WEBNÁRIO TECENDO REDES: FUNDAÇÃO CASA GRANDE E O TURISMO SUSTENTÁVEL NA CHAPADA DO ARARIPE


 O xilógrafo José Lourenço, participou na noite desta quarta-feira (23) do 5º Webinário Tecendo Redes: Fundação Casa Grande e o Turismo Responsável na Chapada do Araripe, promovido pela Casa Grande Memorial Homem do Kariri, Nova Olinda, Ceará. 

O Webinário acontece até o dia 30 de setembro. O objetivo do webnário é dar voz e vez para quem, do local ao territorial, materializa a identidade cultural provocando a inclusão social e o desenvolvimento econômico por meio do turismo responsável, de base comunitária.

O propósito é contar as experiências, de como são estimulados e qualificados os negócios da cadeia produtiva do turismo e da economia criativa, a exemplo da instalação das hospedagens e a implantação de pólo gastronômico; apoio a fomentação de arranjos produtivos local; regularização de transportes alternativos; criação de operadora turística; promoção de eventos; realização de pesquisa científica e formação acadêmica e, idealização de rede de Museus Orgânicos, no território.

O Mestre da cultura José Lourenço falou sobre a Arte Popular na Chapada do Araripe. A mediação do Webnário é do bacharel e mestre Turismo, Junior Santos, Sócio-Diretor na empresa Modus Cariri e Coordenador do Teatro Violeta Arraes Engenho de Artes Cênicas na empresa Fundação Casa Grande - Memorial do Homem Kariri.

O mestre José Lourenço está há mais de trinta anos na Lira Nordestina e chegou a trabalhar com as filhas do fundador, o alagoano José Bernardo da Silva. Ele revelou que o seu objetivo continua sendo o de popularizar a arte e atender ao público que vem para as romarias de Juazeiro do Norte, assim como aos comerciantes da região, imprimindo os cordéis, santinhos e orações para as novenas.

Lira Nordestina é a histórica tipografia que transformou a cidade de Juazeiro do Norte em um dos principais centros da valorização do cordel em todo o País. Da editora, criada em 1936, saíram ilustrações que enfeitam galerias de arte e inúmeras capas de cordéis, os folhetos de poesia nordestina que são reconhecidos como patrimônio cultural brasileiro pelo IPHAN.

Atualmente, trabalham na gráfica ainda xilógrafos que detêm a arte centenária do entalhe em madeira para criar gravuras e carimbá-las em papel. Para continuar a viver deste ofício, eles formaram a Associação dos Xilógrafos e Artesãos do Cariri e criaram produtos para tornar a xilogravura acessível ao público.

Apesar das dificuldades vividas diante do distanciamento social o trabalho continua, de acordo com José Lourenço. Atualmente a Lira Nordestina é de responsabilidade da Universidade Regional do Cariri (URCA), os artesãos atendem os clientes pelas redes sociais. 

Em 1982, a Lira Nordestina foi comprada pelo Governo do Estado e, seis anos depois, incorporada à URCA. Lourenço conta que gráfica passou a ter uma importante função acadêmica e educativa, mas com a perda de convênios, os xilógrafos passaram a ter dificuldades de continuar. 

“Dez anos atrás tive a ideia de fazer uns azulejos, cerâmica com xilogravura. A gente começou a abrir a mente para novas ideias de novos produtos, foi aí que a gente começou a sobreviver com a arte da xilogravura. De repente a gente estava fazendo jogo americano, caminho de mesa, tudo introduzindo a xilo: chinelos, quadros, camisas, produtos na linha do artesanato”, lembra ele.

As produtos foram bem aceitos pelos clientes e tinham boas vendas nas feiras de artesanato e na própria sede, quando a Lira recebia a visita de estudantes e pesquisadores. Contudo, desde o início do isolamento social, a gráfica foi fechada e os eventos suspensos.

Atualmente o Instagram é o canal por onde as pessoas podem conhecer e adquirir produtos originais da Lira Nordestina. José Lourenço vai aos poucos ganhando familiaridade com as redes sociais. Desde março ele vem participando de lives. Em seu perfil @jose.lourenco.xilo, os interessados podem conversar com o artesão e fazer encomendas. 

“A gente teve que se adaptar, já era necessário e agora é a única forma de a gente tem para trabalhar e não deixar morrer a arte da xilogravura”, afirma ele.

Um dos projetos que a Lira Nordestina espera concretizar tão logo seja reaberta é a criação de um Museu do Cordel, onde serão expostas obras raras como as capas originais de cordéis de 1950 que compradas pelo próprio José Bernardo, além do maquinário original e móveis antigos. “Acredito que o museu vai ser um dos projetos mais importantes da história do cordel no Brasil, anuncia.

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FÓRUM POPULAR DE CULTURA PROMOVE LIVE COM A GESTÃO MUNICIPAL SOBRE A LEI ALDIR BLANC EM PETROLINA

O Fórum Popular de Cultura de Petrolina é uma organização política autônoma de trabalhadores/as da cultura de várias linguagens artísticas e que tem buscado o fortalecimento da classe cultural do município visando o planejamento e execução de ações para promoção, valorização e democratização da cultura.

Nesta quinta-feira, 24/09 às 19h, O Fórum promoverá mais uma live em seu canal no Youtube para tratar sobre a Lei de Emergência Cultural nº 14.017/2020, conhecida como Lei Aldir Blanc.

Na primeira conversa o FPCP teve a participação do Governo  do Estado de Pernambuco na pessoa de Tarciana Portella, Assessora de Cooperação e Redes Culturais - Secult PE; e do Conselho Estadual de Políticas Culturais – CEPC PE na pessoa de Williams Santana.

Desta vez, a conversa contará com a participação da Gestão Cultural do Município  de Petrolina, tendo como representantes o Secretário Executivo de Cultura, Cássio Lucena, o Diretor de Cultura, Marcone Melo, e o Agente Cultural – Servidor Público Efetivo, Sérgio de Sá. A mediação será feita pelos representantes do Fórum, o produtor cultural, fotógrafo e cineasta Chico Egídio; e a atriz, editora de vídeos e produtora cultural Camila Rodrigues.

Na ocasião, será debatido como o município irá executar os recursos na Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, tendo em vista que o Plano de Ação já foi aprovado pelo Ministério do Turismo, podendo ser acessado na Plataforma Mais Brasil, e o Termo de Adesão já foi assinado, possibilitando que o recurso no valor de R$ 2.262.000,00 seja repassado à Petrolina ainda este mês de setembro.

Para os/as trabalhadore/as da cultura que tiverem dúvidas sobre como acessar os recursos da lei ou mesmo sobre o cadastro municipal, podem acompanhar a conversa ao vivo e fazer suas perguntas, pois esse momento será justamente para que a classe cultural, artistas, técnicos/as e produtores culturais sejam ouvidos diretamente pela gestão. Será um espaço de diálogo, escuta e interação entre a classe de trabalhadores/as da cultura e a gestão municipal.

Para acompanhar, basta acessar o canal do Youtube do Fórum Popular de Cultura de Petrolina. A live acontecerá amanhã (quinta-feira, 24) às 19h.

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SECA AVANÇA EM PERNAMBUCO E ATINGE METADE DO TERRITÓRIO, APONTA MONITOR

Dados do Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) mostram que, em agosto, Pernambuco registrou expansão de área seca fraca - regiões de estiagem. De acordo com os índices, o aumento foi de 37,68% em julho para 54,29% no último mês. 

O Governo do Estado decretou situação de emergência por estiagem em 55 municípios do Sertão, em 11 de setembro, e mais recentemente, no último sábado (19), em mais 59 cidades do Agreste. Ou seja, atualmente há 114 dos 184 municípios pernambucanos em emergência por causa da seca.

Segundo o monitor, a expansão da seca em agosto ocorreu justamente para o Litoral Norte e Agreste, além do surgimento de seca fraca no Sertão. "Esta com impactos de curto prazo. Houve mudanças nos impactos da seca no Sertão do São Francisco e no centro do estado, que passaram de longo para curto e longo prazo. No leste, os impactos permanecem de curto e longo prazo", diz nota técnica oficial da ANA.

A situação de seca aumentou em 12 dos 19 estados acompanhados pelo monitor. Além de Pernambuco, foi registrado progesso na estiagem em Alagoas, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins. Em Pernambuco, a ANA ressalta que o grau de severidade da seca se manteve.

A redução de áreas com o fenômeno aconteceu somente na Bahia e no Espírito Santo, sendo que o Distrito Federal se manteve sem seca. Enquanto Mato Grosso do Sul manteve 100% de seu território com seca, os três estados do Sul – Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina – ainda não podem ter sua situação comparada com meses anteriores porque estreiam no Mapa do Monitor de agosto, que é o mais recente.

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PETROLINA É CIDADE PALAVRA CANTADA E DECANTADA EM VERSO E PROSA

A maior cidade do Sertão de Pernambuco, que polariza os limites da famosa Ponte Presidente Dutra com a vizinha Juazeiro(BA), chegou aos 125 anos de emancipação neste 21 de setembro de 2020. A cidade, o rio São Francisco que lhe mapeia e as histórias ribeirinhas já foram abordadas nas várias linguagens artísticas: da música às artes plásticas, cinema e literatura. No cancioneiro da MPB, poetas e compositores já decantaram Petrolina com sucesso alinhado seus versos na trilha do pertencimento, das belezas naturas e de seu povo, sempre tendo o Velho Chico como protagonista.

Para citar alguns de seus criadores, tomemos o filho da terra Geraldo Azevedo, como ponto de partida ao expor seu "eu lírico" para com oseu berço natal. No segundo disco de sua carreira, intitulado apenas Geraldo Azevedo(1977), em parceria com Carlos Fernando, uma das mais inspiradas e autobiográfica canções dele é "Barcarola do São Francisco", em cuja letra narra sua partida para o Rio de Janeiro, tendo Petrolina como endereço e cenário de despedida:

É a luz do sol que encandeia(...)Vento, vela a bailar/Barcarola do São Francisco/Me leve para o mar/Era um domingo de lua/Quando deixei Jatobá/Era quem sabe a esperança indo à outro lugar/Barcarola do São Francisco/Velejo agora no mar/Sem leme, mapa ou tesouro/De prata ou luar(...).

Independente de saudosismo, no início da carreira já com os pés no chamado Sul Maravilha, lançava de longe seu olhar sob o pertencimento das coisas que ficaram na sua memória fotográfica do passado e de sua origem na comunidade do Jatobá que está sempre plena e viva no filme de sua vida real.

Uma das canções mais conhecidas no país que fala de Petrolina é o xote "Petrolina e Juazeiro", gravada no final da década de 1970 pelo grupo Trio Nordestino e depois pelo autor pernambucano Jorge de Altinho que na década de 1970 morou na região. O compositor confronta de forma poética as duas cidades, buscando eliminar um possível senso de disputa e bairrismo, inserindo os dois territórios no campo das belezas naturais, como reforça na letra:

Nas margens do São Francisco nasceu a beleza e natureza ela conservou. Jesus abençoou com sua mão divina/Pra não morrer de saudade vou voltar pra Petrolina/Do outro lado do rio tem uma cidade/Que na minha mocidade visitava todo dia/Atravessava a ponte, ai que alegria/ Chegava em Juazeiro, Juazeiro da Bahia(...) Juazeiro, Petrolina/ Todas as duas eu acho uma coisa linda/Eu gosto de Juazeiro e adoro Petrolina/.

Em 1986, em um dos seus melhores discos "Mestiço é isso"(1986), Moraes Moreira em parceria com o Geraldo Azevedo, também carimbou uma canção batizada de "Petrolina e Juazeiro", usando as águas do Velho Chico como referência de batismo e unificação das cidades ribeirinhas.

"Meu barco é meu coração que vai sem mágoa/ Nas águas deixa paixão até o cais/ Beira de rio/ Pernambuco e Bahia/ Todo vapor Marinheiro pode trazer Meu amor Juazeiro/ Bela menina pode trazer meu amor Petrolina".

Filho de Petrolina radicado há mais de 30 anos em São Paulo o compositor, cantador e cordelista Aldy Carvalho, jamais quebrou seu cordão umbilical com a cidade natal. Suas temáticas sempre estão focadas no Nordeste, no Sertão e na caatinga. A ampla percepção das lembranças da infância se atualiza com o presente. Um de seus primeiros discos, o Redemoinhos, gravado em LP e depois reeditado em Cd (1999/2000), trafega pelo imaginário de temas que traduzem a amplitude de suas memórias vivas desde a infância em Petrolina. Não por acaso, ele dedicou o disco à cidade de Petrolina "O Sertão que vive em mim"

Nascido em de Santa Cruz, onde passou parte da infância, Virgílio Siqueira, radicado há décadas em Petrolina é um dos maiores poetas em atividade no Estado, com vários livros publicados e projetos independentes. Na edição de Vaga-lumear (2011), o leitor encontra Petrolina como pano de fundo no belo (trabalhado e inspirado) poema "A essência do nosso sonho", no qual expõe o homem e mulher inseridos na grandeza do sertão em que Petrolina é o cenário com beleza e energia do Velho Chico.

Do encanto do teu nome/Nosso lume se espalha pra todo canto/ Em tua chama de esperança – amor e fé/ Com bravura, luz e força – o homem brandura e acesa fibra – a mulher /Bebem a energia do rio/ Úmido manto a nos acolher em seu leito/ Para mais um desafio/ Com a certeza de vencê-lo, ativa no peito/ Brotam daqui, Petrolina/Da entranha dos húmus do teu chão/À agridoçura do sumo dos teus frutos/A essência do nosso sonho e suor/ Nossa força e suporte, por ti: nosso trabalho/ Nosso sentido mais forte, por ti: nosso amor.

Com dez anos de carreira, só em 1982 foi que Alceu Valença conquistou o grande público por conta de estouro de Tropicana do disco Cavalo de Pau. O disco tem "Rima com Rima" em que o compositor provoca: Se eu rimar rima com rima/É tangerino tangerina(...)/Pirapora Petrolina/ Pirapora o teu destino é Petrolina/ Rimando remo com rima/É rio é maré e é mar". Enfim, Petrolina continua sendo terra sempre cantada e decantada.

 Texto *Emanuel Andrade, jornalista, professor do curso de Jornalismo em Multimeios e Doutor em Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP).

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É PRIMAVERA: ÁRVORES REFORÇAM A IDÉIA DE RENOVAÇÃO E DA RESILIÊNCIA

Árvores coloridas reforçam a ideia da renovação e da resiliência. Quem não parou para admirar a beleza dos ipês no meio da correria do dia a dia? Tirar aquela tradicional foto ao lado das árvores que colorem Juazeiro e Petrolina virou marca registrada. Alguns colecionam várias fotografias de anos anteriores e não perdem uma floração, outros curtem apenas observar e há aqueles que têm a sorte de contemplar em frente de casa um jardim de ipês. 

A primavera de 2020  teve inicio às 10h31min de 22 de setembro. A reportagem do BLOG NEY VITAL flagrou a floração de alguns Ipês, acácia-amarela, craibeira em Juazeiro e Petrolina dando sinais da renovação da natureza. É primavera e hoje no sertão nas primeiras horas da madrugada o tempo foi nublado.

A tendência agora é de calor, secura e continuidade da estiagem. De acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac), com a chegada da primavera, há uma mudança no regime de chuvas e temperaturas, marcando o período de transição entre as estações chuvosa e seca, principalmente, no setor leste do estado. O sertão já se encontra na estação seca, e no final da primavera, começa a pré-estação chuvosa.

De acordo com Patrice Oliveira, gerente de meteorologia da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), os próximos três meses são os mais secos do ano.

"Não chove quase nada, principalmente no semiárido, em parte do Agreste e do Sertão. A umidade baixa muito, então nós temos sempre que estar monitorando essa umidade do ar para lançar alertas quando necessário", afirmou em entrevista ao Bom Dia Pernambuco desta terça-feira (22).

Mas nem tudo é aridez. Conforme as fotos aos poucos, os Ipês surgem. Um ponto amarelo aqui e outro ali. Admiradores dos ipês aproveitam para sair às ruas e curtir a floração.

A bióloga e mestre em ecologia Paula Ramos Sicsú explica que os ipês florescem em períodos diferentes. O primeiro a florir é o roxo, seguido do amarelo, do branco e, por último, o rosa. “É normal que eles não floresçam no mesmo período, porque isso é uma vantagem evolutiva, tanto para os polinizadores, que terão comida por mais tempo, quanto para as plantas, que, ao longo da evolução, acharam por bem o espaçamento para que garantissem a produção das estruturas reprodutoras”, destaca.

Segundo Paula, há períodos críticos, também, nos quais algumas espécies podem ser encontradas fora da época. “Às vezes, teremos amarelo ou rosa fora da época, mas, em geral, eles vêm juntos, estão síncronos. A variabilidade é algo natural”, afirma. Para a bióloga, independentemente da cor, o importante é aproveitar a beleza das árvores. 

“Particularmente, gosto bastante que cada espécie floresça em um período distinto. Assim, podemos apreciá-los com exclusividade e a beleza se alterna enquanto perdura por mais tempo. Quase como acompanhar de forma particionada a composição de um arco-íris”, completa. 

Gildo Jose da Silva, multiplicador da agroecologia, diz que outubro é o auge da florada dos ipês. Os ipês são conhecidos por caibrera (Ipê amarelo) e pau d´arco (Ipê rosa). Os ipês são caducifólias, ou seja, perdem todas as folhas que são substituídas por cachos de flores de cores intensas. São árvores de grande porte que gostam de calor e sol pleno, sendo assim, se explica a grande quantidade de ipês nas regiões de sertão, agreste e Cariri.

Além de belos os ipês são místicos, sendo usada no semiarido para procurar água no subsolo pelos adeptos da radiestesia. “Isso funciona porque todas as pessoas têm a capacidade de perceber, inconscientemente, as radiações do ambiente, como as que são produzidas pela água em movimento. Elas geram impulsos musculares que acabam se refletindo na forquilha”, afirma Sérgio Areia, presidente da Associação Brasileira de Radiestesia (Abrad).

Versos do poeta Patativa do Assaré: 

"Aquela árvore pobre e ressecada/ Pelos feios carunchos corroída/ Foi outrora, na luz da sua vida/ Qual rainha do campo, coroada/ É um velho pau-d´arco, e quem da estrada/ O contempla, sente ainda dolorida/ A sua haste parece assim erguida/ A estátua da glória já passada/ Aqui dentro do peito eu também tenho/ Infeliz coração, fiel desenho/ Do pau d´arco daquela soledade/ Com o peso dos anos abatido/ Sem prazer, sem amor e carcomido/ Dos carunchos cruéis de uma saudade".

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ESTÁTUA DO PADRE CÍCERO, EM JUAZEIRO DO NORTE, É REABERTA PARA VISITANTES

A faixa 1 do Lado B do disco "Forró de Cabo a Rabo" (1986), de Luiz Gonzaga, apresentou o verso: "Olha lá, no alto do Horto, ele está vivo, padre não está morto". A música "Viva Meu Padim" faz referência à estátua de 27 metros do Padre Cícero que se tornou cartão-postal de Juazeiro do Norte, Ceará. Ano passadoa estátua completou 50 anos. 

A Colina do Horto, onde está erguido a Estátua do Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, foi reaberta para visitação após seis meses fechada. A organização está restringindo o número de pessoas e o comércio está funcionando com 50% da capacidade. Anualmente, o lugar atrai, em média, 2,5 milhões de pessoas.  

Há fiscais no portão que dá acesso tanto ao monumento, como ao Museu Vivo do Padre Cícero, ao muro que marca a Sedição de Juazeiro, de 1914, e à Igreja de Bom Jesus do Horto.  

Segundo a gestora da Colina do Horto, Francisca Maria de Santana, a reabertura vem seguindo todas as medidas sanitárias exigidas pelo Estado e Município. “Fizemos adaptação de álcool em gel e pias para lavar as mãos no casarão, na estátua, na entrada da colina, no acesso à igreja. Tudo para que possam entrar com segurança”, descreveu.  

Um estudo da capacidade foi feito para garantir que não haja aglomerações. O uso de máscara também é obrigatório. Já o comércio, após várias reuniões, definiu que funcionará com metade de sua capacidade, com alternância diária entre os lojistas. “A entrada daqui tem demarcações de piso para que siga o distanciamento social”, completa Francisca. 

Além do acesso ao Horto também foram liberadas as celebrações religiosas com a presença de fiéis nas 57 paróquias da Diocese de Crato, que inclui a Basílica de Nossa Senhora das Dores, em Juazeiro do Norte. Porém, a ocupação é limitada para 50% da capacidade, observando medidas de segurança, como o distanciamento entre cada participante, a disposição de álcool em gel e o uso obrigatório de máscara. 

De acordo com o padre Cícero José da Silva, reitor da Igreja Matriz de Juazeiro do Norte, a programação de missas foi ampliada para dar assistência àqueles que estão há seis meses sem frequentar as igrejas, garantindo que não haja aglomerações. “É um novo, um recomeço. Todo novo causa espanto”, admite o sacerdote. 

A Basílica de Nossa Senhora das Dores pede que as pessoas de grupo de risco, como idosos e pessoas com comorbidades, permaneçam em casa acompanhando a programação pela TV Web Mãe das Dores. Já os fiéis que desejam participar das celebrações nos finais de semana, deverão se inscrever na Secretaria de Basílica “para haver um controle”, justifica Padre Cícero José. Já na Capela do Socorro, no sábado, às 17h e no domingo, 6h e 17h, a missa será campal, sem necessidade de inscrição. 

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GERALDO AZEVEDO: PETROLINA 125 ANOS E A ECOLOGIA HUMANA

Nesta segunda-feira, 21 de setembro, a cidade de Petrolina completa 125 anos. Um dos filhos mais ilustres nascido em Petrolina e que tem reconhecimento nacional, o cantor e compositor Geraldo Azevedo postou nas suas redes sociais homenagem ao municipio.

Em 2016 durante a programação do 3º Congresso Internacional do Livro, Leitura e Literatura no Sertão (Clisertão),  foi lançado o livro-homenagem do músico pernambucano Geraldo Azevedo, intitulado “Um Geral-do Brasil: Histórias de Um Menino Ribeirinho”. 

Na ocasião, a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), a Universidade de Pernambuco (UPE), a Facape e o IF Sertão-PE entregaram títulos honoríficos, em reconhecimento à trajetória de vida e à produção lítero-musical de Geraldo Azevedo, ao longo dos seus 50 anos de carreira. 

A produção do livro-reportagem foi organizada pelo professor da Uneb, doutor Juracy Marques, com a participação, na apuração e na escrita, dos jornalistas Edilane Ferreira, Jota Menezes e Emanuel Andrade, assim como dos educadores Joelma Conceição Reis e Ricardo Bitencourt. 

“Conheci pessoalmente Geraldo Azevedo no Movimento Internacional pela Paz e Não-Violência. Participando da Organização da Convenção Internacional de Gaia, em Portugal, convidei Geraldo para fazer o show de abertura do evento. Nesses dias, na Europa, onde pude acompanhá-lo em alguns países, percebi que estava diante de um grande músico da nossa região, conhecido internacionalmente, mas sobre o qual pouco sabemos a respeito”, explica, acrescentando que foi a partir daí que o projeto começou a ganhar forma.

Além disso, outro fato fez com que Juracy Marques reforçasse a ideia de registrar os traços biográficos de Geraldo Azevedo. Em 2012, o organizador deu início à orientação da dissertação de mestrado, em Ecologia Humana, de Edilane Ferreira, cujo título era: “As relações humano-ecológicas em ecocanções de Geraldo Azevedo: um estudo ecocrítico”. 

“Quanto mais mergulhávamos nas canções de Geraldo, a partir de métodos científicos, mais sentíamos a necessidade de irmos além da sua obra, conhecendo esse artista a partir da perspectiva histórico-memorialística, afetiva e ecológico-espiritual”, complementa Edilane.

Para a elaboração do livro, foram entrevistados familiares e amigos do artista, residentes em Petrolina e em outras regiões, do mesmo modo que realizadas pesquisas documentais. A obra traz desde momentos vivenciados, pelo garoto Geraldo Azevedo, no Jatobá, até os encontros e as experiências em lugares como Recife e Rio de Janeiro. “Ao narrar histórias sobre Geraldo, estamos tratando, igualmente, da história social e cultural da sua terra natal e do nosso país. Estamos, na verdade, apresentando um ‘Geral-do Brasil’”, finaliza Juracy.

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