EXU GANHA LETREIRO PARA VALORIZAR VIDA E OBRA DE LUIZ GONZAGA
O letreiro foi visitado pelo Grupo Amigos de Luiz Gonzaga que desde a última sexta-feira encontra-se em Exu Pernambuco, participando das celebrações de 32 anos da morte de Luiz Gonzaga.
Os gonzagueanos jornalista Ney Vital e o empresário Italo Lino receberam o diploma e a placa de Título de Cidadão de Exu. Oficialmente a sessão da entrega foi realizada no ano passado, em dezembro de 2020, mas só agora com a flexibilização das regras sanitárias os novos exueenses foram contemplados com a entrega da honraria.
Para celebrar os 32 anos de morte de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião e manter viva a valorização do Pernambucano do Século e um dos mais talentosos artistas da música brasileira, o empresário Italo Lino doou tintas para a revitalização e pintura da sede onde crianças e adolescentes estudam música na Fundação Gonzagão no Projeto Asa Branca, em Exu.
"O compromisso é sempre manter viva a história do Rei do Baião, Luiz Gonzaga. Meu pai o saudoso Neto Tintas em vida também recebeu o título de cidadão de Exu e também por isto mantemos a valorização das futuras gerações de Exu que aprendem música e assim garantem o desenvolvimento artístico do município que amamos em todos os seus recantos", declarou Italo.
É em Exu Pernambuco, terra de Luiz Gonzaga que é possível apesar dos obstáculos ainda encontrar o principal legado de Luiz Gonzaga: crianças e adolescentes aprendem a tocar Sanfona, zabumba e triângulo, a santíssima trindade do forró ungida por Luiz Gonzaga em suas andanças por este País.
A vice presidente do Projeto Asa Branca ressaltou que "é necessário doações e novos projetos, parceiros que possam também garantir a possibilidade do Projetor ganhar novos instrumentos para facilitar o aprendizado das alunas e alunos".
1935: O ANO EM QUE A PESTE ASSOLOU O SERTÃO DE EXU, PERNAMBUCO, TERRA DE LUIZ GONZAGA
Em 1935, o município de Exu, localizado na divisa dos estados de Pernambuco e do Ceará, passou por uma epidemia de peste bubônica que afetou fortemente os costumes e o cotidiano, deixando marcas na cultura local até os dias atuais.
No entanto, os cerca de 30 mil habitantes atuais da cidade, sobretudo os mais jovens, pouco ou nada sabem sobre esse episódio. Em tempos nos quais a pandemia de Covid-19 virou o mundo de cabeça para baixo, a dissertação Memórias de um ano da peste: uma reconstituição da epidemia que assolou Exu em 1935, da pesquisadora Cláudia Maria Cardoso Parente, natural do município, é uma oportunidade para revisitar um grave problema de saúde pública ocorrido no estado há mais de oito décadas.
Em seu trabalho, que foi desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em História da UFPE e contou com a orientação do professor Carlos Alberto Cunha Miranda, a autora - que é jornalista por formação - entrevistou habitantes centenários da região em 2018, além de consultar documentos oficiais e jornais da época para reconstituir a maior epidemia de peste do Sertão pernambucano. O surto ocorreu seis séculos após a doença - que é causada pela bactéria Yersinia pestis e transmitida por pulgas de ratos - ganhar protagonismo na história mundial ao dizimar cidades inteiras da Europa e da Ásia, deixando um saldo de 200 milhões de mortes.
Em 1919, Exu registrou seu primeiro caso. A pesquisadora comenta que, após ter sido controlada no Recife, a doença rumou para o interior através da linha férrea. “Onde o trem não chegava, a moléstia prosseguia no lombo de muares, que transportavam mercadorias infestadas de ratos e pulgas contaminados até as cidades e povoados.”
Entre 1925 e 1965, a cidade registrou diversos surtos, mas três eventos patológicos se destacam: as epidemias de 1925, 1935 – a de maior magnitude e transcendência – e a de 1938. O surto de 35 tornou Exu epicentro da peste, de onde ela se irradiou para outros municípios de Pernambuco, Ceará e Piauí.
Mas por que uma epidemia tão grande está quase completamente esquecida? A autora aponta que a principal causa desse “apagamento” está no perfil socioeconômico das vítimas. “A doença não atingiu a zona urbana – localizada a cerca de 680 km da capital, tendo como ligação uma rodovia quase totalmente de terra batida –, mas sim o distrito de Tabocas, no sopé da Chapada do Araripe, ainda mais isolado e habitado por famílias muito pobres”, explica. Essas pessoas, desprovidas de representatividade, se constituíram em alvo preferencial da doença, principalmente pelas condições precárias de moradia e dos costumes.
A autora indica que esse resultado evidencia um ponto que outras pesquisas sobre epidemias de peste bubônica já apontavam: o caráter seletivo dos surtos, indicando que a doença atinge, principalmente, os mais pobres. Essa seletividade pode ser explicada pela falta de postos de saúde e as condições de vida muito precárias. “Para completar, seus habitantes carregavam o estigma de não ter instrução nem hábitos recomendáveis de higiene”, explica.
No caso da população de Exu, essa definição encontra ressonância no comentário feito pelo bispo dom Idílio Soares, em artigo enviado ao jornal Diário da Manhã, no intuito de elogiar o trabalho dos profissionais de saúde enviados à cidade para debelar a epidemia de peste. No texto, o religioso atribui a propagação da enfermidade ao problema de a população atingida “infelizmente desconhecer, em grande parte, os princípios rudimentares da higiene.”
“Assim, desprezado pelo poder público, que não garante o abastecimento regular de água, esgotamento sanitário nem acesso ao sistema de saúde pública às classes mais baixas, o indivíduo carente ainda carrega em si o estigma de ser o causador da própria desgraça”, aponta Cláudia Parente. (Fonte MAIK SANTOS / Da UFPE Especial para o Diario de Pernambuco)
GRUPO DE PIFE DE EXU PARTICIPA DAS CELEBRAÇÕES DOS 32 ANOS DE SAUDADES DE LUIZ GONZAGA
Nesta segunda-feira, dia 02 de agosto, o cantor e sanfoneiro Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, completa 32 anos de falecimento. Ontem, domingo (01), foi realizada a 'Missa da Saudade do Gonzagão". O Bispo Dom Magnus Henrique participou da celebração da Missa e da Renovação do Vovô Januário.
A organização da Missa da Saudade é da ONG Parque Aza Branca e do Grupo Viva Gonzagão. Um dos momentos mais emocionantes foi a presença da Banda de Pífe, comandada pelo mestre Louro do Pife.
"O grupo de pifeiros e zabumbeiros se encontra capitaneado pelo histórico Seu Louro do Pife", diz Thereza Oldam ressaltando que octagenário Lourival Neves de Souza, Louro do Pife, continua atuando, forte, persistente, dinâmico.
Em vida Luiz Gonzaga sempre destacou a presença dos pifes e a importância do instrumento na cultura brasileira.
O pífano (ou pife) é um tipo de flauta transversal feita em material cilíndrico (geralmente de Taboca, metal ou PVC) com 7 furos, um pra assoprar e 6 pra dedilhar, geralmente tem 3 tamanhos: “Régua Inteira”, “Três Quartos”, e “Régua Pequena”, onde quanto maior a grossura ou o tamanho do cano mais grave o som, e vice-versa.
ARTIGO PROFESSOR URBANO: LUIZ GONZAGA, O ASTRO E O SERTANEJO
Gigante da cultura nordestina com reconhecimento nacional, Luiz Gonzaga nos lança o desafio de conhecermos, além da grandeza do seu trabalho musical - com 600 e tantas músicas gravadas versando sobre inúmeros temas – o perfil do artista e do sertanejo.
Quando assisto imagens de shows e entrevistas dele, desde sempre me lanço na proposta de conhecer mais o sertanejo e o artista. É muito interessante.
Fico imaginando o olhar do artista em cima do palco, sobre os conterrâneos dele, gente sofrida e guerreira na labuta desafiadora do sertão. Na minha infância, em algumas viagens nas estradas pernambucanas rumo ao sertão, eram comuns paisagens de secas, animais mortos na beira das estradas, jumentos perambulando nas rodovias, pessoas mendigando um auxílio e outros personagens que compunham o sertão daquela época. Envolvidos num clima de seca, fome, pobreza e miséria, aos olhos de qualquer pessoa aquele era um retrato da tragédia humana, apenas isso.
Mas aí nasceu um encontro entre a sensibilidade dos nossos poetas e a originalidade musical do filho de Santana e Januário, Luiz Gonzaga.
Na beleza entre a poesia e a música, _O Jumento é Nosso Irmão, Asa Branca, Sabiá, Acauã e Assum Preto, O Chofer de Praça, A Feira de Caruaru, A Morte do Vaqueiro, A Festa do Milho, A Triste Partida e a Volta da Asa Branca, Padre Cícero, Lampião e Frei Damião_ ...a nação nordestina descrita em centenas de músicas.
Para mim, existem 2 Gonzagas: no palco, paramentado de chapéu do couro, gibão e sanfona de 120 baixos (é muito baixo seu Luiz!) estava o gigante da música, transitando entre acordes, melodias e poesias, versejando e apresentando o nordeste para a gente brasileira. Terminada a apresentação, luzes apagadas, palco vazio, portas fechadas, público recolhido, entrava em cena outro Luiz Gonzaga: despido da armadura artística, ele assumia a identidade que valorizou durante a sua vida, de sertanejo de Exu, ou melhor do Araripe e Baixio dos Doidos, que montava no cavalo, aboiava (foi ele quem levou aboio para o palco) tocava sanfona, apreciava a paisagem, ia para as feiras, comprava farinha, rapadura, fava, feijão de corda, carne de charque e outros produtos, parava na bodega do seu Zé para um dedo de prosa e a noitinha voltava para casa, pelas curvas da estrada de chão batido. Lembrei da música _Estrada de Canindé_ e a sua beleza poética!
A noitinha, podia degustar o milho assado, a pamonha, o cuscuz no fogão de lenha, o café torrado no pilão, o ponteio de uma viola e uns acordes de sanfona sob _O Luar do Sertão_ , outro clássico musical. Seu estilo de vida expresso na frase: _dormir ao som do chocalho e acordar com a passarada / sem rádio e sem notícias da terra civilizada!_ (Verso de Zé Dantas_Riacho do Navio_ ).
Algumas vezes o sertanejo e o artista eram a mesma pessoa, e por vezes um se sobressaia ao outro, quando, fora do convívio e glamour dos palcos, entrava em cena o matuto ajudando o seu irmão desconhecido, fosse doando sanfonas, cestas básicas, cachês...tudo para amenizar o sofrimento de todos que o procuravam. Se o agricultor pedia uma enxada para cuidar da roça, o artista iniciante pedia uma oportunidade para tocar um música na rádio...seu Luiz emprestava o prestígio e fazia acontecer. Fernando Mendes fez um depoimento sobre isso, ocorrido com ele. E muitos outros foram beneficiados de modo similar!
Temos muito mais o que falar, mas ficam como temas para outros momentos. É assim Luiz Gonzaga: um homem que vale por dois, por dez, por um milhão! 32 anos de saudades, de quem se eterniza a cada dia mais na cultura brasileira e no coração da nossa gente.
Viva Luiz Gonzaga, viva o sertão, viva a cultura brasileira e viva o Rei do Baião!
Professor José Urbano
MUDANÇAS CLIMÁTICAS: OS PREOCUPANTES SINAIS QUE UNEM FRIO E CALOR PELO MUNDO
A onda de frio extremo que chega ao Sul e Sudeste do Brasil nesta semana poderá fazer com que alguns brasileiros questionem se o planeta está, de fato, aquecendo. Sim, está — e há fortes indícios de que a onda de frio seja ela mesma intensificada pelas mudanças climáticas em curso.
A onda deve derrubar as temperaturas nos Estados do Sul, Sudeste e de parte do Centro-Oeste até o próximo domingo (1º/8).
Nas serras catarinense e gaúcha, as mínimas previstas são de -10ºC, com sensação térmica de até -25ºC, enquanto Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Campo Grande, São Paulo, Belo Horizonte e Vitória devem registrar as menores temperaturas do ano.
Será a segunda onda de frio intenso a atingir a região em menos de um mês. Em 30 de junho, várias cidades do Sul e Sudeste tiveram as menores temperaturas dos últimos anos — marcas que agora poderão ser batidas pela nova onda.
O frio extremo atinge o sul do Brasil enquanto, no Hemisfério Norte, vários países registram recordes de calor e de volume de chuvas.
No Canadá, os termômetros na cidade de Lytton mediram 49,6ºC no fim de junho — marca que superou em 4,6ºC a temperatura mais alta registrada no país até então.
Poucas semanas depois, chuvas muito acima dos padrões inundaram cidades na Alemanha e na China. Os eventos extremos nos três países provocaram centenas de mortes.É mais fácil entender como as mudanças climáticas favorecem recordes de calor e de chuva.
Intensificados nas últimas décadas, a queima de combustíveis fósseis (como o petróleo e o carvão) e o desmatamento ampliam a quantidade na atmosfera de gases causadores do chamado efeito estufa.
Esses gases dificultam a dispersão do calor dos raios solares que atingem o planeta, o que tende a aumentar a temperatura no globo como um todo.
Temperaturas mais altas, por sua vez, aceleram a evaporação da água, o que facilita a ocorrência de temporais.
A temperatura da Terra já subiu cerca de 1,2ºC desde o início da era industrial, e as temperaturas devem continuar aumentando a menos que os governos ao redor do mundo tomem medidas para reduzir as emissões. Porém, o aumento das temperaturas médias não quer dizer que ondas de frio não continuarão a ocorrer — nem mesmo que elas não possam se intensificar em situações específicas.
É o caso da massa polar que chega ao Brasil nesta semana, diz à BBC News Brasil o geógrafo e climatologista Francisco Eliseu Aquino, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS).
Aquino foi um dos primeiros pesquisadores a estudar as conexões climáticas entre o sul do Brasil e Península Antártica — tema de sua tese de doutorado, em 2012.
Ele diz que, ao longo do ano, massas de ar circulam em sentido horário entre as duas regiões: o sul do Brasil envia à Antártida massas de ar quente e recebe dela massas de ar frio.
Segundo Aquino, a velocidade dessa circulação se acelera conforme a mudança climática eleva a temperatura no Brasil no inverno, época do ano em que a Antártida está bem gelada por não receber qualquer insolação.
Além disso, o calor acima do habitual no sul do Brasil "perturba" o sistema de trocas, induzindo o ar quente a entrar na Antártida e abrindo o caminho para a chegada de ar frio.
Não por acaso, diz ele, exceto pelas ondas pontuais de frio de 2021, o centro-sul do Brasil tem tido um inverno mais quente que a média — o que também tem ocorrido nos últimos anos.
Na véspera da chegada desta massa polar, os termômetros em cidades como Porto Alegre e São Paulo beiravam os 30ºC. Em pleno inverno. Imagem computadorizada da última terça (27/7) mostra massa de ar quente deixando a América do Sul rumo à Antártida enquanto massa de ar frio deixa a Antártida rumo à América do Sul
Outro ponto que tende ampliar o impacto desta onda de frio, diz Aquino, é que a massa que chega ao país se resfriou ainda mais ao passar pelo mar de Weddell — uma das regiões mais geladas da Antártida.
As condições são tão propícias ao avanço da massa, diz ele, que a onda deve derrubar as temperaturas até o sul da Amazônia.
Aquino afirma que especialistas já previam há cerca de 15 anos a ocorrência dos eventos que hoje observamos no centro-sul do Brasil — incluindo ondas de frio extremo em meio a invernos quentes e secos.
"Caminhamos para um cenário de estiagens mais longas e secas no Brasil, com o desmatamento e as queimadas intensificando esses processos", ele diz.
Aquino afirma que o planeta caminha rumo aos "limiares mais perigosos possíveis" dos cenários projetados para 2030 ou 2050.
Embora o Acordo de Paris tenha estabelecido a meta de limitar o aquecimento global a 1,5ºC em relação aos padrões pré-industriais, ele diz que os esforços foram comprometidos pelos anos em que Donald Trump exerceu a Presidência nos EUA.
Trump retirou os EUA do acordo e estimulou setores poluentes, o que atrasou a implantação das metas mundo afora.
"O que a comunidade científica entende hoje é que com certeza vamos ultrapassar os 1,5 ou 2 graus."
Para Aquino, os eventos extremos em curso "já dão sinais de que as mudanças podem ser mais intensas do que as previstas pelos cenários mais ruins". (FONTE: BBC)
BISPO DOM MAGNUS PARTICIPA DA MISSA 32 ANOS DE SAUDADES DE LUIZ GONZAGA, EM EXU, PERNAMBUCO
Todos os anos é celebrada a 'Missa da Saudade do Gonzagão". O Bispo Dom Magnus Henrique vai participar da celebração da Missa, às 8hs no domingo, 01 de agosto. Logo após a Missa acontece Renovação do Vovô Januário e logo após a Live, com o sobrinho de Luiz Gonzaga, o cantor e sanfoneiro Joquinha Gonzaga.
As homenagens ao músico acontecem no Parque Aza Branca, local onde estão o acervo, o museu e o mausoléu do artista. A missa será transmitida pelo canal youTube da ONG Parque Aza Branca, Joquinha Gonzaga Oficial e Pascom Exu PE.
A organização da Missa da Saudade é da ONG Parque Aza Branca e do Grupo Viva Gonzagão.