CIDADES DO ALTO SÃO FRANCISCO SE ASSUSTAM COM GRANDE VOLUME DE MOLUSCOS MORTOS NO RIO SÃO FRANCISCO

Nas últimas semanas a superfície da bacia hidrográfica do Rio São Francisco na região do Alto São Francisco tem sido tomada por moluscos mortos que geralmente vivem em colônias no fundo do rio. 

Os primeiros registros aconteceram nas cidades de Matias Cardoso e Manga, em Minas Gerais, mas outras localidades também já foram afetadas, como é o caso de Ibiaí, Januária, Itacarambi (MG), além de Malhada e Carinhanha (BA).

Moradores destas cidades afirmam que o fenômeno acontece há pelo menos cinco anos, porém em menor proporção. Diferente do que aconteceu nos últimos anos, onde a ocorrência foi pouca, este ano se formou um verdadeiro tapete de moluscos mortos em algumas destas localidades. Como efeito, o mau cheiro, a impossibilidade até mesmo de consumo humano das águas em algumas comunidades rurais, e da pesca, já que alguns peixes se alimentam desta espécie e tornam-se impróprios para o consumo. 

O Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP Nacional), pastoral social ligada à Comissão Episcopal Pastoral está acompanhando as regiões afetadas e, de acordo com a educadora social da CPP, Laís Cristina Rodrigues, a mortandade de moluscos em grande quantidade está assustando e preocupando os pescadores e pescadoras. “Além do rio também estar com mau cheiro, desde o dia 13 de outubro soubemos que os moluscos desceram passando por Ibiaí. 

Há relatos de peixes mortos em Itacarambi. Alguns peixes estão com os moluscos no estômago. Segundo os pescadores esse é um alimento para a espécie curimatá. Até o momento nenhum órgão ou entidade se manifestou sobre o assunto”, explicou.

A mesma situação também ocorreu em comunidades ribeirinhas de vazanteiros e pescadores das cidades mineiras de Buritizeiro, São Romão, São Francisco e Pedras de Maria da Cruz. Os prejuízos são ainda maiores para as comunidades que não têm acesso a água potável, como relata Marinalva Mendes da Rocha, moradora da comunidade quilombola de Cabaceiras, no município de Itacarambi. “ Essa não é a primeira vez que essas ‘lesminhas’, como a gente chama, aparecem. Já tem cinco anos que eles aparecem, mas nunca foi tão intenso, igual aconteceu agora. A água não dá para usar e pelo menos na nossa cidade não apareceu ninguém para explicar o que está acontecendo”.

Em Matias Cardoso, diversos pescadores registraram a situação em vídeos pedindo auxílio das entidades competentes. “Primeiro a água ficou verde e com mau cheiro, depois o rio foi tomado por esses caramujos. Eles vêm desde a região do Rio das Velhas, onde todas as comunidades estão vivendo o mesmo problema e nós, que somos pescadores, a gente vive a dificuldade na pesca, por causa dessa situação”, explicou a pescadora Joana Lúcia da Costa, da comunidade Pau Preto, no município de Matias Cardoso.

Em Buritizeiro-MG, os moradores afirmam que o fenômeno também está acontecendo de forma surpreendente e fora do período habitual. Segundo o pescador artesanal e vazanteiro da comunidade tradicional pesqueira e vazanteira de Canabrava, Clarindo Pereira dos Santos, em menor proporção, a situação ocorria geralmente no mês de junho. 

“Sobre a mortalidade dos caramujos, popularmente conhecidos por nós como mariscos, está ocorrendo da Foz do Rio das Velhas até a Foz do Rio São Francisco. É um fenômeno que vem acontecendo já há alguns anos em menor quantidade e que não causava muito espanto, mas agora está de forma assustadora e fora de época. Esses animais aquáticos começam a aparecer mortos do mês de junho até no máximo setembro, e esse ano começou no mês de setembro com uma quantidade enorme de caramujos descendo e quando eles morrem, logo começam a feder provocando um cheiro muito forte. Até a presente data ainda não temos nenhuma explicação lógica desse acontecimento”.

Na cidade de Ibiaí (MG) pescadores precisaram interromper a atividade também. “Quando chega na época do calor, começam a aparecer na superfície esses caramujos, e um mau cheiro que é insuportável; até quem mora mais longe do rio, sente o odor. O prejuízo é certo, porque tem peixes que se alimentam desse caramujo e acaba deixando ele também com o cheiro de podridão. Nessa época, nem compensa pescar porque não tem comércio”, relatou Magno Seixas Moreira Silva, representante da colônia de pesca Z20, lembrando ainda que a situação tem se agravado ao longo dos anos. “Isso acontece há muito tempo, porém a cada ano que passa, parece que está ficando pior”.

Sem respostas para o problema que tem impactos nas cidades, a CPP promoveu no dia 03 uma reunião virtual com pesquisadores para tentar entender o que pode estar provocando a mortandade dos moluscos. De acordo com a bióloga, especialista em etnoecologia Ana Thé, o intuito é abrir espaço para dialogar sobre as possibilidades do que estaria causando o fenômeno. “A poluição é a maior possibilidade mesmo, mas temos que nos aprofundar sobre o assunto e ver que encaminhamentos tomar”.

Enquanto isso, em Januária-MG os moradores clamam por socorro. “A gente pede o apoio dos órgãos em defesa do Velho Chico para fazer com que o poder público olhe para o rio com mais carinho, mais amor, porque a gente sabe que o Rio São Francisco está morrendo. E até então, nada foi feito”, relatou Maria das Dores Pereira da Silva, pescadora e presidenta da comunidade quilombola, pesqueira e vazanteira de Croatá, município de Januária.

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, através da Câmara Consultiva Regional do Alto São Francisco, também vem acompanhando e buscando junto aos órgãos competentes mais informações. “Estamos em busca de informações com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e com a Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais para acompanhar o que está acontecendo nessa região”, concluiu o Secretário da CCR, Adson Ribeiro.

(Fonte: Assessoria de Comunicação CBHSF: Texto: Juciana Cavalcante)


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FIOCRUZ: RETOMADA IRRESTRITA DE EVENTOS COM AGLOMERAÇÃO NÃO É RECOMENDADA

O novo Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz defende cautela em retomada de eventos sociais com aglomeração levando em conta apenas o percentual de adultos completamente vacinados. Para os pesquisadores do Observatório, é fundamental que se atinja o patamar de 80% de cobertura vacinal da população total. Com essa meta, além dos adultos, a campanha de imunização deve atingir também crianças e adolescentes. 

“Vale lembrar que a população de adolescentes, pelo tipo de comportamento social que tem, é um dos grupos com maior intensidade de circulação nas ruas e convive com outros grupos etários e sociais mais vulneráveis. Por isso, é equivocado pensar que, com a população somente adulta coberta adequadamente, a retomada irrestrita dos hábitos que aglomeram pessoas é possível”, afirmam os cientistas.

Segundo o Boletim, a cobertura vacinal vem aumentando paulatinamente e recentemente alcançou 55% da população total, ainda distante do patamar ideal. Há também uma quantidade expressiva de pessoas que precisam retornar para a segunda aplicação do imunizante. 

“A recomendação é de que, enquanto caminhamos para um patamar ideal de cobertura vacinal, medidas de distanciamento físico, uso de máscaras e higienização das mãos sejam mantidas e que a realização de atividades que representem maior concentração e aglomeração de pessoas só sejam realizadas com comprovante de vacinação”, ressaltam os pesquisadores. Países do Leste Europeu e os EUA, por exemplo, vêm apresentando surtos de Covid-19 em condições de baixa cobertura de vacinação, o que deve ser evitado no Brasil.

O cenário brasileiro ainda é de estabilidade nas taxas de transmissão do vírus Sars-CoV-2. Ao longo da Semana Epidemiológica (SE) 43, compreendida entre os dias 24 e 30 de outubro, foram notificados 11.500 casos e 320 óbitos diários, em média. Esses números representam redução de 0,7% ao dia nos registros de casos e uma menor velocidade de redução do número de óbitos no país, que agora atinge 0,4% depois de 14 semanas de redução acelerada e sustentada com velocidade de 1 a 2 %.

Embora o registro de casos e de óbitos por Covid-19 se mantenha em trajetória descendente, a taxa de positividade dos testes de diagnóstico permanece alta, o que pode ser atribuído à exposição ao vírus e à presença de indivíduos fora de casa. O Índice de Permanência Domiciliar mostra, por exemplo, que há mais pessoas nas ruas do que antes da pandemia.

Quanto à ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS), o indicador se mantém em patamares inferiores a 50% na maior parte das Unidades da Federação. O único estado na zona de alerta intermediário é o Espírito Santo (67%). 

Com exceção dos estados onde não ocorreu a retirada de leitos destinados à Covid-19, registraram-se, entre os dias 25 de outubro e 01 de novembro, aumentos mais expressivos no indicador no Pará (34% para 47%) e no Rio Grande do Norte (41% para 50%). É importante também comentar que as taxas do Rio Grande do Sul (54%) e sua capital, Porto Alegre (63%), estão baseadas em todo o conjunto de leitos de UTI disponíveis no SUS, tanto para Covid-19 quanto para outras causas de internação, e que possivelmente as taxas específicas para Covid-19 seriam mais baixas.

Foram observadas reduções nos leitos de UTI para adultos destinados à Covid-19 no SUS em Rondônia (89 para 79 leitos), Amazonas (155 para 135 leitos), Amapá (116 para 76 Leitos), Ceará (133 para 90 leitos), Pernambuco (777 para 760 leitos), Bahia (562 para 536 leitos), Minas Gerais (2516 para 2449 leitos), Rio de Janeiro (1614 para 1522 leitos), Paraná (1436 para 1215 leitos), Santa Catarina (786 para 761 leitos), Mato Grosso do Sul (259 para 239 leitos) e Mato Grosso (275 para 248 leitos).

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CANTOR LUIZ DO HUMAYTÁ LANÇA PROJETO SOM NA CAATINGA NESTE SÁBADO (06) NOVEMBRO

 

O cantor, compositor, poeta Luiz do Humaytá inicia o Projeto Som na Caatinga. Com a participação especial do sanfoneiro Cicinho de Assis. No sábado (6) de novembro, a partir das 11hs, a primeira apresentação acontece na Fazenda Jaquinicó (Casa de Gerôncio) e no domingo (7) na Fazenda Bom Socorro (Casa de Luiz de), zona rural Curaçá, Bahia.

Outra novidade é a ampliação do trabalho do cantor que agora pode ser encontrado no canal youTube e spotify.

Este ano Luiz do Humaytá completou, em junho de 2021, 10 anos de vida profissional na música. Iniciou sua trajetória em 2011, ao criar a banda Forró Avulso em Salvador. Com essa banda, tocou na noite soteropolitana por 5 anos e também fez apresentações em outros estados, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Em 2016, iniciou carreira solo e se mudou para o sertão baiano, onde mora atualmente.

Neste ano de 2021, lançou o oitavo CD da carreira, o álbum Boemia Cult, em que interpreta grandes sucessos já consagrados da música romântica, além de alguns bregas clássicos.


O poeta, que mora na Fazenda Humaytá em Curaçá da Bahia, tem o nome de batismo de Luiz Carlos Forbrig. Quando foi para o sertão, passou a ser chamado de Luiz do Humaytá, contemplando, assim, esta peculiaridade, típica do sertanejo, de incorporar um adjetivo de identificação aos nomes.


O cantador é natural de Jabuticaba Velha, pequeno distrito de Palmeira das Missões, no interior do Rio Grande do Sul. Com os pais Anoly e Guilhermina, aprendeu a veia musical: a mãe era puxadeira dos cantos religiosos na igreja católica e o pai, tocador de gaita de boca.

DISCOGRAFIA CDs

2012 ‡ Acústico

2014 ‡ Pé de Chão

2015 ‡ Luiz do Humaytá Canta Músicas Gaúchas

2016 ‡ Luiz do Humaytá e Forró Avulso – 5 Anos de Estrada

2017 ‡ Luiz do Humaytá Avulso

2019 ‡ Decanto o Sertão

2020 ‡ Luiz do Humaytá ao Vivo

2021 ‡ Boemia Cult

71 98869-4488 74 99914-8813 Luiz do Humaytá luizdohumayta@gmail.com

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POETISA E ESCRITORA BAIANA LANÇA LIVRO DURANTE SARAU CULTURAL NO CASARÃO/PETROLINA ANTIGA

Um sarau cultural, com palco livre para artistas se apresentarem, seja cantando, tocando, recitando poemas ou mostrando alguma performance artística. Foi assim que a poetisa e escritora baiana, Hosana Heitz, imaginou um dia o lançamento da sua primeira obra literária. 

A realização deste sonho vai acontecer no próximo dia 13 de novembro no bar e restaurante O Casarão, em pleno coração da Petrolina Antiga, com a tarde/noite (entre às 17h e 20h) de autógrafos do livro ‘Com cheiro de café amargo’.

Na obra, a advogada que deu um tempo na escrita acadêmica e profissional para se dedicar a poesia e a crônica, propicia em 118 páginas uma leitura para apreciar o gosto de cada sentimento impregnado nas palavras. Conforme escreveu na orelha do livro a escritora e psicóloga Taína Sena. “Com cheiro de café amargo é uma daquelas obras gostosas que a alma se delicia. Ler este livro é ler a alma nua de alguém que sente e vive tão inteiramente, que todo o sentir passa a não pertencer mais aquela que escreve. Se torna nosso”, pontuou.

Hosana Heitz viu o mundo pela primeira vez em dezembro de 1992. Nascida em Teixeira de Freitas, no Sul da Bahia, Só em 2020, ao longo de um intenso sofrimento, a escrita veio como forma de elaborar a dor: assim nasce Com cheiro de café amargo. Em uma de suas crônicas, ela descreve sem piequismo: “...Algo fica para depois, aí preciso escrever mais um pouco. Escrevo para descrever as coisas que me escrevem. Escrevo para transformar em palavras o que não sabe falar. Escrevo, porque preciso inventar as verdades não-ditas, preciso revelar as mentiras escondidas. Escrevo o que não acabou...”, conclui.

Durante o lançamento o público vai conferir ainda a apresentação musical de Chris Araújo. O bar e restaurante O Casarão fica na rua Marechal Deodoro, 969, centro de Petrolina. (87-996760858).

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CONSOLIDANDO A CIÊNCIA EM AÇÕES AMBIENTAIS É O TEMA DA 4º EDIÇÃO CIENTIFICA DO BAIXO SÃO FRANCISCO

A maior expedição científica do Brasil prossegue até o dia  10 de novembro no Rio São Francisco, um dos mais importantes do país, que nasce em Minas Gerais e passa por 507 municípios em seis estados até a foz, em Piaçabuçu-AL. Será a 4ª edição do evento, que neste ano terá como tema “Consolidando a Ciência em ações ambientais no Baixo São Francisco”. O programa terá a participação de 66 pesquisadores, distribuídos em dois barcos laboratórios, cinco lanchas e um catamarã de apoio.

A expedição visa comparar com os resultados das expedições anteriores, que apontaram graves problemas ambientais como comprometimento nos ecossistemas aquáticos, terrestres e de populações humanas. O ponto de partida será o município ribeirinho alagoano de Piranhas.

A edição de 2021 contará com 66 pesquisadores em dois barcos laboratórios, cinco lanchas, catamarã de apoio e de uma produtora premiada internacionalmente, a Vera e Yuri Sanada, que gravará um documentári  chamado Aventuras Produções. Um avião não tripulável fará o mapeamento de toda a região do Baixo São Francisco, contemplada com pesquisas em 35 áreas. O trajeto aquático e terrestre, alvos de pesquisa e de intervenções junto às comunidades ribeirinhas, contempla ainda as cidades de Pão de Açúcar, Traipu, São Brás, Igreja Nova, Penedo e Piaçabuçu, em Alagoas, Propriá e Brejo Grande, em Sergipe.

A interação dos pesquisadores com comunidades escolares ribeirinhas é um dos pontos altos da expedição. “Este ano teremos a instalação de cinco modelos demonstrativos de fossas sépticas biodigestoras com reuso de água para plantios, além de doação de equipamentos com projetor multimídia (datashow), notebooks e caixas de som para escolas e de 400 kits de material escolar”, antecipa o coordenador. Soares também revela, que estão na programação da edição 2021 a doação de mini tratores a associações rurais, realização de exames de pele e 450 testes RT-PCR, de Covid 19, nas comunidades. Uma ação bucal, a exemplo da edição de 2020, será feita junto aos estudantes das escolas ribeirinhas.

“A expedição científica proporciona ações sociais de inclusão da população ribeirinha e do pescador além da valorização da política agroecológica, educação ambiental, rico e amplo material científico, atraindo os olhares do poder público para a região do Baixo São Francisco”, acrescenta o coordenador, com esperanças de que assim reverta o empobrecimento de espécies e da biodiversidade.

Estes trabalhos são realizados pelas seguintes entidades: Universidade Federal de Alagoas- UFAL, Comitê de Bacia Hidrográfica do São Francisco – CBHSF, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas- FAPEAL, EMBRAPA- Tabuleiros Costeiros, CODEVASF- 5SR, Universidade Federal de Sergipe – UFS, EMATER-AL, Universidade Federal da Paraíba- UFPB, Universidade Federal de Rondônia- UNIR, Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas - SEMARH-AL, Universidade Federal Rural de Pernambuco- UFRPE, Instituto de Pesquisa Renato Archer, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação-MCTI, Marinha do Brasil e Instituto Federal do Ceará – IFCE, Pedreira Triunfo, Agência Peixe Vivo e FUNDEPES.

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MOVIMENTO RAULSEIXISTA MASSAROCA REALIZA HOMENAGENS AO MALUCO BELEZA NA TERÇA (02) DE NOVEMBRO

Pesquisadores, admiradores, Fãs de Raul Seixas se reúnem todos os anos no dia 02 de novembro  na Comunidade de Massaroca, distrito de Juazeiro, para um dia repleto de homenagens ao Maluco Beleza.

Movimento esse Fundado por AGENOR DOS SANTOS SEIXAS no ano de 2003, com o objetivo de manter viva a história, ideias e músicas do mestre Raulzito. O movimento atualmento continua organizado por Agenor, e seus dois amigos DJ Edpo Black e Edio Silvo, juntamente com a legião de fãs do distrito de massaroca.

'O Movimento que vem passando por gerações, e crescendo cada vez mais entre amigos que tem algo em comum, a admiração por Raul Seixas", comenta DJ Edpo, ressaltando que o "tiveram a honra de receber mensagens de apoio da Filha, amigos, músicos, autores, artistas e fãs de Raul".

"Raul Seixas tem mais do que fãs; tem uma resistência raulseixista incondicionada", declarou.

No mês de agosto, o BLOG NEY VITAL  publicou que Pesquisadores de Juazeiro e Petrolina mantém viva a memória de Raul Seixas. A biografia de Raul Seixas é permeada por muita genialidade, inovação e inconformismo com um sistema no qual não se encaixava, e sua figura ainda fascina o público, mesmo 32 anos após a sua morte.

Em 21 de agosto de 1989, Dalva Borges, secretária particular, entrou no quarto do músico para abrir a janela, como fazia todos os dias. Reparou que o lençol o cobria até a altura do peito, mas não notou nada de estranho.

Somente após iniciar suas tarefas é que a funcionária estranhou o silêncio: ora, Raul tinha o costume de acordar ao menor ruído! Assim, Dalva retornou ao quarto para checá-lo e percebeu que ele permanecia do mesmo jeito. Pressentia que teria morrido. Dalva ligou para José Roberto Romeira Abrahão, que pediu para que ela colocasse um espelho diante do nariz de Raul, para verificar se ele ainda respirava. Com a resposta negativa, Abrahão localizou Marcelo Nova e convocou o médico Luciano Stancka, que confirmou a morte. 

O alcoolismo e a diabetes, agravados pelo fato de não ter tomado a insulina na noite anterior, foram a causa da pancreatite aguda fulminante que acometeu o cantor.

Trinta e dois anos depois de sua partida, 21 de agosto de 1989, Raul Seixas segue firme nas paradas de sucesso. Para relembrar o artista, o Ecad traz um levantamento das mais tocadas do “Maluco Beleza”. Nascido em 28 de junho de 1945 em Salvador, Raul Seixas foi um artista expressivo e nada convencional. Misturou rock com ritmos nordestinos e tem até hoje uma legião de fãs. No banco de dados do Ecad, o cantor e compositor tem 316 músicas e 361 gravações cadastradas.

Um dos pesquisadores de Raul Seixas mora em Petrolina: Iranildo Moura teve a infância e adolescência vivida na beira do Rio São Francisco e teve a "satisfação de ser fotografado com o Maluco Beleza e de nos anos 70 e 80 curtir um dos mais talentosos cantores da música brasileira"

Iranildo quando criança viveu em Casa Nova, Bahia. Ali entre os 8 anos e 12 anos conta que vivia olhando os barcos, os vapores que navegavam no rio São Francisco. "Entao comecei a pintar e fazer quadros. Expressar a natureza e a vida através da pintura.. Outra mania é colecionar discos de vinil, cds", conta Iranildo.

Iranildo conta que para homenagear Raul Seixas a Ecad fez um levantamento das músicas mais tocadas e “Tente outra vez”, parceria com Paulo Coelho e Marcelo Motta, ficou à frente no ranking das mais tocadas entre 2015 e 2019. Na sequência ‘Metamorfose ambulante”, “Cowboy Fora da Lei”, “Maluco beleza” e “Gita” completam a lista das cinco primeiras colocadas.

Raul Seixas foi um artista expressivo e nada convencional. Misturou rock com ritmos nordestinos e se mantém até os dias atuais com uma legião de fãs. No banco de dados do Ecad, o cantor e compositor tem 316 músicas e 361 gravações cadastradas. 

Nos últimos cinco anos ele teve a maior parte de seus rendimentos em direitos autorais pela execução pública de suas músicas proveniente dos segmentos de rádios, TVs, shows e música ao vivo, que correspondem a quase de 85% do que foi destinado a ele.

Em Juazeiro Bahia, Jonivaldo Fernandes de Souza (Vado do PT), 63 anos,  conhecido por professor Vado, graduado em Geografia e Filosofia, é um pesquisador que mantém a vida e obra, memória e história musical de Raul Seixas vivas.

Atualmente ministrando aulas na Escola Estadual Chico Mendes no Assentamento Vale da Conquista (CETEP), localizado em Sobradinho, Bahia o professor Vado, é um colecionador e aponta que "são 10.076 anos do nascimento do Maluco Beleza".

"Sobre a obra de Raul Seixas desde os  15 anos de idade que acompanho a trajetória musical dele. Só que tem um porém há 35 anos que faço pesquisas e estudo a referida obra, mas no dia 21 de agosto de 1989, dia em que Raul Seixas pegou o seu disco voador e foi para o outro planeta, nós os simpatizantes do Raulzito criamos o Movimento RaulSeixista  de Juazeiro da Bahia", diz Vado, acrescentando que a idade de nascimento do ídolo Raul Seixas, coincide com a data de nascimento da filha dele, a caçula Ivis Lourenço.

Recentemente, os fãs compartilharam o hit O Dia Em Que A Terra Parou, destacando que a letra de 1977 tem tudo a ver com o atual momento de isolamento social provocado pela crise sanitária da pandemia da Covid 19. 

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ESTUDO APONTA PERDA DE 30 MIL HECTARES DE SUPERFÍCIE DE ÁGUA NA BACIA DO SÃO FRANCISCO

A bacia hidrográfica do Rio São Francisco perdeu, em 35 anos, mais de 30 mil hectares de superfície com água. Simulações de modelos climáticos indicam a possibilidade de uma redução das chuvas aproximada a 40%, ainda neste século. 

É o que mostra o estudo “Drought Assessment in the São Francisco River Basin Using Satellite-Basedand Ground-Based Indices” (Avaliação de Secas na Bacia do Rio São Francisco por meio de Índices Terrestres e de Satélite) publicado pelo periódico suíço Remote Sensig.

O estudo, coordenado pelo professor Humberto Barbosa, contou com as contribuições dos pesquisadores Franklin Paredes-Trejo, Jason Giovannettone, T. V. Lakshmi Kumar, Manoj Kumar Thakur, Catarina de Oliveira Buriti e Carlos Uzcátegui-Briceño, e considerou os eventos de seca extrema em termos de frequência, duração, extensão, severidade e impactos, no fluxo do rio e na umidade do solo, no período de 1980 a 2020.

Foi analisado ainda um conjunto de indicadores (índices de precipitação, evapotranspiração, umidade do solo, severidade da seca no solo e em áreas subterrâneas), baseado em dados de satélites e informações coletadas in loco. A partir desses dados, o estudo concluiu que as secas se tornaram mais frequentes e de intensidade extrema na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco nas últimas décadas.

“Fizemos uma pesquisa, que resultou no estudo, na qual definimos uma metodologia inédita para avaliar o impacto das secas na dinâmica da umidade do solo na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Nos últimos anos, toda área do rio São Francisco vem enfrentando degradação com a mudança no uso e ocupação do solo, que inclui a conversão de terras para a agricultura, em detrimento da vegetação nativa”, explicou o pesquisador Humberto Barbosa, lembrando ainda que os períodos secos são relativamente comuns no rio São Francisco. 

“Apesar disso, há uma crescente preocupação sobre a capacidade desse rio responder a eventos de secas. Isso em razão da tendência dessas secas se tornarem mais frequentes e extremas, devido aos efeitos da mudança climática”, destacou.

Com maior prevalência na região do Baixo São Francisco, historicamente as grandes secas que afetaram o rio São Francisco também apontam condições crescentes nas demais áreas da bacia, caso verificado, segundo o estudo, no Alto e Médio São Francisco. Na avaliação de secas agrícolas e hidrológicas em toda a bacia do rio São Francisco, os pesquisadores evidenciaram uma tendência maior de ocorrerem secas, na área de drenagem que abrange desde a Bahia até Minas Gerais (regiões do Médio e Alto São Francisco). “Com a mudança climática, o aumento das temperaturas e das secas recorrentes, a tendência é de maior degradação dos solos, em áreas da bacia do rio São Francisco”, pontuou Barbosa.

A avaliação dos impactos de eventos intensos de seca na bacia do rio São Francisco pode contribuir para o desenvolvimento de estratégias adequadas de adaptação e mitigação. 

“Nesse sentido, com uma participação ativa dos parlamentares, é possível reverter a atual conjuntura ambiental do Rio São Francisco. A capacidade política, nós já mostramos, em alguns momentos históricos, que temos, como a Constituição de 1988 que garantiu vários direitos socioambientais em um momento em que ainda se falava muito pouco sobre esse assunto em todo o mundo. A ECO 92 trouxe essa discussão da sustentabilidade para o Brasil, com os primeiros movimentos ambientalistas que contou com a participação política. Então, temos expectativa de que a participação do Parlamento, nos próximos anos, recupere o papel histórico de protagonismo que exerceu em um passado recente”, destacou.

O estudo sugere ainda que a proteção da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco inclui monitoramento contínuo da vegetação na bacia, sobretudo nas margens do rio, cumprimento das leis ambientais para coibir ações como desmate e queimadas, valorização das comunidades ribeirinhas, que exercem um papel importante na conservação da bacia, fomentar econegócios nas comunidades ribeirinhas, ou seja, promover a sustentabilidade com iniciativas inovadoras, que reduzam a pobreza.

Atuando na defesa permanente da bacia hidrográfica, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco vê com muita preocupação as consequências de anos de degradação do rio. 

“Todos sabem que aquela situação do aquecimento global e das mudanças climáticas que eram tão faladas na década de 1990 e início dos anos 2000 agora se concretizam. Estamos cada vez mais vendo situações acontecerem em todos os lugares do mundo por extremos climáticos, onde em alguns locais ocorrem chuvas em excesso enquanto em outros há escassez. Então é preciso otimizar os recursos naturais para que possam ser muito bem aproveitados. Por isso é tão importante a participação de todos nesse desafio que é cuidar da Bacia do São Francisco. É importante a fiscalização por parte do poder público para proteger as áreas de proteção permanente, todos têm obrigação de fiscalizar para que seja cumprida a lei”, alertou o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Maciel Oliveira.

(Fonte: Assessoria de Comunicação CBHSF: TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social 8Texto: Juciana Cavalcante. Foto: Emerson Leite)

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