USO DE PLANTAS MEDICINAIS NO SUS-SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE É ESTIMULADO NOS MUNICÍPIOS

Desde 2004, a prefeitura de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), passou a realizar o cultivo agroecológico de plantas medicinais para a produção de fitoterápicos. 

Cerca de 20 anos depois, os postos de saúde do município oferecem pelo Programa Farmácia Viva, do  Sistema Único de Saúde (SUS), diversos remédios naturais por mês à população local. 

Esta é mais uma experiência identificada pela iniciativa Agroecologia nos Municípios, da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA). O resultado reafirma o compromisso em contribuir com novas opções terapêuticas a partir do uso sustentável da biodiversidade, pautadas no conhecimento tradicional.

Tudo começou com a criação de um horto municipal de plantas medicinais, a partir da coleta de materiais vegetais nos quintais das comunidades da região e doações de parceiros. A cadeia produtiva foi desenvolvida de forma intersetorial envolvendo diversas secretarias, Emater, universidade federal, entre outros setores. 

O objetivo foi resgatar o conhecimento tradicional popular preservando a biodiversidade local e gerando renda para agricultoras e agricultores, que tiveram capacitação sobre todas as etapas do empreendimento. Foi possível resgatar hábitos culturais da região sobre chás, remédios caseiros e o plantio das plantas nos quintais.

A Farmácia Viva oferece, atualmente, 83 medicamentos fitoterápicos, como cremes, loções, xaropes, tinturas e pomadas, e toda linha de medicamentos  homeopáticos. Em média, são dispensados por mês 6.500 medicamentos mediante a apresentação de prescrição, segundo a prefeitura. O tempo de espera para o recebimento do medicamento, após o atendimento, é de, em média, dois dias úteis. Até o fechamento desta matéria, não foi possível obter os valores atuais dos recursos investidos no programa.

De acordo com a pesquisadora em saúde pública da Fiocruz Pernambuco e Coordenadora Executiva do Observapics, Islândia de Souza,  apesar de sua eficácia e baixo custo operacional, a fitoterapia não apresenta aplicação uniforme em todo o país e a oferta do SUS é baixa. Existe também, segundo ela, uma baixa difusão sobre os cuidados no uso dos fitoterápicos, que é diferente das plantas medicinais, e há também um grande interesse das indústrias farmacêuticas que deixa os usuários vulneráveis frente à oferta do mercado de medicamentos.

“Apesar de existir no País uma discussão acerca do potencial de desenvolvimento econômico neste tema, sendo uma delas a criação de cadeias de valor que visam valorizar o pequeno produtor, identificando todo o processo até o produto final, diminuindo os atravessadores, o processo de articulação entre quem produz as plantas medicinais e os serviços de saúde que produzem o fitoterápico ou oferta as plantas ainda é pequeno. Há pouco investimento neste sentido pelo governo federal e a maioria dos municípios não possue recursos próprios para fazê-lo”, afirmou a pesquisadora.

O Programa Farmácia Viva foi premiado, em 2006, pelo Ministério da Saúde como iniciativa inovadora no sistema público de saúde. No ano de 2008, o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome (extinto no governo Bolsonaro) disponibilizou recursos financeiros possibilitando a aquisição de  secadores,  estantes e mesas inox, balanças e desumidificadores para fomentar as atividades. 

A Farmácia Viva foi inaugurada em 2011 com a manipulação média de 5.546 fitoterápicos ao mês. Foi formalizada uma parceria com a indústria farmacêutica Catedral, com três cadeias produtivas: chia, na comunidade do Cruzeiro do Sul; alcachofra, no bairro Bandeirinhas; e babosa, no Serra Negra. Em 2012, a Secretaria de Saúde, em parceria com a Divisão de Agropecuária, foi selecionada no Edital 01/2012 do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, do Ministério da Saúde, que também financiou R$ 499 mil no ano de 2019.

Profissionais da rede municipal, como médicas/os, enfermeiras/os, farmacêuticas/os e odontólogas/os, foram capacitadas/os em fitoterapia para tratamento alternativo. Os medicamentos são disponibilizados mediante receita médica prescrita por profissionais, e o pedido é feito nas Unidades Básicas de Saúde (UBS’s). Os próprios agentes já haviam percebido a utilização desses medicamentos pelas/os pacientes, e estimularam a implementação no sistema público para evitar o uso de medicação inadequada. 

Com a instituição do Arranjo Produtivo Local (APL), gerido pela Secretaria Municipal de Saúde/Farmácia Viva, foi possível catalogar e identificar 53 espécies de plantas medicinais, cadastrar e qualificar 67 agricultoras/es periurbanos e familiares. Atualmente, seis espécies são manipuladas nos laboratórios. Sete hortas foram implantadas para difundir os conhecimentos, e o Viveiro da Divisão Agropecuária chegou a doar 6 mil mudas/mês para hortas comunitárias, escolas etc. Com o crescimento também entre as/os agricultoras/es foram criados pontos de vendas na internet, na prefeitura e no Centro Administrativo do Estado de Minas Gerais. 

Segundo a engenheira agrônoma e coordenadora da APL, Neusa  Almeida, a única planta que representa sazonalidade é a calêndula, enquanto as demais são cultivadas e manipuladas o ano todo. Todo o processo é realizado conforme critérios técnicos, e no setor de secagem as plantas são beneficiadas, armazenadas e encaminhadas para doações em forma de chás aos usuários do SUS, explicou. “Oferecemos medicamentos cada vez mais seguros e eficazes aos usuários”, explicou. 

“Temos expectativa de ampliar a área de produção e aumentar o acesso dos usuários aos fitoterápicos, e para isso será necessário capacitar mais prescritores [profissionais que receitam os remédios].  Melhorar também o apoio técnico para a produção das plantas medicinais nos cultivos dos agricultores familiares, além de buscar a intersetorialidade dos órgão que estão envolvidos com ações de sustentabilidade, preservação ambiental, geração de renda para  as/os agricultoas/res. Criar um mercado institucional para a compra das plantas medicinais das/os agricultoas/res também seria importante para não quebrar essa cadeia de produção”, afirmou.

Fonte: MidiaNinja/ EDUARDO SÁ e FIOCRUZ

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RIO SÃO FRANCISCO ESTÁ ENTRE OS PRIMEIROS CONTEMPLADOS PELO PROGRAMA ÁGUAS BRASILEIRAS

O Rio São Francisco é destaque entre dois dos quatro primeiros projetos de revitalização de bacias hidrográficas brasileiras selecionados para receber patrocínios dentro do Programa Águas Brasileiras, do Governo Federal. 

O programa, que busca alavancar iniciativas de recuperação de áreas degradadas com uso de tecnologias avançadas em parceria com o setor produtivo rural, conseguiu perto de R$ 6 milhões para patrocinar estes quatro trabalhos, conforme anunciou recentemente o Ministério de Desenvolvimento Regional.

O primeiro contemplado, o Projeto Agroflorestando Bacias para Conservar Água, desenvolvido pela Associação Humana Povo para Povo Brasil, receberá R$ 1,6 milhão em patrocínio. Tem como objetivo implementar 60 sistemas agroflorestais em duas comunidades quilombolas do município de Muquém do São Francisco, na Bahia, em áreas de situação de vulnerabilidade e degradação ambiental.

O segundo é o Projeto Recuperação de Nascentes da Comunidade de Brejo da Brásida, desenvolvido pela Associação de Moradores do Brejo da Brásida em localidades do Rio São Francisco, também na Bahia, a ser contemplado com R$ 302 mil em patrocínio. A meta da ação é “dar continuidade às medidas de proteção e recuperação das nascentes localizadas na área da comunidade e entorno de Brejo da Brásida, em Sento Sé, estabelecendo o monitoramento e revitalização contínua das áreas”.

Além destes, o Águas Brasileiras também prevê, nesta etapa, projetos para conservação da biodiversidade da bacia hidrográfica do Tocantins-Araguaia (R$ 2 milhões) e para a revitalização da bacia hidrográfica do Alto Araguaia, no município de Barra do Garças, no Mato Grosso (R$ 2 milhões). Os valores estão sendo repassados pelas empresas Itaú-Unibanco (R$ 2 milhões), Bradesco (R$ 2 milhões), MRV (R$ 1,6 milhão) e Engie (R$ 302 mil), totalizando os quase R$ 6 milhões.

ESTÍMULO: Na avaliação do presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco, Anivaldo Miranda, todas as iniciativas que visam a revitalização das bacias, principalmente do São Francisco, são bem-vindas. Ele alerta, porém, que é preciso ter consciência de que nem de longe isso é a solução para o problema, que se agrava a cada dia.

“É claro que as empresas que contribuem devem ser estimuladas a fazer esses aportes e que as ações são muito positivas. Mas é importante que tenhamos consciência de que isso não deve ser usado como uma cortina de fumaça para esconder uma realidade gritante: o projeto de revitalização do São Francisco vai completar duas décadas de existência e continua engavetado” destacou Anivaldo.

Miranda também lembrou que os montantes liberados dentro desse programa estão muito distantes do que precisa a bacia como um todo, já que o Plano Nacional de Revitalização do São Francisco está acompanhado de um caderno de investimentos que prevê R$ 31 bilhões para estabelecer programas de revitalização.

PARCERIA: Na prática, o programa Águas Brasileiras, que foi lançado em dezembro passado, consiste numa parceria entre quatro ministérios (Desenvolvimento Regional, Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Meio Ambiente e Ciência, Tecnologia e Inovação) e a Controladoria-Geral da União (CGU), Estados e municípios.

O objetivo, além de recuperar as áreas degradadas, também visa recuperar Áreas de Preservação Permanentes (APPs), avançar nos mecanismos de conversão de multas ambientais e pagamentos por serviços ambientais e aprimorar medidas de gestão e governança que garantam segurança hídrica em todo o País, com o apoio da iniciativa privada.

O programa prevê, ainda, a atuação do Governo na mobilização de agentes, entidades, organismos e recursos que possibilitem a recuperação de áreas degradas nas bacias hidrográficas prioritárias e seus consequentes benefícios sociais e ambientais.

No total, o “Águas Brasileiras” contempla 26 projetos em mais de 250 municípios de 10 estados e visa o uso sustentável dos recursos naturais e a melhoria da disponibilidade de água em quantidade e qualidade para os usos múltiplos. Destes, 16 projetos são voltados para a Bacia do Rio São Francisco, dois para a do Rio Parnaíba, dois para a do Rio Taquari e seis para a do Rio Tocantins-Araguaia.

“Tenho tido a oportunidade de discorrer sobre a necessidade de trazermos a iniciativa privada para participarmos juntos desse esforço de resgatarmos, revitalizarmos, recuperarmos as nossas bacias, principalmente com a questão não só da plantação de matas ciliares, recuperação de nascentes, desassoreamento dos rios, mas, principalmente, uma integração das populações ribeirinhas. Ao fim, e ao cabo, tudo está centrado nas pessoas”, afirmou o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, ao anunciar os primeiros contemplados.

De acordo com o Ministério de Desenvolvimento Regional, o montante de quase R$ 6 milhões que contemplará estes quatro projetos se soma a outros R$ 42 milhões investidos, em 2020, no Projeto Juntos pelo Araguaia, que também integra o programa Águas Brasileiras. Dessa forma, o programa já captou cerca de R$ 48 milhões com a iniciativa privada para ações de revitalização de bacias hidrográficas.

“O Brasil precisa cuidar cada vez melhor de suas fontes hídricas para que seja possível a todos terem acesso em quantidade e qualidade suficientes para o consumo e as atividades econômicas, no presente e para as próximas gerações. Cuidar das nossas águas resulta em cuidar do presente e do futuro do Brasil”, frisou o ministro Rogério Marinho. (Fonte: CHBSF)

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A SAGA DE DANILO RODRIGUES PELA MEMÓRIA DOS VAQUEIROS

Danilo Rodrigues da Silva, 35 anos, conta que, quando criança, costumava brincar com os utensílios de gado, montaria, talheres e moedas antigas que o seu avô guardava dentro de um baú, na Fazenda Bandeira, a 15 quilômetros de Santa Rosa de Lima, distrito de Jaguarari, na Bahia.

- Foram objetos que me chamaram a atenção e naturalmente eu comecei a brincar com essas coisas. E meu avô sempre me chamava atenção para ter cuidado, para guardar, para não jogar fora, por que eram dos pais dele.

Abençoado pela santa peruana, padroeira do distrito, o menino passou a guardar todos os objetos antigos que encontrava pela frente. Até que aos 11 anos, o colégio em que o garoto estudava foi convidado para montar um espaço que contasse a história do lugarejo em uma mostra cultural no aniversário de emancipação política do município. Era tudo que Danilo precisava para exibir as peças que guardava.

Empolgado, o moleque saiu em busca de mais objetos que pudessem ser exibidos na amostra. Aquele momento foi mágico para Danilo: “Um divisor de águas”. A cada visita que era realizada no espaço da amostra, o garoto alimentava o sonho de buscar artefatos antigos para a sua coleção.

A saga do menino não parava por aí. Montado a cavalo, Danilo percorreu mais de 80 fazendas na expectativa de encontrar peças históricas. Hoje, são mais de duas décadas dedicadas a salvar esses valores materiais que remontam a história e a memória de um povo através do Museu do Vaqueiro, em Santa Rosa de Lima.

 HISTÓRIA DO DISTRITO: O povoado passou a ser conhecido como Santa Rosa graças a um padre que seguia em romaria pela região e, ao saber que o local ainda não tinha nome, o batizou em homenagem à santa peruana.

No passado, o arraial servia como ponto de parada entre tropeiros e marchantes que saíam de Vila Nova da Rainha, atual Senhor do Bonfim, para comercializar a carne de bode em Uauá, na Bahia.

O vilarejo foi crescendo quando as famílias e os vaqueiros da região passaram a perceber a importância do local e o rico comércio com a venda da carne de bode, dando início à tradicional Feira do Bode e reduzindo em léguas a distância dos marchantes até Uauá.

O distrito está localizado em um ponto estratégico da caatinga. Por apresentar grandes reservatórios naturais, conhecidos como caldeirões de pedra, com animais da fauna nordestina que favorecerem a caça, e a presença dos ouricurizeiros e umbuzeiros, formaram um ambiente favorável para a habitação humana no local.

 O arraial se tornou povoado e, por volta de 1924, iniciaram a construção de uma capela e um morador encomendou uma imagem da Santa Rosa de Lima, que chegou no dia 30 de agosto de 1926. E de lá para cá sempre acontece o novenário dedicado à santa durante a semana que antecede essa data histórica, relata Danilo.

 TRAJETÓRIA: Após passar uma temporada em São Paulo, Danilo deixou a metrópole em 2010 para retornar à Santa Rosa de Lima após receber um convite da recém-criada Associação dos Vaqueiros para fazer parte dela. Danilo sabia que aquele retorno à sua terra era um chamado para dar continuidade ao seu trabalho. O rapaz apresentou o seu projeto à comunidade, e em troca recebeu dos moradores o apoio que precisava através das doações de móveis, documentos, fotografias e outros artefatos para contribuir com o acervo.

Hoje, o adulto com alma de menino, conta que enfim recebeu o reconhecimento merecido pelo distrito, mas não se esquece dos momentos em que sofreu preconceito ainda na adolescência por seguir buscando relíquias que ajudassem a contar a história do seu povo, que chegaram a questionar a saúde mental do jovem.

Na minha ingenuidade, sentia essa sagacidade de conseguir esses objetos antigos, mas comecei a perceber como estava sendo algo de chacota, de muitas críticas.  Em alguns momentos, não sabia lidar com aquela situação e me deprimia, me entristecia e me recolhia. E a única forma que eu encontrava de sair daquele estado de tristeza momentânea era voltar a essas fazendas, ter contato com essas pessoas, era ouvir as histórias deles e perceber toda a importância que possui o nosso povo sertanejo e quantas histórias e memórias nós temos para serem contadas e salvaguardadas.

PEÇAS DO ACERVO: Pelo desejo de contar a história de sua origem, Danilo saiu do distrito em 2015, e foi até Petrolina realizar um sonho. O rapaz pisou pela primeira vez na Universidade de Pernambuco (UPE) para cursar História, e agora comemora a conclusão da graduação.

 “Ter contato com a teoria, ter contato com tantas fontes, que já tratavam desses assuntos como antropologia, arqueologia, história... Foi algo a me agregar, me veio como uma luva. Estar na sua comunidade desenvolvendo um trabalho museológico e de repente você está dentro de uma universidade fazendo uma faculdade de história, é algo gratificante,” exalta Danilo.

O MUSEU: Aos poucos, o sonho de Danilo ganhava forma, mas o jovem não esperava a luta que viria a traçar pela frente para manter viva a história dos vaqueiros e do distrito através do seu acervo. “Fizemos um ofício solicitando a doação do prédio à Câmara Municipal, e a partir desse momento foi uma luta constante para convencer os gestores municipais sobre a importância dessa luta. Nós conseguimos a doação por parte do poder público, e foi criada uma lei sancionada pelo prefeito na época, e assim nós tomamos posse definitivamente do prédio. Agora, funciona o museu.” relata Danilo.

O antigo Mercado Municipal, espaço cedido pela prefeitura para abrigar as peças do museu.

O prédio do qual o historiador se refere já abrigou o antigo Mercado Municipal do distrito e foi fechado, após a Vigilância Sanitária declarar o local inapropriado para a venda de produtos. Através da Lei Nº 868/2013 de 10 de dezembro de 2013, o prédio foi concedido para a Associação dos Vaqueiros por um prazo de 30 anos, cabendo prorrogação da concessão. 

De lá para cá, Danilo procura mostrar ao poder público a importância da cultura do vaqueiro e da região através do museu. Agora, o local passa por uma reforma para melhorar a estrutura do espaço que já se encontra desgastada ou deteriorada pela ação do tempo. O historiador conseguiu arrecadar verbas de empresas privadas e de pessoas que se surpreenderam com o projeto, recebendo em troca doações para a conclusão da obra.

 Com o olhar historiador, mas sem o aparato técnico de uma equipe, Danilo enxerga que as duas mil peças que fazem parte do acervo, número suposto por ele, ajudam a contar a história da região.

No museu encontra-se objetos mais antigos que vão desde fósseis pré-históricos encontrados aqui em Santa Rosa, temos um acervo arqueológico, tem algumas peças e artefatos que possivelmente pertenceram à algumas civilizações que moraram ou passaram algum tempo aqui na nossa região, material bélico, material documental, material sacro e iconográfico, e imobiliário. 

No caso do material paleontológico e arqueológico, nós ainda não temos nenhum tipo de fundamentação teórica e científica sobre a temporalidade. No caso dos fósseis, sobre quais tempos esses animais povoaram aqui por Santa Rosa e quais animais foram esses, assim como utensílios arqueológicos. E comparando a outros que já tenham feito essas pesquisas, são machadinhas possivelmente do Período Neolítico, mas são fundamentações que ainda não são comprovadas - conta o historiador.

Danilo, agora com a graduação concluída, espera conseguir lutar ainda mais pelo seu sonho, de manter a tradição dos vaqueiros do distrito através do museu.

Para conhecer mais sobre Danilo Rodrigues e o Museu Do Vaqueiro, acesse o instagram @danilorodrigues7802 ou @museudovaqueiro_

Perfil Jornalístico escrito por Otávio Duarte, para a Agência Multiciência/Uneb.

E-mail: otavioduarte.jornalismo@outlook.com

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SINDICATO DIZ QUE PROFESSORES NÃO VÃO VOLTAR ÀS AULAS NA BAHIA. GOVERNADOR AMEAÇA CORTAR SALÁRIO

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Rui Oliveira, afirmou nesta quarta-feira (14) que a categoria não vai retornar às salas de aula neste mês de julho. Já o governador do estado, Rui Costa, informou, também nesta quarta, que quem não retornar às salas, na modalidade semipresencial, terá corte salarial dos dias não trabalhados.

O governador reafirmou que as aulas semipresenciais serão retomadas em 26 de julho e acrescentou que os servidores que não cumprirem a carga horária definida será penalizado com a não remuneração, como qualquer trabalhador que falte ao posto de trabalho.

"Se você faltar [o trabalho] dias seguidos e não justificar, você não receberá o salário e eventualmente poderá ser demitido. No caso do servidor público, ele precisa faltar 30 dias seguidos para eventualmente responder um processo administrativo por abandono de emprego e não ter mais o seu emprego", disse o governador.

Rui Oliveira, do sindicato dos professores, diz que a volta não vai acontecer ainda este mês pela falta de imunização completa dos professores.

Segundo Oliveira, a decisão de retomada foi unilateral e os professores definiram que só irão retornar às salas de aula quando todos tiverem completado o calendário vacinal, o que não deve ocorrer no período definido para a volta às escolas.

“Para minha surpresa, de forma unilateral, é comunicado que nós vamos ter que dar aulas. Mas não vai acontecer porque nós temos uma decisão da categoria de só voltarmos com aulas presenciais depois de estamos imunizados com a primeira e segunda dose. E só vai concluir esse processo, no mais tardar, na primeira quinzena de agosto”, disse o professor.

O governador, no entanto, diz que muitos professores já receberam a segunda dose da vacina e a categoria reuniu condições que outras não tiveram – que é retornar aos trabalhos com pelo menos a primeira dose do imunizante.

“É preciso ter sensibilidade e prioridade com a educação. Então dia 26 as aulas retornam e a partir daí serão contabilizadas as presenças para, evidentemente, implicar na remuneração dos professores que serão remunerados pelos dias que derem aula. Assim como todo trabalhador é remunerado com os dias que comparece ao seu trabalho”, detalhou o governador.

Rui Costa também comentou sobre a aquisição da vacina russa Sputnik V, que, segundo ele, tem previsão de chegar na Bahia em 20 dias. O governador afirmou que 300 mil doses devem ser enviadas ao estado, das 10 milhões que foram compradas.

Com os imunizantes já no estado, a previsão do governo é que sejam definidas de quatro a seis cidades para ter toda a população adulta vacinada para fazer uma espécie de “teste” de como serão os efeitos de ter todo um município imunizado.

“A Anvisa estipulou 28 obstáculos para que colocássemos a vacina aqui no Brasil. A expectativa é que em torno de 15 dias a vacina esteja na Bahia. São 300 mil doses de um total de 10 milhões que nós compramos. Assim que chegarem, vamos definir quatro ou seis cidades, no máximo, para completar em 100% a imunização das pessoas acima de 18 anos. Para ter um efeito demonstração rápido para conferir a eficácia e eficiência da vacina”, declarou.

A expectativa do governador também é que, com a chegada da vacina russa, todo o público em condições de vacinação seja imunizado até o mês de outubro ou novembro.

“Com a Sputnik, posso avaliar que em outubro estaremos com 100% do público-alvo vacinado. E estamos trabalhando para isso, para acelerar. Vamos aplicar essas cidades no raio máximo de 100 km de Salvador para facilitar a logística, o monitoramento, dar celeridade para que possamos receber as 10 milhões de doses o mais rápido possível e garantir a imunização”, concluiu.

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JUAZEIRO: POLÍCIA FEDERAL CUMPRE MANDADOS EM OPERAÇÃO CONTRA USO DE AGROTÓXICOS IMPORTADOS E FALSIFICADOS

A Polícia Federal iniciou uma operação para combater o comércio e o uso de agrotóxicos importados ilegalmente e falsificados, nesta quarta-feira (14). Três mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Juazeiro, no norte da Bahia.

A operação foi batizada de "Negócio da China II", porque o material era importado do país asiático. A PF detalhou que a falsificação era feita por pessoas físicas e jurídicas brasileiras. As investigações começaram em 2015, quando um grupo criminoso, que fazia o contrabando dos agrotóxicos por meio de navios usados para a exportação de mangas, foi identificado.

Após serem contrabandeados o material era misturado com defensivos agrícolas brasileira – produtos químicos usados pra evitar e extinguir pragas de lavouras. Em seguida, esses agrotóxicos eram reenvasados, com embalagens nacionais reaproveitadas, para dar uma aparência de legalidade ao comércio dos produtos.

Em junho de 2020, a polícia apreendeu mil litros de um fitorregulador – uma substância usada para acelerar o crescimento dos vegetais.

Segundo a PF, esse produto contrabandeado tinha saído de uma empresa química do interior de São Paulo, e seria levado para a uma empresa de importação e exportação sediada na cidade de Petrolina, em Pernambuco.

Durante a investigação, a PF identificou o "modus operandi" do grupo. Essa quadrilha era formada por pessoas físicas e jurídicas, ligadas ao comércio de produtos voltados à fruticultura. Além dos mandados de busca em Juazeiro, também são cumpridos nove em Petrolina e outros dois em Jaboticabal (SP).

Os investigados deverão responder por contrabando e dois outros crimes ambientais, caso as suspeitas sejam comprovadas.

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REDE DE ENSINO DA BAHIA INICIA AULAS MODELO SEMIPRESENCIAL DIA 26 DE JULHO, ANUNCIA GOVERNADOR

O governador da Bahia, Rui Costa, disse, na noite desta terça-feira (13), que as aulas da rede pública de ensino da Bahia serão retomadas, de modo semipresencial, no dia 26 de julho. O anúncio foi feito durante o programa Papo Correria, encontro virtual em que o Rui Costa responde a perguntas em uma transmissão online.

Rui Costa informou que as aulas vão ocorrer de forma híbrida - parte presencial e parte remota - e em dias alternados. O gestor afirmou que ainda não há previsão de quando as aulas voltarão a ser 100% presenciais.

"Isso significa que serão em dias alternados, a turma será divida em duas, metade da turma irá segunda, quarta e sexta e a outra metade terça, quinta e sábado, por ordem alfabética, mas vamos dar a liberdade para que cada escola faça seu ajuste", disse o governador.

O governador revelou ainda que as salas de aula terão 50% da capacidade ocupada e divisão de grupos será por ordem alfabética.

As aulas presenciais estão suspensas na Bahia desde março do ano passado, quando o estado registrava pouco mais de 10 casos confirmados de Covid-19.

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PARAIBANA DA CIDADE DE AREIA BRILHA NO THE VOICE KIDS/TV GLOBO

Mais um show de talento e fofura invadiu o The Voice Kids! Neste domingo, 11, o sexto dia de Audições trouxe mais cantores mirins ao programa em busca de uma vaga no reality – e são tantas vozes maravilhosas, que os técnicos Carlinhos Brown, Gaby Amarantos e Michel Teló têm que disputar para tê-las em seus times! 

Munida de seu pandeiro, a menina de 14 anos natural da cidade de Areia, na Paraíba, abriu a tarde em grande estilo, ao som de "O Canto da Ema", composição de João do Vale, sucesso que já foi gravado por nomes como Jackson do Pandeiro, Gilberto Gil e Elba Ramalho. Sua interpretação botou os técnicos para dançar e virou duas cadeiras, e ela escolheu o Time Brown.

 “Você é um fenômeno rítmico!”, disse o cantor.

Natural de Areia, no Brejo paraibano, Helloysa do pandeiro (Maria Helloysa) é mais um talento da terra a brilhar no The Voice Kids, reality musical da TV Globo. 

Ao finalizar a canção, recebeu elogios e fez questão de exaltar a cultura e a música nordestina, ressaltando o apoio que recebeu da família para atuar. 

Além de Heloisa, o The Voice Kids já conta com a participação de duas meninas de João Pessoa e uma de Guarabira classificadas.

“Estarei representando nossa querida Paraíba e mostrando que a cultura nordestina prevalece no nosso sangue”, disse nas redes sociais após a apresentação.

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