MAURICIO CORDEIRO FERREIRA: PIXITA NÃO PODE MAIS VOAR

O menino, que nasceu Ozael, não se sabe por quê, logo ganhou o apelido de Pixita. Foi criado solto na Rua dos Remédios – que era, na Ouricuri da sua época, um paraíso pra vadiagem. Os arredores se ofereciam pros meninos se espalharem em todo tipo de estripulia. De baladeira em punho reviravam os caminhos da Lagoa de Dentro; Açude Novo; do Bom Jesus; Açude Da Nação; dos “calderões” da Solta...

Seu Joaquim Mariano, o pai de Pixita, já era coveiro da cidade há tanto tempo que já tinha perdido a conta. Ganhava a vida no momento em que outros a perdiam. Não mais assombrava-se com nada, a não ser com a sobrevivência e com os fantasmas que rondavam o destino dos seus filhos.

Pixita cresceu saltando covas e rodeando o mistério sombrio das catacumbas; em meio às algazarras infantis e ao clima soturno dos enterros; entre uma meninice livre e a sombra dos muros do cemitério; com as cores alegres das peraltices e a tristeza desbotada nas mortalhas.

Ainda muito pequeno começou a mostrar sinais de ser engenhoso; de ser dado a tramar com a imaginação; de ser maneiro nos movimentos e criativo na quietude. Tinha o seu jeito; bem dele, de brincar só, ou com outros, nos muros das casas e nas ruas de chão batido e arredores, com os boizinhos de chifre, carrinhos de lata, patinete... ou de bola, de garrafão, de aribusca, de bandeirinha, de peteca, de soltar papagaio...

Atravessava meia cidade e as barreiras que se impunham a um menino negro e de família humilde; pra ir aprender as primeiras letras e adentrar um outro território, no Grupo Escolar Telésforo Siqueira, no centro desta, onde logo se mostrou muito atento e esperto na aprendizagem.

Ainda no “Grupo”, travou uma sensível amizade – que perduraria por toda a vida – com Marcílio de Seu Hercílio, que era do mesmo naipe seu: precoce na curiosidade pro universo do cinema, das revistas em quadrinhos – colecionando, trocando e emprestando uns aos outros...

Já adolescente, seguindo o canto da sereia da propaganda de carreiras, que vinha impressa em revistas, Pixita desenvolveu uma verdadeira obsessão por ingressar na Academia das Agulhas Negras – a elite do Exército brasileira. Foi aí que o mundo começou a rugir à sua volta: “Filho de coveiro não pode sonhar em tirar os pés do chão! ”.

Mas Pixita não ouviu e continuou; como quando era menino, a acreditar que os sonhos estavam aí pra todos; que era só se aboletar neles e brincar de imaginar, que todo voo era possível. E assim desejou; fez finca-pé e tentou se lançar na direção de outros horizontes.

Nunca alcançou o seu intento, pois dificilmente conseguiria superar as adversidades do cruel sistema de seleção: Concorrer em absurda desigualdade de condições de formação escolar e de acesso a material didático, com candidatos do país inteiro; agravada pela garantia de vagas a privilegiados, por critérios político-sociais e da prática de facilitar a hereditariedade na carreira militar.

Ficou Pixita, que já tinha perdido a infância, agora, órfão também dos sonhos, que era o que o diferenciava e movia. Depois de ter as asas ceifadas pela foice cruel da realidade estabelecida, restava-lhe duas opções:

Ficar – como o seu pai – abrindo covas sob os próprios pés e enterrar de vez qualquer aspiração de voo; ou aventurar-se nas armadilhas sorrateiras que o “Sul Maravilha” oferecia aos brasileiros deserdados do seu direito de sonhar e viver com dignidade: Sobreviver numa periferia da vida; estancado na congestionada boca do funil do sistema.

Pixita debandou-se pra São Paulo, trabalhou “feito um condenado”, na construção civil, quando aprendeu ofícios que lhe garantiriam uma sobrevivência semiescrava pelo resto da vida.

De volta à terra natal, já casado, trazia na bagagem mais dissabores e frustrações do que as que tinha levado.

Em Ouricuri enfrentou trabalhos que não preenchiam as lacunas que se acumulavam no seu interior; tendo sido, nesse período, aprovado em vários concursos públicos; sem, no entanto, ser chamado pra assumir nenhum deles. Mantinha o hábito da leitura espontânea e o gosto por poemas de formas fixas. Passou a entregar-se a uma vida largada, bebendo e remoendo os seus traumas.

Os seres sensíveis que, como Pixita nasceram pra grandes voos, vivem como o equilibrista no arame: Qualquer vento ou desvio de olhar podem lhes tirar o prumo e os fazer cair num precipício sem volta.

Têm as vidas tremulando sobre uma linha tênue entre a plenitude da auto-realização e a desventura de ser enterrado vivo – no cemitério da dita civilização.

Pixita nunca mais voltou!
Quem sabe, foi levantar voo em outros planos...

TEXTO: *Maurício Cordeiro Ferreira – Poeta e fundador do Sebo Rebuliço.
Nenhum comentário

NOVA OLINDA: FUNDAÇÃO CASA GRANDE MEMORIAL DO HOMEM KARIRI EXEMPLO DE ARTE E CULTURA FEITA POR CRIANÇAS

O Memorial do Homem Kariri teve sua origem a partir das pesquisas de mitologia e etnomusicologia dos pesquisadores, músicos e produtores culturais: Alemberg Quindins e Rosiane Limaverde. 

Atualmente, a Casa Grande se consolida como ponto de memória da ancestralidade, da mitologia e da arqueologia do cariri cearense, utilizando-se da arte como ferramenta capaz de proporcionar uma imersão mais consciente destes assuntos.

Francisco Alemberg de Souza Lima, o Alemberg Quindins, é um dos criadores da Fundação Casa Grande-Memorial do Homem Kariri em 1992 com o intuito de valorizar a história do povo da região, o Vale do Cariri, e ser um centro de memória.

Em conversa com o BLOG NEY VITAL e que no dia 02 de agosto, ser´´a transmitido no programa NAS ASAS DA ASA BRANCA-VIVA LUIZ GONZAGA E SEUS AMIGOS, na Rádio Cidade Am, Alemberg explica que a Chapada do Araripe é uma confluência de quatro Estados: Ceará, Pernambuco, Piauí e Paraíba. 

"Um resumo do Nordeste. A Chapada do Araripe tem uma influência nesse território desde o período cretáceo. Em torno dela, de um lado você tem Luiz Gonzaga, a Pedra do Reino, de Ariano Suassuna e a Missa do Vaqueiro, por exemplo; de outro, do lado de cá, temos Padre Cícero, Patativa do Assaré, Espedito Seleiro, toda uma cultura". 

Ainda de acordo com Alemberg a Chapada do Araripe é um platô central. "Aqui, era o único lugar onde Lampião se ajoelhava e deixava as armas na porta. Território sagrado. Portanto, o Cariri é um oásis em pleno sertão. É o solo cultural do Ceará por conta de toda essa força que vem da geologia, da paleontologia, da cultura. É onde você entende a importância do contexto da Chapada do Araripe para o mundo. Nosso manancial é esse: a cultura. A maioria dos mestres da cultura popular estão aqui. E, da forma como acontece em solo caririense, essa reunião de tanta coisa, não vamos encontrar em nenhum outro lugar do Estado".

A Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri, é uma instituição sem fins lucrativos, de utilidade pública federal. O local se tornou espaço de vivência em gestão cultural para crianças e jovens do sertão e tem como objetivos constantes no seu estatuto, pesquisar, preservar, coletar, juntar em acervo, comunicar, exibir, para fins científicos, de estudo e recreação, a cultura material e imaterial do Homem Kariri e de seu ambiente".


"Nós resgatamos a cultura local nas áreas de arqueologia, mitologia, artes e comunicação", conta Alemberg. Os alunos mantêm um canal de TV, de rádio, uma editora de gibis e um museu que conta com um rico acervo de 2.600 HQs e 1.600 títulos de clássicos do cinema. A ideia é desenvolver a capacidade de liderança das crianças a partir dos laboratórios de produção.

Arte, cultura, música e TV. Essas são apenas algumas das atividades oferecidas pela Fundação Casa Grande, em Nova Olinda, Cariri do Ceará Francisco Alemberg Quindins, músico e educador social da ONG que forma cidadãos e os transformam em protagonistas da própria história neste período de isolamento social tem participado de lives, transmissões ao vivo que tem contribuindo ainda mais para a divulgação do trabalho desenvolvido com as crianças.

No próximo mês de dezembro a Fundação vai completar 27 anos, o espaço guarda algumas artes indígenas dos primeiros habitantes da região; possui uma rádio; dispõe de uma editora de gibis, com um acervo com mais de 3 mil títulos; tem ainda um teatro; e uma banda de lata, que encanta quem visita a fundação.

Para registrar tanta coisa boa, a fundação conta com um canal virtual, a TV Casa Grande, cujo objetivo é dar voz, mostrar a arte dos moradores da região e documentar a cultura local.

O sucesso da fundação rendeu a ela o título de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e muita visibilidade para cidade de Nova Olinda, que recebe, por ano, mais de 50 mil visitantes.

Alemberg Quindins é investigador do CEAACP, Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Ciências do Patrimônio da Universidade de Coimbra e, por inerência, Membro do Conselho Científico desta unidade de investigação. que é avaliada e financiada pela Fundação da Ciência e Tecnologia (FCT) do Ministério da Ciência e Ensino Superior de Portugal.

Há vários anos a Fundação Casa Grande é parceira do CEAACP e Alemberg Quindins era colaborador. Agora, transitou em estatuto, o que acontece por reconhecido mérito e por categoria universitária dado o seu Doutoramento Honoris Causa, passando a integrar o grupo de pesquisa em Arqueologia Cidadã e Inclusiva do Centro.


Nenhum comentário

CESOL-SSF DISCUTE ECONOMIA SOLIDÁRIA E CONSUMO CONSCIENTE NO ESPAÇO SOLIDÁRIO

O Centro Público de Economia Solidário Sertão do São Francisco (CESOL-SSF), entidade vinculada à Secretaria do Trabalho Emprego, Renda e Esporte do Estado da Bahia (SETRE), realizará na próxima terça-feira (21), a partir das 19h, a live: Economia Solidária e consumo consciente: ultrapassando os muros da Universidade. 

O debate virtual busca refletir sobre a economia solidária e as práticas de consumo consciente no meio acadêmico, vivenciadas por estudantes, professores e corpo técnico da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em Juazeiro, por meio da comercialização dos produtos atendidos pelo Cesol-SSF, na “Feirinha da Uneb”.   

“Os nossos produtos carregam, além dos sabores específicos do semiárido brasileiro, as histórias e lutas de famílias, que encontram na organização e nas receitas, um modo de gerar renda e de transformar vidas e essa vivencia dentro da Universidade tem ajudado a dar maior visibilidade ao trabalho realizado por esses empreendimentos”, destacou a coordenadora do Cesol-SSF, Aline Craveiro. 

Entre os convidados estão a empreendedora da economia solidária Ariane Ribeiro (Doce Caseiro Emanuel), a pedagoga e agente sócioprodutiva do Cesol-SSF, Sandra Santos e o professor da Uneb Campus III e coordenador do grupo Corpoética, João Santana Borges.  
A live será transmitida pelo facebook do Cesol-SSF, no link www.facebook.com/CESOLSSF. 

Economia Solidária e a Universidade: A economia solidária é um novo jeito de vender, comprar e trocar o que é preciso para viver, sem explorar os outros, sem levar vantagem, sem destruir o meio ambiente. 

Hortaliças orgânicas, doces, geleias, queijos, sequilhos estavam entre os produtos comercializados na Feirinha da UNEB, que acontecia todas as terças e sextas-feiras, no Departamento de Ciências Humanas (DCH) e no Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) do Campus III. 
Devido as medidas de segurança para o combate a Covid-19, a Feirinha da Uneb foi suspensa e a comercialização dos produtos acontece apenas na loja Empório Meu Sertão, que fica na rua Canafistola, nº148, bairro Centenário, em Juazeiro. 

Serviço: Live: Economia Solidária e consumo consciente: ultrapassando os muros da Universidade.
Data: 21/07 (próxima terça-feira)
Horário: 19h
Local: www.facebook.com/CESOLSSF 
Nenhum comentário

PRODUTORES DA MISSA DO VAQUEIRO ACUSAM FALTA DE PAGAMENTO ANO 2019 E GOVERNO PERNAMBUCO DIZ QUE EXISTE PROCESSO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

A falta de pagamento de cachês por conta de apresentações na Missa do Vaqueiro de Serrita tem gerado transtorno entre artistas, técnicos, equipe de palco e fornecedores. Produtores alertam que só receberam do Governo do Estado 50% do prometido para 2018.

 O pagamento com relação ao evento em 2019 continua em aberto. Em nota, a Secretaria de Turismo e Lazer de Pernambuco informou que o repasse dos valores ainda depende da resolução de "inconsistências identificadas pelo Tribunal de Contas de Pernambuco na execução e prestação de contas dos gastos apresentados pelos três produtores da Missa de Serrita, que foram devidamente informados à época sobre o parecer do TCE".

“Agora não é mais nem uma questão de paciência, é uma questão de necessidade.Tem profissionais passando por problemas sérios e nós não temos uma resposta assertiva da Empetur”, diz a presidente da Fundação Padre João Câncio, Helena Câncio, uma das produtoras do que é considerado o maior evento cultural/religioso do Sertão e que este ano completa emblemáticas 50 edições. 

Com relação às pendencias informadas pela Secretaria de Turismo e Lazer, os produtores da Missa do Vaqueiro de Serrita afirmam que ainda aguardam por mais explicações. E acrescentam: “Se havia pendências, como autorizaram a realização da edição do ano passado?  Não faz sentido. É um evento de grande importância pro estado e para o Brasil. Esses artistas, estes técnicos, estão quase sem trabalhar durante a pandemia. Isso agrava ainda mais a situação. Esperamos mais respeito e sensibilidade por conta das autoridades”. 

Apesar dos problemas, no ano em que completa suas 50 edições, a Missa do Vaqueiro de Serrita, primeira e mais tradicional festa do sertão, não vai deixar passar a data em branco por conta do Coronavírus e da falta de apoio. A Fundação Padre João Câncio organiza programação enxuta com apoio e colaboração dos artistas. 

Estão programadas duas lives com música e religião. Já estão confirmados Josildo Sá, Flávio Leandro e Coral Aboios, entre outros,  no dia 25. No dia seguinte, o domingo 26, participará o bispo da Diocese de Salgueiro - Dom Magnus, que fará uma fala com benção para os Vaqueiros. A programação pode ser conferida nas redes sociais da Missa. @missa_do_vaqueiro

Confira a nota oficial da Secretaria de Turismo e Lazer de Pernambuco:

A Secretaria de Turismo e Lazer de Pernambuco, por meio da Empetur, esclarece que já cumpriu parcialmente o convênio firmado para a Missa do Vaqueiro de Serrita no ano de 2018 e que o processo se encontra inconcluso em face de inconsistências identificadas pelo Tribunal de Contas de Pernambuco na execução e prestação de contas dos gastos apresentados pelos três produtores da Missa de Serrita, que foram devidamente informados à época sobre o parecer do TCE. A Empetur busca com os produtores do evento a forma acertada de solucionar os entraves para o pagamento da segunda parcela restante. Apenas após a resolução do convênio de 2018, será dado início ao pagamento da edição de 2019. (Folha Pernambuco)

Nenhum comentário

PROJETO DA AGROVALE COMPLETA 12 ANOS COM A DOAÇÃO DE MAIS DE 300 MIL MUDAS DA CAATINGA

Marizeiro, ingazeiro, pau ferro, paineira, angico, umburana, ipê roxo e caraibeira, são algumas das espécies nativas da Caatinga mais requisitadas para projetos de arborização, paisagismo, repovoamento e reflorestamento de áreas degradadas.

Em Juazeiro, na Bahia, um projeto da Agrovale 'Viveiro de Mudas Nativas' completa 12 anos, agora em julho, com a marca de 312 mil mudas doadas para 45 municípios dos Estados nordestinos da Bahia, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte, além de Curitiba, no Paraná.

O projeto socioambiental da empresa, que é a maior produtora de açúcar, etanol e bioeletricidade e também a que mais gera empregos na Bahia, começou com a infraestrutura instalada de um viveiro em uma área de 2 hectares com mais de 70 espécies de plantas nativas da Caatinga.

O propósito da iniciativa, é a preservação dos ecossistemas da Caatinga e das matas ciliares do Rio São Francisco. Segundo a coordenadora do Departamento de Meio Ambiente da empresa, Thaisi Tavares, o projeto cresceu muito e tem potencial para ampliar os benefícios.

"Nosso viveiro conta com uma equipe de 9 profissionais, é aberto ao público e recebemos constantemente visitas acadêmicas e técnico-científicas, além de representantes dos municípios e das entidades que vem buscar as mudas deste bioma que é exclusivamente brasileiro", pontuou a coordenadora, acrescentando que a doação de mudas vem ampliando a cobertura verde das cidades e contribuindo para uma maior conscientização e sustentabilidade ambiental da biodiversidade regional.

Descoberto também por estudantes e professores, o projeto socioambiental da Agrovale, já marcou presença em inúmeras ações de preservação, conscientização e respeito à natureza e ao meio ambiente em Juazeiro e Petrolina.

São exemplos, "A paz começa em mim", em 2018, onde as crianças da escola Prisma distribuíram mudas da Caatinga nas principais ruas de Juazeiro e as comemorações da Semana do Meio Ambiente, em 2019, quando estudantes de 4 escolas, também de Juazeiro e Petrolina,  plantaram mil mudas  e participaram de palestras educativas. Uma parceria da Agrovale com as Secretarias de Educação dos dois municípios.

Destacando a importância e os benefícios das árvores na vida das pessoas e do meio ambiente, o vice-presidente da empresa, Denisson Flores, ressaltou a intenção de ampliar as ações do projeto. "Vamos melhorar ainda mais a capacidade de produção de mudas de potencial ornamental de médio e grande porte para atender mais cidades melhorando seus espaços de lazer e convivência", concluiu Flores.(Fonte: Class Comunicação e Marketing)

Nenhum comentário

LIVE NESTA TERÇA (21) DESTACA AS VIVÊNCIAS DAS CRIANÇAS DA CASA GRANDE, NOVA OLINDA, CEARÁ

A atriz Luisa Arraes disponibilizou o espaço do seu Instagram para apresentar a Fundação Casa Grande e suas ações durante uma semana. No Instagram @luisaarraes você pode conferir a live com Alemberg Quindins, criador do projeto e vídeos e fotografias da instituição. 

Nesta terça-feira, dia 21 de Julho, as 15h, Fabiana Barbosa, diretora da Fundação Casa Grande estará realizando um bate papo com as crianças Anna Beatriz (Recepcionista do Memorial do Homem Kariri e Gerente da Gibiteca da Casa Grande), com Letícia Diniz (Recepcionista do Memorial do Homem Kariri e Gerente da Tv Casa Grande) e com Ana Luiza (Recepcionista do Memorial do Homem Kariri e Gerente da Biblioteca Infantil) sobre as suas vivências na instituição.
Nenhum comentário

LIVRO POR AMOR AO FORRÓ RETRATA VIDA E OBRA DE PINTO DO ACORDEON

Francisco Ferreira Lima, o Pinto do Acordeon, saiu do Sertão para conquistar seu espaço nos palcos e na música brasileira. Ele nasceu em Conceição, na Paraíba, e virou um dos grandes nomes do forró, baião, xaxado e do xote. Foi vereador, também, em João Pessoa, na década de 1990. Compôs uma das mais belas músicas em homenagem a Luiz Gonzaga: Missão Cumprida.

A trajetória de vida e obra de Pinto do Acordeon é contada no livro do juiz, escritor e pesquisador Onaldo Queiroga, ‘Por amor ao forró’, biografia do artista Pinto do Acordeon selo da Editora Latus da Universidade Estadual da Paraíba. O livro foi lançado em 2015.

“Sim, não deixa de ser uma biografia, apesar de, também, possibilitar ao leitor uma viagem a um olhar crítico sobre uma boa parte da obra musical de Pinto, com crônicas, que mostram o convívio dele com Luiz Gonzaga e outros, esclarecendo como ocorrera a criação de algumas canções. O livro, ainda, trás depoimentos de diversos artistas, tais como Fagner, Xico Bezerra, Dominguinhos, Chico César e Valtinho do Acordeon.”.

Onaldo Queiroga lembra que sempre procurou ouvir e observar os descendentes musicais do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, e daí veio o interesse de escrever sobre o compositor e sanfoneiro Pinto do Acordeon.  “Lembro-me que a primeira vez que assisti Pinto cantar foi no ano de 1983, em Pombal, Paraíba. Naquele dia, já me chamou atenção. Com o tempo, me tornei pesquisador da música de raiz do Nordeste e amigo de Pinto do Acordeon, encontrei nele um poeta, um compositor e um cantor muito ligado as suas origens”.

O livro de Onaldo Queiroga começa com uma entrevista que ele fez com o personagem que lhe conta muita coisa de sua vida. “Também há o registro de depoimentos de artistas que pessoalmente entrevistei. Ressalta-se, ainda, que há um capítulo onde detalho uma visão sobre a criação de diversas músicas de Pinto, demonstrando o lado versátil do compositor, mostrando o aspecto ideológico, político-social, de protesto, ecológico, cotidiano”.

Segundo o juiz a biografia trás fatos marcantes da vida do músico e também relatos dele comentando os momentos de sua história como sua passagem pela carreira política, toda a luta para conseguir comprar sua primeira sanfona e a parceria com o rei do baião, Luiz Gonzaga.

Questionado sobre qual seria para o músico a principal música de sua vasta carreira música e como compositor, Onaldo citou algumas músicas como Neném Mulher, que foi tema de novela e assim foi tocada em diversas nações, assim como também a música Por Amor ao Forró, gravada por Dominguinhos que dá nome ao livro e contaria a história de amor do músico com o ritmo que o consagrou na história da música brasileira. 

Pinto do Acordeon faleceu na madrugada desta terça-feira (21) de julho de 2020.
Nenhum comentário

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial