CANTOR ADELMÁRIO COELHO DESTACA VALORIZAÇÃO DA CULTURA GONZAGUEANA NO SEMINÁRIO TEM FORRÓ SIM SENHOR

Teve início nesta terça (28) o Seminário Tem Forró Sim Senhor. Entre os dias 28 e 29 de julho o forró será a pauta central de seminário promovido pela Prefeitura de Mata de São João, por meio da Secretaria da Cultura e Turismo e do portal São João na Bahia. O “Tem forró, sim sinhô” reúne, por meio da plataforma Zoom, representantes da música, cultura, entretenimento, mídias digitais, produtoras do audiovisual, dentre outros segmentos.  

Um dos participantes hoje pela manhã foi o cantor Adelmário Coelho. Os temas discutidos são o fortalecimento, valorização, visibilidade  e a profissionalização do segmento. Participarão do encontro expositores, gestores públicos, artistas, empresários e especialistas no tema. 

De acordo com o diretor de Cultura de Mata de São João, José Neto, o objetivo é mostrar que o forró não é um ritmo musical apenas do mês de junho, mas de todo o ano. “Queremos também mostrar caminhos de viabilidade para as bandas e artistas que buscam fazer com que seus produtos tenham importância e relevância para contratantes e para o público final”, acrescenta Neto. 

Além de Adelmário Coelho, o Seminário contou com a participação de Armandinho do Acordeon, da Banda Fulô de Mandacaru e Santana, o Cantador.

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VII SIMPÓSIO DO MEIO AMBIENTE ACONTECE NESTA QUARTA (29)

O VII Simpósio de Meio Ambiente do IFBAIANO de Governador Mangabeira é um evento voltado para todo o público interessado em conhecer,  discutir  e promover as ações voltadas a criação de uma sociedade onde o ‘’saber cuidar’ de si, do outro, e da natureza seja incentivado, sendo aberto tanto para estudantes e profissionais do campus como para toda a comunidade externa. O tema do evento é “A saúde do planeta Terra está em nossas mãos. O que fazer para prevenir mais doenças e desastres ecológicos?’’.

Os eixos temáticos envolvem questões como: Lixo e Reciclagem; Agroecologia e Economia Solidária; Mudanças Climáticas e Energias Alternativas; Uso sustentável da água; Alimentação saudável; A Terra como organismo vivo e a relação entre pandemias e poluição, entre outras.

 Devido a situação de emergência planetária causada pelo caos econômico e socioambiental que levaram a crises cada vez mais graves, inclusive a Pandemia da COVID-19, este ano teremos encontros virtuais. O primeiro deles foi realizado dia 5/06, Dia do Meio Ambiente, com lives e minicursos. A segunda etapa online será dia 29 de julho ,a partir das 13:30h  com apresentação musical, seguida de lives e palestras com convidados via Instagram do evento: https://instagram.com/simposio_ifbaiano?igshid=uiqiz02ogr0m@  e You Tube: https://www.youtube.com/channel/UCXG4-q_0U0UvBY4vydNP9sw.

Veja a programação completa nos cards e site do evento: https://extensaoprojeto3.wixsite.com/meioambiente

O último   encontro online está previsto para o dia 23/09; com submissão de propostas até o dia 20 de setembro. Todos os participantes devem se inscrever previamente no site e enviar o material produzido para o e-mail do evento: extensaoprojeto3@gmail.com a partir de formulário específico disponível no site do evento. As atividades do VII Simpósio de Meio Ambiente   2020 – Online poderão ser compostas de: Palestras, Debates, Entrevistas, Depoimentos, Mesas-redondas, Minicursos, Vídeo-pôsteres e Intervenções Artísticas.

Todas as propostas submetidas podem ser acompanhadas   de resumo expandido ou artigo a ser publicado nos anais do evento, com ISSN registrado, caso sejam aprovados pelo Corpo Editorial. Para isto devem seguir as normas e o modelo disponíveis na página do evento: www.smaifbaianogm.eco.br

 Agradecemos as entidades que nos apoiam: o  IFBAIANO, o Grupo de Pesquisa em Meio Ambiente e Sociedades (GEMAS) e o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI), campus Governador Mangabeira; O Mestrado Profissional em Ciências Ambientais Ambiente (MPCA), campus Serrinha, e a Pró reitoria de Extensão (Proex) do IFBAIANO. Gratidão também a todos que contribuem para que o evento ocorra. Ressaltamos a importância do ensino, pesquisa e extensão para que possamos sair dessa crise com diretrizes para a construção de uma sociedade mais inclusiva e com maior consciência ambiental.

PARA MAIS INFORMAÇÕES ACESSE AS MÍDIAS DO EVENTO:
Site do evento: https://extensaoprojeto3.wixsite.com/meioambiente

E-mail:extensaoprojeto3@gmail.com
Instagram:  @simpósio_ifbaiano

Site dos anais: www.smaifbaianogm.eco.br

You tube https://www.youtube.com/channel/UCXG4-q_0U0UvBY4vydNP9sw

 Programação:

Primeira etapa virtual: 05/06/2020 (Instagram e Youtube do evento)

-14h: Abertura

-15h: Live “ Pandemias em um ambiente devastado”

  Maria Luisa Diele-Viegas- Doutorado em Ecologia e Evolução (Universidade de Maryland)

-16h: Minicurso 1

“Normas de higienização de alimentos em época da pandemia da COVID-19”

Estefânia Prates -Mestranda em Tecnologia de Alimentos (UNICAMP)

-16:30: Minicurso 2

“COVID-19: O que muda na nossa interação com o ambiente em prol da saúde”

Emily Lima Carvalho – Enfermeira e Mestra em Saúde Comunitária
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28 DE JULHO: LAMPIÃO E MARIA BONITA UMA NOITE DE AMOR NAS MARGENS DO RIO SÃO FRANCISCO

Aquela noite, 28 de julho, era a noite de seus desejos. Seus corpos se amariam como nunca. Seus olhos confessavam seu amor. Havia uma necessidade de abraçar mais forte, de se beijar mais quente, de sussurrar segredos. 

O suor os unia em complexa solução salgada. Seus fluidos se misturavam cumprindo seu destino. A lua, a noite, o silêncio no campo. A terra calava-se diante de tanta cumplicidade. Nus, abraçados, juraram amor eterno, enquanto seus dedos se entrelaçavam. 

A rusticidade de suas vidas nunca invalidara seus momentos de paixão. O cactus, a poeira da caatinga, os bichos mais estranhos, a brisa inexistente, tudo reverenciava e abençoava sua união. Naquela noite, toda a alegria do mundo invadia-lhes a aura. Até que veio a manhã e adormeceram para sempre.

Fonte: professor Aderaldo Luciano-doutor em ciencia da literatura
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MISSA QUE MARCA DATA DA MORTE DE LAMPIÃO ACONTECE NESTA TERÇA (28) PELA INTERNET

Nesta terça-feira, às 17h, acontece a XXIII Missa do Cangaço, que marca o aniversário de 82 anos da morte de Virgulino Ferreira da Silva, popularmente conhecido como Lampião. Em virtude da pandemia do novo coronavírus, o evento será transmitido pelas redes sociais do Museu da Gente Sergipana e do Instituto Banese.

A celebração será realizada pelo Padre Mário César de Souza. Também participam do evento o Quinteto de Cordas e Percussão da Orquestra Jovem de Sergipe e do Grupo de Xaxado "Na Pisada de Lampião", do município de Poço Redondo.

Todos os anos, a missa é realizada na Grota do Angico, em Poço Redondo, local da morte de Lampião, sua esposa Maria Bonita e mais nove companheiros.

Os cangaceiros de Lampião acamparam na fazenda Angicos, Sertão de Sergipe, no dia 27 de julho de 1938. A área era considerada por Virgulino como de extrema segurança, longe das vistas das forças policiais. Mas na manhã do dia seguinte, os cangaceiros foram vítimas de uma emboscada, organizada por soldados do estado vizinho, Alagoas, sob a batuta do tenente João Bezerra. 

O Monumento Natural Grota do Angico foi criado pelo governo de Sergipe há nove anos. Desde a sua criação, a unidade é administrada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) e recebe visitantes de várias partes do Brasil e do exterior, para a realização de estudos e pesquisas científicas. Além de abrigar o local da história do Cangaço, representa a única unidade de conservação estadual do bioma caatinga.
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MESTRE APRIGIO MESTRE DA CULTURA MORRE EM OURICURI, PERNAMBUCO AOS 79 ANOS

Morreu na noite de ontem (27), Mestre Aprigio (José Aprigio Lopes), Patrimônio Vivo da Cultura. Ele trabalhava em Ouricuri, Pernambuco com o artesanato em couro. O mestre continuava em plena atividade de artesão, confeccionando peças em couro. Nascido em Exu, ele confeccionou alguns dos chapéus usados por Luiz Gonzaga. 

Nascido em Exu no dia 25 de maio de
1941, 79 anos, o “Mestre Aprigio”, José Aprigio Lopes contava que conhecia bem o repertório de Luiz Gonzaga. Ele confeccionou vários dos chapéus de couro usados por Luiz Gonzaga e hoje é uma das referências dos grandes nomes da música nordestina, exemplo confeccionava os chapeus de Alcymar Monteiro, Chambinho do Acordeon, Jaiminho de Exu, Flávio Leandro, Tacyo Carvalho e Joquinha Gonzaga, sobrinho de Luiz Gonzaga.

“Meus chapéus serviram de coroa para os dois grandes reis que conheci, veja só que privilégio, Luiz Gonzaga e Dominguinhos”, dizia o Mestre Aprigio.

Os chapéus, gibões e sandálias confeccionados por Seu Aprigio ficaram imortalizados também quando a Escola de Samba Vila Isabel desfilou na Sapucaí do Rio de Janeiro contando a vida de Miguel Arraes, político cearense, nascido no Crato, três vezes governador de Pernambuco.

No desfile o cantor Martinho da Vila encarnava um cangaceiro. O sambista se emocionou do começo ao fim da passagem da escola, da qual é presidente de honra e símbolo maior. Detalhe: o chapeu de couro e o gibão é confecção do artesão Mestre Aprigio.

A Secult/Fundarpe, através de nota lamentou a perda do Patrimônio Vivo de Pernambuco e sertanejo ilustre José Aprígio, conhecido como Mestre Aprígio, anunciada nesta segunda-feira à noite.

Ele ficou famoso pelo trabalho como artesão em couro, que encantou gente como Luiz Gonzaga e Dominguinhos. Tinha 79 anos.

Escolhido em 2019 pelo Governo de Pernambuco como Patrimônio Vivo do Estado, Mestre Aprígio possuía um ateliê em Ouricuri, no Sertão do Araripe, terra que escolheu para desenvolver seu trabalho. Chapéus de couro, perneiras, sandálias e bolsas eram sua especialidade, com destaque para a indumentária do vaqueiro.

Aos familiares, amigos e admiradores, deixamos a nossas condolências e deixamos os nossos mais sinceros pêsames.


Nas diversas entrevistas concedidas ao BLOG NEY VITAL ele contou que acompanhava o pai no trabalho da roça, mas foi aos onze anos, cuidando da comida do gado, que as roupas de couro dos vaqueiros encheram os seus olhos e mudaram seu destino.

Aos 15 anos, comprou uma faquinha, um esmeril, um compasso e começou sozinho a fazer do sonho sua vida. “Acho que é um dom, tem que ser um dom assim seilá, por causa que muita gente sempre foi para trabalhar, mas não dá para aquela arte assim”.

Com a morte do pai, aos 19 anos, conseguiu uma espécie de estágio na oficina do Mestre Juarez, no Crato, no Ceará. Ele acabou ficando três anos por lá, depois voltou a Pernambuco como artesão profissional.

O rei do baião, Luiz Gonzaga, conheceu o mestre artesão, gostou tanto do trabalho dele, que passou a encomendar chapéus e gibões, que usou em shows pelo Brasil afora. Isso ajudou na trajetória que transformou o menino tímido de Exu, em patrimônio vivo de Pernambuco.

“Luiz Gonzaga ficou muito grato, porque eu recebi ele bem, com muita ansiedade de conhecer ele também , porque ele já era artista e eu não era. E eu, mais rapaz, eu, está nas maõs de um artista desse, mas tem nada não, a gente vai ver o que é que faz. Aí ele disse assim: 'Tenho uma surpresa para você'. E eu, pode falar, mestre:'Eu tenho umas encomendas para você fazer pra mim usar nos meus shows, não é negócio pra vaqueiro, nem pra usar assim, só pra quando eu tiver no meu show, usar'. Eu perguntei a ele: 'Qual a peça?'. Ele disse: 'Um gibão, um chapeú e um vestuário de couro muito bem feito, o que você puder fazer, pode jogar em cima, que aí, eu acredito que sai do jeito que a gente quer mesmo". De lá pra cá, a gente ficou se conhecendo, chegava lá na minha casa, entrava, sentava, tomava café", relembra.

Um dos filhos trabalha com ele na oficina, Romildo. O neto Joelson Lopes também decidiu cedo que seguiria os passos do avô. É a terceira geração da família de artesãos. “É uma coisa que eu faço com muito amor, porque é uma arte muito difícil, a gente tem que seguir em frente”, afirma o neto.
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II SEMINÁRIO NACIONAL DOS POVOS INDÍGENAS DO CARIRI ACONTECERÁ NOS DIAS 09, 10 E 11 AGOSTO

O II Seminário Nacional dos Povos Indígenas do Cariri Cearense é organizado pela Universidade Regional do Cariri - URCA, através do Grupo de Estudos e Pesquisas em Direitos Humanos Fundamentais - GEDHUF e do Núcleo de Estudos de Descolonização do Saber – NEDESA, junto com a Associação Índios Cariri de Poço Dantas e o LAGENTE-UFG.

O evento tem por objetivo construir uma agenda propositiva para o fortalecimento do movimento indígena na região do Cariri e da troca de saberes indígenas com os saberes acadêmicos. O foco da primeira edição, realizada em 2019, foi contribuir para o fortalecimento do processo de afirmação étnica dos Kariris de Poço Dantas.

Foi promovida uma reunião dos Kariri de Maratõa-Crateús com seus parentes de Poço Dantas, cujos encontros, tanto na Universidade quanto na Comunidade de Poço Dantas, ajudaram a consolidar a organização de demandas em torno da garantia de direitos constitucionais e/ou originários como a manutenção exclusiva de seu território e a erradicação da precariedade do acesso a água, saúde e educação. O evento anual é dedicado à celebração do dia Internacional dos Povos Indígenas, comemorado pela UNESCO no dia 9 de agosto.

Nesta segunda edição seguimos no propósito de fortalecer a rede de trocas entre os Kariri, ampliando o encontro para lideranças do Piauí, São Benedito, Iguatu e Crateús. Vamos promover também o encontro de grupos e pessoas da região do Cariri que estão em processo de autorreconhecimento e/ou afirmação étnica kariri. Teremos também mesas envolvendo pesquisadores acadêmicos sobre a presença indígena na região do Cariri, além de minicursos sobre literatura e direito indígena.

A programação poderá ser acompanhada online pelo endereço da Associação dos Indios Cariri do Sítio Poço Dantas, no Facebook e os minicursos serão acompanhados pela plataforma Google Meet. Todos os inscritos na plataforma oficial do evento http://cev.urca.br/siseventos/site/kariris poderão ser certificados pela URCA, na medida em que assinam a pelo menos 75% das atividades. Para aqueles que não estiverem inscritos, poderão acompanhar livremente pelo Facebook, sem obtenção do certificado.

A exemplo do I Seminário, realizado em 2019, os custos de realização serão suportados pela URCA e as doações para o evento, pagamento de inscrições, optativas, ou outros valores de doação, serão creditadas na conta da Associação dos Indios Cariri do Sítio Poço Dantas em Crato, uma instituição sem fins econômicos criada para apoiar a iniciativa Cariri, sua gente e suas ações.

O primeiro seminário contribuiu para a instalação de uma tenda de madeira e coberta de palha na comunidade para as reuniões e eventos.

Você pode ser doador com a contribuição mínima de R$ 10,00.
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SANDRA BELÊ LANÇA CANTOS DE CÁ

Canto e afirmo meu lugar / Em todo lugar sou eu / Vou seguindo e cumprindo / A missão que Deus me deu”. Ouvidos na voz de Sandra Belê, na interpretação a capella da música que abre o quinto álbum da artista paraibana, os versos de Para agradecer (Regina Limeira) são a senha para o entendimento do ainda inédito disco Cantos de cá.

Após temporada em São Paulo (SP), Sandra Belê retorna literal e musicalmente para o estado natal, se voltando para os sons e compositores da Paraíba em álbum que será lançado em agosto por vias independentes.

Sandra Belê é o nome artístico de Elisandra Romeira da Silva, cantora e compositora nascida há 40 anos no cariri paraibano, mais precisamente na interiorana cidade de Zabelê (PB), onde veio ao mundo em março de 1980.

Como observa Chico César – talento paraibano gerado em Catolé do Rocha (PB) – no texto em que apresenta o álbum Cantos de cá, Sandra Belê traz a cidade natal de Zabelê entranhada no nome artístico.

É com essa vivência paraibana que a cantora dá voz no disco a músicas como Mugido do tempo (Junior Cordeiro) – um “gemido aboiador”, como bem caracteriza verso dessa composição gravada com alfaia, reco-reco e caxixis percutidos por Escurinho em fonograma já previamente apresentado em single editado em março – e Onça caetana (Glória Gadelha e Afonso Gadelha, 1983), cujo rugido foi ouvido pela primeira vez em disco na voz arretada da cantora Marinês (1935 – 2007).

Na sequência das 13 músicas do álbum Cantos de cá, o coco Terabeat (Tiago Moura) evidencia o tom contemporâneo – mas jamais modernoso – do disco em faixa gravada com a voz rústica de Vô Mera e com arranjo que harmoniza o pife de Renato Oliveira com a guitarra de Léo Meira.

Por mais que acuse em verso de Terabeat “a lonjura das capitais”, Cantos de cá não deve ser percebido como álbum “regionalista” porque tal entendimento avalizaria o etnocentrismo carioca e paulista no mapa musical do Brasil.

A incandescente pulsação do registro de Mangará (Jonathas Pereira Falcão) situa o álbum de Sandra Belê em zona de modernidade no frenesi do arranjo que integra piano, sanfona, guitarra, zabumba e baixo.

Em cadência que conjuga células rítmicas de baião, samba e xote, Lado de cá da janela – outra música de Jonathas Pereira Falcão, compositor paraibano que vem emergindo na cena musical brasileira – deixa vislumbrar paisagem natural povoada por bichos e poesia contemporânea.

Introduzida pela aridez do toque do baixo acústico de Rainere Travassos, Escombros (Melchior Sezefredo e Roberto Cajá) desenha cenário marcado pela secura existencial.

“Mande as flores para mim”, pede Belê na lírica poética de Cadê as flores?, parceria de Chico César com Escurinho que retrata um Nordeste embelezado com jardins literários – o que justifica a participação da escritora Maria Valéria Rezende, declamando breve texto na faixa.

À deriva, composição de Pedro Medeiros, repõe o álbum Cantos de cá em solo abrasado, mas, na sequência, Sandra Belê distribui os versos de Poema ao sol (Chico Lino Filho e Adeildo Vieira) em temperatura adequadamente amena, ao som solitário do violão de Cledinaldo Júnior.

Primeiro álbum da artista desde Encarnado azul (2011), lançado há nove anos, Cantos de cá se equilibra bem entre faixas mais líricas e temas mais ardentes.

Nesse mosaico, a canção Relicário reitera a inspiração melódica e poética de Flavia Wenceslau, compositora que, embora radicada na Bahia, nasceu na Paraíba e vem se destacando com músicas que geralmente versam sobre o caminhar do Homem na estrada da vida – caso de Relicário.

Símbolo da festiva alegria nordestina, Brincadeira (Chico Limeira) acende a fogueira e levanta o barro do chão em baião junino. No fim do disco, Sandra Belê volta ao começo de Cantos de cá e reprisa os versos da canção Para agradecer (Regina Limeira), desta vez com acordeom, viola e percussões.

Na reprise que arremata o álbum, Para agradecer soa como reverência da cantora aos artistas da região que desbravaram caminhos na Paraíba para que Sandra Belê possa, em 2020, afirmar o próprio lugar nobre nessa cena impregnada de vasta riqueza musical. (Fonte: Mauro Ferreira Jornalista carioca que escreve sobre música desde 1987, com passagens em 'O Globo' e 'Bizz'. Faz um guia para todas as tribos)
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