Uma dessas oficinas aconteceu em Exu, Pernambuco. No último dia 11 de novembro, tive a alegria de compartilhar o dia ao lado de Luizinho Calixto.

"A sanfona de oito baixos veio da Europa com uma afinação diatônica. Quando chegou aqui no Nordeste, alguém transportou, não se sabe o porquê nem baseado em quê, a afinação para o dó-ré, que é única no mundo todo", explicou Luizinho Calixto.

Esta falta de informação sobre a sanfona de oito baixos foi um desafio que o músico teve que vencer para poder elaborar a oficina de iniciação. "Diziam que só tocava quem tinha dom ou um parente na família para ensinar. Mas criei um sistema onde cada tecla é um número. Se a tecla está pintada de vermelho, é para fechar. De azul, para abrir. Assim, os meninos olham e pronto, já saem praticando sozinhos", disse. O método foi batizado de tablatura.

A professora de biologia Ana Vartan é apaixonada pela cultura brasileira e é uma pesquisadora da música de Luiz Gonzaga. Ela diz que sempre quis aprender a tocar sanfona de oito baixos, mas não tinha quem ensinasse. "Aqui, em Exu, não tem professor para essa sanfona, só para 80 ou 120 baixos. E é bom que tenham crianças, que é a melhor fase de aprender", disse Ana.

Fonte: UEPB
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FREI DAMIÃO RECEBERÁ EM 2018 RECONHECIMENTO DA IGREJA CATÓLICA POR SUAS VIRTUDES CRISTÃS

A data já está marcada: 6 de fevereiro de 2018. Nesse dia, a Comissão de Teólogos do Vaticano se reunirá na Santa Sé para avaliar o processo de canonização de frei Damião de Bozzano. O religioso deverá receber o título de venerável, um reconhecimento da Igreja Católica por suas práticas e virtudes cristãs em grau heróico. A partir daí, começarão a ser analisados os milagres de sua autoria. Até o fim de 2019, o frade capuchinho deverá se tornar beato. Depois que o decreto for publicado pelo papa Francisco, espera-se que aconteça um novo milagre para assim Damião tornar-se um santo oficialmente. Para seus devotos brasileiros, o italiano natural de Bozzano, no Norte da Itália, já é considerado popularmente o primeiro santo nordestino. Estima-se que o frade seja autor de mais de 30 mil milagres ao longo de sua vida.

Frei Damião morreu em 31 de maio de 1997, aos 98 anos, após sofrer um acidente vascular cerebral. Seu processo de beatificação e canonização foi aberto em maio de 2003 e encaminhado ao Vaticano em julho de 2012. Para o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, o processo que tramita em Roma só oficializará o que já está no coração do povo. “Frei Damião é uma pessoa de Deus, um homem que dedicou toda sua vida à missão, à evangelização, sobretudo nas comunidades mais carentes e pobres. É muito justa a causa. Temos esperança de que, o quanto antes, a Igreja possa proclamar essa verdade para a alegria de todos nós”, declara o arcebispo. 

“Frei Damião não é só religião. Ele é um ícone da cultura nordestina, que ultrapassou as barreiras da religião do povo, atingindo as artes. Grandes intérpretes da música brasileira como Luiz Gongaga cantaram frei Damião. Gil Borges tem todo um trabalho de xilogravura envolvendo o frade. Ele está nos livros de cordel espalhados no interior do Nordeste.

Fonte: Ana Paula Neiva - Diário de Pernambuco
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RIO SÃO FRANCISCO: SOBRADINHO, PILÃO ARCADO, CASA NOVA E SENTO SÉ...ADEUS ADEUS

Vivenciando um dos piores períodos de estiagem já registrados, o Vale do São Francisco onde fica situado o maior lago artificial do mundo, o reservatório de Sobradinho, no norte baiano, reúne, como em toda bacia hidrográfica, cenários de desolação com a crescente redução no volume de água. A formação de bancos de areia, o aumento das margens do rio, a diminuição dos peixes, problemas para o abastecimento humano e animal nas cidades, além do desafio para a irrigação das plantações são os problemas cada vez mais evidentes para todas as comunidades na região do Submédio São Francisco.

Nas cidades com alguma distância das margens do rio, os problemas com o abastecimento já são conhecidos desde o início do período seco, há cerca de 10 anos. Agora, além de acentuadas as dificuldades, as cidades ribeirinhas como Casa Nova e até a própria Sobradinho buscam novas alternativas para evitar colapsos no sistema que precisou ganhar novos metros de tubulações nos pontos de captação.

“O cenário é de devastação. Onde hoje podemos caminhar em solo firme, existia muita água, quase quatro metros de altura e a cena que nos deparamos agora é de muita tristeza. Este é o resultado não só da seca que nos assola há 10 anos, mas também da ausência de medidas continuas de preservação. Não temos mais tempo, precisamos revitalizar, ou em muito breve, não haverá mais rio”, afirmou o funcionário público Francisco Ivan de Aquino, membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Lago de Sobradinho.

Assim como em Sobradinho, a cidade de Casa Nova também vem adotando medidas para continuar garantindo o acesso à água e acabar com o racionamento, com o qual a comunidade vive há algum tempo. “A cada recuo do rio, temos que colocar novos metros de tubulação. Atualmente o município tem se preparando para garantir uma rede de distribuição eficiente”, afirmou Amilton do Nascimento Souza, funcionário do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE).

Operando com uma vazão de 550 m³/s, o reservatório de Sobradinho que recebe em torno de 310 m³/s comporta apenas 3,6% do seu volume útil, segundo o último relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), divulgado em 19 de outubro. De acordo com o Diretor de Operação da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), João Henrique de Araújo Franklin Neto, o reservatório de Sobradinho poderá atingir o seu volume morto no final do mês de novembro, segundo a simulação realizada pelo ONS. “Considerando que o período úmido da Bacia do São Francisco inicia no mês de novembro, espera-se que, se for o caso de operar o reservatório no seu volume morto, será por curto intervalo de tempo”.

Embora haja uma perspectiva esperançosa em relação ao período de chuva por parte da companhia, os ribeirinhos seguem preocupados se esse volume será suficiente para minimizar os efeitos atuais da seca. Pessoas como o pescador Manoel Eduardo Souza, um dos poucos a resistir na profissão relata as dificuldades em viver apenas da pesca. “É cada vez mais difícil viver da pesca. Todos os anos vemos o rio secar ainda mais, formando ilhas onde antes só existia água. Muitos pescadores se viram obrigados a deixar seu ofício porque não tem mais peixe”.

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) continua atuando para garantir do Governo Federal a execução imediata da revitalização, única forma viável para preservar e recuperar todo o leito do rio. “Precisamos sim discutir políticas públicas viáveis e que possam contribuir para a qualidade do rio e consequentemente para a quantidade de água e qualidade para atender os múltiplos usos”, concluiu o coordenador da Câmara Consultiva Regional (CCR) Submédio São Francisco, Julianelli de Lima.

Fonte: CHBSF - Juciana Cavalcante
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JORGE DE ALTINHO A PALAVRA, O CANTO POÉTICO

O título de cidadão de Petrolina concedido a Luciano Peixinho, proporcionou a oportunidade de um grande encontro com o que existe de melhor na Música Universal Brasileira.

Encontramos Jorge Assis Assunção, Jorge de Altinho. Compositor de alma cheia e grandeza humana. É de Jorge de Altinho as primeiras composições gravadas pelo Trio Nordestino (Lindu, Cobrinha e Coroné), destaco "Fole de ouro", "Amor demais", "Forró quentão",  "A separação". 

Em seu início de carreira inspirou-se em Raul Seixas e Jackson do Pandeiro. O seu primeiro disco LP: "Jorge de Altinho - O príncipe do baião" é hoje considerado pelos pesquisadores e colecionadores uma das raridades no mercado dos especialistas e admiradores da vida e obra de Jorge de Altinho.

Ressalto sempre que Luiz Gonzaga foi pedra angular, referência maior do forró, mas o Rei do Baião, não trilhava sozinho. Havia por trás de si, uma constelação de compositores, músicos, além de profícuos conhecedores do seu trabalho, amigos talhados de sol, nascidos do barro vermelho, com almas tatuadas por xique-xiques e mandacarus. 

Jorge de Altinho é uma dessas estrelas! Tem sua luz propria até hoje. É Jorge inspirado no convivio dos sertões, conhecedor dos segredos e nuances da noite estrelada. Humilde e grande na sabedoria de seguir os ensinamentos e conselhos de Luiz Gonzaga e Dominguinhos. "Seu compromisso com o forró, Nordeste é grande".

Uma das mais belas interpretações de Jorge de Altinho é Tamanho de Paixão. Ali onde ouvimos Luiz Gonzaga e Dominguinhos fazendo a sanfona roncar feito trovão em dia de chuva.

No livro Forró de Cabo a Rabo, o jornalista e crítico musical Ricardo Anísio, aponta Jorge de Altinho, como uma das vozes mais bonitas do reduto forrozeiro. Timbre de voz de rara beleza. Compositor de maior sensibilidade, construtor da palavra poética.

Tenho dito: Viva a Música Brasileira. Viva Jorge de Altinho.
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A REDAÇÃO DO ENEM FOI FÁCIL PARA QUEM SABE SE COLOCAR NO LUGAR DO OUTRO

A estranheza com a redação do Enem começou logo após a divulgação do tema, antes mesmo do final da prova: como adolescentes de 17, 18 anos teriam repertório para escrever sobre “Os desafios para a formação educacional de surdos no Brasil?”. Isso é um tema técnico! Não existe muita literatura a respeito! E a pouca que existe é de difícil acesso!, bradaram os críticos.

Eu logo achei o tema ótimo porque pensei nos surdos apenas como a porta de entrada para uma discussão bem mais ampla. Eles poderiam ser “substituídos”, com todo o respeito às suas questões, claro, por ‘crianças com autismo’, ‘com síndrome de Down’, ‘jovens com deficiência’ e por aí vai.  Como garantir a “formação educacional” dos surdos e de todas essas crianças e adolescentes que são marginalizados e encarados como obstáculos ao aprendizado dos ditos estudantes “normais”? (Atenha-se às aspas, por favor, porque muitos psicólogos creem que todas crianças têm algum tipo de dificuldade de aprendizagem). Foi assim que eu encarei o tema e acredito que, no fundo, o que o Enem queria era que os jovens falassem sobre algo maior: a importância da inclusão e o que ganhamos quando todos sentamos juntos em frente ao mesmo quadro negro.

Se houve um estranhamento com o tema da redação por parte dos estudantes, dos pais e das escolas é porque alguém falhou nesse processo tão amplo chamado Educação, ‘tomou bomba’ na prova de inclusão. Você só não sabe escrever sobre algo quando nunca teve contato com a questão, quando nunca foi instigado a pensar sobre o assunto ou ninguém te contou ou mostrou que sim, um deficiente auditivo ou visual podem estudar em uma escola regular. Assim como uma criança autista. Cadeirante. Com síndrome de down. Se não há bom senso em recebê-los, eles contam com o apoio da lei. Pode pesquisar.

Os surdos, no caso, precisam de professores que não lhes deem as costas e que falem devagar para que possam ler seus lábios, os cadeirantes necessitam de escolas mais acessíveis, com rampas, alguns estudantes precisam de material adaptado, sei lá, tô aqui fazendo um brainstorm para uma redação que não tive o prazer de escrever. O que eu sei sobre o assunto? Talvez pouco, mas sei que a inclusão é possível e é benéfica a todos, porque vejo a escola do meu filho praticando-a todos os dias, sem hipocrisia e sem querer ganhar uma medalha por isso.

Claro que as escolas têm de fazer algumas adaptações para receber a todos, mas são elas que têm que se adequar ao aluno, e não o contrário. As crianças e adolescentes com alguma deficiência têm o direito de estar em uma sala de aula junto com os colegas da mesma faixa etária e que não tenham deficiência e vice-versa. Juntos, vão aprender as matérias do curriculum básico, mas vão aprender também a conviver. A se respeitar. E tirar o que há de bom e de ruim dessa experiência. Vai ser fácil? Às vezes sim, às vezes não. Assim como a vida.

O Enem tem percebido, ainda bem, que pouco importa se as orações são sindéticas ou assindéticas, que troço difícil, nem me lembro qual é uma, qual é outra. Importa mesmo é saber se o estudante sabe conviver e respeitar as diferenças, a diversidade, os direitos humanos, mesmo com os cães ladrando por aí que isso “é coisa de comunista”. Não é não. Isso é coisa de quem sabe tirar dez na vida e, de quebra, na redação do Enem.

FONTE: RITA LISAUSKAS
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