ESTUDANTE DE PETROLINA CONQUISTA PRÊMIO LITERÁRIO EM CONCURSO NACIONAL

"E da janela, eu paro, eu olho e suspiro. Me encontro diante das minhas inseguranças, frente a minha intensidade..." Estes são os versos iniciais do poema 'Canetas Permanentes', de autoria da estudante petrolinense Cecília Arrunátegui Miranda (16 anos), que conquistou a terceira colocação na categoria Juvenil do I Concurso de Poesias da Biblioteca Pública Castro Alves, promovido pela Prefeitura de Bento Gonçalves – RS.

Selecionada entre 765 inscritos de todos os estados do Brasil, a aluna do 2° ano do Plenus Colégio e Curso, recebeu como prêmio um pack de livros, três meses de acesso gratuito à biblioteca digital, através da Árvore de Livros, que possui mais de 30 mil livros; certificado de Honra ao Mérito; e publicação do poema em livro digital no formato e-book, que será lançado durante a 36ª Feira do Livro que vai acontecer de 6 a 17 de outubro em Bento Gonçalves.

Para Cecília, que adora ler poesia, tem Carlos Drummond de Andrade como referência, escreve desde os 8 anos e participou pela primeira vez de um concurso literário, a conquista representa um grande ganho pessoal e também inspiração para os estudantes de todo Nordeste. 

"Ter minha poesia, escrita durante a pandemia, escolhida entre as três melhores, representa a força de expressão das emoções humanas, que tantas pessoas tem medo de expor. E acima de tudo, é um caminho que muito mais gente pode seguir, então fico feliz por saber que de alguma forma, por mais que pequena, posso servir de inspiração para alguém", pontuou.

A diretora Pedagógica do Plenus, Sílvia Santos, comemorou a conquista, lembrando que o estímulo à leitura e à escrita já é uma marca da escola. "Criamos há 12 anos os clubes de leitura Leia e Leia Mais, nos quais desenvolvemos projetos de publicações literárias, feiras de livros, metas de leitura e concursos literários, além de programas como o 'Fuscateca', que distribui livros nas comunidades carentes do município", ressaltou.

O I Concurso de Poesias da Biblioteca Pública Castro Alves é voltado para publicações inéditas em todo País e tem como objetivo fomentar a produção literária através das categorias adulto, juvenil e infantil. A Biblioteca pública de Castro Alves, entre outras missões, tem o objetivo de fomentar a produção artística e intelectual. (Fonte: Class Comunicação e Marketing)


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NÚCLEO DE ESTUDOS DEBATE COVID-19, JORNALISMO CIENTÍFICO, NEGACIONISMO E DEMOCRACIA

No dia 18 de agosto, o Núcleo de Estudos Avançados do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) discutirá o tema Covid-19, jornalismo científico, negacionismo e democracia. 

O evento vai homenagear Mauricio Tuffani, jornalista de ciência, saúde e meio ambiente, criador e editor do portal Direto da Ciência, que faleceu no dia 31 de maio, aos 63 anos. A sessão será transmitida a partir das 14h pelo canal do IOC no Youtube.

A sessão terá a participação da diretora do jornal El País no Brasil, Carla Jimenez; do repórter especial do Jornal da USP e colaborador da revista Science, Herton Escobar; da repórter do jornal O Estado de São Paulo e mestre em saúde pública pela Universidade de São Paulo (USP), Fabiana Cambricoli; do colunista do jornal Folha de São Paulo, Marcelo Leite; da pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), coordenadora do portal SciDev.Net para América Latina e Caribe e coordenadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Comunicação Pública em Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT), Luisa Massarani; e do professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), coordenador do curso de especialização em Comunicação Pública da Ciência e integrante do INCT-CPCT , Yuri Castelfranchi.

Iniciativa da Diretoria do IOC, o Núcleo de Estudos Avançados promove debates sobre temas interdisciplinares no campo da ciência, da política e da filosofia envolvendo a comunidade intra e extramuros. O evento é coordenado pelo pesquisador emérito da Fiocruz, Renato Cordeiro, e pela vice-diretora de Laboratórios de Referência, Ambulatórios e Coleções Biológicas do IOC, Maria de Lourdes Aguiar Oliveira.

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ESTUDO APONTA ASSOCIAÇÃO ENTRE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS E RISCO DE DOENÇAS

Celebrado este mês, o Dia Nacional de Prevenção e Controle do Colesterol acende alerta para o que é, atualmente, a principal causa de morte no Brasil e no mundo: as doenças cardiovasculares. Isso porque, quando em desequilíbrio no organismo, o colesterol se torna fator de risco vascular, aumentando a incidência de AVC, morte súbita e doença coronariana. 

Um estudo, desenvolvido a partir de um projeto de doutorado na Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), revela um novo fator por trás do aumento dos níveis de colesterol no sangue e consequente risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Inédita no Brasil e realizada em 2020 com amostra de mais de 5 mil participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), a pesquisa mostra que o consumo de alimentos ultraprocessados está relacionado ao aumento do risco de hipertensão arterial (pressão alta) e de dislipidemias (alterações nas estruturas que carreiam colesterol através do sangue) em adultos. Os resultados apontam que o consumo de altas quantidades de produtos como nuggets, macarrão instantâneo, cereais matinais, barras de cereais e refrigerantes pode aumentar o risco de desenvolver hipertensão em 23%.

No que diz respeito às dislipidemias, cuja incidência é um dos principais fatores de risco para a ocorrência de doenças cardiovasculares, o risco aumentado ocorre mesmo em quantidades moderadas de consumo de alimentos ultraprocessados. Quanto maior a ingestão, mais alto é o risco, que pode chegar a até 29% para hipercolesterolemia isolada, 30% para hipertrigliceridemia isolada, 41% para hiperlipidemia mista e 24% para baixo-HDL, exemplos de dislipidemias. 

A pesquisa mostra também que 25% da energia diária consumida pelos participantes é proveniente de alimentos ultraprocessados. Considerando o peso em gramas, tais produtos contribuem com 17,6% do peso total em gramas da dieta. Os resultados evidenciam ainda um elevado consumo de sódio (4,6 g/dia), valor maior do que o dobro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e maior ingestão de gorduras nocivas (como gordura saturada e trans) nos indivíduos com consumo mais elevado de ultraprocessados.

 “Esses alimentos contribuem com cerca de 80% de sódio dietético em países de alta renda e estão se tornando também proeminentes em países de baixa e média renda”, explica a autora do estudo, Patricia Scaranni.

Os dados também apontam a obesidade como importante condição relacionada ao consumo de alimentos ultraprocessados, à hipertensão arterial e às dislipidemias. Foram observadas ainda questões relacionadas diretamente ao processamento industrial, como o uso de aditivos artificiais (como corantes e adoçantes) e materiais plásticos utilizados em embalagens, também responsáveis por problemas na saúde. 

“Compostos neoformados, como acroleína e acrilamida, e uma infinidade de aditivos como conservantes, acidulantes, emulsificantes e plastificantes, como bisfenol A e ftalatos, têm sido reconhecidos como também vilões do ultraprocessamento industrial, que visa seduzir consumidores por meio de sua praticidade, conveniência, palatabilidade e tempo de prateleira”, esclarece Patrícia.

Segundo a pesquisadora, o estudo é de suma importância para a prevenção de doenças cardiovasculares, já que o consumo de alimentos ultraprocessados tem sido crescente, a ponto de substituir alimentos in natura (produtos frescos que não passam por alterações industriais) essenciais para a saúde. Patrícia lembra que os resultados são mais uma evidência sobre as consequências negativas na saúde associadas ao consumo de alimentos ultraprocessados. 

Segundo ela, a pesquisa também “traz à tona o impacto das grandes corporações, líderes do sistema alimentar global, sobre a sociedade, em busca da maximização do lucro a qualquer preço, muitas vezes financiando cientistas que realizam pesquisas acadêmicas em favor de seus produtos”. 

Patrícia acredita que os resultados podem servir como suporte para a elaboração de novas políticas de Saúde Pública que visem desencorajar o consumo desses produtos e melhorar a saúde da população.

“Ao evidenciar a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e a incidência de dislipidemias e de hipertensão, incentivamos novas políticas, voltadas para a educação do consumidor, que forneçam condições para que os indivíduos realizem escolhas alimentares adequadas, já que ‘o dever do Estado não exclui o das pessoas na garantia da saúde’ (Lei 8080), sobretudo por meio do fortalecimento da rotulagem nutricional”, conclui. (fonte: FIOCRUZ)

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MUDANÇA DE CLIMA ACELERA CRIAÇÃO DE DESERTO NO NORDESTE. UM DOS NÚCLEOS DE DESERTIFICAÇÃO É CABROBÓ, PERNAMBUCO

O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado em 9/8, reforça que o Brasil abriga uma das áreas do mundo onde a mudança do clima tem provocado efeitos mais drásticos: o Semiárido.

O relatório aponta que, por causa da mudança do clima, a região — que engloba boa parte do Nordeste e o norte de Minas Gerais — já tem enfrentado secas mais intensas e temperaturas mais altas que as habituais.

Essas condições, aliadas ao avanço do desmatamento na região, tendem a agravar a desertificação, que já engloba uma área equivalente à da Inglaterra.

Criado na ONU e integrado por 195 países, entre os quais o Brasil, o IPCC é o principal órgão global responsável por organizar o conhecimento científico sobre as mudanças do clima.

O documento apresentado nesta segunda (AR6) é o sexto relatório de avaliação produzido desde a fundação do órgão, em 1988. "O Nordeste brasileiro é a área seca mais densamente povoada do mundo e é recorrentemente afetado por extremos climáticos", diz o relatório.

O IPCC afirma que essas condições devem se agravar: se na década de 2030 o mundo deve atingir um aumento de 1,5°C em sua temperatura média, em boa parte do Brasil os dias mais quentes do ano terão um aumento da temperatura até duas vezes maior.

Em várias partes do Semiárido, isso significa verões com temperaturas frequentemente ultrapassando os 40°C.

Hoje, segundo o IPCC, o mundo já teve um aumento de 1,1°C na temperatura média em relação aos padrões pré-industriais.

Para limitar o grau do aquecimento, é preciso que os países reduzam drasticamente as emissões de gases causadores do efeito estufa — como o gás carbônico, produzido pelo desmatamento e pela queima de combustíveis fósseis, e o metano, emitido pelo sistema digestivo de bovinos.

MORTE E VIDA NO SOLO: Para o meteorologista e cientista do solo Humberto Barbosa, professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), temperaturas extremas põem em xeque a sobrevivência no Semiárido de micro-organismos que vivem no solo e são cruciais para a existência das plantas.

Há dois anos, Barbosa diz ter encontrado temperaturas de até 48°C em solos degradados no interior de Alagoas.

"A vegetação não crescia mais ali, independentemente se chovesse 500 mm, 700 mm ou 800 mm. Não fazia mais diferença, pois toda a atividade biológica do solo não respondia mais", afirma.

Sem vida no solo, aquela região se tornou desértica, como tem ocorrido em várias outras partes do Semiárido.

Na Ufal, Barbosa coordena o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), que desde 2012 monitora a desertificação no Semiárido.

Em 2019, o laboratório revelou que 13% de toda a região estava em estágio avançado de desertificação. Essa área engloba cerca de 127 mil quilômetros quadrados.

"Na nossa região, naturalmente não haveria um deserto, só que a gente tem hoje um deserto", ele diz. Barbosa explica: segundo a ciência, climas desérticos (ou áridos) são aqueles onde o índice de chuvas é inferior a 250 mm por ano. Nessas condições, a sobrevivência de plantas e animais é bastante difícil — daí o aspecto vazio de boa parte das paisagens desérticas.

Mas essas condições climáticas não se aplicam a nenhuma região do Brasil, nem mesmo o Semiárido, que continua a receber entre 300 mm e 800 mm de chuvas ao ano.

Ainda assim, a mudança do clima e o desmatamento criaram paisagens desérticas na região.

"O solo dessas regiões foi perdendo a atividade biológica, embora as chuvas continuem acima do que se espera para uma região desértica. Esse é o paradoxo", diz Barbosa.

Ele afirma que, nesse estágio, é praticamente impossível reverter o fenômeno. "O custo da recuperação de áreas desertificadas é alto, e no Brasil não temos capacidade econômica para fazer esse tipo de investimento."

MAIOR SECA NA HISTÓRIA: Entre 2012 e 2017, o Semiárido enfrentou a maior seca desde que os níveis de chuva começaram a ser registrados, em 1850. Essa seca, que é atribuída às mudanças climáticas, ajudou a expandir as áreas desertificadas.

Barbosa diz que a pandemia dificultou a realização de viagens para medir o progresso da desertificação após 2019, mas tudo indica que o fenômeno segue avançando.

A área já desertificada equivale ao tamanho da Inglaterra, cerca de três vezes o tamanho do Estado do Rio de Janeiro, ou a 23 vezes a área do Distrito Federal. Essas terras não são todas contíguas e ocupam diferentes partes do Semiárido. Enfrentam, ainda, diferentes graus de desertificação, embora em todas o fenômeno seja considerado praticamente irreversível.

Alguns dos principais núcleos de desertificação ficam em Gilbués (PI), Irauçuba (CE), Cabrobó (PE) e no Seridó (RN).

Imagens de satélite mostram como os núcleos têm crescido nas últimas décadas, enquanto as áreas verdes que os circundam vão rareando.

No núcleo de Cabrobó, que ocupa uma vasta área nas duas margens do Rio  São Francisco, as poucas manchas verdes na paisagem se devem a lavouras irrigadas com a água do rio.

Os Estados mais impactados pela desertificação são Alagoas (com 32,8% de sua área total afetada pelo fenômeno), Paraíba (27,7%), Rio Grande do Norte (27,6%), Pernambuco (20,8%), Bahia (16,3%), Sergipe (14,8%), Ceará (5,3%), Minas Gerais (2%) e Piauí (1,8%).

A desertificação no Semiárido brasileiro foi citada pelo IPCC em seu relatório anterior, de 2019, que teve o pesquisador Humberto Barbosa como coordenador de um capítulo sobre degradação ambiental.

O relatório apontou que 94% da região semiárida brasileira está sujeita à desertificação.

"A região semiárida é a mais impactada (pela mudança do clima) no Brasil, e é a região onde você tem os índices de desenvolvimento humano mais baixos do país", afirma Barbosa.

Com o agravamento das condições climáticas, diz ele, tende a se acelerar o êxodo de moradores rumo a outras partes do país.

DESMATAMENTO: Para os cientistas, está claro que a desertificação tem sido acentuada pelas mudanças climáticas e tende a aumentar se as alterações continuarem se intensificando.

Porém, a degradação dos solos do Semiárido também se deve a outra ação humana: o desmatamento na Caatinga, o ecossistema natural da região.

Segundo Humberto Barbosa, ainda não se sabe quanto da desertificação se deve ao desmatamento equanto se deve às mudanças climáticas. "É muito difícil separar os dois processos."

Quarto maior bioma do Brasil, abarcando 11% do território nacional, a Caatinga já perdeu 53,5% de sua cobertura original, segundo o MapBiomas, plataforma que monitora o uso do solo no país.

O bioma vem sendo destruído desde os primeiros séculos da colonização do Brasil, quando grandes áreas de vegetação nativa passaram a ser derrubadas para dar lugar principalmente a pastagens para bovinos.

A pecuária, aliás, é apontada com uma das principais causas para a desertificação no Semiárido.

O pesquisador Humberto Barbosa explica que, muitas vezes, os bois são criados em áreas relativamente pequenas, compactando o solo ao pisoteá-lo repetidas vezes.

Com o tempo, nem mesmo o capim cresce mais ali, e a terra fica totalmente exposta à radiação do sol. A degradação se completa quando a chuva atinge a terra nua, levando embora os últimos nutrientes do solo.

Embora a destruição venha ocorrendo há séculos, mais de um quarto do desmatamento da Caatinga ocorreu após 1985, segundo o MapBiomas.

E neste ano, os índices de desmatamento deram um salto preocupante. Segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), até 1° de agosto, houve na Caatinga 2.130 focos de queimadas— o maior número em nove anos e uma alta de 164% em relação ao mesmo período de 2020.

Os focos se concentram no oeste do bioma, onde a Caatinga se encontra com o Cerrado na região de fronteira agrícola conhecida como Matopiba (nome formado pelas iniciais dos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

Como em outros biomas, o fogo é geralmente usado na Caatinga para "limpar" uma área antes do plantio. Mas as chamas acabam degradando o solo e limitam sua vida útil para a agricultura, estimulando a busca por novas áreas quando ele se esgota.

FALTA POLÍTICAS PÚBLICAS: Humberto Barbosa diz que, apesar da gravidade da situação enfrentada pelo Semiárido e da perspectiva de piora, não há qualquer plano governamental para mapear a desertificação e combatê-la.

A última iniciativa do governo federal nesse campo, afirma, foi o Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAN), lançado em 2006, mas descontinuado.

Tampouco há um sistema nacional para monitorar o desmatamento na Caatinga e orientar ações de fiscalização e controle — diferentemente do que ocorre na Amazônia, que conta com os sistemas Prodes e o Deter, baseados em imagens de satélite.

E O FUTURO: Segundo o relatório do IPCC, sem ações contundentes para conter a mudança do clima, a Caatinga e outras regiões semiáridas do mundo "vão muito provavelmente enfrentar um aquecimento em todos os cenários futuros e vão provavelmente enfrentar um aumento na duração, magnitude e frequência das ondas de calor".

"De forma geral, as secas se ampliaram em muitas regiões áridas e semiáridas nas últimas décadas e devem se intensificar no futuro", diz o texto.

Os maiores prejudicados pelas mudanças serão as populações locais: segundo o IPCC, elas tendem a enfrentar oscilações na quantidade e regularidade de água, o que impactará gravemente sua "segurança alimentar e prosperidade econômica". (fonte: João Fellet - BBC)

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EDITORA IFSERTÃO LANÇA OBRA QUE APRESENTA PLANTAS DA CAATINGA

A caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro e guarda uma riqueza em fauna e flora privilegiada. O bioma tem cerca de 1000 espécies vegetais conhecidas, sendo que 318 destas só são encontradas na caatinga. É sobre parte desse universo que a obra “Plantas da caatinga: um olhar multidisciplinar” lança luz, apresentando diferentes aspectos de 25 espécies do bioma.

A obra é organizada pela professora do Campus Petrolina Zona Rural do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE), Elizângela Maria de Souza, e conta com a contribuição de professores e estudantes do instituto e de outras instituições parceiras. O livro surgiu dos projetos de extensão que são ou foram desenvolvidos envolvendo a trilha ecológica do Campus Petrolina Zona Rural. Assim, todas as espécies apresentadas na obra ocorrem na trilha e foram catalogadas ao longo dos anos.

“Plantas da caatinga: um olhar multidisciplinar” tem ainda um diferencial: todas as espécies apresentadas no livro têm termos em Língua de Sinais Brasileira. Os sinais foram criados por membros da comunidade surda do Vale do São Francisco, surdos e ouvintes (professores, instrutores e intérpretes de libras). O trabalho contou também com a colaboração da Associação de Surdos de Petrolina – ASP.

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RICARDO KOTSCHO: O LUGAR DA REPORTAGEM NÃO MUDA, É NA RUA

Equipes reduzidas, demissões em massa, crise do modelo de negócios. São muitas as transformações e incertezas que cercam a prática jornalística. Mas há algo que, para o repórter Ricardo Kotscho, permanece inalterado mesmo no mais pessimistas dos cenários: “O lugar da reportagem não muda, é na rua, e não na redação”.

“Quando a gente quer fazer, faz. Não tem esse negócio de crise, nenhum editor recusa uma boa matéria. Não há desculpa pra não fazer. Mas aí, mais do que um meio de ganhar a vida, [a reportagem] tem que ser uma opção de vida. Muitos repórteres que conheço têm esse compromisso com a sociedade brasileira – e aqui tem muita história para ser contada, onde quer que você vá. E está faltando gente para contar”, afirmou o repórter, que trabalhou em todos os principais veículos da imprensa brasileira, em jornais, revistas e redes de televisão – com exceção da revista VEJA – tendo exercido todas as funções, de repórter a diretor de redação. 

“Crise sempre existiu”, disse.

Leonencio Nossa, repórter especial do Estadão, autor de Homens invisíveis (Editora Record), e Mata! (Companhia das Letras), concorda. “Em nenhum momento tivemos uma situação favorável para a produção de grandes reportagens no Brasil. É uma prática marginalizada dentro do mercado da comunicação”, afirmou. 

Ele ressaltou como a grande reportagem corre paralelamente aos outros trabalhos de apuração do repórter, que raramente consegue se ausentar do dia-a-dia da redação para trabalhar apenas em uma história – o que também vale para os freelancers que, da mesma forma, se dedicam a várias pautas de uma vez só.

“Se você é de um grande jornal, não dá pra dizer para o seu chefe que vai fazer uma grande reportagem, não tem como vendê-la se ela não estiver quase finalizada”, afirmou. “O relógio da reportagem é muito específico e único. Não é o relógio do editor do jornal, do cara que vai comprar o seu frila. É o relógio da história, que tem um tempo de maturação.”

Mesmo que essas histórias sejam contadas de novas formas, em outras plataformas, “a natureza do trabalho do repórter não muda”, afirma Kotscho . “Estamos aqui para ouvir as histórias dos outros. A nossa função como repórter é descobrir um Brasil que não está na mídia, um Brasil que não compra jornal, que é a maioria do povo brasileiro. Como dizia Audálio Dantas, o repórter é quem pergunta.  Mas hoje, o repórter já chega com a pergunta e com a resposta pronta”, criticou.

Carol Pires, ex-repórter da piaui, roteirista do programa Greg News, na HBO, e colaboradora do New York Times en Español, lembrou que, quando viajou ao Uruguai com a tarefa de escrever um perfil do ex-presidente José Mujica, já tinha o tom da história mais ou menos pronto na cabeça. 

“Imaginei que faria um perfil super engraçado do Mujica: o presidente que anda de fusca e tem uma cachorra de três patas. E não foi nada disso. Mujica é mal humorado, ranzinza. No dia que eu cheguei, a irmã dele tinha morrido. Virou um perfil melancólico, uma história sobre a velhice”, lembrou. “É preciso ter empatia, estar aberto a se surpreender e a quebrar as suas próprias convicções.”

Para ela, o principal erro da imprensa, hoje, é não ter repórteres espalhados por vários cantos do Brasil. “Acho que a imprensa americana aprendeu a lição com a eleição do Trump, de não entender o que estava acontecendo no interior. Espero que a gente não tenha o nosso Trump pra fazer cair a ficha.” 

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EMBRAPA E UPE REALIZAM EVENTO VIRTUAL SOBRE CLIMA, TERRITÓRIO E VEGETAÇÃO NO SEMIÁRIDO

Estão abertas as inscrições para VI Simpósio de mudanças climáticas e desertificação no semiárido brasileiro, III Simpósio do bioma caatinga e VII Workshop de sementes e mudas da caatinga. Podem participar, pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação, produtores rurais e profissionais das diversas áreas relacionadas aos temas. As inscrições podem ser feitas clicando aqui. https://www.smud-sibic-wsmc.com.br/inscricao.

A organização dos eventos é da Embrapa e do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental para o Semiárido, da Universidade de Pernambuco (UPE). Nesta edição, os três eventos serão realizados de forma conjunta e totalmente online, entre os dias 28 a 30 de setembro de 2021.

Para os pesquisadores, também está aberta a chamada para submissão de resumos, que segue até dia 15 de agosto. Os trabalhos científicos poderão ser selecionados para a publicação em um dos periódicos parceiros do evento. Os resumos aprovados terão os pôsteres expostos na plataforma digital do evento.

O evento reunirá especialistas nacionais e internacionais para discutir as inovações e os desafios da proteção ambiental e do desenvolvimento sustentável no semiárido frente às alterações climáticas.

A programação conta com duas palestras em cada uma das três manhãs, além das sessões de apresentação de trabalhos. No período da tarde, são realizados três workshops simultâneos em cada dia, que os participantes poderão optar conforme a área de interesse.

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