PAULO VANDERLEY MOVIMENTA OS 110 ANOS DE LUIZ GONZAGA COM PODCAST, LIVRO E WEBSÉRIE. GONZAGUEANOS SE FARÃO PRESENTES FESTA ANIVERSÁRIO DO REI DO BAIÃO

Para quem é nordestino e sobretudo sertanejo, dia (13) de dezembro é a data para comemorar este ano os 110 anos do eterno Rei do Baião Luiz Gonzaga. É nesta data que nasceu, no dia 13 de dezembro de 1912, aquele que se tornaria uma referência da sanfona e um dos mais importantes divulgadores do forró, xote e baião.

A sanfona é o principal instrumento das festas espalhadas pelo mundo. Fascina pela sua sonoridade, pela diversidade de modelos e gêneros, mas seu encanto transcende o poder da música, porque desperta um afeto misterioso. Talvez pelo fato de ficar junto ao coração do sanfoneiro, ou, quem sabe, por ser um instrumento que é abraçado ao se tocar. Ou ainda, por ser um instrumento que respira.

O fato é que a sanfona une as pessoas e é amada por todos os povos. Por isto já é grande o movimento e planejamento dos Amigos de Luiz Gonzaga, os Gonzagueanos que formam um grande número de admiradores da vida e obra de Luiz Gonzaga, literalmente invadirem novamente Exu, Pernambuco, para festejar os 110 anos de nascimento do Mestre da Sanfona Luiz Gonzaga.

A cada ano já é tradição na terra do Rei do Baião e de Barbara de Alencar, o encontro dos amigos que prestam homenagens a Luiz Gonzaga. Centenas de pessoas se deslocam de diversos lugares do Brasil para prestigiar a data de nascimento daquele que é uma das maiores referências da música brasileira.

O empresário Claudio Mozart viajou ano passado de Marabá, Pará, para prestigiar os 109 anos de nascimento de Luiz Gonzaga e este ano estará mais uma vez presente. 

Do Pará via Petrolina, Mozart vai viajar quase 2 mil km para chegar na Chapada do Araripe. “Experiência divina visitar a história de Luiz Gonzaga e a sua Exu. Este ano 2022 serão 110 anos, Exu e o Brasil têm que fazer uma festa mais bonita ainda”, disse Mozart. Ele é natural de Belo Jardim, Pernambuco, mas reside no Pará há 30 anos.

A paraibana de Campina Grande, Nilda Araújo, também não mede esforços para participar das festividades. Ela percorre mais de 15 horas de estrada para chegar a Exu. “Dancei na Companhia de Projeções Raízes, coreógrafo Ronildo Cabral e Companhia Livre de Dança (coreógrafo Mauro Araújo) com reconhecimento internacional. Tive o privilégio de dançar com Elba Ramalho, em um dos festivais de inverno de Campina Grande. Visitar Exu é transpor vida em arte. É fazer arte ávida vida e da música dança”, diz Nilda. 

Entre os Clubes de Fãs mais uma vez presentes nas festividades estarão o Eterno Cantador (Paus Ferros-RN), Fã Clube 100% de Santa Cruz do Capibaribe (PE), Irmãos Gonzagueanos (Caruaru PE), Amigos Gonzagueanos (Senhor do Bonfim),, Grupo Lojas Neto Tintas,  Tropa Gonzagueana (Petrolina/Juazeiro), Aracaju, Salvador, Fortaleza.

Todos os Grupos e Fãs Clubes têm “a benção” do Padre José Fábio, que todos os anos participa da Missa em Ação de Graças na sombra do pé de juazeiro, no Parque Aza Branca. Padre Fabio atua em Sobral, Ceará. Padre Fábio é o fundador do site Na Cabana de Gonzaga.

PAULO VANDERLEY: Entre os pesquisadores presentes em Exu, está o paraibano Paulo Vanderley, que relançou o site Luiz Lua Gonzaga com visual novo. O site é um projeto do pesquisador apaixonado pela obra gonzagueana e reúne, no ambiente virtual, um amplo acervo sobre a carreira de Gonzaga, com discos, fotos e documentos raros.

A página foi criada há 16 anos por Paulo Vanderley, com supervisão técnica de Walmar Pessoa, e é considerada, hoje, o maior acervo digital da obra de Gonzaga.

Paulo foi reunindo, ao longo da vida, inúmeros detalhes da carreira do artista e, como todo apaixonado colecionador, conservou o material nos arquivos dentro da casa. Até que, em 2005, resolveu disponibilizar para o grande público por meio da internet. O site chegou à marca de 8 milhões de acessos somente em 2012, ano do centenário de Luiz Gonzaga.

“Na época, o ambiente digital era carente de informações sobre Luiz Gonzaga. Nós transcrevemos manualmente as músicas porque ainda não havia letras disponíveis no formato online. Com isso, o site foi um sucesso, na época, entre admiradores, acadêmicos e até estudantes secundaristas”, contou Paulo, recordando a origem do projeto.

REFERÊNCIA NACIONAL: A experiência e o conhecimento fizeram de Paulo Vanderley uma referência nacional no tema, tanto que ele foi convidado como consultor em importantes projetos sobre Gonzaga, como o Museu Cais do Sertão, no Recife, o filme “Gonzaga: de pai para filho”, de Breno Silveira, e também do desfile campeão do carnaval do Rio de Janeiro em 2012, da Unidos da Tijuca de Paulo Barros.

Aos poucos, Paulo conseguiu transportar esse valioso material para o mundo digital. Agora, na nova versão do site, o público conseguirá navegar pelas fotografias raras, a história da discografia completa, conferir a letra na íntegra das canções gravadas, vídeos raros e ler curiosidades colhidas pelo coordenador do site durante a convivência com ícones da MPB.

“É uma forma de manter viva a memória de um dos maiores nomes da nossa música e reconectar todo esse legado com novas gerações. Eu fico animado com esse interesse por Gonzaga. Ele foi e é muito importante para nossa cultura”, relata Paulo, animado com o sucesso do projeto.

Além do site, o pesquisador Paulo Vanderley também está envolvido na produção do livro ‘Luiz Gonzaga’ 110 anos do Nascimento’. A obra promete ser um dos documentos mais definitivos de consulta sobre a carreira de Gonzaga e um valioso instrumento de pesquisa sobre a canção brasileira. “Em cada página, o leitor viverá uma experiência gonzagueana. Vamos anexar letras, capas de LPs, fotografias raras”.

O livro é a síntese de mais de três décadas de pesquisa e paixão de Paulo pela obra de Gonzaga. Ele será narrado em primeira pessoa pelo próprio Luiz Gonzaga, com trechos extraídos de gravações de entrevistas concedidas a rádios, jornais e canais de TV pelo próprio artista, entre os anos 1940 e 1980. “É como se você estivesse lendo um texto com aquela voz inconfundível de Gonzaga”, nos conta.

Além disso, o autor traz um relato preciso sobre a trajetória do Rei do Baião, construída entre a memória pessoal e os relatos de nomes consagrados da música que conviveram com Gonzaga, como Fagner, Lenine, Santana ‘o cantador’ e Maciel Melo, outros ícones da MPB.

Esta obra, que pretende homenagear o 110º aniversário de Gonzaga, também se transformará em uma websérie, garantindo o caráter multimídia do livro. Dessa forma, o público conseguirá ter acesso ao conteúdo de parceiros musicais e os herdeiros de Gonzaga no forró em uma conversa leve e descontraída sobre todo esse universo gonzagueano.

(Texto e reportagem Jornalista Ney Vital. Apresentador produtor do Programa NAS ASAS DA ASA BRANCA  VIVA LUIZ GONZAGA E SEUS AMIGOS. Transmissão aos domingos 8hs Rádio FM 95.7 e Rádio Cidade AM 870)

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GONZAGUEANOS TRADUZEM O AMOR A CULTURA DA FÉ E DA PAZ NA MISSA DO VAQUEIRO DE SERRITA, PERNAMBUCO

A cada ano a tradição em Serrita, Pernambuco é renovada por pessoas que se denominam gonzagueanos. Amigos Gonzagueanos podem ser definido como amantes da cultura, pesquisadores, estudiosos a partir do legado de Luiz Gonzaga.

Dessa vez o encontro é na Missa do Vaqueiro, realizada no Parque Estadual João Câncio. No próximo final de semana Centenas de pessoas se deslocam de diversos lugares do Brasil para prestigiar este ano a 52 Missa do Vaqueiro.

A ativista cultural, Maria de Fátima Tenório Ribeiro já chegou em Serrita. Há 22 anos participa da Missa do Vaqueiro. Natural da cidade de Arcoverde. "Essa Missa do Vaqueiro de Serrita é igual o pedido que Luiz Gonzaga fez para o forró: não poder morrer nunca. Missa do Vaqueiro de Serrita deve ser local da cultura da paz e abraço de amigos, fé e tradição", diz Nadir.

Essa fé se faz presente também pelo Grupo Amigos Gonzaguianos. Pesquisadores Jose Aparecido, Vanderson, Luiz Carlos, Toinho da Onça, todos os anos marcam presença. De Belo Jardim, o radialista Laetson Silva é um dos frequentadores da Missa. De Gravatá radialialista Edilson Gonzaga vai prestigiar a missa. O Grupo Neto Tintas se faz representar por Italo Lino. Paulo Vanderley de Fortaleza, Rafael Lima do Crato

A Missa do Vaqueiro foi Criada por Padre João Câncio, Luiz Gonzaga, Mestre da Sanfona e o poeta cantador Pedro Bandeira, a Missa possui uma mística de fé e histórias. Cladio sai de Sanharó. E assim a cultura se mantem

DEVOÇÃO: "Tengo/legotengo/lengotengo/lengotengo.… O vaqueiro nordestino/morre sem deixar tostão/o seu nome é esquecido/ nas quebradas do Sertão...” 

Na Missa do Vaqueiro de Serrita, edição 52, mais uma vez os aboios e versos vão ecoar pelo lugar, realçados pelo trote dos animais e o balançar natural dos chocalhos trazidos pelos donos, todos em silêncio. É música. É arte. 

Cada arte emociona o ser humano de maneira diferente! Literatura, pintura e escultura nos prendem por um viés racional, já a música nos fisga pelo lado emocional. Ao ouvir música penetramos no mundo das emoções, viajamos sem fronteiras.

Foi no sítio Lages, que um primo do Rei do Baião, no ano de 1951, Raimundo Jacó, homem simples, sertanejo autêntico, tendo por roupa gibão, chapéu de couro tombou assassinado.

Realizada anualmente sempre no mês de julho, a Missa do Vaqueiro tem em suas origens uma história que foi consagrada na voz de Luiz Gonzaga e criada com os amigos Padre João Câncio e Pedro Bandeira. A música composta por Nelson Barbalho e Luiz Gonzaga, ainda ecoa nos sertões brasileiros: Raimundo Jacó, um vaqueiro habilidoso na arte de aboiar. 

Reza a história que corre até hoje nos sertões que seu canto atraía o gado, mas atraía também a inveja de seus colegas de profissão, fato que culminou em sua morte numa emboscada. O fiel companheiro do vaqueiro na aboiada, um cachorro, velou o corpo do dono dia e noite, até morrer de fome e sede.

A história de coragem se transformou num mito do Sertão. A sua vida foi imortalizada pelo canto de Luiz Gonzaga. O Rei do Baião, que era primo de Jacó, transformou “A Morte do Vaqueiro” numa das mais conhecidas e emocionantes canções brasileiras. Luiz Gonzaga queria mais.

Dessa forma, ele se juntou a João Câncio dos Santos, na época padre que ao ver a pobreza e as injustiças sociais cometidas contra os sertanejos passou a pregar a palavra de Deus vestido de gibão, para fazer do caso do vaqueiro Raimundo Jacó é o mote para o ofício do trabalho e para a celebração da coragem. Assim, em 1970, o Sítio Lajes, em Serrita, onde o corpo de Raimundo Jacó foi encontrado, recebe a primeira Missa do Vaqueiro. 

De acordo com a tradição, o início da celebração é dado com uma procissão de centenas vaqueiros a cavalo, que levam, em honras a Raimundo Jacó, oferendas, como chapéu de couro, chicotes e berrantes, ao altar de pedra rústica em formato de ferradura.

A missa, uma verdadeira romaria de renovação da fé, acontece sempre ao ar livre. A Missa do Vaqueiro enche os olhos e coração de alegria e reflexões.  Vaqueiros e suas mãos calejadas, rostos enrugados pelo sol iluminam almas. 

Em Serrita ouvimos sanfonas tocando alto o forró e o baião. Corpo e espírito ali em comunhão. A música do Quinteto Violado, composto por Janduhy Filizola é fonte de emoção. A presença de Jesus Cristo está no pão, cuscuz, rapadura e queijo repartidos/divididos na liturgia da palavras.

Emoção! Forte Emoção. É a mística presente na Missa do Vaqueiro ao ouvir sanfona e violeiros: “Quarta, quinta e sexta-feira/sábado terceiro de julho/Carro de boi e poeira/cerca, aveloz, pedregulho/Só quando o domingo passa/É que volta os viajantes aos seu locais primitivos/Deixa no caminho torto/ o chão de um vaqueiro morto úmido com lágrimas dos vivos".

E aqui um assunto pra concluir: quando o gado passa diante do mourão onde se matou uma rês, ou está esticado um couro, é comum o gado bater as patas dianteiras no chão e chorar o sentimento pelo “irmão” morto. O boi derrama lágrimas e dá mugidos em tons graves e agudos, como só acontece nos sertões do Nordeste!

Assim eu escutei e aqui reproduzo...

(Texto e reportagem Jornalista Ney Vital. Apresentador produtor do Programa NAS ASAS DA ASA BRANCA  VIVA LUIZ GONZAGA E SEUS AMIGOS. Transmissão aos domingos 8hs Rádio FM 95.7 e Rádio Cidade AM 870)

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CANTOR E COMPOSITOR IVAN GREG PARTICIPA DO FESTIVAL NACIONAL DO FORRÓ DE ITAÚNAS, ESPÍRITO SANTO

O sanfoneiro, cantor e compositor Ivan Greg participa do O Festival Nacional Forró de Itaúnas (Fenfit), no Espírito Santo que acontece entre os dias 16 a 23 de julho, com mais de 50 shows entre atrações e concorrentes. 

Ivan Greg foi premiado no 24ª edição do Festival Edésio Santos da Canção. Na oportunidade a música vencedora foi Prelúdio Lunar, de Juliana Barbosa e Ivan Greg.

Ivan Greg é um dos músicos mais talentosos da atualidade. Nascido em Petrolina aos 9 anos já tocava teclado e sanfona. Em 2006 mudou-se para a Europa e trabalhou na divulgação e valorização da música brasileira e a cultura nordestina.

Gravou e realizou shows na Alemanha, Holanda, Espanha, Itállia, França, Suécia e Bélgica. A música também o levou aos Estados Unidos onde desenvolveu vários projetos.

Ivan Greg atualmente cursa licenciatura em Música, no Instituro Federal do Sertão. Aponta que tem influência musical de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Jackson do Pandeiro, Sivuca, Gilberto Gil, Djavan. O samba é outra referência na trajetória de Ivan Greg.

A sanfona Fascina pela sua sonoridade, pela diversidade de modelos e gêneros, mas seu encanto transcende o poder da música, porque desperta um afeto misterioso. Talvez pelo fato de ficar junto ao coração do sanfoneiro, ou, quem sabe, por ser um instrumento que é abraçado ao se tocar. Ou ainda, por ser um instrumento que respira. O fato é que a sanfona une as pessoas e é amada por todos os povos.

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GILBERTO GIL, MÚSICA PROCISSÃO E O DIA DA CONFERÊNCIA

O Teatro Popular do Nordeste – TP N funcionava na Av. Conde da Boa Vista, vizinho à Cantina Boa Vista, ambos redutos dos estudantes. Além de teatro, nos fundos do prédio funcionava um bar com petiscos. Foi lá que conheci Gilberto Gil após um show do baiano, quando Dedé Aureliano, grande figura nos apresentou. A empatia foi recíproca e Gil integrou-se ao nosso convívio em suas repetidas viagens ao Recife nos anos de 1966 a 1968.

Numa de nossas conversas, com vários estudantes da Unicap, inclusive Zé Paulo Cavalcanti, Gil comentou a presença maciça de músicas estrangeiras em nossas rádios, com suas letras incompreensíveis para a maioria dos ouvintes. Lembro que comparou um belo verso de sua música Procissão com outro da música ObLa Di, ObLa Da dos Beatles, uma das mais tocadas. Sugeri ao cantor fazer uma conferência na Unicap sobre MPB. O convite foi feito pelo Diretório Acadêmico de Direito e de pronto aceito. O ano era 1967. Combinamos a data.

Tínhamos saído de uma experiência magnífica quando o D.A. de Direito, um ano antes, organizara no pátio da Unicap a 1ª Semana de Arte Popular do Nordeste, o maior evento cultural promovido na Católica de todos os tempos, com exibição de cantorias, venda de livros e literatura de cordel, números circenses, bandas de pífanos, repentistas, exposição do pintor Bajado, o que lhe conferiu justa notoriedade, além de comidas, bebidas e danças típicas, o sucesso foi estonteante. O Diretório de Direito comandava tudo e sua sede servia como Diretório Central dos Estudantes da Unicap.

Gilberto Gil já não era um iniciante, tinha 26 anos e vários sucessos no mercado nacional, destacando-se Procissão, Samba de Roda, Eu Vim da Bahia, Domingo no Parque. Também suas apresentações no Recife lhe deram popularidade e aceitação. A Avenida Conde da Boa Vista com suas cantinas, bares e o TPN era um sítio da juventude.

Acertada a data com o cantor, passou-se a tratar com a Direção da Unicap. O diretor da Faculdade de Direito. Algumas restrições foram colocadas pela Reitoria, que estranhava cantor fazer conferência em universidade. O grau de Administrador de Empresa de Gil informado por mim superou as falsas restrições.! Concluídos os preparativos, ficamos na expectativa do evento, marcado para as 19h30 de um dia que não lembro e só recordo.

 Pedidos de informações choviam no DA e na Secretaria da Faculdade, prenúncio de grande audiência. Desde as 17 horas preocupações me tomaram. A grande sala onde seria proferida a conferência seria pequena. Começamos a selecionar, dando prioridade aos alunos de Direito. 18h30 não cabia uma mosca na grande sala o que me causou preocupação sobre eventual tumulto. Algumas providências foram tomadas, garantindo o ingresso do conferencista ao local. A conferência iniciada pontualmente prolongou-se até as 23h num sucesso retumbante.

Gilberto Gil pontificou com sua arte, seu conhecimento do mercado musical e explanações sobre as dificuldades aos artistas iniciantes impostas pelas grandes gravadoras. Quando anunciei o fim da aula-espetáculo, Gil foi aplaudido de pé por longos minutos. O evento entrou para a história da Escola de Direito embevecendo sua Direção e hoje o ex-presidente do Diretório Acadêmico José Paulo Cavalcanti Filho é confrade do então cantor conferencista na Academia Brasileira de Letras para nossa glória e deleite.

Esses episódios por mim vividos por suas recordações cinquentenárias invadiram minha alma com alegrias renovadas e ampliadas ao ver Zé Paulo e Gil trajando seus fardões em solenidade de posse na ABL, me fazendo navegar onde era preciso, no mar da magia existente nas histórias da Unicap, do TPN e dos barzinhos de então, que já conferiam imortalidade e confraria a José Paulo, escritor e jurista do sempre, e a Gilberto Gil poeta e cantor de nascença, a quem parabenizo pelos 80 anos. 

(Fonte: João Bosco Tenório Galvão-Advogado)



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MORTE DE JACKSON DO PANDEIRO COMPLETA 40 ANOS

À parte da efeméride de datas, discorrer sobre Jackson do Pandeiro é/deveria ser compromisso afeito a qualquer roda de conversa, papo de esquina ou mesa de bar, em prosas que, por óbvio, passariam longe de ser comum, haja vida o quão singular ele era.

A 'conversa' destas linhas se justifica pela ausência há quatro décadas do maior ritmista da música popular brasileira, completada no último dia 10. Era julho de 1982 e àquela altura, com discografia vasta, três décadas de carreira e um Nordeste nacionalizado a partir de sua musicalidade, aos 62 anos de vida a missão do “Rei do Ritmo” se fazia cumprida, perpetuada e inconfundível.

Não é exagero afirmar que outro José Gomes da Silva Filho – nome de batismo do paraibano de Alagoa Grande, que depois surgiria como Zé Jackson, por causa do ator Jack Perrin, para então enveredar a alcunha de “do Pandeiro” - não se faria mais, desde então.

Ao lado de Luiz Gonzaga, embora sem a mesma reverência direcionada ao “Rei do Baião” talvez pela maior popularidade que tinha Seu Luiz - Jackson, cuja figura franzina, tomada por um chapéu de abas curtas usado sempre de lado, segue como nome insubstituível ou como bem disse Silvério Pessoa, “continua sendo uma prateleira indispensável e inesgotável na MPB”. 

“Versátil como compositor e instrumentista, grande percussionista, versátil como letrista, um cara que foi responsável por uma narrativa contemporânea de um Sertão, um Agreste, uma Zona da Mata, uma Metrópole pós Luiz Gonzaga – considero este o pai de tudo e Jackson o que praticamente redimensionou todo esse universo do que a gente chama de forró”, complementou Silvério em conversa com a Folha de Pernambuco.

Silvério, que bebeu da fonte de Jackson em 2015 com “Cabeça Feita”, projeto em que o artista paraibano é aclamado em quinze faixas que contemplam a discografia do ritmista e traz à tona com fidelidade melodias em meio à versatilidade típica que lhe era inerente.

“Ele enfatizou a indumentária, a culinária, trabalhou no cinema, na dança e no imaginário, na mística e na religiosidade popular a partir do que hoje chamamos de forró. Quarenta anos de sua ida e presença inesgotável, infinita sempre para todo o Brasil”, reforçou Silvério, influenciado por Jackson tal qual foram/são, entre outros, Elba Ramalho, Lenine, Nação Zumbi, Zé Ramalho, Alceu Valença e Geraldo Azevedo – dupla que cantou no Festival Internacional da Canção de 1972 a embolada “Papagaio do Futuro”. Alceu, tempos depois, chegaria com “Coração Bobo” inspirado pelas estripulias musicais do artista paraibano.

RITMOS: Foi misturando xaxado, embolada, coco, samba, frevo e marchinhas de Carnaval, levados por ele, também, no reco-reco, na gaita, na sanfona e na zabumba, que Jackson do Pandeiro ritmou o mundo, a partir do seu jeito de falar, inclusive.

Com “Sebastiana”, de autoria do compositor pernambucano Rosil Cavalcanti, ele ganhou os holofotes como cantor. Coco – que segundo o próprio, em entrevista à TV Cultura na década de 1980, tudo se resumia ao ritmo “(...) tudo é coco. Se não é coco, é samba” - dotado de ineditismos que posteriormente iriam ditar o futuro de outros ritmos Nordeste afora.  “O Canto da Ema” e “Chiclete com Banana” também integraram as interpretações de Jackson.

“Falar de Jackson é falar de alegria, de ritmo, é o Rei do Ritmo que levou a música da gente para o mundo inteiro, com simplicidade. A arte dele é muito forte no ritmo (...) eu me inspiro nele, pela simplicidade que ele tinha e que eu também carrego. Sou muito fã dele, ele influenciou muito no meu samba de latada”, enalteceu Josildo Sá, outro nome forte da cultura pernambucana que bebeu da fonte de Jackson do Pandeiro, nome que segue como o maior, em se tratando da verve nordestina e ligeira. (FONTE: Folha Pernambuco-Germana Macambira)

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PROJETO DE IRRIGAÇÃO SENADOR NILO COELHO, N 7 RECEBE NESTE DOMINGO (17) O ESPETÁCULO SACRO PAIXÃO E MORTE DE CRISTO

O Grupo de Teatro Amador do N7 (GRUTANS) e a Melodia Produções apresentam, o espetáculo sacro PAIXÃO E MORTE DE CRISTO, baseado nos momentos finais da vida de Jesus Cristo. A apresentação será realizada no dia 17 de julho, domingo, a partir das 20h, no pátio de eventos da agrovila, do projeto de irrigação Senador Nilo Coelho, N-7, na Zona Rural, da cidade de Petrolina-PE, o evento será totalmente gratuito, aberto ao público.

No seu 31º ano de apresentações, a PAIXÃO E MORTE DE CRISTO, tornou-se um espetáculo tradicional, com apresentações anuais, sempre no período da Semana Santa, que mobiliza toda a comunidade do N-7. Excepcionalmente, por consequências da pandemia – COVID, o espetáculo deste ano está sendo realizado fora do período e só está sendo possível realizá-lo devido a aprovação do seu projeto no XIII EDITAL PERNAMBUCO DE TODAS AS PAIXÕES, incentivado pelo Governo do Estado de Pernambuco, Fundarpe, Secretaria de Cultura de Pernambuco SECULT-PE e conta com o apoio da Prefeitura de Petrolina. A elaboração do projeto e a produção executiva contou com a expertise da MELODIA PRODUÇÕES.

O espetáculo, foi encenado pela primeira vez em 1989, com o título de Paixão de Cristo e começou sendo realizado pelo grupo de jovens da comunidade, o JOVE, grupo este que amadureceu e se tornou o Grupo de Teatro Amador do Núcleo Sete – GRUTANS. Assim, há mais de 30 anos o grupo vem realizando o maior e mais belo espetáculo sacro ao ar livre, na zona rural, de Petrolina, no Sertão do São Francisco. Este ano, serão montados 11 cenários, sendo 5 destes construídos e 6 naturais, o espetáculo contará ainda com o recurso de acessibilidade (LIBRAS). 

Com duas horas de encenação o espetáculo narra os momentos decisivos da vida de Jesus Cristo, começando com a cena do Batismo. Na sequência, as cenas de Herodes, com dançarinas e onde Salomé pede a cabeça de João Batista; o sermão da montanha e a convocação dos apóstolos; a ressureição de Lázaro; a última ceia; Agonia no jardim das oliveiras; a Prisão, Jesus Perante Caifás e Sacerdotes; Fórum de Pôncio Pilatos; a Caminhada para o Calvário; o Encontros de Maria, Madalena, João e Verônica que enxuga o rosto de Cristo; Culminando o espetáculo teremos a Crucificação, realizada em um moro de barro construído especificamente para a cena da crucificação e ressureição de Cristo; a retirada de Cristo de cruz.
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VI ENCONTRO SABERES DA CAATINGA TERMINA NESTE DOMINGO (17)

Prossegue até domingo (17) o VI Encontro de Saberes da Caatinga, realizado no município de Exu, Pernambuco. O encontro reúne raizeiras, benzedeiras, rezadores e parteiras na Chapada do Araripe (dos estados de Pernambuco, Ceará e Piauí), além de pesquisadores e estudantes de todo o país e até do exterior. 

O objetivo é promover a troca de conhecimentos entre os adeptos de práticas e culturas milenares e os acadêmicos, bem como estimular a interiorização da residência em saúde.

As pesquisadoras do Departamento de Saúde Coletiva da Fiocruz Pernambuco Islândia Carvalho e Camila Pimentel participam do evento. Além de ser uma das idealizadoras e colaboradora do Encontro desde a sua primeira edição, Islândia coordena o projeto “Saberes e práticas da Caatinga e Modelos de Saúde”. Esse projeto desenvolve a sistematização do Encontro e contribui na construção de um banco de dados com a história do evento e na devolução à população local dos resultados das diversas pesquisas elaboradas a partir dessa experiência.

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