Uma biografia do cego Aderaldo do Crato



É preciso falar do Cego Aderaldo, tanto do famoso personagem do Crato, no Ceará, como da biografia escrita por Cláudio Portella (Cego Aderaldo-A vasta visão de um cego cantador) para a Escrituras, aliás a Escrituras, há algum tempo tem olhado um pouco acima, para os autores do Nordeste. Lembro aqui rapidamente do Angústia da Concisão, do poeta e filósofo Abrahão Costa Andrade, amigo de infância, lá das névoas areenses; do Zoo Imaginário, do poeta, nosso mestre e professor Sérgio de Castro Pinto; A Estética do Cangaço, de Frederico Pernambucano de Melo; Pedra Só, de José Inácio Vieira de Melo. Mas voltemos ao Cego Aderaldo.

A capa é realmente de arrepiar: o velho cantador enfatiotado em linho, segurando ao colo seu instrumento de trabalho, mais parecendo um donatário, e o era: donatário de vasta visão, como apregoa o subtítulo da obra.

 Portella esmiúça com notável habilidade os fatos e a obra do vate caririzeiro, sem perder o lúdico, nem afastar-se do maravilhoso. Transformado em lenda, o Cego Aderaldo desfia seu canto e suas rimas, seus chistes e ousadias. Personagem na célebre A Peleja do Cego Aderaldo Com Zé Pretinho Do Tucum, Firmino Teixeira do Amaral colocou-lhe no canto as deixas até hoje lembradas nas rodas de conversa sobre o sertão dos cantadores:
Amigo José Pretinho
Não sei que hei de cantar
Só sei que depois da luta
O senhor vencido está
Quem a paca cara compra
Cara a paca pagará.


E assim vai costurando sua teia pegajosa repleta de inversões sobre o mesmo tema, encaixotando Zé Pretinho num beco sem saída, diante do trava-língua. Antes já havia preparado um nó do juízo do adversário, utilizando-se da mesma técnica:

Eu vou mudar a toada
Pra uma que mete medo
Nunca encontrei cantador
Que desmanchasse esse enredo:
É um dedo, é um dado, é um dia,
É um dia, é um dado, é um dedo.


Claro que tudo isso e muito mais está no miolo sensacional do livro: fotografias, pequena antologia de motes e glosas, pelejas e poemas. Homenagem mais que em tempo ao grande cantador. De muita pertinência aparecem nos anexos as pautas com a melodia do martelo agalopado, do mourão, das sextilhas e do quadrão, tradicionais modalidades da cantoria nordestina, trazendo a harmonia e a linha melódica da rabeca, instrumento com o qual Aderaldo se apresentava em várias ocasiões.


Claudio Portella é um cearense de Fortaleza, poeta e crítico literário, agora assina também como biógrafo, atrelando seu nome à cultura profunda do Brasil Real. De parabéns os envolvidos na empreitada e meus agradecimentos ao editor Raimundo Gadelha pelo belo presente.

Fonte: Enviado professor e escritor Aderaldo Luciano/ Blog Luiz Nassif

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Ministério da Saúde garante que vacina contra o HPV é segura


Após seis ocorrências de reações à vacina contra o HPV, o Ministério da Saúde enfatiza para a população que a imunização é segura. “É uma vacina que tem quase dez anos de uso no mundo inteiro. É uma vacina nova aqui no Brasil, mas  há 50 países no mundo que utilizam, quase 175 milhões de doses da vacina aplicadas”, disse o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.
Cerca de 2,3 milhões de meninas foram vacinadas contra o HPV, doença que pode ocasionar câncer de colo de útero. A meta é que até o final de 2014 sejam vacinados 4,2 milhões de meninas entre 11 e 13 anos de idade.
Segundo Barbosa, é comum os jovens terem medo de vacina, e por isso pode ter casos de tontura, e em raras vezes desmaio, mas isso acontece “com qualquer injeção”. “Por isso que o Ministério da Saúde recomenda que a menina seja vacinada sentada e que ela não faça esforços físicos logo após tomar a vacina”, ressaltou.

Fonte: Agencia Brasil
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Piloto do avião é destaque em pouso de emergência realizado em Brasilia

Um avião da Avianca fez um pouso de emergência, no fim da tarde desta sexta-feira, 28, na pista do Aeroporto de Brasília - depois de "taxiar" por cerca de 40 minutos no ar. Os 44 passageiros e 5 tripulantes foram retirados da aeronave sem ferimentos por uma rampa dos bombeiros, acionados pela torre de comando.
O Fokker 100 da Avianca teve um problema no trem de pouso dianteiro depois de decolar de Petrolina, em Pernambuco, com destino a Belo Horizonte. A aterrissagem para uma escala em Brasília estava prevista para as 17h03, mas houve a necessidade de sobrevoo da capital para gastar combustível e evitar uma explosão no pouso.
Em conversa com os controladores de voo, o piloto do avião, que conduziu a operação com tranquilidade, disse que tudo indicava problema no trem de pouso e tentaria não "assustar" os passageiros. Dezenas de carros e homens do Corpo de Bombeiros estavam na pista. Logo que o avião aterrissou, os bombeiros jogaram espuma na lataria da aeronave. Apenas o trem de pouso traseiro foi usado na aterrissagem, o que é chamado "pouso de barriga".
Logo após a retirada dos passageiros, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) enviou técnicos para investigar as causas do problema no avião, segundo a assessoria de imprensa da Inframérica, empresa que administra o aeroporto. Em outra nota, a Avianca se limitou a dizer que o avião pousou de forma "segura" e se deu prioridade ao atendimento aos passageiros. Uma parte deles resolveu seguir em suas conexões.

Como o Aeroporto de Brasília tem duas pistas aptas para pousos e decolagens, o tráfego de aviões não teria sido prejudicado, ainda segundo a Inframérica. As chegadas e saídas prevista para a pista em que o avião da Avianca aterrissou foram transferidas para outra área.

Fonte: Agencia Brasil e Estadão
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Avião que saiu de Petrolina faz aterrissagem forçada em Brasília

Um avião da empresa Avianca fez um pouso de emergência por volta das 18h de hoje (28), no Aeroporto Internacional de Brasília - Juscelino Kubitschek. A aeronave MK-28 seguia de Petrolina (PE) para a capital federal, com 44 passageiros e cinco tripulantes a bordo. Ao aterrissar, pousou de barriga na pista. A assessoria da Avianca não informou as causas do acidente.

De acordo com a assessoria da Inframerica, concessionária que administra o aeroporto, nenhum passageiro ficou ferido. A empresa aérea disse, em nota, que o avião pousou “de forma segura” e que “todos os passageiros foram desembarcados e transportados, em ônibus, até o terminal de passageiros”.
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Prefeito de Petrolina garante parceria para realizar Corrida de Jumentos do Capim e Missa do Vaqueiro


O radialista Carlos Augusto anunciou nesta sexta-feira 28, a parceria com a Prefeitura de Petrolina para realização da 73º Missa do Vaqueiro e a 43 edição da Corrida de Jumentos-Jecana Nacional do Capim. O Prefeito Julio Lossio solicitou uma programação que mantenha a tradição e a fé dos eventos com a promoção também do Forró da Espora.

A tradição, fé e coragem dos sertanejos são retratadas na missa às margens do Rio São Francisco que é realizada desde 1941, em pagamento a uma promessa pela recuperação da saúde de um vaqueiro. A data do Jecana será ainda definida.

Durante o ritual da Missa, o Padre José Guimarães faz uma adaptação ao linguajar dos sertanejos e há momentos de muita emoção quando o ofertório dos vaqueiros, paramentados, montados em seus cavalos, aproximam-se do altar e depositam peças de suas indumentárias e instrumentos utilizados no trabalho do dia a dia.
Na comunhão, tampioca, cuscuz, rapadura, queijo, substituem a hóstia e o vinho. A presença de Jesus Cristo está nas marcas dos vaqueiros nordestinos que sofrem com mais uma seca e mostram novamente que são antes de tudo fortes, na definição do escritor Euclides da Cunha.
A musicalidade da Missa do Vaqueiro encanta e diz o quanto é válido participar do evento. O aboio, toada cantada com versos improvisados dentro de uma determinada melodia ecoa nas margens do rio São Francisco. Aboio para muitos que vivem no sertão é um canto mágico, espiritual que envolve homem e gado e só mesmo quem vive nesta lida tem profundo conhecimento e sensibilidade do fato”, diz Carlos Augusto.
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Garanhuns: Festival Viva Dominguinhos

Dominguinhos encantou o Brasil com sua sanfona e voz, simplicidade e humildade. Dominguinhos tornou-se um cantador que melhor soube interpretar a alma brasileira e vive na boca do povo, no puxado da sanfona em todos os recantos desse Brasil.

 Visitei recentemente Garanhuns, lugar onde nasceu Dominguinhos. Junto com o prefeito Izaias Regis, a Secretária de Comunicação Jaqueline Menezes, Secretária de Cultura Cirlene Leite e professor Vilela, parabenizei-os pela rica e valiosa proposta da realização do I Festival Viva Dominguinhos, programado para os dias 25, 26 e 27 de abril.

Garanhuns nesse sentido vai consolidar um calendário que será um dos principais acontecimentos do Nordeste. Garanhuns firma com o Festival Dominguinhos o incentivo, a valorização da cultura e artes, um festival ancorado na alma e no profissionalismo do filho mais ilustre da música brasileira. 

Garanhuns abastecerá todo o Brasil, Estado, através da impressionante riqueza de ritmos e artes, do cordel aos cantadores de viola, do aboio ao frevo, do armorial ao maracatu, do baião ao xote e xaxado, as múltiplas variações da música nordestina/brasileira presentes na sanfona, triangulo e zabumba, “uma autêntica orquestra”, na definição de Luiz Gonzaga. 

 O professor paraibano, radicado no Rio de Janeiro, Aderaldo Luciano, sempre me lembrou que Luiz Gonzaga foi pedra angular, referência -mor do forró, mas o Rei do Baião, não trilhava sozinho. Havia por trás de si, uma constelação de compositores, músicos, além de profícuos conhecedores do seu trabalho, amigos talhados de sol, nascidos do barro vermelho, com almas tatuadas por xique-xiques e mandacarus. 

Garanhuns é o local apropriado para ser o palco capaz de reunir milhares de admiradores, com sede e fome de ouvir, cantar, silenciar, transformar e aplaudir em noites e nuances do céu estrelado sanfonado do mestre Dominguinhos, o discípulo que inovou a arte do mestre Luiz Gonzaga.

Garanhuns vai proporcionar com o Festival Viva Dominguinhos a oportunidade promover  o debate sobre compositores, músicos, artistas que sabem divisar o Cruzeiro do Sul do Sete Estrelo e muito além disso discutir e como lidar com a máquina capitalista avassaladora dominante hoje da “indústria musical”. Dominguinhos Vive. Garanhuns é agora um pedaço de terra de todos nós brasileiros. 

Dominguinhos qual Luiz Gonzaga tornou-se uma estrela luminosa a brilhar. Como disse Fernando Pessoa, “quem, morrendo, deixa escrito um belo verso, deixou mais ricos os céus e a terra, e mais emotivamente misteriosa a razão de haver estrelas e gente”. Viva Garanhuns. Viva o Nordeste. Viva Petrucio Amorim, Xico Bizerra, Três do Nordeste, Jorge de Altinho, Elba Ramalho, Anastácia, Paulo Vanderley, Luiz Ceará, Quinteto Violado, Flávio Leandro, Cezinha, Flávio José, Targino Gondim... Viva o Festival Dominguinhos.

 *Por Ney Vital-Jornalista-Petrolina PE
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Rádio Cidade Am870 Programa Nas Asas da Asa Branca


Sábado, 7hs, Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga
www.radiocidadeam870.com.br

Destaque para  Dedé Monteiro, poesia Com as tintas branca dos anos:

Nunca pensei na velhice,
Mas a danada chegou…
E o seu fantasma me disse
Que o tempo bom acabou.
E o mesmo tempo, sisudo,
Me quis despojar de tudo,
Desmoronando os meus planos.
E, pra maior pesadelo,
Jesus pintou meu cabelo
Com as  tinta branca dos anos.

O tempo passa veloz,
Deixando tudo em desgraça.
Nós nem pensamos em nós
Tão veloz o tempo passa.
Eu mesmo, em mim, só pensei
Depois que velho fiquei,
Depois de mil desenganos…
Já não represento nada,
Tendo a cabeça pintada
Com a tinta branca dos anos.

Tudo na vida se acaba…
A mocidade, também.
A juventude desaba,
Quando a caduquice vem.
Sinto que a morte me afronta
E que a consciência conta
O meu tempo entre os humanos.
Vejo os meus dias contados
Nos meus cabelos pintados
Com a tinta branca dos anos.

A tinta que o tempo bota
Sobre a cabeça da gente
É d’uma que não desbota,
Permanece eternamente.
Tem gente que compra tinta,
Mete na cabeça e pinta,
Só pra nos causar enganos…
Mas é besteira do povo.
Depois sai cabelo novo
Com a tinta branca dos anos.
  
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