CANTORA TERESA CRISTINA AVALIA QUE SAMBA E POLÍTICA NÃO PODEM CAMINHAR SEPARADOS

 Teresa Cristina não se tornou a “Rainha das Lives” por acaso. Para além de animar as noites dos brasileiros quarentenados durante a pandemia, sua missão, explica, era levar “cultura brasileira para os lares. A cultura escondida nos livros de história”. 

Ao lado de grandes nomes da música brasileira como Chico Buarque, Caetano Veloso, entre outros, interpretando e relembrando o cancioneiro nacional, Tetê, como é conhecida a cantora, também conversou com uma série de políticos e personalidades do país: Lula, Marcelo Freixo, João Paulo Rodrigues, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e uma série de pensadores.

Desde o final dos anos 1990, Teresa Cristina é uma das protagonistas do samba carioca e explica que o samba e a política não podem caminhar separados: “Eu não posso ser sambista e admirar, Zé Ketti, Silas de Oliveira, Paulo da Portela e não gostar de política. Fica faltando alguma coisa”, diz Teresa.

A questão racial, da qual diz não ter tido afinidade até sua entrada na UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), onde formou-se em Letras, também está presente nos temas abordados em sua live. E não seria diferente, afirma, com o 2020 que atravessamos. 

“Eu era contra a Política de Cotas. Era muito mal informada. Sempre trabalhei desde criança, desde os 12 anos de idade e, por poder ter dinheiro para pagar um cursinho pré-vestibular e entrar em uma universidade pública, eu não reconhecia que era privilegiada, sim. A gente não pode ter vergonha de mudar, a gente não pode ter vergonha de aprender”, reflete a cantora. 

Brasil de Fato: Tua relação com o samba nos parece muito intrínseca, mas sempre foi assim? Quando ela surgiu? 

Teresa Cristina: Na minha infância - eu sou dos anos 1970 - era muito influenciada pela cultura norte-americana, pela música preta, a música Disco: Dana Sana, Barry White, Tavares. Eu gostava muito desse estilo musical. 

Quem me apresentou o samba foi meu pai, mas naquele momento, o que eu queria mesmo era ouvir música Disco. Quando eu entrei na UERJ, para estudar letras, é que eu comecei a me formar como cidadã, como um ser político. E eu acho muito importante, quando eu passo meu conhecimento adiante através das lives, a gente não deixar de propagar e passar adiante o conhecimento. 

O samba do Rio de Janeiro nasceu das mãos de uma mulher. Isso é muito importante, mesmo que a história tenha apagado um pouco essa participação. 

Quando eu entrei na UERJ eu era contra as cotas. Olha só! Sempre trabalhei desde criança, desde os 12 anos de idade e, por poder ter dinheiro para pagar um cursinho pré-vestibular e entrar em uma universidade pública, eu não reconhecia que era privilegiada, sim. Mesmo sendo de classe média baixa, meu pai feirante, sustentando cinco filhos, suburbana. Eu tinha algum privilégio.

Quando eu entrei para o movimento estudantil, essa ficha foi caindo para mim. Eu não tenho vergonha de dizer isso, porque podem existir pessoas que também pensem como eu pensava antes de entrar na UERJ. E a gente não pode ter vergonha de mudar, a gente não pode ter vergonha de aprender”.

As tuas lives já se tornaram uma tradição na internet. Mas elas vão para além da música. A quem te compare com Tia Ciata e tudo o que representa as raízes do samba, a oralidade.

A Tia Ciata é quem trouxe o samba para o Rio de Janeiro e isso significa muita coisa. O samba do Rio de Janeiro, que depois foi levado a todos os cantos do Brasil, nasceu das mãos de uma mulher. Isso é muito importante, mesmo que a história tenha apagado um pouco essa participação.

 Eu cresci vendo nas revistas, nas novelas, nos filmes, nas propagandas, nos outdoors, mulheres brancas em lugar de destaque e sucesso 

Ele nasce (o samba) e se mantém, por uma força ancestral. A ancestralidade, através da oralidade, vai se perpetuando. Então eu, como sambista, me sinto nessa missão de passar um conhecimento, de passar adiante o que eu aprendi, o que eu vivi. E foi isso que, de alguma forma, tentei fazer nas lives. 

Momentos difíceis que a gente passou, no mundo todo, aqui no Brasil um pouco mais porque a gente teve uma dificuldade acelerada pelo descaso de algumas autoridades com relação à quarentena, ao isolamento. E eu percebi que muitas pessoas, assim como eu, estavam em casa sem saber o que fazer, sem motivação, sem esperança de sobreviver a essa pandemia. 

A gente se preocupou com a saúde, mas também com a situação financeira. Muitos brasileiros passaram por dificuldades e continuam passando. E eu tentei, através das lives, me aproximar das pessoas, de alguma forma dizer a essas pessoas que elas não estavam sozinhas. 

A música também acabou servindo como pano de fundo para discussões muito maiores, sobre o país, sobre a relação da música com a política.

Eu admiro muito uma cantora, compositora, ativista, chamada Nina Simone. E ela tinha uma fala muito direta, muito forte. E uma das coisas que ela dizia é que o artista, para ser considerado artista, ele tem que refletir o tempo dele. Em outra fala, ela dizia que a liberdade era a maior virtude que um artista, uma pessoa poderia ter. É você se sentir livre. 

Eu não gosto desse pensamento que algumas pessoas têm, e que ouço desde criança, que nesse país não se discute futebol e religião. E por não se discutir religião hoje a gente têm Congresso, câmaras de vereadores cheias de evangélicos fundamentalistas que votam muitas vezes contra o povo.

Não discutir a política cria seres apolíticos. A gente não pode não discutir a política, porque ela interfere diretamente na nossa vida. Política é o preço do arroz, é a discussão antirracista, é  falar sobre segurança, sobre os direitos que as mulheres devem ter sobre seus corpos. Então, a política me atravessa a todo momento.

 Eu não posso ser sambista e admirar, Zé Ketti, Silas de Oliveira, Paulo da Portela, e não gostar de política. Fica faltando alguma coisa 

Quando a gente despolitiza as coisas, a gente perde nossa fala, nosso direito de reivindicar. Por isso não gosto de ser isenta, de ficar em cima do muro. Acho que a gente tem que assumir nossas posições. Até porque ninguém está sempre 100% certo.

A gente está em um país que sofreu muito com uma ditadura, onde muita gente desapareceu. Um país que acabou de tomar um golpe horroroso, um país que prendeu um presidente injustamente, sem provas. Um país que "impeachmou" uma mulher, com um discurso misógino, machista, fascista. O que fizeram com a Dilma foi muito feio.

E, como artista, me sinto no dever de me posicionar sobre certas questões. Se eu influencio alguém, se as minhas ações são ouvidas por alguém, eu não posso não passar minha verdade para essas pessoas. 

Eu não posso ser sambista e admirar, Zé Ketti, Silas de Oliveira, Paulo da Portela, e não gostar de política. Fica faltando alguma coisa.

E ao falar sobre política no Brasil e sobre esses mestres do samba, é impossível deixar de lado a discussão sobre o racismo estrutural brasileiro?

O primeiro avanço foi admitir a existência do racismo estrutural. De um racismo que está além das nossas falas, além da percepção. São "pequenos detalhes" que cercam a gente a vida inteira. Eu cresci vendo nas revistas, nas novelas, nos filmes, nas propagandas, nos outdoors, mulheres brancas em lugar de destaque e sucesso. Como eu vou acreditar que uma mulher negra é tão valorizada nessa sociedade, quanto aquela mulher que está sempre em evidência?

 Foi um ano marcado por essa discussão antirracista e essa luta vem de muito tempo, mas a discussão chegou mais cedo e ainda não acabou 

A mulher tem sempre os mesmos gostos, a mesma cor da pele. Estão sempre em um status de poder e os empregados são pretos. Como eu vou me transportar para a realidade? Eu vou achar que isso é verdade. Quer dizer, o poder está sempre com a pessoa branca e a pessoa negra é subserviente, recebe ordem, é humilhada. Quando ela tenta sair do lugar onde está, é chamada de insolente, como eu já fui chamada. De insolente, de abusada, autoritária. 

Tinha um professor de cultura brasileira na Universidade. Quando eu reclamei com ele sobre o olhar do Gilberto Freyre, o autor de Casa Grande e Senzala, quando ele dizia que a miscigenação amenizou a relação entre o senhor de engenho e os escravos, e eu dizia que essa palavra foi construída em cima de muito estupro, de muito sexo sem sentido, sem permissão, ele dizia que eu era muito revoltada, muito rancorosa. 

Esse tipo de resposta que as pessoas dão, nasce de um racismo estrutural. A resposta do Mano Menezes (ex-técnico do Bahia), quando o Gerson (meia do Flamengo) diz que foi vítima de racismo dentro de campo, ele (o Mano) fala com ele (o jogador): “malandragem não”. Na visão da branquitude ainda ligada a esse racismo estrutural, a malandragem está ligada à pele preta. 

Então, foi um ano que foi marcado por essa discussão antirracista. Porque essa luta vem de muito tempo, mas a discussão chegou mais cedo e ainda não acabou. Porque ainda temos o mesmo discurso de volta. Nós estamos em dezembro de 2020. Não é para o Mano Menezes falar aquilo. Não cabe. 

Quando você entra nas redes sociais do Bahia, a quantidade de gente branca defendendo o colombiano, dizendo: "ah, ele não sabe nem falar português direito, como ele foi racista?". Para ser racista você não precisa falar nenhuma palavra. Com um gesto você pode ser.

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PREFEITOS ELEITOS TOMAM POSSE EM 5472 MUNICPIOS; 96 FICAM PENDENTES

Os novos prefeitos de 5.472 municípios brasileiros tomam posse nesta sexta-feira (1º) para um mandato de quatros anos, após terem sido eleitos com a maioria dos votos válidos nas eleições de novembro.

Em 96 municípios, contudo, os prefeitos eleitos ainda não tiveram seu registro de candidatura deferido e seguem impedidos de tomar posse, segundo os dados mais atualizados disponíveis no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Nesses locais, o presidente da Câmara Legislativa deverá assumir a prefeitura interinamente. Há casos em que o TSE já negou o registro do candidato eleito e determinou nova eleição. A previsão é que os novos pleitos ocorrem somente a partir de março, e nenhuma data de votação foi marcada até o momento.

Em outras situações, o prefeito eleito possui recurso pendente no TSE e é possível que ainda consiga tomar posse em algum momento do ano que vem. Entre estes, há ainda aqueles cujo destino depende de uma definição do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito da Lei da Ficha Limpa.

Em ao menos quatro cidades - Angélica (MS), Bom Jesus de Goiás, Pinhalzinho (SP) e Pesqueira (PE) – os prefeitos eleitos tiveram seus recursos eleitorais paralisados devido a uma liminar (decisão provisória) do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que reduziu o alcance da Lei da Ficha Limpa.

A controvérsia gira em torno de saber quando começa a contar os oito anos de inelegibilidade  previstos na Lei da Ficha Limpa, se a partir da condenação em órgão colegiado (segunda instância ou tribunal superior, por exemplo) ou a partir do fim do cumprimento da pena.

Isso porque Marques suspendeu monocraticamente (de modo individual), a expressão “após o cumprimento da pena” do artigo da Lei da Ficha Limpa que trata da contagem do prazo de oito anos de inelegibilidade em caso de condenação por órgão colegiado (segunda instância, por exemplo). A decisão, na prática, reduz o alcance da punição.

O presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, decidiu paralisar os processos dos prefeitos eleitos que apresentaram recurso com base na decisão de Marques. Nesses casos, a definição se eles tomarão posse ou não só será alcançada após o plenário do Supremo pacificar a controvérsia sobre a Ficha Limpa.

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MEGA DA VIRADA: DOIS APOSTADORES DIVIDIRÃO PRÊMIO DE r$ 325 MILHÕES

Dois apostadores vão dividir o prêmio de R$ 325.250,216,46 da Mega Sena da Virada de 2020. Cada aposta levará R$ 162.625.108,22. Um dos vencedores é de Aracaju (SE). A outra aposta que acertou as seis dezenas foi feita de forma eletrônica pelo site da Caixa ou por aplicativo.

Outros 1.384 apostadores acertaram cinco dezenas e cada um levará R$ 48.978,81. Já a quadra teve 105.342 apostas vencedoras e cada uma receberá  o prêmio de R$ 919,27.

O sorteio foi feito nesta quinta-feira (31/12) nos estúdios da TV Globo, em São Paulo, e transmitido para todo o Brasil. A Mega teve os seguintes números sorteados: 17 - 20 - 22 - 35 - 41 - 42.

O valor é considerado o maior pago da história da Mega-Sena. A estimativa inicial era de um prêmio de R$ 300 milhões, mas o volume de apostas fez com que as cifras aumentassem em mais de R$ 25 milhões. 


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ARISTÓTELES: A ESPERANÇA É O SONHO DO HOMEM ACORDADO

A esperança é o único bem comum a todas as pessoas; aqueles que nada mais têm, ainda a possuem, pois esta é como um dom divino plantado em nossas almas. A esperança precisa pulsar forte em nós como uma energia a nos impulsionar para seguirmos adiante contra toda desesperança…

O novo muitas vezes nos apavora, pois nos tira de nossa zona de conforto. Mas é preciso seguir por novos caminhos…É preciso ter a coragem de sonhar e de acreditar nos sonhos. É preciso atingir o cume da existência e celebrar o melhor da vida!

Tenha uma abençoado e produtivo ANO NOVO 2021 

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CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES REALIZA CERIMÔNIA DE ENTREGA DE TÍTULOS DE CIDADÃOS DE EXU, TERRA DE LUIZ GONZAGA

A Câmara Municipal de Vereadores de Exu, Pernambuco, Terra de Luiz Gonzaga e de Barbara de Alencar, realizou na noite desta quarta-feira (30), a solenidade entrega do certificado do Título de Cidadão de Exu. A honraria é concedida às personalidades que contribuíram, de alguma forma, com o progresso socioeconômico, cultural e turístico do município.

Foram agraciados com o título: Benevuto Ferreira Sobrinho, Italo Lino de Souza, Valdiney Vital Guedes (Ney Vital), Marcos Sergio Ferreira, Antonio Kydelmir Dantas de Oliveira, Juliana Maria Borges e Felipe Soares da Silva.
Devido a pandemia da Covid-19, a vice diretora do Projeto Asa Branca, professora Aline Justino representou os novos  filhos de Exu, Terra de Luiz Gonzaga e de Barbara de Alencar, que não puderam comparecer ao evento.

O empresário Italo lino de Souza, nascido em Juazeiro Bahia, emocionado renovou o seu amor a Exu e vida e obra de Luiz Gonzaga. "Mais uma vez e sempre lembrarei das centenas de viagens para Exu com o meu saudoso pai, Neto Tintas, as conversas debaixo do pé de Juazeiro e as lições para sempre que puder servir com paixão e devoção a cultura brasileira, a Exu e as causas sociais em nome de Luiz Gonzaga". 

Nascido em Nova Floresta, Paraíba, o escritor e pesquisador Kydelmir Dantas, revelou a emoção e gratidão que recebeu a mensagem, através do vereador José Pinto Saraiva Júnior, da nossa indicação e aprovação para receber o honroso título de Cidadão Exuense.
 
"Agradeço a Deus esta emoção e aos meus pais Angelita Dantas de Oliveira e Manoel Batista de Oliveira (in memoriam) por terem me encaminhado pelas estradas da vida, com perseverança e Fé", escrebeu Kydelmir em suas redes sociais. 

A Casa Legislativa de Exu, Pernambuco é composto peloe vereadores:
Antonio Parente Sobrinho
Cícero Vieira da Silva
Davi Moreira de Alencar
Fernando Adevando Bezerra
Francisco Justino da Silva
Iranley Ulisses Cavalcante
João Carlos Cardoso Bento
José Lopes de Araujo
José Pinto Saraiva Junior
Maria de Fatima Pinto Saraiva
Miguel Moreira da Costa
Rigoberto Amaro de Alencar
Roberto Bento Nascimento

O jornalista Ney Vital, nascido em Areia, Paraíba, disse que é uma honra se tornar filho da terra de Luiz Gonzaga, rei do baião, pernambucano de Exú, terra de bravos. "Terra que nos legou o pioneirismo de mulheres guerreiras e libertárias, que foi Bárbara de Alencar, revolucionária de 1817”.


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VOCÊ AGUENTA SER FELIZ: SER FELIZ É QUASE UMA DIETA, UMA ALIMENTAÇÃO BALANCEADA NA ALMA

Eu fiz uma cirurgia bariátrica há muitos anos, de maneira estabanada, para me livrar dos meus antigos 150 quilos. Meu pai morreu do coração aos 45 anos, e eu não podia continuar com aquele peso. O médico diz que você vai poder comer de tudo. O problema é que você passa a beber de tudo também.

Eu quase virei alcoólatra. Como, aliás, acontece com muitas pessoas que fazem bariátrica sem se preparar antes e sem supervisão depois. E foi para cuidar dos meus excessos —de cigarros, bebidas, cafés, refrigerantes e remédios para dormir— que eu, graças a Deus, conheci o médico psiquiatra Arthur Guerra. Ele transformou a minha vida não me entupindo de mais remédios, mas tirando esses remédios e me entupindo de esportes.

Guerra me botou para fazer triatlos e maratonas e me fez descobrir um mundo que acorda às 5 da manhã e dorme exausto e feliz às 10 da noite.

Mas, de tudo o que Arthur Guerra me ensinou, nada é mais brilhante do que a pergunta dele que eu coloquei em cima da minha mesa de trabalho e a que tento responder todos os dias: “Nizan, você aguenta ser feliz?”. Esta, querido leitor e querida leitora, é a pergunta que dou de presente de Ano-Novo depois de um ano de tantas tristezas, mas também superações. Você aguenta ser feliz?

A pessoa luta para alcançar determinados objetivos na vida e, se e quando consegue atingi-los, quer mais e mais. A gente sonha com uma meta e, quando chega lá, começa a sofrer atrás de outra mais distante. Pedimos aos céus o que não temos, em vez de agradecermos o que já temos. E, quando atingimos o que tanto queríamos, aí queremos neuroticamente um novo objetivo. Ou seja, estamos sempre deixando para ser feliz na próxima conquista. Isso pode ser (e é) motivador, mas muitas vezes é enlouquecedor também.

Então meu ponto aqui é que a felicidade, como tanta coisa nessa vida, é uma questão de disciplina.

O dalai-lama diz que a felicidade é genética ou treinada. E de fato tem gente que é feliz por natureza. Para nós, a grande maioria, ela é uma conquista. É como se fosse uma outra carreira, interna: administrador de si mesmo.

E essa pessoa insaciável retratada nesta coluna está, em maior ou menor grau, dentro de todos nós. Os felizes não a escutam muito. Os infelizes são dominados por ela.

Esse comportamento nos leva a fazer duas coisas que são absolutamente inúteis: tentar corrigir erros de coisas que ficaram no passado e postergar a felicidade para conquistas que enxergamos no futuro. Como passar 2021 tentando corrigir os fracassos de 2020 ou adiando a felicidade para 2022.

Por isso, a pergunta é necessária. Será que você aguenta ser feliz? Até porque as melhores coisas da vida não têm preço: amor, família, amigos, fé, respiração.

Ser feliz é quase uma dieta, uma alimentação balanceada da alma. Que mistura bens materiais e, principalmente, imateriais.

Essa é uma reflexão para você, pessoa física, mas que pode ajudar muito a pessoa jurídica. Por isso Harvard tem tratado tanto da administração da pessoa ao tratar da administração da empresa.

O que desejo a você, leitor, é o que eu me desejo em 2021 e será o meu desafio diário: que você lute para ser as coisas que queira ser, mas não despreze o que é conquistado, o que já é. E que viva 2021, e não 2020 ou 2022.

Até porque o ano que começa será, tem que ser, um ano de cura, de vacina, de virada e de vida. 2020 foi um ano de grande tristeza. De muitas perdas. De muitas e duras lições.

Ficamos desesperados e muito tristes, e essa tristeza era inevitável. Mas a vida precisa da felicidade, e a felicidade precisa da vida. FELIZ ANO NOVO.

*Nizan Guanaes é publicitário

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CUBA TERÁ VACINA PRÓPRIA CONTRA COVID-19 EM SEIS MESES

Cuba poderá imunizar toda sua população contra o coronavírus com uma vacina própria no primeiro semestre de 2021, afirmou o diretor do Instituto Finlay de Vacinas (IFV), Vicente Vérez Bencomo.

O país está em capacidade “para imunizar a população cubana contra o vírus SARS-CoV-2 no primeiro semestre de 2021”, garantiu Vérez, citado nesta terça-feira (29) pelo jornal oficial Granma.

Vérez fez a afirmação diante do presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, durante uma visita ao IFV, onde duas vacinas candidatas contra a covid-19 são elaboradas: Soberana01 e Soberana02.

As “soberanas avançaram significativamente no ensaio clínico: a 01 vai terminando a Fase 1, e a 02 entra na Fase 2”, informou Vérez.

Ele destacou que as duas vacinas demonstraram confiança em relação à segurança e à resposta imunológica, mas “a Soberana 02 em específico, por suas características, mostrou uma resposta imunológica precoce (aos 14 dias), o que permite passar para a Fase 2 de ensaio clínico mais rapidamente”.

O funcionário explicou que, em janeiro, cerca de 1.000 voluntários serão vacinados nas diferentes formulações da Soberana 02, “para, mais tarde, após as avaliações e permissões exigidas, entrar na Fase 3” com a participação de cerca de 150.000 pessoas em Havana.

As negociações para desenvolver a fase 3 de ensaio clínico da Soberana 02 também avançam em outros países, devido à baixa prevalência da covid-19 na população cubana, acrescentou.

O Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia também trabalha em outras duas candidatas de vacina contra a covid-19, denominadas Mambisa e Abdala.

Os cientistas cubanos têm experiência na obtenção e na fabricação de vacinas. O programa nacional de vacinação para toda infância conta com 11 vacinas contra 13 doenças. Oito delas são fabricadas na ilha.

Embora atualmente enfrente um aumento de casos, devido à abertura das fronteiras, Cuba, com 11,2 milhões de habitantes, mantém a propagação da doença sob controle, com 11.434 casos e 143 mortes até domingo, números baixos em comparação com seus vizinhos da região.
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