AFONSO CONSELHEIRO SERÁ HOMENAGEADO NA 34º ROMARIA DE CANUDOS

 

A histórica Romaria de Canudos representa uma das mais importantes expressões religiosas populares, caracterizada pela força de resistência social, que a cada ano busca unir as experiências de fé e vida, à luz da espiritualidade do beato dos sertões, Antonio Conselheiro.

Com o tema: O grito do Belo Monte em Defesa da Vida, e o lema: “Eis que vou fazer uma obra nova, a qual já surge: não a vedes?” (Is 43,19), devido às restrições ainda impostas pela Pandemia, a 34ª Romaria de Canudos ocorrerá de forma remota, entre os dias 22, 23 e 24 de outubro deste ano de 2021.

A realização da Romaria de Canudos é fruto de um longo e significativo caminho de discursões entre as inúmeras instituições que compõem a Comissão da Romaria, juntamente com o IPMC (Instituto Popular Memorial de Canudos) e a Paróquia Santo Antônio de Canudos. A realização desta 34ª Romaria deseja refletir as realidades opressoras que geram a morte do povo, valorizando a força popular, representada no “grito do Belo Monte”, sinal de resistência, em defesa da vida dos nossos povos e da ecologia integral.    

A programação da 34ª Romaria de Canudos poderá ser acompanhada nas plataformas digitais da Paróquia de Santo Antônio de Canudos (https://www.facebook.com/pascomcanudos/) e do Instituto Popular Memorial de Canudos – IPMC (https://youtube.com/channel/UCUaFefxMHTs1Igp2DkGy79A).

A Comissão realizadora estende o convite a tantos que desejam conhecer e viver a experiência de ser romeiro e romeira do Belo Monte, sob os passos do Conselheiro, com a bandeira da fé e da luta.

Informações para contatos:

Padre Jeferson/ Paróquia de Canudos: (75) 99988-1996

Vanderlei Leite/ IPMC: (75) 99950-9604

Confira a programação:

SEXTA-FEIRA :

19h – Abertura da 34ª Romaria de Canudos

Boas vindas da Paróquia e IPMC

Homenagem à AFONSO CONSELHEIRO- Memória do Tríduo

19:30 – Ato Inter-religioso, um momento de celebração da diversidade religiosa.

SÁBADO :

09h- Exibição de produções audiovisuais sobre Canudos, uma iniciativa de alunos/as das Escolas Públicas de Canudos.

14h – Videoconferência: “Gritos das Juventudes, desafios e esperançar em defesa da vida”. Organização: CPT, CPP, Cáritas e IPMC.

19h – Mesa Redonda: reflexões sobre o tema e lema da Romaria.

Mediação: Floriza Sena – IPMC /Opará UNEB.

Participantes: Marcio L. d’Oliveira –  Faculdade Católica de Feira de Santana; Cebi (Centro Ecumênico de Estudo Bíblicos); Denise Cardoso – COOPERCUC, Luiz Carlos – Articulação Regional das comunidades tradicionais de Fundo de pasto, Antonio Marcos – MST, Patricia Krin Sí Atikum – Movimento Indígena, Projetos Sociais – Diocese de Paulo de Afonso. Cícero Félix – Articulação do Semiárido – ASA. Moacir Santos (IRPAA)

20:30 – Cantoria Popular

DOMINGO:

9h – Celebração Eucarística – 50 anos do Jubileu da Diocese de Paulo Afonso, presidida pelo Bispo Dom Guido Zenbron.

10h:15min Caminhada virtual e Benção final.

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EXU, PERNAMBUCO: SERRA DOS PAUS DÓIAS, O EXEMPLO DE AGROFLORESTA

A Agência Eco Nordeste lançou (ano 2019, 28 de abril) uma campanha pela valorização do bioma. Experiências com características de Empreendedorismo, Inovação e Sustentabilidade; em ações individuais, coletivas; públicas e privadas têm destaque na campanha Ecos do Bioma Caatinga. 

Esta reportagem destaca o exemplar trabalho do agricultor familiar Vilmar Luiz Lermen, no município de Exu, Sertão do Araripe (Pernambuco), onde cultiva uma Agrofloresta exemplar. Exu é a cidade onde nasceu Luiz Gonzaga.

Paranaense, filho de agricultores, há 22 anos residente no Estado de Pernambuco, sendo 15 anos no município de Exu, no Sertão do Araripe, onde cultiva uma agrofloresta exemplar. Trabalho apoiado por Paulo Pedro de Carvalho, 45, agrônomo e coordenador geral do Centro de Assessoria e Apoio aos Trabalhadores e às Instituições Não-Governamentais Alternativas (Caatinga). Ele vive em Ouricuri, mas atua em todo o Sertão do Araripe. Agrofloresta é a praia de ambos e um exercício de transformação na relação com a terra que ainda não está muito disseminado pelo Semiárido, mas que faz diferença onde passa.

Vilmar conta que tanto seu pai quanto sua mãe vieram de famílias agricultoras. Mas, depois de tentar a sorte com uma serraria, o pai faliu. Foi quando conheceu o Movimento Sem Terra (MST) e veio para o Nordeste participar de um encontro, se apaixonou, casou com Maria Silvanete não retornou. Militou no MST, trabalhou no Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá, cursou Pedagogia, se especializou em Geografia e, finalmente, comprou uma terra em Exu e vem cultivando sua própria agrofloresta ao lado da esposa, na Serra dos Paus Dóias, em cima da Chapada do Araripe.

Ele faz parte de Associação dos Agricultores (as) Familiares da Serra dos Paus Dóias (Agrodóia), que trabalha com Sistemas Agroflorestais; Sementes Crioulas; beneficiamento de frutas nativas (extrativismo) e cultivadas; e abelhas nativas e africanizadas, com uma inserção social no território do Araripe. Participa também do Conselho da Área de Proteção Ambiental (APA), Conselho de Turismo e Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável do Município. É sócio do Centro Sabiá e diretor do Caatinga e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Exu.

Na propriedade, tem duas cisternas de 76 mil litros e fogão geoagroecológico. Na Associação, tem cisterna de 76 mil litros, jardim filtrante adaptado, fossa séptica, biodigestor, biofertilizante e agroindústria, onde são fabricados doces, geleias, licores, óleos essenciais e mel. Tudo isso fez com que a propriedade se tornasse um modelo a ser mostrados aos inúmeros visitantes que o casal recebe.

Para Vilmar, as vantagens do Sistema Agroflorestal Agroecológico começam pela conservação do solo e ambiente como um todo. Ele conta que, nas primeiras semanas, se investe em culturas de ciclo curto, que podem ser plantados simultaneamente com milho, árvores e raízes, além de forrageiras adubadoras de solo.

“Quase todas essas plantas produzem alguma flor e pólen para as abelhas, o que garante alimento, renda, e, no tempo e no espaço, o agricultor vai fazendo a sucessão vegetal. As árvores vão crescendo junto com esse sistema. Uma floresta nativa tem mais ou menos 300 anos. No Sistema Agroflorestal você faz isso em mais ou menos 30 anos, inclusive na própria Caatinga”, garante.

Vilmar lembra que, ao longo dos últimos 35 / 40 anos, o agricultor e pesquisador suíço Ernst Götsch radicado na Bahia, sistematizou, pesquisou, experimentou muitos destes sistemas, em diversos lugares do mundo, e foi passando em vivências, intercâmbios e cursos.

“Hoje tem muita bibliografia já testada pela academia que faz com que a família agricultora tenha alimento no período de chuva e de seca, tenha trabalho o ano inteiro, embora seja um pouco mais intenso na chuva porque é quando se planta a maioria dos cultivos. Mas na estiagem ainda tem trabalho, que ocupa a família, tem harmonia entre o sistema de acumulação e abundância numa estratégia que pode ser alimentar e de renda. Geralmente a família agricultora prioriza a alimentação e o excedente vai para as feiras agroecológicas e programas como PAA e Pnae“, explica.

A Academia, segundo o agricultor agroflorestal, vem ajudando a sistematizar a fornecer elementos técnicos e, com organizações, fazem assessoria e abrem caminhos junto às agências de financiamento / bancos oficiais para quem tem interesse em investir, baseado na experiência acumulada.

“Também tem sido feito um trabalho coletivo com o IBGE, a Conab, a Embrapa, para o zoneamento agrícola, para entrar no Censo Agropecuário, na lista dos preços mínimos da Conab, já que até então esses produtos eram considerados incipientes para a economia, porém, em alguns lugares do Semiárido são essenciais num extrativismo que depois passa para um cultivo dentro do Sistema Agroflorestal, com o solo protegido, presença da água. Isso dá uma segurança alimentar e hídrica para a família, fornece produtos para o ecossistema e para animais domésticos e silvestres. Quando a madeira estiver madura, não vai destruir, vai fazer uma colheita, pela poda ou queda natural”, relata.

Vilmar defende que o O Sistema Agroflorestal Agroecológico é o mais completo do ponto de vista de ciclagem dos nutrientes, manutenção de temperatura mais estável ao longo do ano. Trabalha com sementes crioulas, normalmente de base familiar e comunitária, dentro de redes de distribuição e comercialização”, destaca.

DESAFIOS: Um dos desafios apontados ele, na Caatinga, é o da sistematização, porque trata-se de um grande bioma de clima Semiárido, de mais de 1 milhão de quilômetros quadrados, em 11 estados, mas dentro dele há mais de mil outros micro ecossistemas.

“Para cada um tem que se pensar, estudar, avaliar o que melhor se adapta, o que é da vontade do agricultor e da família, qual a habilidade, como os sabores e saberes se casam e que estejam dentro da legislação ambiental, sanitária. O beneficiamento é necessário para aproveitar, agregar valor e compartilhar até com outras regiões”, ressalta.

“Nós seres humanos, somos altamente dependentes dos sistemas naturais. Lá na frente, quando a pessoa quiser se aposentar, tem uma poupança na madeira, óleos essenciais, meliponicultura, colheita de frutos, que não têm a necessidade de um manejo tão intensivo. Temos sucessão na mão de obra também”, ressalta Vilmar.

Ao olhar para trás, 30 anos depois de formado em Agronomia, Paulo Pedro lembra que, quando começou, o termo usado era Agricultura Alternativa, que foi se desenvolvendo com a participação de diversos atores, reunidos hoje pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA).

Paralelamente, as organizações ligadas à Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) vêm fazendo um trabalho de Assistência Técnica Rural (Ater) no Semiárido em Agroecologia. Daí foi formada a Rede de Agricultores(as) Experimentadores(as) do Araripe (Rede Araripe), que trouxe outra perspectiva, ao trabalhar diretamente com 11 municípios do Araripe e mais um do Sertão Central (Parnamirim), em Pernambuco. São, em média, 2 mil famílias envolvidas.

“Houve uma melhoria na parte social e econômica, desenvolvimento de Políticas Públicas de Convivência com o Semiárido, a construção de um milhão e 200 mil cisternas, sendo 800 mil só pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), formação e mobilização. Comparando com dez anos atrás, avançamos. Muitos ainda estão em transição, outros querendo conhecer”, destaca.

Paulo Pedro ressalta, ainda, a incorporação da temática das agroflorestas pelas instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e os Institutos Federais de Tecnologia (IFs). Mas faz a ressalva de que ainda não ganhou uma dimensão significativa.

“Se voltarmos uns dez anos, percebemos um grande avanço com experiências concretas de famílias que estão em processo de Conversão Agroecológica, muitas delas em Sistemas Agroflorestais. Viram que a experiência é boa e querem isso para as suas propriedades. Algumas estão bem avançadas, como a da família de Vilmar e Silvanete, lá em cima da serra, em Exu, que recebe visitas durante o ano inteiro”, avalia.

Para Paulo Pedro, a Agroecologia, por meio dos Sistemas Agroflorestais, está ganhando espaço. Mas ainda não é uma quantidade significativa na Agricultura Familiar. “É importante destacar que a Agroecologia e a Agrofloresta estão ganhando espaço na agenda política e dentro dos órgãos de pesquisa. Mas não podemos dizer que é institucional, que todos aderiram a esse processo. Mas grupos dentro dessas instituições trabalham junto com agricultores, comunidades, organizações da sociedade civil que fazem parte da ASA, da ANA, de várias redes que promovem a Agroecologia no Semiárido Brasileiro”, pondera.

“Hoje é bem real e visível a lógica da convivência se sobrepondo à antiga e equivocada do combate à seca. Os agricultores do Semiárido são experimentadores que buscam a todo momento saídas. Até a FAO e a ONU reconhecem a Agroecologia e a Agrofloresta como forma de dobrar a produção de alimentos saudáveis no mundo em dez anos e cuidando do meio ambiente e das relações entre as pessoas”, anima-se.

Por fim, o agrônomo destaca a existência de diversas redes, locais, regionais, nacionais e até internacionais, de troca de experiências, um fator muito importante na promoção da Agroecologia, para possibilitar as trocas de agricultor para agricultor, com experiências permanentemente desenvolvidas e “Quando o agricultor ensina algo que aprendeu, ele também está se abrindo para escutar outras famílias e as organizações que prestam assessoria a esses agricultores e essas redes estão ali para fomentar esse processo de construção participativa dos conhecimentos”.(Maristela Crispim-Editora Agencia Nordeste)

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FUTURO DA ENERGIA: PROJETOS DE REFLORESTAMENTO AJUDAM AUMENTAR VOLUME DOS RIOS

No meio de uma região quente e seca em pleno sertão nordestino, surge uma espécie de oásis. A água cristalina que está brotando na Caatinga não é uma miragem, mas sim o resultado do reflorestamento realizado em uma das nascentes do Rio São Francisco na comunidade rural de Brejo da Brásida, no município baiano de Sento Sé.

Uma equipe formada por moradores da região cuidam de 26 nascentes. Tudo começa com a retirada das pedras, da areia e da terra que fizeram a nascente secar. Depois, mudas de árvores da Caatinga são plantadas e o local é cercado para evitar que animais comam a vegetação. Com o terreno preparado a água que está no subsolo começa a brotar na superfície. 

Erick Almeida, que é coordenador científico do projeto na comunidade de Brejo da Brásida, diz que sem as nascentes recuperadas nenhum tipo de atividade econômica é viável na região. “Uma coisa que a gente sempre gosta de deixar bem claro é que isso não é uma boa ação. É um imperativo: nós temos que recuperar as nascentes”.

O reflorestamento no Brejo da Brásida faz parte do projeto Águas Brasileiras, que é realizado por meio de uma parceria de cinco ministérios. 

“O programa é realizado com as parcerias firmadas entre o Governo Federal, a iniciativa privada e as associações de moradores. A ideia é unir forças para recuperar as nascentes e ajudar a aumentar o volume de água dos rios”, explica a secretária de Fomento e Parcerias com o Setor Privado do Ministério de Desenvolvimento Regional, Verônica Sanchez .

A coordenadora da associação de moradores de Brejo da Brásida, Mariluze Amaral, diz que o investimento nas nascentes é fundamental para evitar um colapso no sistema hídrico do país. “O programa Águas Brasileiras vem abrir esse portal fechado, escondido, porque de agora em diante as pessoas vão saber que é possível recuperar nascentes e que o governo brasileiro tá pensando nisso. E isso é muito bom”. 

A preservação das nascentes melhora a qualidade de vida de quem mora em regiões secas e também ajuda a aumentar o volume de água dos rios. Um trabalho essencial principalmente numa época de pouca chuva. No caso do São Francisco, a água que fica armazenada na barragem de Sobradinho, no extremo norte da Bahia, que é o maior reservatório do país. Ele é utilizado para abastecer seis hidrelétricas que geram energia para todo o país. Sem o cuidado com as nascentes, o reservatório, que atualmente que está abaixo da metade, ficaria com um nível de água ainda menor.

A preocupação com qualidade das nascentes também está presente no Sul do país. Os técnicos da usina de Itaipu sabem que para gerar energia é preciso cuidar da matéria-prima fundamental, que é a água por isso diversos projetos são desenvolvidos para preservar os recursos hídricos da bacia do Paraná, que abastece o reservatório da usina. 

O superintendente de Gestão Ambiental, Ariel Scheffer, diz que o objetivo é garantir a qualidade de água e evitar a erosão nas margens que provoca “a queda de terra e de outros detritos que causam o assoreamento do reservatório e diminuem o volume de água”.

Um cinturão verde com 24 milhões de árvores foi plantado ao redor do reservatório que tem margens em 15 municípios do Paraná e um do Mato Grosso do Sul. Este trabalho só foi possível com a parceria dos fazendeiros que cederam parte das propriedades. 

O agricultor Milton Dillmann inicialmente não queria reflorestar uma área de lavoura, mas depois chegou a conclusão de que contribuir para a preservação da água era fundamental. “Eu entendi que preservando as nascentes todos nós ganhamos e ainda ajudamos a aumentar o volume de água do reservatório de Itaipu”.

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PARA SER PÁTRIA AMADA NÃO PODE SER PÁTRIA ARMADA, DIZ ARCEBISPO DURANTE MISSA DA PADROEIRA DO BRASIL

O arcebispo de Aparecida, cidade a 176 quilômetros de São Paulo, dom Orlando Brandes, defendeu na homilia da missa das 9h que "para ser pátria amada não pode ser pátria armada".

O arcebispo rezou a principal missa do dia no Santuário Nacional de Aparecida, em homenagem à padroeira do Brasil, cujo dia é comemorado nesta terça. Questionado por jornalistas se o sermão era um recado para o presidente Jair Bolsonaro, que defende o armamento da população, Brandes disse que o sermão era uma mensagem "para todos os brasileiros

Para ser pátria amada seja uma pátria sem ódio. Para ser pátria amada, uma república sem mentira e sem fake news. Pátria amada sem corrupção. E pátria amada com fraternidade. Todos irmãos construindo a grande família brasileira —afirmou o religioso durante o sermão, segundo o G1.

Brandes lamentou ainda as mais de 600 mil mortes por Covid-19 e defendeu a vacina e a ciência.

— Mãe Aparecida, muito obrigado porque na pandemia a senhora foi consoladora, conselheira, mestra, companheira e guia do povo brasileiro que hoje te agradece de coração porque vacina sim, ciência sim e Nossa Senhora Aparecida junto salvando o povo brasileiro —discursou o arcebispo.

O arcebispo citou também a fome, que atinge a parte mais pobre da população brasileira, lembrando são frequentes as imagens de pessoas buscando ossos pra se alimentar. Brandes pediu união.

— Quero pedir que cada um de nós abrace o Brasil. Abrace o nosso povo. A começar pelo povo mais original, vamos abraçar os nossos índios, primeiro povo dessa terra. Vamos abraçar os negros, que logo vieram fazer parte desta terra. Vamos abraçar os europeus que aqui chegaram — disse o religioso.

Os ministros da Cidadania, João Roma, e da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, acompanharam a cerimônia.

— Respeitamos as autoridades mesmo discordando e falamos com a doutrina da igreja. Nós estamos quebrando a aliança com o ódio e a corrupção e para confirmarmos a nossa República e a democracia —concluiu.

Embora não seja considerado da ala mais progressista da igreja católica, os sermões do arcebipo de Aparecida costumam trazer críticas aos problemas enfrentados pelo país. No ano passado, dom Orlando Brandes criticou a volta da impunidade e também as queimadas em biomas como Amazônia e Pantanal.

Já em 2019, o sermão do relioso criticou o "dragão do tradicionalismo". Ele disse que a "direita é violenta e injusta".

As celebrações no Santuário acomtecem presencialmente depois de terem sido interrompidas no feriado do ano passado por conta da pandemia, mas com público reduzido. Apenas 2,5 mil pessoas podem assistir às missas na igreja, que tem capacidade para 35 mil fieis. Por isso, serão rezadas 14 missas nesta terça para que mais pessoas possam participar. O uso de máscara no Santuário é obrigatório, assim como o distanciamento.

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LUIZ DO HUMAYTÁ COMPLETA 10 ANOS DE MÚSICA, POESIA E LANÇA CD BOEMIA CULT

O cantor e compositor Luiz do Humaytá completou, em junho de 2021, 10 anos de vida profissional na música. Iniciou sua trajetória em 2011, ao criar a banda Forró Avulso em Salvador. Com essa banda, tocou na noite soteropolitana por 5 anos e também fez apresentações em outros estados, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Em 2016, iniciou carreira solo e se mudou para o sertão baiano, onde mora atualmente. 

Neste ano de 2021, lançou o oitavo CD da carreira, o álbum Boemia Cult, em que interpreta grandes sucessos já consagrados da música romântica, além de alguns bregas clássicos.

O poeta, que mora na Fazenda Humaytá em Curaçá da Bahia, tem o nome de batismo de Luiz Carlos Forbrig. Quando foi para o sertão, passou a ser chamado de Luiz do Humaytá, contemplando, assim, esta peculiaridade, típica do sertanejo, de incorporar um adjetivo de identificação aos nomes. 

O cantador é natural de Jabuticaba Velha, pequeno distrito de Palmeira das Missões, no interior do Rio Grande do Sul. Com os pais Anoly e Guilhermina, aprendeu a veia musical: a mãe era puxadeira dos cantos religiosos na igreja católica e o pai, tocador de gaita de boca.

DISCOGRAFIA CDs

2012 ‡ Acústico

2014 ‡ Pé de Chão

2015 ‡ Luiz do Humaytá Canta Músicas Gaúchas

2016 ‡ Luiz do Humaytá e Forró Avulso - 5 Anos de Estrada

2017 ‡ Luiz do Humaytá Avulso

2019 ‡ Decanto o Sertão

2020 ‡ Luiz do Humaytá ao Vivo

2021 ‡ Boemia Cult

71 98869-4488 74 99914-8813 Luiz do Humaytá luizdohumayta@gmail.com

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SE A FLORESTA AMAZÔNICA DESAPARECER, ESTE MUNDO FICARÁ EM CHAMAS, A TEMPERATURA VAI SUBIR, ALERTA LÍDER INDÍGENA

Milhões de indígenas da bacia amazônica travam uma luta contra o relógio para salvar a floresta que possui 20% da água doce do planeta e evitar um "apocalipse" mundial. 

Um de seus líderes é o venezuelano Gregorio Mirabal, responsável pela Coordenadoria de Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica), entidade que representa os 3,5 milhões de indígenas amazônicos de nove países.

"Se a floresta desaparecer, este mundo ficará em chamas, a temperatura vai subir", adverte Mirabal, em entrevista à AFP na aldeia Unión Base, na Amazônia equatoriana.

O líder indígena pede às nações desenvolvidas que, na COP26, a conferência sobre o clima que começa em Glasgow, na Escócia, em 31 de outubro, trabalhem junto aos povos nativos para proteger os 8,4 milhões de km² da Floresta Amazônica.

Mirabal, que pertence ao povo wakuenai kurripaco, lembra que 17% da floresta foi destruído pela exploração de petróleo e minérios, pela poluição e pelo desmatamento para favorecer a agricultura e a pecuária.

Para o ativista, o futuro da Amazônia pode ser dividido em dois cenários: "[um é o] do apocalipse, do não retorno. As pessoas vão ficar sem oxigênio, o planeta vai esquentar, [...] a vida não será possível no planeta se a Amazônia desaparecer".

"O outro é o que nossos filhos poderão se banhar neste rio, conhecer o que existe aqui, ver as árvores, a biodiversidade [...] Este é o cenário que nós estamos oferecendo ao mundo se nos ajudarem a proteger 80% da Amazônia", afirmou.

Segundo Mirabal, "estamos em um ponto de inflexão", pois, se 20% da Amazônia for desmatada, será muito difícil recuperá-la, já que a "própria desertificação, a falta de água, e os incêndios" vão acabar com a floresta.

"A Amazônia está sendo assassinada", ressaltou o ativista, que acredita que é necessário protegê-la por ser "uma das grandes reservas de água doce do planeta" e "ter a maior biodiversidade", "que garante o equilíbrio do clima".

AMEAÇAS: Na opinião do líder da Coica, o maior perigo que a floresta enfrenta é "a falta de vontade política" dos governos locais, junto com a corrupção e o não fortalecimento dos direitos dos povos indígenas.

Para Mirabal, os países desenvolvidos precisam ver a Amazônia como um espaço que "também lhes dá vida". "Queremos garantir a Amazônia para a humanidade", sentenciou.

Entre os maiores inimigos da floresta, o ativista afirma que estão os grandes bancos que "financiam a destruição [...] ao ofertarem recursos para a exploração de petróleo e outras formas de extrativismo".

Outro "inimigo" da floresta, citado por Mirabal, é o atual governo brasileiro, comandado por Jair Bolsonaro. 

"O Brasil tem quase 60% de toda a bacia amazônica. Com este presidente, Jair Bolsonaro, aumentou o desmatamento, a mineração ilegal, o extrativismo e os assassinatos de nossos irmãos e irmãs. É o pior governo que temos na bacia amazônica", frisou o líder indígena.

Nesse sentido, Mirabal menciona que o Brasil, ao lado da Colômbia, é um dos piores lugares do mundo para lideranças indígenas e defensores da natureza, pois "há 80% de chance de que seja assassinado ou preso".

Segundo o ativista, apenas em 2020 foram registrados 202 assassinatos na Amazônia, um aumento em relação a 2019, quando houve 135 homicídios.

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CIENTISTAS SE MANIFESTAM CONTRA CORTE DE 90% DAS VERBAS

Entidades de pesquisa alertam que o corte nas verbas para ciência anunciadas pelo governo federal colocam em risco a manutenção do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Em nota conjunta, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) e a Academia Nacional de Medicina (ANM), alertam que a manobra feita pelo governo é ilegal e que estudam quais medidas cabíveis poderão ser tomadas para reverter a decisão. O documento foi enviado a todos os deputados federais e senadores.

"Apelamos a todos os parlamentares para que seja dado um basta nos desvios de recursos da ciência brasileira. O Brasil precisa de ciência, precisa de tecnologia, precisa de inovação, precisa de educação. E é inaceitável que os recursos destinados para o setor sejam desviados para outras funções, à revelia da legislação", diz a nota.

O corte de R$ 690 milhões foi anunciado na última quinta-feira (7/10). No dia, seria votado um projeto de lei pelo Congresso Nacional que previa a verba que garantiria que o CNPq pagasse bolsas de pesquisadores. Porém, o projeto foi modificado e o dinheiro foi retirado.

A mudança ocorreu depois que o Ministério da Economia pediu ao Congresso que realocasse os recursos para a produção de radiofármacos, remédios usados no tratamento de câncer que estão com a produção parada por falta de dinheiro.

Com isso, R$ 82 milhões foram realocados para a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) responsável pela produção dos radiofármacos. O restante do dinheiro, porém, não ficou com o CNPq e, sim, com outros órgãos como os ministérios da Agricultura, Educação, Saúde, Comunicações, Desenvolvimento e Cidadania.

Neste domingo (10/10), o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, usou as redes sociais para chamar de "falta de consideração" o corte das verbas. "Falta de consideração. Os cortes de recursos sobre o pequeno orçamento de Ciência do Brasil são equivocados e ilógicos. Ainda mais quando são feitos sem ouvir a Comunidade. Científica e Setor Produtivo. Isso precisa ser corrigido urgentemente", disse.

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