LIVRO O PESCADOR E O PEIXE ENCANTADO DE LEORNADO BOFF CITA OS CUIDADOS DA JUSTA MEDIDA

Para onde quer que dirijamos o nosso olhar, encontramos o fenômeno da falta da justa medida. A justa medida é a moderação, o nem de demais e o nem de menos, o equilíbrio, o caminho do meio e a autolimitação. O que notamos tristemente é o fato de que alguns poucos acumulam grande parte da riqueza da Terra, deixando imensas maiorias na miséria e na fome. Não há aquela justa medida que poderia satisfazer a todos.

A falta da justa medida constitui uma das causas principais das muitas crises que assolam a humanidade inteira. O sistema de produção capitalista, hoje globalizado, não se impõe nenhuma medida: quer acumular riqueza e bens de forma ilimitada. A sua lógica é: “quem não tem, quer ter; quem tem, quer ter mais; quem tem mais diz: nunca é suficiente”. Assim ocorre, não raro, na vida pessoal, familiar, social, política e econômica. É um processo ilimitado que a Terra com seus recursos limitados não consegue suportar.

Por exemplo, qual é a justa medida ao extrair da natureza o que precisamos e dar-lhe o tempo que ela precisa para descansar, se regenerar? Temos perdido a justa medida na nossa relação para com a Terra. Precisamos de uma Terra e meia para atender o nosso consumismo. Como ela não pode dar o que não tem mais, defende-se, mandando mais desarranjos climáticos, mais vírus perigosos e outros eventos extremos. Se não encontrarmos a justa medida entre nossas necessidades e o respeito para com os limites da Terra podemos chegar a um ponto em que ela não nos queira mais aqui sobre seu solo. Ela continua, mas sem nós.

Para ilustrar estes problemas narram-se nesse livro vários contos que explicam melhor as causas e os efeitos da falta da justa medida, do que as muitas reflexões teóricas. Assim, narra-se a história de um pobre pescador ambicioso que não tinha nenhum sentido para justa medida. Pedia e pedia sempre mais. Pediu ao peixe encantado que transformasse sua choupana numa bela casa, depois num castelo, em seguida num reino, mais ainda que o fizesse papa e por fim queria ser o próprio bom Deus. A falta de moderação e da justa medida o castigou: voltou a ser um pobre pescador. E assim outras tantas histórias ilustrativas.

Como sair dessa crise que, se não tivermos a justa medida em tudo, corremos o risco de desaparecer da face da Terra? A resposta é: auscultando a nossa própria natureza e bebendo de nosso próprio poço. Então damo-nos conta de que somos criaturas dependentes e não a coroa da criação, seres cuja missão é a de cuidar da natureza para que seja preservada para todos, somos seres solidários uns para com os outros, devemos aprender a nos autolimitar para que todos tenham o suficiente e decente, e precisamos cultivar o amor que nos une a todos como irmãos e irmãs, vivendo na mesma Casa Comum.

O livro detalha os muitos campos nos quais devemos viver a justa medida: nos nossos relacionamentos pessoais e sociais, entre o tempo de trabalho e o tempo de lazer, no manejo justo do dinheiro e autocontenção, a justa medida entre a preservação da Mãe Terra e o extrativismo, a justa medida na integração do masculino com o feminino. E assim em muitas outras esferas da vida.

O livro segue o estilo daquele “A águia e a galinha: Uma metáfora da condição humana” que tem inspirado a muitas pessoas. Este visa o mesmo objetivo: só teremos paz e felicidade se em tudo o que fizermos, encontrarmos a justa medida e o verdadeiro equilíbrio. A consequência é a paz feliz e a felicidade pacífica.

Leonardo Boff (1938) foi por mais de 20 anos professor de Teologia Sistemática no Instituto Franciscano de Petrópolis e posteriormente professor de Ética, Filosofia da Religião e de Ecologia Filosófica na Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Também foi professor – visitante em várias universidades estrangeiras. Por muitos anos coordenou as publicações da Editora Vozes, especialmente a obra completa de C.G. Jung. É membro da Iniciativa Internacional da Carta da Terra, da qual é um dos corredatores. Em 2002 foi galardoado pelo Parlamento Sueco com o Prêmio Nobel Alternativo da Paz, por associar ecologia com justiça social e espiritualidade. Já escreveu mais de cem livros, em sua maioria publicados pela Editora Vozes.

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INSCRIÇÕES PARA O VI ENCONTRO DE SABERES DA CAATINGA DA CHAPADA DA ARARIPE ESTÃO ABERTAS

A valorização e a troca de saberes populares relacionados às práticas de cura ligadas à natureza, contribuindo para o fortalecimento do papel cultural da sabedoria tradicional, serão os objetivos do VI Encontro de Saberes da Caatinga e Práticas de Cura da Chapada do Araripe realizado no município de Exu, Pernambuco. 

O VI Encontro de Saberes da Caatinga será realizado de 11 a 17 de Julho de 2022, na Chácara Paraíso da Serra, Exu, Pernambuco.  O encontro serve para incentivar e manter vivas práticas de cura (algumas milenares). 

A Inscrição para o VI Encontro de Saberes da Caatinga pode ser feito através do  link https://forms.gle/qsTDPfYhuXB26pdaA 

O evento contará com a presença de raizeiros, rezadores e parteiras da região da chapada do Araripe, dos estados de Pernambuco e Ceará, também médicos, profissionais de saúde, representantes de instituições públicas, organizações não governamentais e aprendizes de várias partes do Brasil.

Segundo a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, Islândia Sousa, o encontro reforça a política de práticas integrativas e complementares instituída pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2006. 

O site da Fiocruz desta que as práticas do Encontro de Saberes da Caatinga são caracterizadas pela Organização Mundial de Saúde como Medicina Tradicional ou Medicina Complementar. Esse termo significa um conjunto diversificado de ações terapêuticas que difere da biomedicina ocidental, incluindo práticas manuais e espirituais, com ervas sem uso de medicamentos quimicamente purificados, além de atividades corporais.

As práticas trabalhadas e saberes compartilhados durante o encontro, no âmbito da conservação da sociobiodiversidade, relacionam-se diretamente com objetivos para incentivar as manifestações culturais e contribuir para a valorização da diversidade cultural e assegurar a sustentabilidade dos recursos naturais, com ênfase na melhoria da qualidade de vida.


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ADJETIVANDO A RAINHA: SANGALO SOA SOM

Ivete Sangalo chega a meio século de vida na plenitude da carreira profissional impulsionada por um extraordinário vigor feminino de altiva alma alegre. E a maior estrela da música pop nacional está na cidade-berço para comemorar junto de sua gente, em meio a pueris e dulcíssimas lembranças ribeirinhas, trazendo na bagagem muito amor por Juazeiro e o melhor que pode entregar das mega produções de seus espetáculos musicais.  

A cantora que faz do palco o seu grande prazer público tem na espontaneidade amorosa da relação com os fãs uma indelével marca. Por isso o público a ama tanto. É natural, não um produto de marketing criado para tal finalidade. Aliás, são os especialistas do show-business que precisam se adaptar ao estilo Ivete. Caso contrário, não conseguem alcançá-la. Prova disso é a escolha do lugar onde irá comemorar o seu aniversário de 50 anos, evento que está mexendo com todo o país e sendo um dos assuntos mais comentados do momento. 

"A alma é divina e a obra é imperfeita". Fernando Pessoa

Ivete é um caso singular em que o artista é maior do que a obra. Fato. No futuro, dentro de 100 anos, talvez não seja possível lembrar exatamente das músicas que ela canta hoje, mas inegavelmente será impossível esquecer a deslumbrante diva, o fascinante furacão elétrico que espalha diversão e fantasia por onde passa de forma avassaladora. E nesse contexto, impossível não citar João Gilberto, o gênio conterrâneo da artista. Afinal, são os próprios locais menos pensantes que insistem numa comparação esdrúxula. 

O inventor da bossa nova tinha o seu jeito – mais introspectivo e peculiar – de amar e de se relacionar com a cidade, enquanto a filha famosa do saudoso seresteiro Alsus Sangalo tem o seu, muito mais expansivo e extrovertido. No oposto de Ivete, a obra de João se tornou maior do que o artista. Por escolha dele próprio. Era um operário da música em busca da perfeição e se colocava sempre abaixo das suas criações. Em comum, algo que ninguém pode negar ou tirar: ambos colocam Juazeiro em evidência no mundo. Precisa mais?!

O super show dessa cantora de extraordinário domínio de palco na noite de 27 de maio, na Orla de Juazeiro, à beira do Velho Chico, com transmissões ao vivo da TV Globo e do Canal Multishow para todo o Brasil e diversos outros países, já é considerado um marco de maior acontecimento artístico da história do município. Até os dias atuais e, provavelmente por mais um bocado de anos, nenhum evento de tamanha magnitude deverá se repetir na cidade. Portanto, mesmo quem não curte as suas músicas, é preciso saber respeitar Ivete Sangalo e dar-lhe mil vivas!

Joia jorrando jazz, lisos lábios luminosos, mágica mulher musical... Sangalo soa som. Explosão de mil megatons. Bummmmmmm!!!! 

Luiz Hélio *poeta, escritor, jornalista. Membro da Academia Juazeirense de Letras.

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MUITAS MÃOS QUE SE UNEM PARA FAZER O BEM. PROJETO MÃOS SOLIDÁRIAS TRANSFORMA VIDAS

Muitas mãos se unem para fazer o bem. O Centro de Formação Popular, através do Projeto Mãos Solidária realiza neste sábado (28), mais uma ação que é Rodas de Cuidado, Formação de Leitura. O evento acontece na sede do Projeto Mãos Solidária, na rua Arlindo Rufino, 900, Bairro João de Deus.

A coordenadora Juzileide Carvalho do Nascimento, mas conhecida por Jucy Carvalho, afirma que este já é o sexto encontro e que outros projetos estão em andamento. Os objetivos são ações de Rodas de Formação em Panificação e Doceria, formar produtoras locais para produção de venda de alimentos, Rodas de Crescimento Pessoal e Auto Organização Coletiva para cuidado mutuo, Formar mulheres que liderem suas ruas na promoção da cidadania feminina entre outros.

O projeto é desenvolvido pela Mão Solidária-Associação Anglicana do Nordeste/AANE/Mãos Solidárias, em parceria com a Coordenadoria Ecumênica de Serviço-Case.

O Projeto Mãos Solidária é a soma de diversas organizações, voluntários e movimentos populares através da solidariedade e pela vida.  

Na comunidade do bairro João de Deus, e arredores o Projeto “Mãos Solidárias”, no período mais crítico da pandemia Covid-19, distribuiu “Marmitas Solidárias”, organizando a distribuição de refeições para as pessoas em situação de rua. 

"Ainda com esta ação, demos outros passos com a ajuda da enorme rede que construímos neste período, estamos consolidamos outras frentes de trabalho divididas em cinco áreas de atuação: Saúde, Trabalho e Renda, Direitos, Comunicação e Educação", revela Jucy, ressaltando que o trabalho são frutos das ações que no passado foram construídas pelo Padre Antonio Moreno.

“Sou moradora do João de Deus, são 20 anos, aqui tem parte da minha história de vida. Minha casa sempre foi lugar de formação humana e social. Minha casa não é só para eu morar, sempre tive comigo que ela deveria cumprir uma função social. Estou a serviço da população mais sofrida”, finaliza Jucy.

Em Pernambuco o projeto já criou quatro cozinhas solidárias, 33 bancos populares de alimentos, 10 hortas comunitárias e de capacitar mais de mil pessoas em 34 cidades. A campanha Mãos Solidárias também deu início a uma nova fase de formação de agentes populares, em Pernambuco, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz Pernambuco - Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz-IAM).

AÇÕES: A campanha Mãos Solidárias é fruto de parceria entre várias entidades. Participam da iniciativa MST, Arquidiocese de Recife e Olinda, Fiocruz, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade de Pernambuco (UPE), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Federação Única dos Petroleiros (FUP), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (SINTEPE), bancários, Associação dos Docentes da UFPE (ADUFEPE), AUFRPEPE, Marcha Mundial de Mulheres, Levante Popular da Juventude, Movimento Camponês Popular (MCP), Pastoral da Juventude Rural (PJR), Rede de Médicos e Médicas Populares, Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (CEBES), Turma do Flau e centenas de voluntários individuais.

Com o trabalho conjunto entre os movimentos, foi possível chegar às marcas de:

- 810 mil marmitas doadas para população em situação de rua;

- 950 toneladas (950 mil quilos) de alimentos doados pelos camponeses para as periferias da cidade em Recife e Região Metropolitana;

- 1 banco popular de alimento mãe, no Armazém do Campo do Recife, e 32 bancos populares de alimentos nos bairros de Recife e RMR que tanto recebem doações de alimentos dos movimentos camponeses como mobilizam no próprio bairro mutirões de arrecadação;

- 3 cozinhas solidárias na RMR e 1 em Petrolina, com perspectiva de abrir mais 3 na RMR em 2022;

- 10 hortas comunitária urbanas, incluindo 2 roçados solidários urbanos (1 em Olinda e 1 em Camaragibe);

- Roçados solidários semanais em assentamentos e acampamentos do MST com intercâmbio entre campo e cidade para plantio nas áreas destinadas à doação solidária aos Bancos Populares de Alimentos e para aprendizagem sobre Sistemas Agroflorestais e produção agroecológica de alimentos saudáveis;

- Mais de 1000 agentes populares de saúde formados e certificados em Pernambuco;

- Confecção de mais de 50 mil máscaras de tecido para doação nas comunidades entre 2020 e 2021;

- 2 grupos de costura sustentável na RMR produzindo sacolas e coletes de agentes populares de Saúde como forma de geração de renda na perspectiva da economia solidária.


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POETA, CANTADOR ALDY CARVALHO LANÇA NOVO CD: TEMPO MENINO

Aldy Carvalho é daqueles poetas/cantadores genuinamente nordestinos que sabe de cada palmo de chão em que pisou e cada légua que trilhou da caatinga sertaneja aos grandes centros, como São Paulo. Nos dois sentidos, sua arte com todos os elementos da arte oriunda de sua região de origem, reverbera entre fronteiras. “É uma questão identitária, de afirmação que carrego com orgulho”, afirma o artista que no trajeto da pandemia, não baixou a cabeça. 

Radicado em Sampa, mandou ver nos versos e acordes de seu violão para gestar seu novo álbum (Cd-formato físico) que batizou Tempo Menino com novos conceitos poéticos, harmônicos e instrumental.

Depois da trilogia “Alforje”, “Cantos d’Algibeira” e ‘SerTão andante”, o novo projeto, “Tempo-menino”, chega com uma carga poética vigorosa de dez canções brilhantes que pelos títulos já dão ao ouvinte a noção de um olhar atento para o mundo ao redor com suas composições em que se cruzam versos e crônica alinhadas com  o lado bom da vida e as belezas de um sertão que vai além da caatinga, costurando suas belezas, cores, sabores e sua gente. 

Entre as dez composições quatro são de autoria do artista “Alfenin”, “Gostar e querer bem”, “Guaxinim” e “Toadinha cabocla”. Já “Tempo-Menino” (soneto inglês em galope à beira mar), foi assinada em parceria com Rubênio Marcelo, poeta e compositor cearense radicado em Campo Grande/MS; A Terra é toda sua”, com Geraldo Olinda, Cantiga II,  com Marcos Haurelio e Coisas do Sertão, com Nildo Freitas.

A bela arte da capa e contracapa é do artista plástico e músico Ivan Jubram. O ensaísta e educador Ely Veríssimo, grande entusiasta e apreciador da poesia que emana dos cantadores e dos cordelistas escreveu que “Tempo-Menino é como uma caixa de brinquedos guardada no sótão da nossa memória e que, um dia, procurando outra coisa, encontramos, maravilhados, aquele tesouro que pensávamos perdido. E reconhecemos, no desgaste dos cantos, da caixa e do cantor, o sentimento que experimentamos na primeira vez que brincamos. Estão, lá, nossos cenários heroicos, em que enfrentamos vilões e dragões pra defender a bem-amada; o cheiro de terra molhada nos dias de chuva, o alarido das brincadeiras e das festas, mas, também, o desejo de mudar o mundo”.

No conjunto da nova  obra artística, pode-se destacar a música “Guaxinim”, que fez parte da trilha sonora do filme “Cantigas: o Sertão e suas danças”, de Luciano Peixinho, e “Meu Sertão”, parceria com o jornalista Humberto Mesquita para o documentário Descendentes do sertão”, (Brasil, 2021). Poeta, cantador, escritor, contista, compositor, e violonista, se faz necessário observar que o artista mescla e condensa de maneira peculiar o seu universo de origem, o nordeste.  O novo Cd pode ser adquirido através do email pazinko@gmail.com 

 (Fonte: Thiago de Lima Silva, natural de Salgueiro-Pernambuco)

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TRABALHADORES RURAIS SE REÚNEM EM BRASÍLIA PARA FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO POPULAR


Cerca de mil pessoas de todos os estados brasileiros estão reunidos no Centro Comunitário da Universidade de Brasília (UnB) para participarem da sexta edição do Encontro Nacional de Formação (6º Enafor), promovido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

A atividade, que tem como lema “Liberdade para Lutar. Educação para Transformar”, começou na segunda-feira (23) e vai até a próxima sexta (27). De acordo com a Confederação, o encontro marca a retomada das ações da entidade em formato presencial e reafirma a importância do trabalho de base e dos processos de formação política para o movimento sindical.

Durante o evento, os participantes vão debater o contexto político conjuntural do país, com foco nos ataques à democracia, as eleições, violência estrutural educação popular, feminismos, novas masculinidades. Além disso, vão discutir temas como sustentabilidade política e organização de base, agricultura familiar, reforma agrária e agroecologia, com o objetivo de construir estratégias de resistências às investidas ultraconservadoras e de fortalecer as lutas dos sujeitos do campo, da floresta e das águas, articuladas há um projeto popular de sociedade.

Para o secretário de Formação e Organização Sindical da Contag, Carlos Augusto, o Encontro Nacional acontece em um contexto marcado pelo avanço do conservadorismo, pelo desmonte de direitos, pelo aumento da fome e de todas as formas de violências e pelo aumento da criminalização dos movimentos sociais, sindicais e populares.

“Contexto esse que se tornou ainda mais tenebroso com o tratamento dado à crise sanitária da Covid-19, pelos golpistas de plantão que ocupam atualmente o Palácio do Planalto e as casas legislativas do Congresso Nacional”, destaca.

A Contag ressalta que o Enafor acontece a cada três anos e se consolida como efetivo espaço de debates sobre formação política, “na perspectiva da educação popular emancipadora, comprometida com os interesses da classe trabalhadora engajada nas lutas pela construção de uma sociedade soberana e inclusiva”.

Na programação está previsto o lançamento do 4º Festival Nacional da Juventude Rural e da Marcha das Margaridas 2023.

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CIENTISTAS INICIAM CONTAGEM REGRESSIVA PARA SOLTURA DAS ARARINHAS AZUIS NO SERTÃO DE CURAÇÁ

Pela primeira vez na história,  um animal extinto da natureza será reintroduzido ao seu ambiente de origem. Os olhos do mundo estarão voltados para as ararinhas-azuis no dia 11 de junho deste ano:  a espécie Cyanopsitta spixii, que foi vista pela última vez nos anos 2000 na cidade de Curaçá, no Norte da Bahia, foi vítima da caça ilegal, e desde então desapareceu da natureza.

Decididos em fazer o pássaro retornar ao meio ambiente, cientistas do mundo inteiro uniram esforços por meio de uma Cooperação Técnica entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Ministério do Meio Ambiente (MMA), e a ONG alemã Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP). Juntos, uma gama de pesquisadores e grupos de ambientalistas trabalham desde 2009 para a reintrodução que acontecerá nos próximos dias.

Apesar da ansiedade em ver as ararinhas sobrevoando os céus da Caatinga do Nordeste brasileiro, o biólogo Cromwell Purchase, diretor do Centro de Reintrodução da Ararinha-azul, em Curaçá, alerta sobre o momento exigir cuidados especiais e precisar de medidas de proteção. "O momento exigirá silêncio e manuseio técnico das araras, caso contrário,  elas podem ficar assustadas e não sair de onde estão. Por isso, uma equipe de filmagem especializada irá registrar todos os detalhes e irá disponibilizar as imagens para o mundo", destaca.

MONITORAMENTO: Para monitorar como as aves irão se sair voando livremente na natureza, elas  receberam anilhas e microchips, com transmissores, que possibilitarão a fiscalização do comportamento delas e a possibilidade de perigo. Serão oito ararinhas-azuis soltas neste primeiro momento.

Duas unidades de conservação foram criadas em 2018 no município de Curaçá (BA). Em março de 2020, 52 ararinhas chegaram da Alemanha e Bélgica para o Centro de Reintrodução da Ararinha-azul. Desde então, elas passaram por um processo de adaptação ao clima e à alimentação. Elas foram treinadas junto com araras maracanãs - espécie nativa do Sertão- , que consegue 'ensinar' as aves como se comportar no ambiente silvestre.

Também haverá um espaço propício com alimentação suplementar, técnica denominada "soft release", para o caso das ararinhas retornarem. A ideia é que haja mais solturas nos próximos anos até que exista uma população estável da espécie.

IMPRENSA: Por conta dos cuidados para garantir que a ação seja segura e eficiente, o momento da soltura não terá público. Contudo, uma coletiva de imprensa acontecerá logo após o momento da reintrodução. No evento, os jornalistas terão acesso ao vídeo do momento da soltura, por meio deste endereço eletrônico: https://www.lifepr.de/newsroom/actp-ev-english, para que possam reproduzir em seus veículos, além de terem acesso aos organizadores, para que possam fazer suas perguntas.

Os comunicadores devem realizar um pré-credenciamento neste endereço eletrônico: https://forms.gle/StF5ANSMyXSLG7Ai7, com nome completo, nome do veículo, e-mail e telefone.

A coletiva será às 15h, no Teatro Raul Coelho, centro de Curaçá.

Mais detalhes: Ascom Ararinha-azul - (87) 98803-5550

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