BODOCÓ E A SONORIDADE DA CULTURA BRASILEIRA GONZAGUEANA

Cada arte emociona o ser humano de maneira diferente! Literatura, pintura e escultura nos prendem por um viés racional, já a música nos fisga pelo lado emocional. Ao ouvir música penetramos no mundo das emoções, viajamos sem fronteiras.

Visitei Bodocó, Pernambuco e abracei amigos/irmaos. O homem que pesquisa é um lutador. Desbravador. Deve vestir a roupa do destemor e despir os pés para adentrar os caminhos, sentindo o chão que pisa...há anos eu precisava sentir a poeira dos caminhos de Bodocó. 

Bodocó. Desde menino a palavra Bodocó zumbe nos meus ouvidos. Na cidade, o sentimento invadia meus pensamentos, alma de menino cantador/jornalista: "Nas quebradas caem as folhas fazendo a decoração. Chora o vento quando passa nas galhas do aveloz. Chora o sapo sem lagoa todos em uma só voz. Chora toda a natureza na esperança, na incerteza de Jesus olhar pra nós...Nos cafundó de Bodocó, de Bodocó, de Bodocó. Nos cafundó de Bodocó, de Bodocó, de Bodocó"... 

Na companhia do amigo Flávio Leandro/Cissa/Emanuel, Jurandy da Feira, Miguel Alves Filho...Dorinha, no Rancho Febo, tive a felicidade de apreciar a sonoridade da palavra Bodocó...no violão o poeta cantador Flávio Leandro ecoa Chuva: "O choro do céu é pureza imenso escoar de beleza nas terras do meu Bodocó/em tom de verde realeza envia um rio de certeza para o sertanejo tão só"...

Neste mês de Julho é aniversário do poeta Miguel Alves Filho.

A cidade é mencionada na canção "Coroné Antônio Bento", que integra o primeiro LP de Tim Maia, de 1970. A música conta a história do casamento da filha de um "coronel", que dispensa o sanfoneiro e chama um músico do Rio de Janeiro para animar a festa. A canção é de autoria de Luis Wanderley e João do Vale.

A cidade também consta na música Pau de Arara (Guio de Moraes)..."Quando eu vim do sertão, seu moço, do meu Bodocó, a malota era um saco e o cadeado era um nó, só trazia a coragem e a cara, viajando num pau de arara, eu penei, mas aqui cheguei".

E uma das mais belas ja citadas aqui: Nos Cafundó de Bodocó, de Jurandy da Feira.  "Nas caatingas do meu chão se esconde a sorte cega/Não se vê e nem se pega por acaso ou precisão/ Mas eu sei que ela existe pois foi velha companheira do famoso Lampião".

Na musica Respeita Januário, Luiz Gonzaga solta a voz também usando a sonoridade da palavra Bodocó...

Também ouvi atentamente o relato de Flávio Leandro quando mostrava uma análise, diálogo/pesquisa, a gênese de nossas raízes. Flávio aproxima nossos ancestrais ao termo, a cultura árabe. Lembrei que Elomar, em sua cantiga O Violeiro, canta “Deus fez os homens e os bichos tudo fôrro...”. De forria para fôrro, de fôrro para forró, celebração da liberdade, da quebra do jugo e dos grilhões. 

E  aqui registro, o magistral Emanuel, o Manu, advogado, filho de Flávio/Cissa, na batida do Pandeiro. Ritmo e talento. Sorriso e simplicidade do tamanho do mundo chamado Bodocó

Miguel Filho me levou a caminhar na história de Bodocó. Pedra Claranã. Capela São Vicente de Paulo e histórias que envolvem Bodocó e a família de Luiz Gonzaga.

Miguel Filho é o típico sertanejo. Humildade franciscana. Compositor da safra das palavras de qualidade.  Miguel é compositor parceiro de Flávio Leandro, nas músicas Utopia Sertaneja, uma das mais belas da literatura brasileira; e de Fuxico. Miguel tem músicas gravadas também com o Quinteto Violado, Pedras de Atiradeira e Experiências.

E assim a sonoridade Bodocó ganhou ainda mais beleza e sentido. Compreendi que existem palavras que são portas/janelas servem para revelar mundos e situações. Bodocó és encantamento de um sol e lua do mês de julho. 

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DOMINGUINHOS: HÁ DEZ ANOS NÃO SE OUVE MAIS O SOM DA SANFONA SENTIDA

Com a rapidez de um trem da Great Western, o tempo passou e, no próximo domingo (23), faremos memória à passagem do músico, cantor e compositor José Domingos de Moraes, o Dominguinhos. O artista, que morreu aos 72 anos, lutou por mais de seis anos contra um câncer de pulmão, mas não resistiu às complicações infecciosas e cardíacas.

Nascido em Garanhuns, no Agreste pernambucano, Dominguinhos conheceu Luiz Gonzaga ainda criança e, aos 13 anos, quando já estava no Rio de Janeiro, recebeu do Rei do Baião sua primeira sanfona, a mesmo que o consagrou, três anos mais tarde, como herdeiro de sua obra.

Quando a notícia da morte de Dominguinhos estampou os principais noticiários do país, naquela penúltima terça-feira do mês de julho de 2023, um clima de suspense pairou no ar. O sanfoneiro que, assumidamente, era um verdadeiro adorador de sua terra natal, inclusive isso ficou registrado em gravações de entrevistas concedidas às rádios pernambucanas, tinha o desejo de ser sepultado em Garanhuns.  A decisão da ex-companheira Guadalupe e sua filha Liv Moraes contrariou o desejo explícito, programando o sepultamento do cantor em um cemitério privado da capital pernambucana.

Menos de um mês depois da morte de Dominguinhos, o filho mais velho do sanfoneiro, Mauro Moraes, moveu uma ação na Justiça pedindo que o corpo do músico fosse transferido para Garanhuns. O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) autorizou a transferência do corpo à cidade natal do artista. A decisão foi da juíza Andréa Duarte Gomes, atendendo ao pedido do filho do músico, Mauro José de Moraes, in memorian. A sentença saiu numa quinta-feira, 29 de agosto, mas foi divulgada somente na sexta (30).

Finalmente, em 26 de setembro do mesmo ano, os restos mortais do saudoso “Nenem”, como era apelidado por sua mãe, foram sepultados no Cemitério São Miguel, em Garanhuns. Sob forte comoção e aplausos de familiares e amigos, Dominguinhos pode, enfim, ter sua última morada definitiva.

No ano de 2002, Dominguinhos foi o vencedor do Grammy Latino com o CD Chegando de Mansinho. Em 2008, foi o grande homenageado da 19ª edição do Prêmio da Música Brasileira, antigo Prêmio Sharp, numa noite de pura reverência concedida por outros artistas nacionalmente consagrados como Gilberto Gil, Genival Lacerda, Jorge de Altinho, Flávio José, Elba Ramalho, Vanessa da Mata, Nana Caymmi e outros tantos.  Ao longo da carreira, fez parcerias de sucesso com músicos como Gilberto Gil, Chico Buarque, Anastácia e Djavan.Com sua maior parceira musical, Anastácia, compôs grandes sucessos como Tenho sede, Eu só quero um xodó, Contrato de separação, Sanfona sentida, Toque pife e Triunfo.

E como se nem imaginássemos, o tempo passou e há dez anos que não ouvimos mais o som de sua sanfona, à qual Dominguinhos sempre teve extrema dedicação. Uma característica que poucos conhecem dele, um excelente instrumentista, que, por muitas vezes, declarou ter muito mais apreço em tocar, produzir arranjos e compor as melodias de inúmeras canções do que até mesmo cantar. Além disso, era um grande apreciador de valsas e passava horas com sua sanfona a tocar, apreciando o ritmo.

Para nós, fãs e apreciadores de sua obra, nos resta a memória extremamente viva do que foi e o que é Dominguinhos para a música popular brasileira. Que possamos perpetuar seu legado fazendo com que as gerações futuras ouçam, consumam e reflitam em toda a obra do mestre Dominguinhos. Que os artistas mais contemporâneos possam beber na fonte que é José Domingos e deem continuidade. Viva Dominguinhos, viva a sua obra!

*Charles Andrade-Jornalista e pesquisador musical

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SILVERIO PESSOA SOLICITA EXONERAÇÃO DO CARGO DE SECRETÁRIO DE CULTURA DE PERNAMBUCO

Silvério Pessoa não está mais à frente da Secretaria de Cultura do Estado. Em comunicado divulgado à imprensa nesta quinta-feira (20),  o ex-gestor da pasta afirmou que se despede do cargo "com o sentimento de dever cumprido e a certeza de ter dado voz a quem muitas vezes está à margem do processo".

Em entrevista exclusiva concedida à Folha de Pernambuco no início da atual gestão do Governo do Estado, Silvério afirmou ter recebido com surpresa a Secretaria. "Foi um mix de surpresa e de desafio, mas ao mesmo tempo de muita leveza", comentou, à época.

Sete meses após assumir a pasta na Cultura, Silvério deixa o cargo exatamente na véspera do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG 2023), com início nesta sexta-feira (21) na cidade agrestina.

Em nota a governadora Raquel Lyra, agradeceu pelos serviços prestados por Silvério, enquanto esteve à frente da Secretaria de Cultura de Pernambuco:

“Agradeço a Silvério pela dedicação à frente da Secretaria de Cultura e por todo o trabalho de escuta e    execução de ações estruturadoras para o setor, incentivando diversas linguagens e expressões culturais e valorizando os nossos artistas”.

Confira a carta assinada por Silvério à governadora Raquel Lyra, entregando o cargo na secretaria:

Governadora Raquel Lyra,Hoje as minhas primeiras palavras são de despedida e gratidão.

Agradeço a confiança pelo convite para o honrado cargo de secretário de Cultura do Estado de Pernambuco, posição que com dedicação ocupei nos últimos meses. Como em todos os ciclos da vida, no entanto, chegou o momento de encerrar essa jornada: sem dúvidas, tempo de aprender, tempo de semear as bases de uma política cultural mais múltipla e democrática no nosso Estado.

Despeço-me do cargo com o sentimento de dever cumprido e a certeza de ter dado voz a quem muitas vezes está à margem do processo, valorizando nossos artistas e suas mais variadas expressões e linguagens inseridas também nas culturas das periferias em todo o Estado.

Estruturar e fomentar a política cultural de um Estado tão rico e diverso como Pernambuco não é tarefa simples, mas tenho a convicção que contribui com o processo. Nesse período, trazer à tona o debate sobre a pedagogia da cultura e a multiculturalidade e riqueza da cultura periférica, através do “Fala, Periferia”, que lançamos em abril, são exemplos de ações estruturadoras que por certo renderão bons frutos.

Implantamos com a Secretaria de Educação o projeto de alfabetização dos mestres e mestras da Zona da Mata e promovemos muitas escutas através do “Secult de Andada”, percorrendo quase 1.500 km visitando e me reunindo com aqueles que têm dificuldades em obter acesso ou qualquer tipo de apoio.

Estruturamos a execução da Lei Paulo Gustavo e fomos o primeiro estado do Nordeste e um dos primeiros estados do Brasil a ter o plano de ação aprovado e os recursos liberados.

O olhar para as diferenças e particularidades de cada linguagem esteve presente no nosso cotidiano, refletindo a construção das ações de uma política cultural forte e pulsante, marcada pela valorização dos artistas pernambucanos.

Premissas que também marcam a organização do 31º Festival de Inverno de Garanhuns, que se inicia nesta sexta-feira (21), com a presença dos nossos talentos, acompanhados de tantos outros nomes da cena artística e cultural do nosso país.

Decidi dedicar meu tempo agora para minha carreira e, também para a docência, pois como artista e professor sinto falta dos palcos e da sala de aula.

Agradeço ao time da Secretaria, que esteve junto comigo nesta jornada, desejando muito sucesso e novas conquistas para os que seguem na missão de mudar Pernambuco.

Por fim, agora como artista e pernambucano, seguirei na torcida e sempre à disposição, em outros palcos, em defesa da nossa cultura.

Silvério Pessoa.

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RIO SÃO FRANCISCO ESTÁ SENDO INVADIDO POR ESPÉCIES DE PEIXES QUE NÃO SÃO NATIVOS DO VELHO CHICO, ALERTA PESQUISADOR

O rio São Francisco está sendo invadido por espécies de peixes que não são nativos do Velho Chico. Isto está sendo constatado principalmente no baixo curso do rio. Segundo o professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e coordenador da Expedição Científica do Baixo São Francisco, Emerson Soares, os tucunarés, apaiaris e tilápias, que são ciclídeos, se adaptaram muito bem à região. 

“Além de serem prolíficos, com grande voracidade, e predadores, tem a questão do aumento da salinidade, devido a retenção de água para geração de energia elétrica e irrigação. Também há as espécies costeiras que adentram nas águas interiores que competem com os organismos nativos de água doce por alimento. Estas são desfavorecidas pela mudança de qualidade de água. Dentre as espécies de peixes costeiras que adentram no continente, citamos camurupim, robalos, tainhas, baiacus e xaréus, por exemplo”, explicou.

Soares acrescentou que o novo perigo são espécies exóticas oriundas da Ásia, trazidas por aquicultores para cultivos intensivos na região e, que por algum problema como enchentes ou rompimento de tanques escavados com fuga de espaços confinados, acabam indo parar no rio, tais como o panga ou o camarão da Malásia.

Para o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Maciel Oliveira, o Comitê vê estes estudos com grande preocupação. “Essas espécies invasoras trazem enormes prejuízos, a exemplo do tucunaré, que é da região Norte do país, e que aqui já se encontra há muito tempo. Existem outras espécies que também estão sendo citadas, como o panga. Entretanto, a nossa maior preocupação é com relação ao mexilhão dourado que pode trazer enormes prejuízos econômicos, socioambientais e para a população ribeirinha. Iremos cobrar das autoridades competentes um plano de ação e monitoramento que seja efetivo para o combate ao mexilhão dourado aqui na região do Baixo São Francisco e em toda a extensão da bacia”.

O pesquisador da UFAL complementa que as espécies invasoras podem causar desequilíbrio ecológico, com o aumento da predação de espécies nativas, bem como vão competir por alimento e por espaço com organismos locais, e que podem transmitir parasitoses e enfermidades à população. “O mexilhão dourado é outra espécie perigosa, que se alastra e ocupa o ambiente rapidamente e traz problemas para bombas e estações de abastecimento dos municípios, o que acarreta em um aumento dos custos de tratamento da água”, pontuou Emerson Soares.

É importante ressaltar que medidas importantes precisam ser tomadas para minimizar o dano ao rio São Francisco, e o professor da UFAL citou que o aumento da fiscalização, uma legislação mais rígida contra espécies exóticas, ordenamento da atividade aquícola (medidas de controle e de prevenção de fugas de peixes de piscicultura), a promoção de ações para captura e retirada destas espécies da região, como pesca e extração das espécies exóticas do ambiente, promoção de políticas de incentivo ao uso destas espécies na cadeia produtiva, tais como produção de farinha de peixe, uso de casca do mexilhão para fabricar tijolos e cobogós na construção civil, uso destes organismos como biofertilizantes, produção de adubos, a produção de silagem, a promoção de torneios de pesca controlada e esportiva com vistas a soltar as espécies nativas e capturar peixes exóticos, são bons exemplos para a busca da diminuição das espécies invasoras na região do Baixo São Francisco.

A Expedição Científica, por exemplo, tem trazido muitas informações sobre estas espécies, já que tem monitorado o aparecimento delas e correlacionou com as mudanças da qualidade de água e no ambiente. Também tem estudado de que forma esses organismos vêm aparecendo na região e como têm se proliferado.

Pescador há mais de 30 anos, Rodrigo Vieira, de Neópolis (SE), relatou que algumas espécies invasoras estão prejudicando bastante o trabalho dos ribeirinhos, pescadores e outros moradores da região do Baixo São Francisco que indiretamente sobrevivem do que ele oferece. 

“Quando entramos no rio para pescar temos grandes prejuízos porque, inclusive, aparecem siris que danificam as redes, mexilhões que acabam atrapalhando o trabalho de todos os profissionais. Porém, o tucunaré que é considerado uma espécie invasora pelos cientistas e demais pesquisadores acabou trazendo benefícios para nós, pois é fácil de pescar, bem como é vendável, circula bem economicamente”, finalizou. (CHBSF)

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PADRE CÍCERO A CAMINHO DOS 90 ANOS ENCANTAMENTO

 “O nome do padre Cícero / ninguém jamais manchará, / porque a fé dos romeiros / viva permanecerá, / pois nos corações dos seus / foi ele um santo de Deus / é e pra sempre será.” Tema de incontáveis folhetos de cordel espalhados pelas feiras sertão afora.

Quem já ouviu falar dos preceitos ecológicos do Padre Cicero, muitos o seguem como exemplo de fé e religiosidade, mas poucos sabem que ele foi um dos primeiros defensores do meio ambiente, do bioma caatinga.


Cícero Romão Batista nasceu em Crato, Ceará no dia 24 de março de 1844. Foi ordenado no dia 30 de novembro de 1870. Celebrou a sua primeira missa em Juazeiro em 1871. No dia 11 de abril de 1872 fixou residência em Juazeiro. Padre Cícero faleceu no dia 20 de julho de 1934, na cidade de Juazeiro.


A jornalista Camila Holanda escreveu que nas entranhas do Cariri do Ceará foi emergido uma versatilidade de ícones que, entrelaçados povoam o imaginário cultural que habita a região.


Nas terras do Ceará ouvi uma das mais belas histórias. Resumo: o teatrólogo, pesquisador cultural Oswaldo Barroso, ressalta um dos mais valiosos símbolos, a vigorosa força mítica e religiosa. Oswaldo, cidadão honorário de Juazeiro do Norte, diz que a primeira vez que esteve no Cariri foi nos anos 70 e a experiência fez com que suas crenças e certezas de ateu fossem desconstruídas e reconstruídas com bases nos sentimentos das novas experiências e epifanias vividas.


"Desde o início, não acreditava em nada de Deus. Mas quando fiz a primeira viagem ao Horto do Juazeiro do Norte, foi que eu compreendi o que era Deus. Isso mudou minha vida completamente", revelou Oswaldo.


Um outra narrativa importante encontrei na mitologia dos Indios Kariris. Nela a região é tratada como sagrada, centro do mundo, onde no final dos tempos, vai abrir um portal que ligará o Cariri  para a dimensão do divino.


A estátua do Padre Cícero encontra-se no topo da Colina. Muitos romeiros percorrem a Trilha do Santo Sepulcro. A pé eles percorrem às 14 estações trajeto marcado por frases e conselhos ambientais do Padre Cícero, que já alertava naquela época para os muitos desequilíbrios ambientais e impactos da agressão humana na natureza.


Padre Cicero descreveu os preceitos ecológicos:

1) Não derrube o mato, nem mesmo um só pé de pau;
2) Não toque fogo no roçado nem na caatinga;
3) Não cace mais e deixe os bichos viverem;
4) Não crie o Boi e nem o bode solto; faça cercados e deixe o pasto descansar para se refazer;
5) Faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar água de chuva;
6) Não plante em serra a cima, nem faça roçado em ladeira que seja muito em pé; deixe o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca sua riqueza;
7) Represe os riachos de 100 em 100 metros, ainda que seja com pedra solta;
8) Plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou outra árvore qualquer, ate que o sertão todo seja uma mata só;
9) Aprenda tirar proveito das plantas da caatinga a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar a conviver com a seca;
10) Se o sertanejo obedecer a estes preceitos a seca vai aos poucos se acabando o gado melhorando e o povo terá sempre o que comer, mas se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão todo vai virar um deserto só.

Rezemos com Fé! . Os sorrisos são a alegria da alma.
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MINISTRA DA CULTURA GANHA LIVRO LUIZ GONZAGA 110 ANOS DO NASCIMENTO E É CONVIDADA PARA VISITAR EXU

A trajetória épica de um dos maiores ícones da cultura brasileira ganhou ainda mais forma com o lançamento do livro Luiz Gonzaga: 110 anos do nascimento, do autor paraibano Paulo Vanderley. O livro chegou até as mãos do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva e na última quinta-feira (13) também da Ministra da Cultura Margareth Menezes.

"Voltando de Brasília com o coração carregado de boas memórias e o peito repleto de esperança. Fomos recebidos pela Ministra da Cultura, Margareth Menezes, na sede do ministério da cultura, acompanhado por Fabiano Piúba, Secretário de Formação Cultural, Livro e Leitura do Minc. Foi um momento emocionante e significativo, pois podemos apresentar pessoalmente, junto com o diretor da Editora Viu Cine, Ulisses Brandão, nosso livro:  "Luiz Gonzaga: 110 anos do Nascimento", escreveu Paulo Vanderley em suas redes sociais.

De acordo com Paulo Vanderley, o livro é escrito em primeira pessoa, com o próprio Rei do Baião contando sua história, a partir de uma intensa pesquisa em acervos de entrevistas. O projeto também está em formato de áudio, narrado pelo próprio biografado a partir desse material. 

"Dessa forma, o público consegue ter acesso ao conteúdo de parceiros musicais e os herdeiros de Seu Luiz Gonzaga no forró em diversas plataformas".

Paulo Vanderley é pesquisador, criador e mantenedor do mais completo site de Luiz Gonzaga no Brasil www.luizluagonzaga.com.br

De acordo com Paulo, durante o encontro, ele teve a oportunidade de compartilhar com a Ministra Margareth Menezes a importância de preservar e valorizar nossa rica cultura popular, representada brilhantemente por artistas como Luiz Gonzaga e muitos outros que continuam esse legado no Nordeste. 

"A propósito, convidei a ministra para conhecer a cidade de Exu, berço do Rei do Baião e fonte inspiradora  de suas criações. Viva Seu Luiz Gonzaga", finalizou Paulo Vanderley.

Exu é a terra onde nasceu Luiz Gonzaga e a mulher revolucionária Barbara de Alencar.

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ACERCO DO RÁDIO É UM DOS PRINCIPAIS DESTAQUES NA EXPOCRATO 2023

Há 100 anos, o rádio como conhecemos hoje tinha as primeiras ondas sonoras transmitidas no Brasil, e Roquette Pinto, nome importante para a radiodifusão brasileira, previa o sucesso deste meio de comunicação. Porém, a ação de comunicar a partir do som nasceu em solo brasileiro ainda em 1899, com o inventor do rádio, o Padre Roberto Landell de Moura.

Um pedaço desta paixão pelo Rádio pode ser admirado no Festival Expocrato 2023 que teve início no domingo (9) e segue até o dia 16 de julho no Crato, município do Cariri cearense. Trata-se da Exposição, acervo pessoal,  do radialista e Jornalista Antonio Vicelmo proporcionando aos visitantes do evento uma "visão dos aparelhos radiofônicos".

Na exposição é possível encontrar Rádios da década de 40 e 50 e lógico os mais modernos, sintonia em FM. Encontramos o ABC A Voz de Ouro, Transglobe, Semp,  Caravelle, Motoradio, Philco 8 faixas.

O jornalista, radialista e escritor, Antônio Vicelmo do Nascimento, ganhou recentemente a Medalha do MéritoBárbara de Alencar, a mais alta honraria concedida pelo poder público municipal cratense, às pessoas que prestaram relevantes serviços ao Município.

Com mais de cinco décadas de atuação na imprensa, Vicelmo é também advogado e poeta, sendo um dos grandes divulgadores da cultura brasileira, cearense e nordestina, destacando de forma relevante o Município do Crato, através de sua atuação como comunicador.

Por mais de três décadas trabalhou como repórter do Jornal Diário do Nordeste, além de ter atuado na TV Verdes Mares, também do Sistema, tendo sido correspondente através da sucursal do jornal, instalada na rua Tristão Gonçalves, em Crato. 

Ele inspirou a criação do caderno Regional do DN, pela ampla valorização da cultura regional e das riquezas do Cariri. Recentemente publicou a sua biografia, com o título "E Era Só… 50 anos de jornalismo",relatando a sua trajetória profissional.

Vicelmo é também um dos jornalistas que durante todos os anos de atuação em sua trajetória profissional, deu voz aos movimentos sociais da região, além dos grupos de tradição cultural, expandido a divulgação desses grupos.

Filho de Vicente Anselmo do Nascimento e Maria Do Carmo Simplício, Antônio Vicelmo do Nascimento nasceu em 10 de janeiro de 1942, em Brejo Santo, na região do cariri cearense. 

O jornalista e radialista e é casado com a bióloga Marisa Maria Rolim do Nascimento, com quem teve quatro filhos: Paulo Ernesto Arrais do Nascimento, João Ricardo Arrais, Marcos Eduardo Arrais e Pedro Henrique Arraes, falecido. Iniciou sua vida profissional como radialista na Rádio Araripe do Crato. Trabalhou na Ceará Rádio Clube, rádio Verdes Mares, TV Ceará e TV Verdes Mares. Foi editor do matutino Pré-nove e um dos fundadores do jornal Diário do Nordeste, o qual participou da cobertura de entrega dos documentos solicitando a reabilitação do Padre Cícero, no 

Atualmente trabalha na Rádio SomZoom Sat 

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