CANTOR JOÃO GOMES SE EMOCIONA EM EXU, PERNAMBUCO AO VISITAR ESTÁTUA DE LUIZ GONZAGA

O cantor João Gomes é um sucesso no Brasil. Nas redes sociais, rádio, televisão e shows. Aos 20 anos de idade, natural de Serrita, Pernambuco, ele ganhou o Brasil com o hit "Meu Pedaço de Pecado". A fama que ganhou é do tamanho de sua valorização pelo alicerce que ele viveu nos sertões. A cultura gonzagueana, dos aboiadores e cantadores de viola.

No final de semana o cantor colocou Exu, Pernambuco, em rede nacional através da emoção em visitar a terra de Luiz Gonzaga, Exu, dessa vez numa nova trajetória. Ele retornava do Crato, Ceará, onde realizou um show na Expocrato-uma das maiores festas da América Latina. Emocionado aos pés da Estatua em Exu João Gomes declarou: "É a imagem mais bonita do mundo".

 "Estou muito feliz. Feliz de verdade com tudo que estamos conquistando. Mas são momentos em que lembro o que passei para chegar até aqui, da família, e passa um filme", ressaltou João Gomes que é considerado atualmento como o atual fenômeno musical, número 1 nas plataformas digitais, 

O monumento em Exu, foi construído ao lado do Parque Branca, onde fica o Museu do Gonzagão, e a escultura representa o Rei do Baião com o pé direito em cima de um banco, a sanfona do lado, a mão esquerda segurando o gibão sobre as costas e a mão direita segurando a sanfona.

Construído em concreto armando e esculpido no estilo acadêmico sem uso de forma, o trabalho é uma técnica especial na construção de esculturas.

Em meados de julho de 2021, João Gomes chegou a ser o único brasileiro a marcar presença no Top 50 Global do Spotify com o sucesso do hit "Meu Pedaço de Pecado" e lançou seu primeiro DVD, intitulado "Eu Tenho a Senha", com participações especiais como Tarcísio do Acordeon e Vitor Fernandes.

Nascido em Serrita, no interior do Pernambuco, João Gomes chama atenção pelo timbre grave e marcante tão jovem. João Gomes sempre destaca que carrega a cultura da vaquejada em seu DNA artístico e leva o piseiro para os ouvidos mais diversos do Brasil após ter viralizado nas redes sociais.

Em rede nacional este ano, João Gomes revelou que foi ainda em 2019, quando era aluno de agropecuária no Instituto Federal da Zona Rural de Petrolina, que ele passou a viver da música. O cantor se juntou a alguns amigos para se apresentar em uma reunião da turma e passou a participar de outros eventos. "O povo foi sentando ao redor assim e foi gostando. Eu disse: "Rapaz, esse negócio aqui de cantar forró é bom", disse.

Aplaudido por Neymar, Hulk, Ivete Sangalo e Wesley Safadão, ídolos da sua infância, João jura que não se deslumbra. Tímido, coloca nas músicas românticas que faz a saudade do que ainda não viveu.

Ainda lembrando Belchior, o verso de “Apenas um Rapaz Latino Americano” sintetiza bem a história de João Gomes: “Mas trago de cabeça uma canção do rádio em que um antigo compositor baiano me dizia: Tudo é divino, tudo é maravilhoso”.


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CULTURA E E EDUCAÇÃO: PROFESSORA SERGIANA TAVARES PRESTA HOMENAGEM AOS 200 ANOS DO BARÃO DE EXU

O município de Exu, Pernambuco, comemorou o bicentenário do nascimento do Barão de Exu. A professora Sergiana Tavares escreveu um cordel sobre a história do Barão de Exu, por ocasião das comemorações de seu bicentenário na Fazenda Araripe em Exu.  

O evento foi realizado pelo Instituto Histórico Barão de Exu durante os dias 15, 16 e 17 de julho e contou com uma vasta programação incluindo entrega de medalhas comemorativas, quadrilhas, forró pé de serra e missa solene. 

Sergiana é exuense mas há 20 anos mora em Crato, Ceará, onde leciona Literatura na Universidade Regional do Cariri – URCA. Tem mestrado em Educação, pela Universidade Lusófona, Portugal, e doutorado pela Universidade Federal do Ceará - UFC.

Sergiana estudou a vida toda em escola pública, terminando o ensino médio no Colégio Bárbara de Alencar em Exu e  logo em seguida ingressando no curso de Letras da URCA. Para conseguir fazer a graduação ia diariamente de Exu para Crato, enfrentando todas as condições adversas e, assim, concluir a licenciatura em Letras.

Ela é uma apaixonada pela cultura popular, especialmente pela literatura de cordel. Desde criança ouvia sua mãe recitando cordel, que seu pai comprava na feira nos dias de sábado. Quando aprendeu a ler, foram os primeiros e por muito tempo, os únicos  “livros” a que teve acesso diante das dificuldades financeiras enfrentadas na época. 

Ela crê que vem dessa época a sua paixão pela poesia em geral  e em  particular pela poesia popular. Quando jovem, começou a fazer algumas poesias e ganhou alguns concursos desse gênero dos quais participou. Chegou a fazer parte da Associação de Poetas de Exu, quando produziu alguns poemas, mas com a intensificação dos estudos e do trabalho e sua ida para o Crato, deixou a poesia de lado e só recentemente começou a produzir, esporadicamente, algumas poesias sempre em  homenagem a algum amigo. 

No entanto, ela conta, que a alguns meses recebeu o convite da presidente do Instituto Cultural Barão de Exu, a escritora Thereza Oldam, para participar da comissão da festa do bicentenário do Barão. Como as reuniões eram realizadas em Exu, ela não pode participar de nenhum dos encontros e começou a se sentir em débito não só com dona Thereza Oldam mas porque, como exuense,  queria contribuir de alguma forma com um evento tão importante para o Exu.

Foi quando surgiu a ideia de fazer uma poesia em homenagem ao Barão. Ela iniciou com a ideia de fazer apenas um poema, mas foi se aprofundando na história dele e percebeu que não tinha como fazer um poema curto. E assim, o poema foi ganhando cada vez mais estrofes e quando viu já tinha escrito 67, ou seja, tinha escrito um cordel. 

Foi o primeiro cordel, portanto que ela escreveu. Nele, ela conta toda a saga da família Alencar, desde a saída de Portugal até seu estabelecimento em Exu e daí a história de Gualter Martiniano, a promessa que resulta na construção da famosa capela de São João Batista no Araripe e  a continuação dos festejos por  seus descendestes. Ela  usou como fonte o livro Igreja de São João Batista do Araripe – Sesquicentenário, de Thereza Oldam de Alencar.

O Instituto Histórico Barão de Exu resolveu publicar o cordel, para o qual a autora cedeu todos os direitos autorais. Foram impressos mil exemplares tendo a coordenação editorial de Dario André Peixoto de Carvalho e a coordenação de design e ilustração de George Cruz Silva. Estão disponíveis para a venda na sede do Instituto, na fazenda Araripe, cuja renda será revertida para o mesmo.

Professora Sergiana Tavares diz que não se considera cordelista e nem poetisa. Mas apenas alguém que faz poesia quando o tema a encanta, como quando homenageia seus amigos queridos ou quando a história a instiga, como a história do Barão que narrou em forma de versos no presente cordel.


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IVAN FERRAZ: O FORRÓ, VERSO E VIOLA, O DEFENSOR DA CULTURA GONZAGUEANA

Campina Grande Paraíba anos 90. Escuto no Rádio Caturité, a voz do cantor Ivan Ferraz. Aumentei o volume para escutar melhor o assunto. Ainda estudante, saboreando um café, ouvi as histórias de Ivan e sua trajetória em busca da qualidade da música cantada por Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Ivan Bulhões.

Um detalhe me chamou a atenção. Ivan Ferraz valorizava os compositores. Os autores dos baiões, forrós. Ivan Ferraz divulgava nas rádios os discos do cantores de aboios dos vaqueiros e violeiros repentistas.

Em especial naquele dia falava do poeta Zé Marcolino. Tenho uma gratidão e sempre falo de público de quatro pessoas essenciais atualmente e que foram alicerce para o profissional que sou hoje: Zé Lira, Zé Nobre, Ivan Ferraz e Aderaldo Luciano. 

Aqui destaco Ivan Ferraz. Comunicador, Radialista e Forrozeiro. São décadas dedicados ao rádio, televisão e música. Ivan é um sertanejo que atravessa o tempo carregando debaixo do braço uma paixão incontestável pelo ritmo mais nordestino de todos: o forró.

Ganhou até o título de “Embaixador do Forró”. 

Na voz de Dominguinhos teve a referência na Música Riacho do Navio, quando o mestre diz: Oh Ivan Ferraz e o Forró Verso e Viola.

Recentemente Ivan Ferraz comemorou o fato de direito quando em dezembro do ano passado o forró ganhou o título de Patrimônio Imaterial da Cultura. Ivan avalia que o forró deveria ter mais espaço na mídia e apoio das políticas públicas.

Nascido em Floresta-Pernambuco, no Sertão de Itaparica, veio ao mundo em 17 de março 1946. Filho de Adelmar Ferraz e Dirce Leal Ferraz, Ivan foi influenciado, desde a infância, por sua avó e sua mãe que tocavam Bandolim.

Em 1956, Ivan conheceu Luiz Gonzaga durante uma apresentação no coreto da praça principal da sua cidade. Esse encontro foi decisivo para que despertasse em Ivan o gosto pela musicalidade sertaneja expressa nos ritmos acerca do forró.

Aos 16 anos, Ivan mudou-se para o Recife onde ingressou no círculo acadêmico. Em 1970, formou-se em Comunicação pela Escola Superior de Relações Públicas e em seguida concluiu o curso de Radialismo. Assumiu a chefia do setor de Divulgação e Produção do Regionalismo da Fábrica de Discos Rozemblit.

Foi durante esse trabalho que conheceu grandes expoentes da música pernambucana como Luiz Queiroga, Jacinto Silva, Rui de Moraes e Silva, Capiba, Jackson do Pandeiro, os Irmãos Valença e os maestros Duda e Edson Rodrigues, entre outros. Em 1977, gravou um compacto na própria Rozemblit, cantando o seu primeiro Xote, “Riqueza do Sertão”. Daí por diante, Ivan participou de muitas gravações.

A história conta que no início dos anos 80, ele criou o programa “O Forró de Ivan” e como apresentador desse programa convidou Luiz Gonzaga para gravar uma mensagem. A partir daí o apresentador estreita suas relações de amizade com o Rei do Baião.

Com visão empreendedora Ivan Ferraz apresentou um projeto para na época Humberto Vasconcelos, então diretor da TV Tropical do Governo de Pernambuco. O projeto foi aprovado nascendo, então, o “Nordeste, Poesia e Forró”. Pouco tempo depois, o apresentador muda o nome para “Forró, Verso e Viola”, nome tornou-se uma marca definitiva na carreira de Ivan Ferraz.

Um dos momentos marcantes na vida de nobre sertanejo aconteceu em meados de 1987, durante sua participação na produção de um show em Serra Talhada, em homenagem ao inesquecível compositor Zé Marcolino, que morreu de acidente carro em setembro daquele ano. 

"Nessa apresentação, Luiz Gonzaga incitou o público a apoiar Ivan como defensor do regionalismo e o chama para cantarem juntos. Sem dúvida, essa foi uma das maiores emoções da vida do apresentador".

Daí por diante, o Embaixador do Forró trava uma incansável luta para salvaguardar a musicalidade nordestina não apenas do forró, mas do baião, xote, embolada e repente. Ao longo dos anos, o seu programa tem sido um verdadeiro espaço de permanência, preservação e resgate das distintas e belas artes sertanejas.

Desde o dia 1º de outubro de 2000, o “Forró, Verso e Viola” é apresentado na FM  Rádio Universitária, emissora da Universidade Federal de Pernambuco e permanece como um dos grandes programas de audiência no horário das 16h às 18h, diariamente de segunda a sexta-feira, onde ele continua a mostrar e defender toda a diversidade da nossa rica cultura.

Em contato com o jornalista Ney Vital, Ivan Ferraz, 76 anos,  diz que o programa tem a essência do sertão e continua sendo o espaço e voz do forró, do verso e da poesia. No próximo mês de outubro o programa Forró Verso e Viola completa 22 anos, na Rádio Universitária, FM 99,9.

Ivan Ferraz com toda a Força da Palavra e ritmo é Guardião da história e da cultura!

A sanfona é o principal instrumento das festas espalhadas pelo mundo. Fascina pela sua sonoridade, pela diversidade de modelos e gêneros, mas seu encanto transcende o poder da música, porque desperta um afeto misterioso. Talvez pelo fato de ficar junto ao coração do sanfoneiro, ou, quem sabe, por ser um instrumento que é abraçado ao se tocar. Ou ainda, por ser um instrumento que respira.

O fato é que a sanfona une as pessoas e é amada por todos os povos. Por isto nossa gratidão a Ivan Ferraz.

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PAULO VANDERLEY MOVIMENTA OS 110 ANOS DE LUIZ GONZAGA COM PODCAST, LIVRO E WEBSÉRIE. GONZAGUEANOS SE FARÃO PRESENTES FESTA ANIVERSÁRIO DO REI DO BAIÃO

Para quem é nordestino e sobretudo sertanejo, dia (13) de dezembro é a data para comemorar este ano os 110 anos do eterno Rei do Baião Luiz Gonzaga. É nesta data que nasceu, no dia 13 de dezembro de 1912, aquele que se tornaria uma referência da sanfona e um dos mais importantes divulgadores do forró, xote e baião.

A sanfona é o principal instrumento das festas espalhadas pelo mundo. Fascina pela sua sonoridade, pela diversidade de modelos e gêneros, mas seu encanto transcende o poder da música, porque desperta um afeto misterioso. Talvez pelo fato de ficar junto ao coração do sanfoneiro, ou, quem sabe, por ser um instrumento que é abraçado ao se tocar. Ou ainda, por ser um instrumento que respira.

O fato é que a sanfona une as pessoas e é amada por todos os povos. Por isto já é grande o movimento e planejamento dos Amigos de Luiz Gonzaga, os Gonzagueanos que formam um grande número de admiradores da vida e obra de Luiz Gonzaga, literalmente invadirem novamente Exu, Pernambuco, para festejar os 110 anos de nascimento do Mestre da Sanfona Luiz Gonzaga.

A cada ano já é tradição na terra do Rei do Baião e de Barbara de Alencar, o encontro dos amigos que prestam homenagens a Luiz Gonzaga. Centenas de pessoas se deslocam de diversos lugares do Brasil para prestigiar a data de nascimento daquele que é uma das maiores referências da música brasileira.

O empresário Claudio Mozart viajou ano passado de Marabá, Pará, para prestigiar os 109 anos de nascimento de Luiz Gonzaga e este ano estará mais uma vez presente. 

Do Pará via Petrolina, Mozart vai viajar quase 2 mil km para chegar na Chapada do Araripe. “Experiência divina visitar a história de Luiz Gonzaga e a sua Exu. Este ano 2022 serão 110 anos, Exu e o Brasil têm que fazer uma festa mais bonita ainda”, disse Mozart. Ele é natural de Belo Jardim, Pernambuco, mas reside no Pará há 30 anos.

A paraibana de Campina Grande, Nilda Araújo, também não mede esforços para participar das festividades. Ela percorre mais de 15 horas de estrada para chegar a Exu. “Dancei na Companhia de Projeções Raízes, coreógrafo Ronildo Cabral e Companhia Livre de Dança (coreógrafo Mauro Araújo) com reconhecimento internacional. Tive o privilégio de dançar com Elba Ramalho, em um dos festivais de inverno de Campina Grande. Visitar Exu é transpor vida em arte. É fazer arte ávida vida e da música dança”, diz Nilda. 

Entre os Clubes de Fãs mais uma vez presentes nas festividades estarão o Eterno Cantador (Paus Ferros-RN), Fã Clube 100% de Santa Cruz do Capibaribe (PE), Irmãos Gonzagueanos (Caruaru PE), Amigos Gonzagueanos (Senhor do Bonfim),, Grupo Lojas Neto Tintas,  Tropa Gonzagueana (Petrolina/Juazeiro), Aracaju, Salvador, Fortaleza.

Todos os Grupos e Fãs Clubes têm “a benção” do Padre José Fábio, que todos os anos participa da Missa em Ação de Graças na sombra do pé de juazeiro, no Parque Aza Branca. Padre Fabio atua em Sobral, Ceará. Padre Fábio é o fundador do site Na Cabana de Gonzaga.

PAULO VANDERLEY: Entre os pesquisadores presentes em Exu, está o paraibano Paulo Vanderley, que relançou o site Luiz Lua Gonzaga com visual novo. O site é um projeto do pesquisador apaixonado pela obra gonzagueana e reúne, no ambiente virtual, um amplo acervo sobre a carreira de Gonzaga, com discos, fotos e documentos raros.

A página foi criada há 16 anos por Paulo Vanderley, com supervisão técnica de Walmar Pessoa, e é considerada, hoje, o maior acervo digital da obra de Gonzaga.

Paulo foi reunindo, ao longo da vida, inúmeros detalhes da carreira do artista e, como todo apaixonado colecionador, conservou o material nos arquivos dentro da casa. Até que, em 2005, resolveu disponibilizar para o grande público por meio da internet. O site chegou à marca de 8 milhões de acessos somente em 2012, ano do centenário de Luiz Gonzaga.

“Na época, o ambiente digital era carente de informações sobre Luiz Gonzaga. Nós transcrevemos manualmente as músicas porque ainda não havia letras disponíveis no formato online. Com isso, o site foi um sucesso, na época, entre admiradores, acadêmicos e até estudantes secundaristas”, contou Paulo, recordando a origem do projeto.

REFERÊNCIA NACIONAL: A experiência e o conhecimento fizeram de Paulo Vanderley uma referência nacional no tema, tanto que ele foi convidado como consultor em importantes projetos sobre Gonzaga, como o Museu Cais do Sertão, no Recife, o filme “Gonzaga: de pai para filho”, de Breno Silveira, e também do desfile campeão do carnaval do Rio de Janeiro em 2012, da Unidos da Tijuca de Paulo Barros.

Aos poucos, Paulo conseguiu transportar esse valioso material para o mundo digital. Agora, na nova versão do site, o público conseguirá navegar pelas fotografias raras, a história da discografia completa, conferir a letra na íntegra das canções gravadas, vídeos raros e ler curiosidades colhidas pelo coordenador do site durante a convivência com ícones da MPB.

“É uma forma de manter viva a memória de um dos maiores nomes da nossa música e reconectar todo esse legado com novas gerações. Eu fico animado com esse interesse por Gonzaga. Ele foi e é muito importante para nossa cultura”, relata Paulo, animado com o sucesso do projeto.

Além do site, o pesquisador Paulo Vanderley também está envolvido na produção do livro ‘Luiz Gonzaga’ 110 anos do Nascimento’. A obra promete ser um dos documentos mais definitivos de consulta sobre a carreira de Gonzaga e um valioso instrumento de pesquisa sobre a canção brasileira. “Em cada página, o leitor viverá uma experiência gonzagueana. Vamos anexar letras, capas de LPs, fotografias raras”.

O livro é a síntese de mais de três décadas de pesquisa e paixão de Paulo pela obra de Gonzaga. Ele será narrado em primeira pessoa pelo próprio Luiz Gonzaga, com trechos extraídos de gravações de entrevistas concedidas a rádios, jornais e canais de TV pelo próprio artista, entre os anos 1940 e 1980. “É como se você estivesse lendo um texto com aquela voz inconfundível de Gonzaga”, nos conta.

Além disso, o autor traz um relato preciso sobre a trajetória do Rei do Baião, construída entre a memória pessoal e os relatos de nomes consagrados da música que conviveram com Gonzaga, como Fagner, Lenine, Santana ‘o cantador’ e Maciel Melo, outros ícones da MPB.

Esta obra, que pretende homenagear o 110º aniversário de Gonzaga, também se transformará em uma websérie, garantindo o caráter multimídia do livro. Dessa forma, o público conseguirá ter acesso ao conteúdo de parceiros musicais e os herdeiros de Gonzaga no forró em uma conversa leve e descontraída sobre todo esse universo gonzagueano.

(Texto e reportagem Jornalista Ney Vital. Apresentador produtor do Programa NAS ASAS DA ASA BRANCA  VIVA LUIZ GONZAGA E SEUS AMIGOS. Transmissão aos domingos 8hs Rádio FM 95.7 e Rádio Cidade AM 870)

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GONZAGUEANOS TRADUZEM O AMOR A CULTURA DA FÉ E DA PAZ NA MISSA DO VAQUEIRO DE SERRITA, PERNAMBUCO

A cada ano a tradição em Serrita, Pernambuco é renovada por pessoas que se denominam gonzagueanos. Amigos Gonzagueanos podem ser definido como amantes da cultura, pesquisadores, estudiosos a partir do legado de Luiz Gonzaga.

Dessa vez o encontro é na Missa do Vaqueiro, realizada no Parque Estadual João Câncio. No próximo final de semana Centenas de pessoas se deslocam de diversos lugares do Brasil para prestigiar este ano a 52 Missa do Vaqueiro.

A ativista cultural, Maria de Fátima Tenório Ribeiro já chegou em Serrita. Há 22 anos participa da Missa do Vaqueiro. Natural da cidade de Arcoverde. "Essa Missa do Vaqueiro de Serrita é igual o pedido que Luiz Gonzaga fez para o forró: não poder morrer nunca. Missa do Vaqueiro de Serrita deve ser local da cultura da paz e abraço de amigos, fé e tradição", diz Nadir.

Essa fé se faz presente também pelo Grupo Amigos Gonzaguianos. Pesquisadores Jose Aparecido, Vanderson, Luiz Carlos, Toinho da Onça, todos os anos marcam presença. De Belo Jardim, o radialista Laetson Silva é um dos frequentadores da Missa. De Gravatá radialialista Edilson Gonzaga vai prestigiar a missa. O Grupo Neto Tintas se faz representar por Italo Lino. Paulo Vanderley de Fortaleza, Rafael Lima do Crato

A Missa do Vaqueiro foi Criada por Padre João Câncio, Luiz Gonzaga, Mestre da Sanfona e o poeta cantador Pedro Bandeira, a Missa possui uma mística de fé e histórias. Cladio sai de Sanharó. E assim a cultura se mantem

DEVOÇÃO: "Tengo/legotengo/lengotengo/lengotengo.… O vaqueiro nordestino/morre sem deixar tostão/o seu nome é esquecido/ nas quebradas do Sertão...” 

Na Missa do Vaqueiro de Serrita, edição 52, mais uma vez os aboios e versos vão ecoar pelo lugar, realçados pelo trote dos animais e o balançar natural dos chocalhos trazidos pelos donos, todos em silêncio. É música. É arte. 

Cada arte emociona o ser humano de maneira diferente! Literatura, pintura e escultura nos prendem por um viés racional, já a música nos fisga pelo lado emocional. Ao ouvir música penetramos no mundo das emoções, viajamos sem fronteiras.

Foi no sítio Lages, que um primo do Rei do Baião, no ano de 1951, Raimundo Jacó, homem simples, sertanejo autêntico, tendo por roupa gibão, chapéu de couro tombou assassinado.

Realizada anualmente sempre no mês de julho, a Missa do Vaqueiro tem em suas origens uma história que foi consagrada na voz de Luiz Gonzaga e criada com os amigos Padre João Câncio e Pedro Bandeira. A música composta por Nelson Barbalho e Luiz Gonzaga, ainda ecoa nos sertões brasileiros: Raimundo Jacó, um vaqueiro habilidoso na arte de aboiar. 

Reza a história que corre até hoje nos sertões que seu canto atraía o gado, mas atraía também a inveja de seus colegas de profissão, fato que culminou em sua morte numa emboscada. O fiel companheiro do vaqueiro na aboiada, um cachorro, velou o corpo do dono dia e noite, até morrer de fome e sede.

A história de coragem se transformou num mito do Sertão. A sua vida foi imortalizada pelo canto de Luiz Gonzaga. O Rei do Baião, que era primo de Jacó, transformou “A Morte do Vaqueiro” numa das mais conhecidas e emocionantes canções brasileiras. Luiz Gonzaga queria mais.

Dessa forma, ele se juntou a João Câncio dos Santos, na época padre que ao ver a pobreza e as injustiças sociais cometidas contra os sertanejos passou a pregar a palavra de Deus vestido de gibão, para fazer do caso do vaqueiro Raimundo Jacó é o mote para o ofício do trabalho e para a celebração da coragem. Assim, em 1970, o Sítio Lajes, em Serrita, onde o corpo de Raimundo Jacó foi encontrado, recebe a primeira Missa do Vaqueiro. 

De acordo com a tradição, o início da celebração é dado com uma procissão de centenas vaqueiros a cavalo, que levam, em honras a Raimundo Jacó, oferendas, como chapéu de couro, chicotes e berrantes, ao altar de pedra rústica em formato de ferradura.

A missa, uma verdadeira romaria de renovação da fé, acontece sempre ao ar livre. A Missa do Vaqueiro enche os olhos e coração de alegria e reflexões.  Vaqueiros e suas mãos calejadas, rostos enrugados pelo sol iluminam almas. 

Em Serrita ouvimos sanfonas tocando alto o forró e o baião. Corpo e espírito ali em comunhão. A música do Quinteto Violado, composto por Janduhy Filizola é fonte de emoção. A presença de Jesus Cristo está no pão, cuscuz, rapadura e queijo repartidos/divididos na liturgia da palavras.

Emoção! Forte Emoção. É a mística presente na Missa do Vaqueiro ao ouvir sanfona e violeiros: “Quarta, quinta e sexta-feira/sábado terceiro de julho/Carro de boi e poeira/cerca, aveloz, pedregulho/Só quando o domingo passa/É que volta os viajantes aos seu locais primitivos/Deixa no caminho torto/ o chão de um vaqueiro morto úmido com lágrimas dos vivos".

E aqui um assunto pra concluir: quando o gado passa diante do mourão onde se matou uma rês, ou está esticado um couro, é comum o gado bater as patas dianteiras no chão e chorar o sentimento pelo “irmão” morto. O boi derrama lágrimas e dá mugidos em tons graves e agudos, como só acontece nos sertões do Nordeste!

Assim eu escutei e aqui reproduzo...

(Texto e reportagem Jornalista Ney Vital. Apresentador produtor do Programa NAS ASAS DA ASA BRANCA  VIVA LUIZ GONZAGA E SEUS AMIGOS. Transmissão aos domingos 8hs Rádio FM 95.7 e Rádio Cidade AM 870)

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CANTOR E COMPOSITOR IVAN GREG PARTICIPA DO FESTIVAL NACIONAL DO FORRÓ DE ITAÚNAS, ESPÍRITO SANTO

O sanfoneiro, cantor e compositor Ivan Greg participa do O Festival Nacional Forró de Itaúnas (Fenfit), no Espírito Santo que acontece entre os dias 16 a 23 de julho, com mais de 50 shows entre atrações e concorrentes. 

Ivan Greg foi premiado no 24ª edição do Festival Edésio Santos da Canção. Na oportunidade a música vencedora foi Prelúdio Lunar, de Juliana Barbosa e Ivan Greg.

Ivan Greg é um dos músicos mais talentosos da atualidade. Nascido em Petrolina aos 9 anos já tocava teclado e sanfona. Em 2006 mudou-se para a Europa e trabalhou na divulgação e valorização da música brasileira e a cultura nordestina.

Gravou e realizou shows na Alemanha, Holanda, Espanha, Itállia, França, Suécia e Bélgica. A música também o levou aos Estados Unidos onde desenvolveu vários projetos.

Ivan Greg atualmente cursa licenciatura em Música, no Instituro Federal do Sertão. Aponta que tem influência musical de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Jackson do Pandeiro, Sivuca, Gilberto Gil, Djavan. O samba é outra referência na trajetória de Ivan Greg.

A sanfona Fascina pela sua sonoridade, pela diversidade de modelos e gêneros, mas seu encanto transcende o poder da música, porque desperta um afeto misterioso. Talvez pelo fato de ficar junto ao coração do sanfoneiro, ou, quem sabe, por ser um instrumento que é abraçado ao se tocar. Ou ainda, por ser um instrumento que respira. O fato é que a sanfona une as pessoas e é amada por todos os povos.

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GILBERTO GIL, MÚSICA PROCISSÃO E O DIA DA CONFERÊNCIA

O Teatro Popular do Nordeste – TP N funcionava na Av. Conde da Boa Vista, vizinho à Cantina Boa Vista, ambos redutos dos estudantes. Além de teatro, nos fundos do prédio funcionava um bar com petiscos. Foi lá que conheci Gilberto Gil após um show do baiano, quando Dedé Aureliano, grande figura nos apresentou. A empatia foi recíproca e Gil integrou-se ao nosso convívio em suas repetidas viagens ao Recife nos anos de 1966 a 1968.

Numa de nossas conversas, com vários estudantes da Unicap, inclusive Zé Paulo Cavalcanti, Gil comentou a presença maciça de músicas estrangeiras em nossas rádios, com suas letras incompreensíveis para a maioria dos ouvintes. Lembro que comparou um belo verso de sua música Procissão com outro da música ObLa Di, ObLa Da dos Beatles, uma das mais tocadas. Sugeri ao cantor fazer uma conferência na Unicap sobre MPB. O convite foi feito pelo Diretório Acadêmico de Direito e de pronto aceito. O ano era 1967. Combinamos a data.

Tínhamos saído de uma experiência magnífica quando o D.A. de Direito, um ano antes, organizara no pátio da Unicap a 1ª Semana de Arte Popular do Nordeste, o maior evento cultural promovido na Católica de todos os tempos, com exibição de cantorias, venda de livros e literatura de cordel, números circenses, bandas de pífanos, repentistas, exposição do pintor Bajado, o que lhe conferiu justa notoriedade, além de comidas, bebidas e danças típicas, o sucesso foi estonteante. O Diretório de Direito comandava tudo e sua sede servia como Diretório Central dos Estudantes da Unicap.

Gilberto Gil já não era um iniciante, tinha 26 anos e vários sucessos no mercado nacional, destacando-se Procissão, Samba de Roda, Eu Vim da Bahia, Domingo no Parque. Também suas apresentações no Recife lhe deram popularidade e aceitação. A Avenida Conde da Boa Vista com suas cantinas, bares e o TPN era um sítio da juventude.

Acertada a data com o cantor, passou-se a tratar com a Direção da Unicap. O diretor da Faculdade de Direito. Algumas restrições foram colocadas pela Reitoria, que estranhava cantor fazer conferência em universidade. O grau de Administrador de Empresa de Gil informado por mim superou as falsas restrições.! Concluídos os preparativos, ficamos na expectativa do evento, marcado para as 19h30 de um dia que não lembro e só recordo.

 Pedidos de informações choviam no DA e na Secretaria da Faculdade, prenúncio de grande audiência. Desde as 17 horas preocupações me tomaram. A grande sala onde seria proferida a conferência seria pequena. Começamos a selecionar, dando prioridade aos alunos de Direito. 18h30 não cabia uma mosca na grande sala o que me causou preocupação sobre eventual tumulto. Algumas providências foram tomadas, garantindo o ingresso do conferencista ao local. A conferência iniciada pontualmente prolongou-se até as 23h num sucesso retumbante.

Gilberto Gil pontificou com sua arte, seu conhecimento do mercado musical e explanações sobre as dificuldades aos artistas iniciantes impostas pelas grandes gravadoras. Quando anunciei o fim da aula-espetáculo, Gil foi aplaudido de pé por longos minutos. O evento entrou para a história da Escola de Direito embevecendo sua Direção e hoje o ex-presidente do Diretório Acadêmico José Paulo Cavalcanti Filho é confrade do então cantor conferencista na Academia Brasileira de Letras para nossa glória e deleite.

Esses episódios por mim vividos por suas recordações cinquentenárias invadiram minha alma com alegrias renovadas e ampliadas ao ver Zé Paulo e Gil trajando seus fardões em solenidade de posse na ABL, me fazendo navegar onde era preciso, no mar da magia existente nas histórias da Unicap, do TPN e dos barzinhos de então, que já conferiam imortalidade e confraria a José Paulo, escritor e jurista do sempre, e a Gilberto Gil poeta e cantor de nascença, a quem parabenizo pelos 80 anos. 

(Fonte: João Bosco Tenório Galvão-Advogado)



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