INSTITUTO CULTURAL RAÍZES COMPLETA ESTE ANO 20 ANOS DE FUNDAÇÃO

O Instituto Cultural Raízes completa este ano 20 anos de fundação. O diretor Presidente do Instituto Cultural Raízes, professor Libânio Francisco diz que neste 20 anos de fundação e 12 anos de atuação em Floresta, Pernambuco e região, vive um momento especial "Entre as novidades um site totalmente

inovado e com várias informações e conteúdo para permitir que os interessados possam conhecer melhor a história do Instituto"

Criado em 16 de fevereiro de 2001, em Água Preta, na zona da mata sul de Pernambuco, sob a forma de um Núcleo de Assessoria Técnica, fruto de uma iniciativa de várias pessoas que atuavam junto a diversas experiências da sociedade civil organizada, nas áreas de Juventude, Assentamentos da Reforma Agrária, Associativismo e Empreendedorismo.

Destaca-se no período de 2001 a 2006 a realização de diversos encontros de juventude e o 1º Encontro da Agricultura Familiar onde o ponto forte foram as manifestações culturais regionais, bem como assessoria e apoio a outras organizações sociais do agreste e do sertão na elaboração de projetos e na realização de vários eventos culturais, além do desenvolvimento de importante experiência em diversas comunidades de assentamentos da reforma agrária, cuja atuação foi baseada no estímulo ao resgate das origens sócio-culturais e na formação de lideranças juvenis.

"A partir de meados de 2006 os trabalhos se tornam mais intensos em outras regiões do Estado e, principalmente no sertão. As ações passam então, a serem voltadas para a construção de políticas e experiências voltadas para a juventude e a cultura. Em 2007, incentivou-se a participação nos fóruns regionais de cultura promovidos pelo Governo do Estado através da Fundarpe, além da realização de Conferências Municipais de Cultura e o incentivo para a criação de conselhos municipais de cultura em várias cidades, bem como a construção de parcerias para formação de ONG's e grupos de jovens voltados a prática cultural", revela Libânio.

No ano de 2009, iniciou-se um trabalho no município de Floresta a partir de uma assessoria para a implementação das políticas públicas de Cultura e de Juventude, e já em novembro do mesmo ano realizou-se a 1ª edição da Semana da Consciência Negra, coincidindo com o Festival Pernambuco Nação Cultural, oportunidade em que foi constituído um amplo documentário sobre o evento e, que abriu caminho para a priorização de atuação na região.

Já no primeiro semestre de 2010, decidiu-se por instalar a sede na cidade de Floresta e alterar a denominação de Núcleo de Assessoria para INSTITUTO CULTURAL RAÍZES.

No decorrer de sua trajetória, o INSTITUTO CULTURAL RAÍZES se consolidou como a única instituição sócio-cultural (em Floresta e região) que desenvolve através de uma prática constante e permanente, diversas ações atendendo os públicos de crianças, adolescentes, jovens e adultos, na perspectiva de resgate das tradições e da produção cultural como forma alternativa de vivência de experiências positivas de vida e de formação cidadã.

AÇÕES ATUAIS E PERMANENTES. ATÉ O MOMENTO DA PANDEMIA: Até o início de março de 2020, o INSTITUTO CULTURAL RAÍZES manteve de forma permanente em Floresta, os seguintes grupos culturais, atividades e projetos:

- Grupo Cultural MARACATU AFROBATUQUE
- Grupo Cultural AFOXÉ FILHOS DE N'ZAMBI
- Grupo Cultural SOU DA TERRA
- Grupo Cultural AFRO MULHER
- Projeto ARTE E VIDA em parceria com a Diocese de Floresta.
- Projeto CONSCIÊNCIA NEGRA
- Ponto de Cultura AFROBATUQUE – TAMBORES DA RESISTÊNCIA

Além de todas essas ações permanentes, o Instituto se faz presente em vários eventos públicos, realizando palestras e apresentações culturais.

Em Belém do São Francisco o Instituto Raízes, nos anos de 2014 e 2016, atuou como entidade parceira junto a Escola Estadual Maria Emília Cantarelli, na implementação do Programa Mais Cultura na Escola, sendo responsável pela realização de oficinas de percussão e danças afrobrasileira, foruns e palestras, entre outras atividades.

Também em Belém o Instituto iniciou em 2016 a formação de um Grupo Cultural de Maracatu.

O Instituto Cultural Raízes, vem desenvolvendo desde 2010 e sobretudo, desde 2013, várias participações em eventos de cultura popular, realizados nas cidades de: Exu, Ouricuri, Parnamirim, Salgueiro (Comunidade Quilombola de Conceição das Crioulas), Terra Nova, Petrolândia, Itacuruba, Belém do São Francisco, Afogados da Ingazeira, Arcoverde, Mirandiba, Serra Talhada, Jatobá, Inajá e Altinho, com os grupos de Maracatu, Afoxé e Sou da Terra.

No dia 1º de janeiro de 2021, o Instituto Cultural Raízes, deu mais um passo importante no seu histórico de atuação nas áreas da arte e da cultura.

Trata-se da consolidação da Rede de Arte e Cultura da entidade, que reúne os Projetos Consciência Negra e Arte Vida; os Grupos Culturais Maracatu Afrobatuque, Afoxé Filhos de N'Zambi, Sou da Terra, Afro Mulher e Axé de Ilê; o Ponto de Cultura Afrobatuque - Tambores da Resistência e Projeto de Comunicação Alternativa TV RAÍZES DA CULTURA e Raízes Notícias.

O fortalecimento da atuação do Instituto Raízes, com a composição da referida rede, coloca a entidade como principal instituição de Cultura Popular em Floresta e região.
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TECNOLOGIA DA EMBRAPA PERMITE MENSURAR A SAÚDE DA TERRA ANTES DO PLANTIO

Nova tecnologia desenvolvida por pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) permite identificar o nível de saúde do solo. Iêda Carvalho Mendes é agrônoma e pesquisadora da Embrapa Cerrados (DF) e foi responsável por liderar o grupo que em 2020 desenvolveu a tecnologia BioAs, uma bioanálise que permite avaliar as enzimas presentes no solo e, consequentemente, seu grau de vida.

“A bioanálise é como se fosse um exame de sangue do solo”, explica a pesquisadora. Iêda pontua que o solo saudável consegue ser mais produtivo, armazena mais água, emite menos gases de efeito estufa e é melhor no sequestro de carbono. “O solo com saúde também se desintoxica mais rápido, ou seja, produtos químicos, como pesticidas, são degradados mais facilmente nesse ambiente”.

A pesquisadora foi entrevistada no CB Agro — uma realização do Correio Braziliense em parceria com a TV Brasília. Iêda ressalta que os aspectos de funcionamento biológico do solo até então passavam despercebidos pelas análises de fertilidade.

“Em uma análise do Mato Grosso, por exemplo, tivemos um exemplo de dois solos que possuíam as mesmas propriedades químicas, o que significava que as quantidades de fósforo e demais nutrientes eram iguais, dois solos quimicamente em bom estado. Mas, quando chegou o período de seca, o solo que estava doente não conseguiu manter o desempenho. O solo saudável conseguiu produzir 59 sacas da cultura, enquanto o doente produziu apenas 29 sacas”, conta.

Iêda explica que isso acontece porque o solo degradado, com pouca vida, é mais suscetível a problemas de falta de chuva, doenças e ataques de pragas, enquanto o terreno saudável é resistente e consegue lidar com adversidades.

O exame já está presente em oito laboratórios comerciais espalhados pela região do cerrado, em Goiás, Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais. Ele foi lançado em junho de 2020, mas já reúne mais de 2,5 mil amostras de solo. Iêda revela que a expectativa é que, logo, o Distrito Federal também possua uma unidade laboratorial, e que multipliquem laboratórios em outras regiões. O exame custa entre R$ 100 e R$ 120.

“É um investimento. Antes, os agricultores não tinham como fazer esse tipo de análise de saúde. Obtemos esse resultado porque, no exame, adicionamos uma série de reagentes, e quanto mais atividade houver nas enzimas, mais vivo e saudável está o solo. Também desenvolvemos uma escala simplificada para que o agricultor, tão logo receba o exame, já entenda em que estado está a terra. A escala caminha em duas cores: vermelho escuro, quando o solo está doente, e verde escuro, quando está saudável”.

A pesquisadora explica que, caso o solo esteja doente, os agricultores precisam reavaliar o sistema de manejo. “Uma das sugestões é realizar o plantio direto, pois o manuseio que envolve a remoção de terra é degradante. Aplicar uma rotação de culturas também é importante, assim como, depois da colheita, adicionar plantas de cobertura. No cerrado, por exemplo, temos a braquiária, que fornece alimento para os animais, mantém a umidade e não permite que a terra chegue a altas temperaturas. Tudo isso favorece a saúde do solo”, revela.

Iêda lembra que o cerrado era um bioma considerado pobre em nutrientes, mas que com pesquisa, ciência e tecnologia, se tornou um forte produtor do país. “O cerrado se destaca, ganhou o Prêmio Nacional de Produtividade de Trigo, bateu recordes na produção de soja e milho. E isso tudo com pesquisas para uma agricultura que respeite o meio ambiente e preste serviços ambientais.”

A pesquisadora define a atual agricultura tropical como um exemplo para o mundo. “Fazer agricultura em cima de um solo fértil, em uma região que chove o ano inteiro, é fácil. Mas aqui, no cerrado, temos solos pobres em nutrientes, solos ácidos. Nosso clima é definido por seis meses de chuva e seis meses de seca, ou seja, um desafio. Mas, com pesquisa e tecnologia, mudamos o estigma de aqui ser um solo improdutivo.”

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LIVE POÉTICA COISAS DA NATUREZA SERÁ APRESENTADA NESTE SÁBADO (30)

O vaqueiro Otávio Santana, pelejou a vida inteiro no trato com o gado bovino, caprino e ovino, hoje com mais de 70 anos, faz questão de afirmar que sempre manteve uma relação de amor e harmonia com o meio ambiente, sobretudo com o bioma caatinga.

Conhecedor dos costumes do sertão, Seu Otávio traduz em seus cordéis, aboios e toadas a ponte entre o passado e o presente e narra quase que como crônicas seus versos muito bem contextualizados. Foi no ano de 2002 que Seu Otávio participou pela primeira vez de um concurso, tratava-se do Festival de Aboios na Fazenda Saudade, durante a Festa dos Vaqueiros de Curaçá-BA, na ocasião foi classificado como primeiro colocado, dai em diante, manteve esta classificação em diversas edições do mesmo festival.

Em 2016, o Poeta Acauã (como é carinhosamente chamado pelos amigos-fãs), foi atração principal no Encontro de Comunidades Tradicionais de Fundo de Pasto, promovido pelo IRPAA, em Barro Vermelho, em 2017, representou o município de Curaçá no Projeto Sarau no Bosque, na edição ocorrida no palco do Arco da Ponte em Juazeiro-BA, neste dia ganhou uma fã de quem gosta de citar, trata-se de Cibelle Fonseca ( famosa jornalista e blogueira de Juazeiro da Bahia). Seu Otávio foi atração notável no Centro Cultural Luiz Gonzaga no Rio de Janeiro, e declamou cordeis no famoso por-do-sol de Natal no Rio Grande do Norte.

Apesar de já ser bastante famoso, Seu Otávio continua declamando para amigos em dias de feira em Curaçá, e atendendo a convite para recitar em festas nos distritos, povoados e fazendas.

No ano de 2020, Seu Otávio foi contemplado com a Lei Aldir Blanc, através do Edital Chico de Cori, proposto pela Secretaria de Cultura, Esporte, Turismo e Juventude de Curaçá-BA, e neste sábado dia 30, apresentará às 18hs Live onde mostrará parte de sua rica obra.

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COMPOSITOR ONILDO ALMEIDA, 92 ANOS, É VACINADO CONTRA A COVID-19, EM CARUARU PERNAMBUCO

O compositor Onildo Almeida, de 92 anos, foi um dos idosos vacinados na manhã desta quinta-feira (28), em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. O artista, que é um dos maiores nomes da cultura brasileira, recebeu a primeira dose da vacina de Oxford-AstraZeneca pelas mãos da neta, a enfermeira Mayara Almeida.

"[Foi a] vacinação mais importante, porque minha própria neta me vacinou. Isso, para mim, é histórico. Tenho que agradecer a Deus pelo prolongamento da minha vida", comemorou Onildo.

A neta do artista já estava à espera do avô para vaciná-lo quando Onildo Almeida chegou ao Espaço Cultural Tancredo Neves ao lado da esposa, Lenita. Após aplicar o imunizante, Mayara não conteve a emoção. "Eu estou me tremendo", brincou.

"Foi um momento tão esperado pela família toda! Agora a gente está aqui, eu estou realizando o meu sonho, ver ele com saúde e vacinado. Não tenho nem palavras... Conseguimos estar aqui vivos para ver isso. É uma emoção especial", falou a enfermeira.

Onildo também ressaltou que é importante se vacinar, como forma de prevenção. "Pior é a doença. Você vacinado, se você for acometido da doença, ela não tem o mesmo efeito. Vim e me preveni, se a doença me pegar, eu estou vacinado", finalizou.

Nascido em Caruaru, no dia 13 de agosto de 1928, o compositor Onildo Almeida orgulha-se em dizer que é filho da Capital do Agreste. Músicas do caruaruense ganharam destaque e já foram tocadas em diversos países, como Inglaterra, Portugal, Espanha, Suécia, Itália, Estados Unidos, Rússia e até a antiga Tchecoslováquia. Sobre essa conquista, Onildo afirma: "Eu ganhei o mundo sem sair de Caruaru".

Filho de José Francisco de Almeida e Flora Camila de Almeida, Onildo teve o apoio dos pais para seguir no caminho da música. Ainda adolescente, o compositor fez parte de grupos musicais locais, mas foi ao ingressar no rádio que ganhou notoriedade.

Ao longo da vida, o artista sempre buscou entoar nos versos de suas composições o nome da cidade natal. Uma das maiores obras dele, se "A Feira de Caruaru", fala desde coisas comuns às mais inusitadas que são vendidas no local até os dias atuais. Na entrada da feira, que é patrimônio cultural imaterial do Brasil desde 2007, há uma estátua em homenagem ao compositor.

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REPORTAGEM ESPECIAL: A ECONOMIA SOLIDÁRIA ESTÁ NA MODA NO TOQUE DO DESENHO E AO SOM DA ZABUMBA

Toque de Zabumba é um empreendimento atendido pelo Cesol-SSF que trabalha com a confecção de roupas exclusivas, com estampas que retratam a cultura e tradição do Sertão Nordestino.

Uma sala de reboco repleta de elementos que remetem o Sertão. No canto da parede, uma mesa antiga de madeira com um violão envelhecido, uma radiola que embalou muitas festas naquele espaço, um chapéu de couro, panelas e moringas de barro, imagens de santos católicos na parede. Em frente a sala de barro, uma réplica do meteorito de Bendegó, encontrado em 1784 na cidade de Canudos. Ao lado da réplica, uma cobertura aconchegante de madeira, decorada com palhas de coqueiros, que convida qualquer pessoa para um cochilo no balanço de uma rede.

É neste cenário simbólico, cheio de beleza e arte que nascem as produções do artista plástico Gildemar Sena Oliveira ou simplesmente Sr. Gil, como é conhecido popularmente em Uauá-BA, localizada no Norte do estado. O artista produz à mão desenhos temáticos do Sertão, que retratam as vivências, a cultura e a tradição regional em camisas de malha e tecido, vestidos, shorts, calças, macaquitos, bolsas e desenhos em papel canson.

Toque de Zabumba Confecções como é conhecido o grupo familiar atendido pelo Centro Público de Economia Solidária Sertão do São Francisco (CESOL-SSF), entidade vinculada à Secretaria do Trabalho Emprego, Renda e Esporte do Estado da Bahia (SETRE), presenteia os clientes do Vale do São Francisco com a tradição de vestir-se com belas artes.

O traço característico dos seus desenhos são marcados pelo bico de pena com tinta nanquim, técnica que surgiu há mais de 4.500 anos na China e que dá sutileza e vida as produções do artista baiano, a partir do uso intenso da cor preta.

"E eu me encontrei no bico de pena. Primeiro trabalhei com grafite e depois fiz algumas coisas em caneta esferográfica e me encontrei no nanquim. O desenho flui mais. O preto se torna colorido. Eu sinto que tem cores no preto", enfatizou Gildemar Sena.

Gildemar Sena encontra inspiração bebendo da fonte do cangaço, na fonte das histórias que cercam Canudos, da Cultura Popular, da flora e fauna da Caatinga. Segundo Gil, a caatinga faz parte do seu ser e a paixão pelo bioma o inspira diariamente para a criação de novas produções. 

"Eu tenho uma paixão muito grande pela caatinga. É como se ela fosse a minha bateria. Se eu passar muito tempo longe dela fico mal. Sinto a necessidade de estar nas caatingas e sentir o mato batendo no meu peito, sentir o vento, o cheiro da vegetação, as cores", justificou o artista plástico.

Gil se descreve como um cabra que vem das barrancas do São Francisco, especificamente da cidade do Juazeiro, no Norte da Bahia.  Músico, poeta e compositor, Gildemar Sena nasceu no dia 29 de julho de 1957 e durante a infância se destacava com os desenhos que produzia.

Na década de 1970, mudou-se para Guaratuba no Paraná onde morou por 4 anos.  Foi aprovado no concurso público da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) para a área administrativa e conciliava a vida de funcionário público federal com o hobbie do desenho, que logo se tornou uma importante fonte de renda para o artista. Como não tinha acesso à televisão no período, passou a desenhar as animações favoritas como Fred Flintstone e o Manda Chuva e sua Turma.

"Eu nunca me afastei da minha arte. Era muito mais forte do que eu desenhar do que ser funcionário público. Estava como servidor para sobreviver", explicou com muitos risos Sr. Gil.

Ao retornar à Bahia, atuou em Uauá na construção de um hospital. A proposta era morar no local por um ano, mas o clima cultural da cidade acolheu o artista de forma intensa e há quarenta anos se estabeleceu e construiu família. Gildemar Sena é casado com a artista e poetisa Maria Perpetua Socorro Peixinho, conhecida como dona Petinha, tem quatro filhos e seis netos.

Em terras baianas, Sr. Gil também bebeu da fonte artística de Manuca Almeida no início da década de 1980, onde teve acesso pela primeira vez, ao trabalho com confecções, onde também passou a desenvolver desenhos de cunho político.

Gildemar Sena é responsável por presentear, com lindas artes, os clientes do semiárido baiano. As peças ricas em detalhes são confeccionadas por três costureiras de Uauá, que fazem uma nova economia acontecer no Sertão.

Toque de Zabumba Confecções tem promovido a geração de renda para as famílias envolvidas no trabalho e tem ganhado clientes em todo o estado com a produção de bolsas, camisas masculinas e femininas, saias, croppeds, macacões, macaquitos costurados em tecido de algodão cru.

O artista faz os desenhos à punho e trabalha com a técnica de aplicação em serigrafia. O segundo processo fica sob a responsabilidade das costureiras, que dão vida as roupas do grupo, a partir do desenho dos modelos e as confecções das roupas.

Cada modelo possui características próprias que marcam a identidade de quem adquire, além de serem peças únicas, produzidas com exclusividade. Algumas delas seguem as tendências da moda, com cores mais claras, decotes e amarrações, calças pantalona e pantacourt, saias godê, midi, evasê, vestidos curtos e longos de alça.

As peças do grupo são ricas em detalhes e carregam elementos simbólicos do Sertão, que marcam a trajetória do sertanejo, a exemplo do candeeiro, do umbuzeiro, do xique-xique, do mandacaru, do sofrê, da ararinha azul, locais que marcaram a história de Uauá e região, além de homenagear pessoas da comunidade que fazem a diferença com o desempenho dos seus trabalhos como as catadeiras de umbu, o sanfoneiro, o zabumbeiro, o tocador de pífano.

O Centro Público de Economia Solidária Sertão do São Francisco foi inaugurado em 2013 em Juazeiro e atende grupos familiares e empreendimentos em dez cidades do território Sertão do São Francisco, entre elas estão Campo Alegre de Lourdes, Canudos, Casa Nova, Curaçá, Juazeiro, Pilão Arcado, Remanso, Sento Sé, Sobradinho e Uauá.

A entidade atua diretamente com 128 grupos da Economia Solidária, alcançando mais de 1.000 famílias, que recebem assistência técnica da equipe, a partir do processo de qualificação dos produtos, análise das embalagens, rotulagens e, principalmente, no apoio à comercialização, por meio da inclusão nos mercados convencionais, feiras e eventos realizados no território.

A equipe técnica atende o grupo Toque de Zabumba Confecções há aproximadamente um ano, com sugestões para a melhoria dos produtos e apoio à comercialização das peças produzidas pelo artista.

"Temos muito a agradecer ao Cesol por esse carinho e essa reciprocidade no decorrer dos atendimentos. Quando a gente liga para os técnicos ou quando eles vem aqui, percebemos uma atenção especial com a gente, além de orientações que tem permitido o crescimento do nosso trabalho", enfatizou o artista plástico Gildemar Sena. (Fonte: Texto e fotos: Comunicação Cesol-SSF-Sheila Feitosa)

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CAÍ NA ESTRADA COM OS NOVOS BAIANOS É O LIVRO DE MEMÓRIAS QUE MOSTRA INTIMIDADE DO COLETIVO MAIS CRIATIVO DA MÚSICA BRASILEIRA

A intimidade do coletivo mais criativo da MPB. Uma frase como essa poderia vir estampada na capa de "Caí na Estrada com os Novos Baianos", envolvente e muito engraçado livro de memórias de Marília Aguiar, que viveu no olho desse furacão hippie desde seu início.

Menina paulistana, estudante de jornalismo, ela se uniu a Paulinho Boca de Cantor no final de 1969, quando a trupe que inicialmente tinha também Pepeu Gomes, Moraes Moreira, Baby Consuelo e Luiz Galvão era só um punhado de baianos divertidos meio perdidos entre São Paulo e o Rio de Janeiro. A banda morou junto até a sua dissolução, em 1979.

"Eu nunca tive intenção de escrever. Faço produção de show, o que exige uma dedicação muito grande", conta a autora. Em 2017, cuidando de uma turnê de Simone e Zélia Duncan, ela arrancava gargalhadas das cantoras com suas histórias com os Novos Baianos.

Zélia insistiu para que ela escrevesse um livro. Não por acaso, a cantora é autora do prefácio. "Só queria contar as histórias, todas reais, como eu contei para elas, sem compromisso."

Antes de estabelecer residência no mítico sítio em Jacarepaguá, em meados dos anos 1970, os Novos Baianos chegaram a ser, literalmente, nômades. Sem dinheiro, compartilhavam as poucas roupas. Comiam e dormiam em casas de amigos. A "tática" era simples e bem cara de pau. Chegavam antes do jantar e iam ficando. Enquanto anoitecia, cada um começava a dormir em um canto, para acordar só pela manhã.

"Ninguém tinha dinheiro e isso não era problema para a gente", conta Marilinha, como era chamada. Em momento algum eles discutiam sobre sua opção de vida. "A gente não conversava sobre isso, não teorizava se era hippie ou não. A gente não teorizava sobre nada."

Os Novos Baianos produziram seus grandes discos na primeira metade dos anos 1970, conquistando críticos e fãs com sua mistura inusitada de ritmos brasileiros e espírito rock and roll. O que surpreende bastante no livro é saber que, mesmo já lançando álbuns no mercado, continuavam vivendo sem dinheiro.

Quando entrava pagamento de algum show, compravam alguma comida (tinham filhos pequenos na comunidade), muita maconha e, sempre, equipamento para o time de futebol. A paixão de todos pela bola é muito conhecida, mas a intensidade da dedicação ao futebol é outra surpresa do livro.

O futebol era mais importante do que a música. Não aceitavam agenda da gravadora no horário vespertino do sagrado joguinho diário. Chegaram a faltar a uma gravação para o Fantástico, na época a maior divulgação nacional almejada pelos artistas, por causa do futebol.

"Quando pintava dinheiro, iam até a lojinha do Nilton Santos comprar material para o time", conta Marília. "Levavam tudo nas turnês. Tinham uma malinha de primeiros-socorros com a inscrição Novos Baianos Futebol Clube. Tinha até massagista, que era um índio argentino que morava com a gente."

A crítica musical dedicou muito tempo a analisar as propostas estéticas da banda contidas em álbuns essenciais na MPB como "Acabou Chorare", de 1972, e "Novos Baianos F. C.", de 1973, mas a autora pode decepcionar especialistas ao contar que os integrantes não discutiam em momento algum os caminhos de sua música.

"Era muito intuitivo. Completamente natural. Eles não conversavam sobre isso, não teorizavam. Moraes já acordava com o violão, antes de escovar os dentes estava tocando. Pepeu sentava junto e eles tocavam, sem conversar. Aí Galvão pegava um papelzinho e escrevia a letra. Estava pronto, sem falação", recorda a autora.

Narrado em ritmo de conversa de amigos, com informalidade e humor, "Caí na Estrada com os Novos Baianos" tem lugar numa biblioteca básica da MPB.

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PROFESSORA DA URCA LANÇA O LIVRO MINGUIRIBA: MEMÓRIA E IDENTIDADE, COM VALORIZAÇÃO DA HISTÓRIA COMUNITÁRIA

Lançado de forma virtual, o livro “Minguiriba: Memória e Identidade”, de Francisca Eugenia Gomes Duarte, professora efetiva do Curso de Letras da Universidade Regional do Cariri – URCA, doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Mestre em Biblioteconomia pela UFCA pesquisa do Mestrado em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Cariri (UFCA).

O trabalho reúne um rico acervo de depoimentos resultado da pesquisa realizada in loco, pela pesquisadora que irá servir de memória da comunidade, num resgate da história de um povo. A autora é filiada aos Grupos de Pesquisa Memória, Arquivo e Patrimônio – MAPA (UFCA) e aos Grupos de Estudo: Discurso Cultura e Identidade – DISCULTI – (URCA) e GRECOM (UFRN).

Além do livro, foi produzido um documentário rico em depoimentos, onde os narradores do Minguiriba compartilham a sua memória e a sua história, antes ignorada pela historiografia oficial, deixando a informação ao alcance de alunos, professores, pesquisadores e público em geral.

No lançamento, a professora apresentou a comunidade Minguiriba e fez um relato sobre o surgimento e desenvolvimento da sua pesquisa, com a participação da professora Ariluci Goes Elliot, dos Cursos de Graduação e do Programa de Pós-Graduação em Biblioteconomia e Coordenadora do grupo de Pesquisa Memória, Acervos e Patrimônio – MAPA/UFCA, e do professor Marcos de França, dos Cursos de Graduação e do Programa de Pós-Graduação em Letras da URCA e Coordenador do grupo de Estudo em Discurso Cultura e Identidades – DISCULTI.

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