A CAATINGA É HOJE NOSSO BIOMA MAIS AMEAÇADO, PORQUE TEM A MENOR QUANTIDADE DE ÁREAS DE PROTEÇÃO", ALERTA PROFESSOR DA UFRPE


Os números do desmatamento da Caatinga em Pernambuco têm chamado a atenção de ambientalistas e de quem vive no Sertão do estado, mas não somente eles despertam preocupação.

“A Caatinga hoje é o nosso bioma mais ameaçado, porque é o que tem a menor quantidade de áreas de proteção e a menor proporção de áreas protegidas”, disse o professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) em Serra Talhada, Martinho Carvalho, preocupado com o futuro da fauna e flora do ecossistema.

Dos 8.277.900 hectares de área do bioma no estado, apenas 219.623 hectares estão em áreas de proteção integral. Ou seja: só 2,65% da Caatinga está protegida.

Os dados são da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH). De acordo com o órgão, Pernambuco tem 13 Unidades de Conservação da Caatinga de Proteção Integral. Duas são mantidas pelo governo federal, nove pelo governo do estado e outras duas pelos municípios (veja no mapa).

O objetivo das Unidades de Proteção Integral é preservar a natureza. Nelas são proibidas atividades como a caça de animais e a retirada de árvores nativas, para uso comercial ou não.

O Sistema Estadual de Unidades de Conservação (Seuc) - Lei 13.787/09 - divide as unidades de proteção integral em cinco categorias: Estação Ecológica (Esec); Monumento Natural (Mona); Parque Estadual (PE); Refúgio de Vida Silvestre (RVS) e Reserva Biológica (ReBio).

Em algumas dessas categorias não é permitida a visitação de pessoas ou a prática do turismo, mas elas podem ser utilizadas para pesquisa científica, por exemplo. A lei também prevê que as áreas particulares incluídas nos limites do território de proteção integral sejam desapropriadas.

A maior unidade de conservação do bioma que temos em Pernambuco, mantida pelo estado, é a Estação Ecológica Serra da Canoa, fica na zona rural de Floresta, no Sertão de Pernambuco. São 7.598 hectares de área. Ela foi instituída como Unidade de Conservação em 2012, através de um decreto estadual (Nº 38133, de 27/04/2012), assinado pelo então governador Eduardo Campos.

Por estar na categoria Estação Ecológica, a Lei estadual 13.787/09 diz que a visitação pública é proibida em áreas como essa, exceto quando o objetivo for educacional, para pesquisas científicas ou para medidas e manejo de restauração.

Entre as justificativas para instituir a área de Floresta como Unidade de Conservação, o documento pontua “a baixa representatividade do bioma Caatinga no Sistema Estadual de Unidades de Conservação” e “as vulnerabilidades deste bioma, exclusivamente nacional, diante das perspectivas de mudanças climáticas”.

Já entre os objetivos, está “proteger as espécies endêmicas e as espécies raras ameaçadas de extinção ocorrentes na área e nos remanescentes florestais da região”.

Em viagem ao Sertão, o g1 visitou a Estação Ecológica Serra da Canoa. Mas na região a equipe recebeu denúncias de que até dentro da área de conservação da Caatinga existe a prática da caça de animais, como tatupeba, veado, ema e arara azul.

As práticas ilegais foram confirmadas pelo gestor da Unidade de Conservação da Caatinga em Floresta, Ericson da Silva. Funcionário da CPRH convocado para atuar na área desde 2019, ele é o único que vive na região e trabalha na Estação.

“Nós temos problemas seríssimos aqui de caça, retirada de madeira, mineral. Vários agravantes aqui precisam ser equalizados”, declarou o servidor, pontuando que, como sua chegada ao local é recente, a área ainda está passando por um processo de levantamento de terra e pessoal, para montagem do conselho gestor e do plano de manejo da estação.

Além da atividade ilegal da caça, outra irregularidade apontada ao g1 é a presença de residências dentro da estação. O gestor da unidade confirmou a presença de 90 proprietários de terrra no local. De acordo com ele, a regularização fundiária está em curso.

“O proprietário tem toda autonomia na área, porque ainda é o dono da terra. Nós precisamos avançar quanto à questão fundiária, para que possamos ter uma reserva direcionada realmente à pesquisa científica e educação ambiental”, ressaltou, explicando que hoje o seu trabalho na unidade é principalmente relacionar os problemas, para que o estado possa implementar as medidas exigidas para uma área de proteção integral.

Próximo à Estação Ecológica Serra da Canoa está o Parque Estadual Mata da Pimenteira, em Serra Talhada, a 90km de Floresta. A Unidade de Conservação fica bem próxima da Universidade Rural de Pernambuco. A área costuma ser usada pelos professores e estudantes, para pesquisa.

Por estar inserida na categoria Parque Estadual, de acordo com o Sistema Estadual de Unidades de Conservação, a área tem como "objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de ecoturismo".

A Mata da Pimenteira é uma área de preservação da vegetação de Caatinga arbórea. O biólogo e pesquisador da UFRPE Martinho Carvalho acompanhou a visita do g1 à Unidade de Conservação e explicou o que pode ser encontrado no local.

“Essa vegetação é de uma Caatinga Florestal, que é uma Caatinga mais rara. É uma vegetação mais densa. As árvores têm de 12 a 15 metros de altura e um diâmetro de tronco bem maior do que o que ocorre numa Caatinga típica. Ela é mais úmida em comparação aos outros tipos de Catinga, mas um pouco mais seca do que a Mata Atlântica. E, por isso também, ela tem uma riqueza de espécies maior do que as demais”, explicou o professor.

O Parque tem uma área total de 887 hectares e, de acordo com a CPRH, recebeu o título de 1ª Unidade de Conservação do Estado de Pernambuco no Bioma Caatinga.

Mas assim como a Estação Ecológica Serra da Canoa, em Floresta, a área de preservação em Serra Talhada conta com apenas um gestor no quadro de funcionários e também sofre com a presença de caçadores, o que acaba preocupando os pesquisadores, já que esse deveria ser um espaço de proteção do bioma.

“A presença de caçadores também é algo ameaçador. Aqui na reserva se encontram muitos caçadores, principalmente para caçar tatupeba, porque o pessoal acaba usando como aperitivo [a carne]. Eu mesmo, trabalhando aqui às vezes, à noite, já escutei tiros de espingarda. Já encontrei caçadores aqui dentro”, relatou o biólogo.

Além da caça dentro da Unidade e na região, também há a prática do desmatamento da vegetação nativa da Caatinga. O professor de biologia e ecologia da UFRPE André Lima explica que, das espécies ameaçadas do bioma, algumas estão presentes na área de conservação e são alvo da atividade ilegal.

“A aroeira e a baraúna são duas espécies que têm uma madeira muito boa, e por isso tão cobiçada. Mas temos também a umburana de cambão, uma planta que também é utilizada, por exemplo, para fazer as carrancas, porque ela tem uma madeira mole. Além disso existem outras espécies que podem ser utilizadas para produção de carvão, como por exemplo, a própria catingueira. A catingueira é uma planta que tem esse nome justamente porque o cheiro dela não é tão bom, entretanto, ela tem também essa pressão por conta da extração da madeira, que é bem resistente”, explicou o pesquisador.

A madeira extraída da vegetação nativa da Caatinga costuma ser utilizada por carvoarias clandestinas e madeireiras. Pelas estradas do Sertão é comum encontrar caminhões carregados. Eles costumam sair no fim da tarde.

RESPOSTAS: Procurado pelo g1 para explicar sobre a extração ilegal de madeira da Caatinga e a inspeção, o gerente das Unidades de Conservação da CPRH, Gleidson Castelo Branco, explicou que a fiscalização existe e em algumas situações eles apreendem caminhões que saem disfarçados, com plantas que não são nativas da Caatinga na parte externa, para não chamar a atenção da fiscalização.

“A gente encontra muitos caminhões transportando algaroba, mas por diversas vezes já encontramos ele transportando não só algaroba. Ela realmente vem disfarçada com o fundo da carga. Então requer uma atenção dos fiscais durante essa fiscalização e o procedimento é que haja a apreensão de toda a carga, mesmo que tenham poucas espécies ali que são liberadas."

Sobre a falta de efetivo nas Unidades de Conservação da Caatinga, o gerente afirmou que, apesar de ter apenas um gestor na Estação Ecológica Serra da Canoa e no Parque Estadual Mata da Pimenteira, existe uma equipe, na sede do órgão, no Recife, para dar suporte a essas áreas.

“Existe o gestor. Algumas unidades têm uma equipe maior além do gestor, mas na sede no Recife. Inclusive tem um setor de administração de Unidades de Conservação que dá esse suporte na fiscalização da equipe gestora. Quando a unidade não possui a equipe gestora, quem faz esse papel é o setor de administração das unidades de conservação, que fica aqui na sede”.

De acordo com Gleidson Castelo Branco, ao existir denúncia e demanda, uma equipe sai do Recife para a fiscalização nas áreas de Unidade de Conservação.

Questionado sobre o que acontece quando uma pessoa é flagrada numa unidade de proteção ambiental desmatando ou caçando animais, ele explicou o infrator responde administrativamente, tem carga apreendida e pode pagar multa que varia entre R$ 50 e R$ 50 milhões.

“Tem tanto a apreensão da carga como também todos os instrumentos utilizados no cometimento da infração, como o próprio veículo. Existe a multa também que, a depender do caso, tem muitas variantes, agravantes, que vai de R$ 50 a R$ 50 milhões. Em algumas situações, além de ser infração administrativa ambiental, é um crime, então ele vai ser conduzido à delegacia para que se estabeleça todo o procedimento de inquérito criminal. Na Justiça tem as penas, além de multa, a depender do crime também. Inclusive, quando ele é cometido dentro da unidade de conservação, é um agravante”, explicou o gerente das Unidades de Conservação da CPRH.

Entre janeiro e 15 de dezembro de 2022, de acordo com a CPRH, foram registradas 12 autuações de tráfico e caça de animais nativos da Caatinga, além de três por cativeiro [de animais]. Dez autuações de desmatamento em unidades de conservação da Caatinga foram registradas no estado

INVESTIR PARA PRESERVAR: Diante da pequena proporção de áreas de Caatinga protegidas no estado e do desmatamento e da caça dentro dessas áreas, pesquisadores e ambientalistas lamentam a falta de investimento e políticas públicas direcionadas ao bioma.

“O apoio governamental, na verdade, e a gente fala tanto numa escala estadual ou nacional, [a Caatinga] sempre é colocada em último lugar”, afirmou o professor André Lima, da UFRPE.

O Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan) estuda os biomas da região, as áreas de proteção e também atua na recuperação da vegetação e fauna dos locais degradados.

De acordo com o presidente da instituição, Joaquim José de Freitas Neto, esse não é um problema ambiental pontual do estado, mas do país, que segundo ele sofreu com a diminuição de recursos voltados para proteção, gestão e implementação de novas unidades.

“É importantíssimo a gente conseguir proteger esse capital natural que ainda existe da Caatinga, sob a forma de unidade de conservação, que hoje é a principal estratégia de proteção de floresta em pé, dentro da governança ambiental brasileira. Nos últimos tempos, sobretudo nos últimos quatro anos, vem ocorrendo um desmonte de políticas ambientais. Então se a gente não tem um direcionamento do governo federal, toda governança ambiental se torna fragilizada. Não adianta nada a gente criar uma unidade de conservação e ela não ter uma gestão efetiva, com diálogo com a comunidade, não ter planejamento, como o plano de manejo, que norteiam a gestão".

CAATINGA: Um bioma totalmente nacional que representa cerca de 11% do território brasileiro. A Caatinga está presente na região Nordeste e no norte de Minas Gerais. De origem tupi-guarani, caatinga significa “floresta branca”. Em homenagem a João Vasconcelos Sobrinho, pesquisador pioneiro em estudos ambientais, foi criado em 2003 o Dia Nacional da Caatinga, celebrado em 28 de abril.

O clima na Caatinga é tropical semiárido, com temperaturas elevadas e longos períodos de seca. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, pesquisas indicam a existência de 3,2 mil espécies de plantas, 371 de peixes, 224 de répteis, 98 de anfíbios, 183 de mamíferos e mais de 500 de aves.

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PESQUISA IDENTIFICA LOCAL DE NASCENTES DE DOIS RIOS IMPORTANTES NAS SERRAS DE JACOBINA

Os locais exatos das nascentes dos Rios Fumaça e Aipim, nas Serras de Jacobina, situadas no norte da Chapada Diamantina, na Bahia, foram identificados em um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). A pesquisa, que também teve o objetivo de determinar a situação de conservação dessas nascentes, foi divulgada recentemente em um artigo publicado pela Revista Enciclopédia Biosfera, periódico do Centro Científico Conhecer.

O trabalho foi realizado pelos pesquisadores Vladimir de Sales Nunes, estudante de Ciências Biológicas e presidente da Empresa Júnior (EJ) Preserve Jr; Bruno Cezar Silva, docente do Mestrado Profissional em Administração Pública (Profiap); Renato Garcia Rodrigues e Benoit Jean Bernard Jahyny, docentes do Colegiado de Ciências Biológicas (CCBio), e Gabriel Luiz Celante da Silva, biólogo graduado pela Univasf. O artigo “Determining the springs of two important rivers on the Serras da Jacobina Mountains, Chapada Diamantina, Bahia, Brazil” (Determinando as nascentes de dois rios importantes nas Serras da Jacobina, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil) é resultado dos trabalhos de ecoturismo da Preserve Jr, EJ de Ciências Biológicas, e de outras pesquisas da Univasf que vêm sendo realizadas na Serra da Fumaça, desde 2019.

No estudo, realizado em 2022 com apoio do Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema) e da Preserve Jr, os pesquisadores fazem um mapeamento das primeiras nascentes do Rio Fumaça e do Rio Aipim. A pesquisa também alerta para uma série de atividades que têm causado danos a essas áreas, como mineração, desmatamento, compactação do solo por gado e motos, poluição causada por turistas e queimadas.

O estudante Vladimir Nunes aponta que há uma grande carência de informações científicas sobre a região e que no único artigo encontrado sobre essa temática existem algumas inconsistências. “Nós descobrimos que naquela área há duas nascentes distintas. Uma dessas nascentes é o que chamamos de pontual ou fixa, onde a água brota diretamente do solo, sendo um tipo de nascente nova para esse rio. A outra nascente, do tipo difusa, está na verdade em um local completamente distinto de onde os autores do outro artigo defendiam”, pontua o estudante, que relata que a nascente do Rio Aipim foi encontrada por acaso enquanto retornavam para o acampamento.

O Rio Fumaça é um importante recurso natural na região das Serras de Jacobina e forma várias cachoeiras de grande potencial turístico, como Véu de Noiva, Poço das Estrelas e Sete Quedas na Serra da Fumaça, município de Pindobaçu (BA), que atrai muitos visitantes devido às riquezas naturais. Nunes ressalta que o artigo expõe os riscos aos quais a região está sujeita e oferece soluções, mostrando que é possível conciliar o desenvolvimento econômico com a conservação ambiental.

“No trabalho nós alertamos que o poder público não precisa expulsar as pessoas da área ou retirar sua fonte de renda para proteger a biodiversidade e os recursos naturais. Em vez disso, é necessário tomar medidas como o estabelecimento de Áreas de Preservação Permanente (APPs) em todas as nascentes da região, como é preconizado no Código Florestal. Outra medida que sugerimos para a Serra da Fumaça é a criação de uma Unidade de Conservação, em processo devidamente acompanhado por todos os setores envolvidos na região, de modo a proteger os recursos naturais e garantir a renda e atividades das populações locais”, conclui.

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BRASIL DEVE RECEBER MAIS DE 30 A 50 ARARINHAS AZUIS EM 2023

O Brasil deve receber mais uma leva de ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) em 2023. Entre 30 e 50 aves devem chegar ao país, vindas da Alemanha, como parte do projeto de reintrodução da espécie na caatinga brasileira, duas décadas depois de ser considerada extinta na natureza.

Segundo Camile Lugarini, coordenadora executiva do Plano de Ação Nacional (PAN) da Ararinha-Azul, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a ideia é que os animais cheguem ao Brasil já no próximo mês.

O primeiro grupo de 52 ararinhas-azuis chegou a Curaçá em 2020, procedentes de um criadouro alemão. Foi nesse município baiano que o governo brasileiro criou unidades de conservação ambiental para garantir a proteção e o habitat desses animais na natureza.

Ali também foi construído um enorme recinto de adaptação para que as ararinhas reaprendam a viver soltas. As primeiras oito aves foram reintroduzidas na natureza em junho deste ano. No último dia 10, foram soltas mais 12. A ideia é soltar 20 aves, por ano, nas próximas duas décadas. As informações é da Agência Brasil.

Cerca de 30 ararinhas são mantidas no cativeiro, na sede do projeto em Curaçá, como reservas para a reintrodução e como reprodutoras. Três filhotes já nasceram dentro do viveiro baiano e devem ser soltos na natureza, assim como devem ser libertados filhotes nascidos em um criadouro de Minas Gerais, a Fazenda Cachoeira.

No entanto, a principal fonte de animais para reintrodução continua sendo o criadouro alemão ACTP. Para a chegada dessa nova leva, vinda da Alemanha, os pesquisadores aguardam a liberação da vigilância agropecuária do Brasil devido a um surto de gripe aviária que atinge a Europa.

“Caso não seja possível trazer as aves em janeiro, a gente vai verificar se consegue, com os animais que nasceram aqui no Brasil, fazer uma soltura, porque uma coisa importante é o número de aves. Quanto maior o número no grupo, maiores são as chances de sucesso. Não adianta soltar uma ou duas, ou três ou quatro. Além de ter todo um critério, que leva em consideração a genética e a saúde, o número de animais também é fator importante”.

Na natureza, as ararinhas têm, como principal risco à sobrevivência, a existência de predadores. Das 20 ararinhas-azuis soltas, três foram mortas por aves de rapina. Há ainda o risco de dispersão para áreas onde os pesquisadores não conseguirão monitorá-las e da ameaça de sua captura por traficantes. (Agencia Brasil)

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UM FELIZ NATAL PRA TODOS!

Um dia, um pedaço do tempo caiu em meus braços, e se fez felicidade. Cronometrei cada segundo e vivi cada minuto como se fosse eterno. Outro dia acordei e percebi que havia perdido. O tempo é assim: se reparte, se fragmenta, se esfarela, se dilui em nossos instantes e num indo e vindo, sai causando um rebuliço na alma, preenchendo nosso vazio de cor e brilho por um determinado momento, depois vai embora.

         A felicidade é só um vulto que vem e vai na hora em que bem quer. 

Há dias que ela vem em forma de gente, há dias que ela vem em forma de coisas; noutros, ela vem fazendo festa: assanha o riso, espalha brasas em nosso interior, incendeia os nossos desejos, bagunça tudo – e se escafede.

         Felicidade é um vento que chega do nada, faz um redemoinho, sacode a poeira, joga um cisco no olho da gente e vai gargalhar noutra freguesia. 

        A felicidade é um relógio que atrasa, faz a gente perder a hora e a noção de tempo e de espaço.

       Felicidade é não se perder no tempo, é viver cada ano de nossas vidas em comunhão com tudo que for paz, que for ternura, que for plural, que for amor.

UM FELIZ NATAL PRA TODOS!

(Texto cantor e compositor Poeta Maciel Mel0- o Caboclo Sonhador)

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FUTURO MINISTRO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL É UM APAIXONADO PELA CIDADE DE AREIA, PARAÍBA, TERRA DA CULTURA

O atual senador e ex governador do Piauí, Welligton Dias a partir de 2023 vai comandar o Ministério do Desenvolvimento Social, uma das pastas mais importantes do novo governo e que será responsável, entre outros programas sociais, pelo Bolsa Família (atual Auxílio Brasil). 

Wellington Dias afirmou que o foco inicial da pasta será "tirar o Brasil do mapa da fome".

Welligton Dias é um apaixonado pelas causas da justiça social. Detalhe: o futuro ministro é um apaixonado pela cidade de Areia, Paraíba,  considerada Terra da Cultura, município que possui o Centro de Ciências Agrárias.

Em 2003, na condição de jornalista, produtor jornalismo da TV Grande Rio Afiliada da Globo e depois assessor de imprensa da Superintendência do Incra-Ministério Desenvolvimento Agrário, ouvi do então Governador do Piauí a confissão de, eles ser um apaixonado por Areia. Minhas origens são de Areia Paraíba.

Welligton Dias tem origem indígena e declara “ter orgulho de ser descendente da nação Jê, da tribo de Jaicó”.

O futuro ministro Welligton Dias é primo do professor Tiago Jardelino Dias que possui graduação em Agronomia (2003), mestrado em Manejo e Conservação do Solo e da Água (2006) e doutor em Agronomia (2011) pela Universidade Federal da Paraíba atuando principalmente nos temas: manejo de solo e água, manejo de irrigação, olericultura e manejo e produção de culturas.

O Tio de Welligton é Getulio Dias, engenheiro agrônomo que estudou em Areia. Getúlio no primeiro ano do Governo Lula foi indicado para ser presidente geral da Superintedetencia da Codevasf.

Aos 60 anos, Wellington Dias é natural de Oeiras, no Piauí. Trabalhou como bancário no Banco do Nordeste, no Banco do Estado do Piauí e na Caixa Econômica Federal, além de ter atuado como radialista.

Filiou-se ao PT em 1985 e foi presidente do Sindicato dos Bancários do Estado do Piauí de 1989 a 1992. Governou o estado por quatro mandatos: foi eleito em 2003, 2010, 2014 e 2018. Além disso, presidiu o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste) e coordenou o Fórum Nacional de Governadores.

Welligton Dias e formado pela Universidade Federal do Piauí, especialista em letras portuguesas. Além disso, tem também especialização em políticas públicas e governo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Dias é casado com a deputada federal Rejane Dias (PT-PI), com quem tem quatro filhos.

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LUIZ GONZAGA E OS RECORDES DE AUDIÊNCIA NAS PLATAFORMAS DIGITAIS IMPRESSIONAM DEVIDO OS MILHARES DE ACESSOS

Na terça-feira, 13 dezembro foi dia de celebrar a cultura brasileira, mais especificamente um ritmo musical que nasceu no Nordeste e se espalhou por todo o Brasil, o forró. Neste dia 13 de dezembro, o sanfoneiro Luiz Gonzaga, considerado o Rei do Baião, completaria 110 anos se vivo estivesse. O artista nasceu em 1912, em Pernambuco, e morreu em 1989, no mesmo estado.

O cantor e compositor foi o principal responsável por apresentar a música nordestina ao restante do país e, apesar de ter morrido há 33 anos, seu legado continua vivo e suas canções seguem marcando a vida dos brasileiros. Xote das Meninas, Asa Branca, Vem Morena, Pagode Russo, Numa Sala de Reboco, entre outras, são canções que fazem parte da playlist dos amantes do forró.

Prova de que o talento e importância de Gonzaga para a música nordestina continua vivo na memória dos brasileiros são os números que suas obras seguem alcançando na atualidade. O artista tem mais de 630 mil ouvintes mensais no streaming de música Spotify e suas canções mais famosas, como A Vida do Viajante, tem mais de 10 milhões de reproduções na plataforma.

No Youtube, os números são igualmente surpreendentes. O vídeo da música Asa Branca, em parceria com o cantor Fagner, por exemplo, tem 42 milhões de visualizações. Outro, uma parceria com a cantora Elba Ramalho na canção Sanfoninha Choradeira, acumula 14 milhões de reproduções.

Em 1947 Gonzaga gravou a música Asa Branca. A canção foi escrita pelo sanfoneiro e por Humberto Teixeira em 3 de março daquele ano e se tornou o maior sucesso do Rei do Baião e uma das músicas mais populares do país.

De acordo com o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD), Asa Branca é uma das músicas mais tocadas em festas juninas. Na década de 2010, a música ficou em terceiro lugar no ranking das canções mais usadas na festividade nordestina. Além disso, segundo relatório do Escritório, divulgado em setembro de 2022, ela é a terceira música mais regravada da história do Brasil, com 366 interpretações.

A música fala sobre a seca no sertão nordestino sob o olhar de um roceiro. A forma como o cantor descreve as paisagens, a sazonalidade e os animais rendeu a Gonzaga o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). O nome da canção é inspirado na ave asa-branca, uma espécie de pombo que possui natureza migratória e consegue voar a longas distâncias e altitudes.

Logo após esse sucesso, mais precisamente em 1950, Gonzagão se consagrou como o Rei do Baião e a voz mais popular da música nordestina. Baião é um gênero musical e de dança popular na região Nordeste, ele deriva do lundu — dança e canto de origem africana introduzida no Brasil pelos escravizados vindos da Angola — e utiliza muito instrumentos musicais como viola caipira, triângulo, flauta doce e sanfona.

Luiz Gonzaga é o artista mais tocado em festas juninas. Suas músicas ocupam o topo da lista de mais reproduzidas nessa ocasião. “Olha pro céu”, por exemplo, ficou em segundo lugar como a música mais ouvida em São João da última década, ficando atrás somente de “Festa na roça”, autoria do cantor Mario Zan.

“Pagode Russo”, é outra composição de Gonzagão que está entre as mais usadas em festas juninas, tendo sido a mais tocada no ano de 2010. Ela é também a quinta canção interpretada pelo sanfoneiro mais ouvida no período entre 2016 e 2020.

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PROJETO DO NEMA CONCLUI IMPLANTAÇÃO DE 39 BARRAGENS NAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA ARARINHA AZUL

Para recuperar a vegetação das áreas localizadas no interior e entorno das Unidades de Conservação da Ararinha-azul, em Curaçá (BA), o Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) realiza uma série de esforços através do Projeto RE-Habitar Ararinha-azul. 

O processo de reflorestamento dessas áreas se dará com a união de modelos de recuperação de áreas degradadas e a implantação de tecnologias sociais de prevenção à desertificação, como barragens e cordões em contorno. O projeto concluiu a construção de 39 barragens sucessivas, que irão aumentar significativamente a disponibilidade de água na região.

Realizado em parceria com a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento (Fade) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o projeto irá recuperar 100 hectares vinculados às margens de rios intermitentes ou temporários e 100 hectares em regiões mais secas. Toda essa área se concentra nas unidades de conservação Refúgio de Vida Silvestre (RVS) e Área de Proteção Ambiental (APA) Ararinha-azul, em Curaçá (BA), habitat prioritário das ararinhas-azuis.

As barragens sucessivas foram implantadas em riachos e afluentes em seis propriedades rurais como parte das técnicas de recuperação das áreas degradadas de mata ciliar. Concluídas em outubro, as obras duraram dois meses e envolveram o esforço de uma equipe de nove pessoas, entre analistas ambientais e auxiliares de campo, em sua maioria moradores da região.

Estas barragens auxiliam na manutenção da água e na fertilização gradual do solo onde são implantadas. Dessa maneira, contribuem para um ambiente mais favorável para as espécies vegetais e, consequentemente, para a fauna silvestre, em especial as ararinhas-azuis. Com a recuperação de várias funções do ecossistema, será possível para os moradores, que vivem no interior das unidades de conservação, o desenvolvimento mais sustentável de atividades agrícolas em suas propriedades.

De acordo com o pesquisador do Nema, o engenheiro agrônomo Anderson Souza, essa tecnologia social irá reter um maior quantitativo de água que, normalmente, se perde por conta da baixa cobertura vegetal nas áreas degradadas. “As barragens sucessivas contribuem na redução da velocidade das enxurradas após as chuvas, aumentando a infiltração de água no solo e a disponibilidade hídrica, além de auxiliar na contenção de sedimentos, evitando o assoreamento de rios e reservatórios”, explica.

O projeto ainda implantará sete barragens subterrâneas e cerca de 50 quilômetros de cordões em contorno, junto à execução de semeadura direta e plantios de mudas em áreas degradadas. Todos fazem parte dos métodos que compõem o arranjo tecnológico do Nema para recuperar áreas de mata ciliar e savana estépica.

RE-Habitar Ararinha-azul - Projeto aprovado na chamada do GEF-Terrestre, em seu componente para recuperação de áreas degradadas da Caatinga. A iniciativa é financiada pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA).

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