BARRAGEM DE ITAPARICA LUIZ GONZAGA DEVE ATINGIR 90% DE SEU VOLUME ÚTIL

Durante a videoconferência o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou a proposta para realizar a operação do reservatório da hidrelétrica de Sobradinho (BA) com defluência média diária de 1500m³/s em 3 de junho e 1600m³/s a partir do dia 4. A medida busca encher o reservatório da hidrelétrica de Itaparica (ou Luiz Gonzaga), entre a Bahia e Pernambuco, até que ele atinja 90% de seu volume útil. 

Durante essa operação a defluência da hidrelétrica de Xingó (AL/SE) permanecerá em 1100m³/s. Quando Itaparica chegar a 90%, a hidrelétrica de Sobradinho voltará ao patamar de liberação necessário atender à política de defluências da hidrelétrica de Xingó, que deve manter vazões médias mensais de 1100m³/s, conforme estabelece a Resolução ANA nº 2081/2017. 

No caso de Três Marias, a operação será com uma defluência média de 450m³/s de 2 de junho a 31 de julho. O patamar médio subirá para 600m³/s entre 1º de agosto e 30 de setembro. Com essa operação, a previsão do ONS é que o reservatório chegue a 72% de seu volume útil até o fim de setembro no pior cenário. Para Sobradinho, a previsão é de chegar ao fim de setembro com 75,4% de seu armazenamento. Já o Reservatório Equivalente – formado por Três Marias, Sobradinho e Itaparica – deverá chegar a 75,5% de seu armazenamento em 30 de setembro. 

Em 2 de junho Itaparica estava com 59,85% de seu volume útil, enquanto Três Marias e Sobradinho registravam respectivamente 95,22% e 93,29%. Os três formam o Reservatório Equivalente da Bacia do Rio São Francisco, que estava com 91,46% de seu armazenamento na última terça-feira. Para acompanhar a situação do armazenamento da bacia do São Francisco, acesse: www.ana.gov.br/sala-de-situacao/sao-francisco.

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) informou sobre a ausência de chuvas na bacia do São Francisco para os próximos sete dias, o que é normal para este período do ano. Entre outubro de 2019 e março de 2020, período chuvoso mais recente, houve um acumulado de 1326mm – 11% acima da média histórica da região. As vazões entre novembro de 2019 e abril de 2020 foram de 1003m³/s, o que representa 2% acima da média histórica. 

A 6ª Reunião contou com participantes representando órgãos gestores de recursos hídricos e serviços meteorológicos de estados da bacia do São Francisco; órgãos federais; usuários de água; órgãos ambientais e do setor elétrico; além de instituições que realizam o monitoramento e previsão meteorológicos.  

VELHO CHICO: O rio São Francisco nasce na Serra da Canastra (MG), e chega à sua foz, no Oceano Atlântico, entre Alagoas e Sergipe, percorrendo cerca de 2.800km, passando por Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. O Velho Chico é o rio 100% nacional com maior extensão. A bacia possui 503 municípios e engloba parte do Semiárido, que corresponde a aproximadamente 58% desta região hidrográfica, que está dividida em quatro unidades: Alto, Médio, Submédio e Baixo São Francisco. (Fonte: Agência Nacional de Aguas)

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PESQUISADORES ALERTAM QUE MESMO COM MEDIDAS DE DISTANCIAMENTO SOCIAL O NOVO CORONAVÍRUS CONTINUA CIRCULANDO

No final do mês passado ao apresentar uma proposta de flexibilização do modelo de distanciamento social vigente no Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite fez uma observação que pode exasperar quem não vê a hora de deixar o coronavírus para trás.

"Ainda vamos conviver com o vírus por bastante tempo. Muitas pessoas têm a ilusão de que ele vai passar. Não vai passar, vai continuar circulando. Não há expectativa de vacina no curto prazo", disse o governador.

São palavras incômodas, mas verdadeiras. Um estudo publicado pesquisadores da Universidade Harvard (EUA), por exemplo, estimou que medidas intermitentes de isolamento social podem ser necessárias até 2022, como forma de frear novas ondas epidêmicas.

A questão é que, enquanto uma vacina não for desenvolvida (processo que leva em média 18 meses), fabricada em larga escala, distribuída e aplicada maciçamente, o vírus continuará rodando o mundo e exigindo mudanças de hábitos. A infectologista Lessandra Michelin, diretora da Sociedade Brasileira de Infectologia, observa que as atuais estratégias de distanciamento não têm o poder de erradicar o vírus. O que elas conseguem é reduzir a circulação dele.

"Quando você fica em casa, o vírus não vai te achar neste momento. Mais isso não quer dizer que ele não vai voltar. As medidas de isolamento não são para erradicar o vírus, são para termos tempo de nos organizar para combatê-lo e para proteger as pessoas", explica a especialista.

Lessandra lembra que regiões que já estão às voltas com a epidemia há cinco meses, como em partes do Oriente e da Europa, seguem lutando contra ela e tendo de lidar com novas ondas de infecção. 

No Brasil, a covid-19 ainda há um longo caminho pela frente, especialmente espinhoso por causa do inverno que chegou.

Entre o fim de maio e início de junho, diversas cidades e estados passaram a adotar planos de flexibilização das medidas de distanciamento social adotadas em função da pandemia do novo coronavírus. As iniciativas provocaram debates, uma vez que há locais onde os casos continuam crescendo.

Autoridades de saúde e organizações de pesquisa indicaram recomendações para esses ajustes e para eventuais recuos, chamados por alguns governos “isolamento intermitente”. Entre essas orientações estão os fatores que devem ser avaliados para que autoridades afrouxem ou endureçam as regras de distanciamento.

A Organização Mundial da Saúde divulgou documento de orientações denominado “Critérios de Saúde Pública para Ajustar Medidas de Saúde Pública e Sociais no Contexto da Covid-19” onde discute os parâmetros que devem ser levados em consideração para a avaliação das autoridades na definição das regras de distanciamento social.

Tomando como base a formulação da OMS, em nota técnica sobre o caso pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirmaram que há consenso entre estudiosos de que diante do cenário da ausência de vacinas o novo coronavírus continuará circulando mesmo com medidas de distanciamento social, o que pode resultar no ressurgimento da onda e no aumento dos casos e de mortes.

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AMBIENTALISTA VICTOR FLORES LANÇA CLIPE ANIMADO DA ARARINHA-AZUL TITA

A ararinha-azul mais querida do Vale do São Francisco ganhou novos traços, movimentos e trilha sonora para conquistar de vez o coração de crianças, adolescentes e adultos. No clipe "As aventuras de Tita", que será lançado na próxima sexta-feira (5), vamos conhecer um pouco mais sobre a história da pequena sertaneja de Curaçá, no interior da Bahia, que virou uma linda ararinha-azul.

O processo de criação do vídeoclipe, que engloba a gravação da música e a animação da história, levou cerca de dois meses. "Inicialmente ia ser um clipe simples, com imagens dos bastidores da gravação da música, mas quando finalizamos as ilustrações do livro, veio a ideia de dar vida ao projeto com a animação. Uma forma de atrair a atenção das crianças e levar a mensagem da Tita para o mundo de uma forma ainda mais lúdica e colorida", conta o criador da Tita, Victor Flores.

Victor escolheu o dia 5 de junho para o lançamento do clipe, por representar o dia mundial do meio-ambiente e também o aniversário do Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha-Azul, unidade de conservação criada em 2018 nos municípios de Juazeiro e Curaçá, na Bahia. 

"É uma data muito importante para a nossa região e para o mundo", destaca Victor. 

O clipe, faz parte do projeto "Tita e os Mistérios do Velho Chico", que nasceu com a criação de livro infantil, aprovado pelo Ministério da Cidadania, através da Lei Rouanet e fomentado pela multinacional Bayer, que será publicado em outubro. O projeto conta ainda com 8 canções infantis e um kit de ilustrações que estão sendo distribuídas gratuitamente para crianças de áreas carentes de Petrolina, em Pernambuco. Uma vaquinha virtual está sendo realizada para que os kits sejam distribuídos também para crianças de Juazeiro e Curaçá, ambas na Bahia. 

MAIS NOVIDADES
O lançamento do clipe vai marcar também o início do canal no Youtube do multifacetado Victor Flores. O ambientalista, músico, influenciador e escritor criou um canal para mostrar conteúdos sobre o meio ambiente com destaque para a nossa caatinga, o único bioma exclusivamente brasileiro.

Link da vakinha -  https://www.vakinha.com.br/vaquinha/colorindo-a-quarentena-com-a-tita  / INSTA TITA:  https://www.instagram.com/tita.ararinha/ /  INSTA VICTOR:  https://www.instagram.com/victorflores33/  

(Fonte: Isabella Mendes, Jornalista)
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JORGE DE ALTINHO: SONS DA MÚSICA BRASILEIRA. O RITMO QUE ELEVA O BOM ESPÍRITO DA HUMANIDADE

Jorge Assis Assunção, Jorge de Altinho. Nasceu no dia 03 de Junho. Nunca banalizou sua arte e é respeitado pela qualidade do seu trabalho. Compositor de alma cheia e grandeza humana é de Jorge de Altinho as primeiras composições gravadas pelo Trio Nordestino (Lindu, Cobrinha e Coroné), destaco "Fole de ouro", "Amor demais", "Forró quentão", Caruaru a Capital do Forró,  A separação...Petrolina e Juazeiro.

Em parceria com Petrucio Amorim o Brasil canta Confidências, no início deste ano o repertório esteve presente até no carnaval de Belo Horizonte, Minas Gerais.

No início de carreira inspirou-se em Raul Seixas, Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. O seu primeiro disco LP: "Jorge de Altinho - O príncipe do baião", é hoje considerado pelos pesquisadores e colecionadores uma das raridades no mercado dos especialistas e admiradores da vida e obra de Jorge de Altinho.

Ressalto sempre (balizado em mais de 30 anos de pesquisas e estudos)  que Luiz Gonzaga foi pedra angular, referência-mor do forró, mas o Rei do Baião, não trilhava sozinho. Havia por trás de si, uma constelação de compositores, músicos, além de profícuos conhecedores do seu trabalho, amigos talhados de sol, nascidos do barro vermelho, com almas tatuadas por xique-xiques e mandacarus.

Jorge de Altinho é uma dessas estrelas! Tem sua luz própria! Brilha inspirado no convívio dos sertões, conhecedor dos segredos e nuances da noite estrelada. Humilde e grande na sabedoria de seguir os ensinamentos e conselhos de Luiz Gonzaga e Dominguinhos.

Uma das mais belas interpretações de Jorge de Altinho é Tamanho de Paixão, onde ouvimos Luiz Gonzaga e Dominguinhos fazendo a sanfona roncar feito trovão em dia de chuva. Dominguinhos foi o discípulo que superou a arte do meste. Jorge é o responsável pelas novas gerações saber o que representa a riqueza do forró, baião, valorizando a música brasileira.

No livro Forró de Cabo a Rabo, o jornalista e crítico musical Ricardo Anísio, aponta Jorge de Altinho, como uma das vozes mais bonitas do reduto forrozeiro. Timbre de voz de rara beleza. Compositor de maior sensibilidade, construtor da palavra poética.

"Jorge de Altinho traduz os sons da alma. Sua obra foi feita para elevar coração, alma e espírito da humanidade'.

Tenho dito: é Jorge de Altinho um Poeta Danado e Cantador quase vidente...
"A lua não é mais a mesma
 la no céu do meu sertão
o sol chorando com seus raios 
fica procurando em vão
la no canto da parede chapéu e gibão ficou 
aquela sanfona branca que tanta gente alegrou
só a saudade doendo Luiz Gonzaga deixou...

E vejo num voar alegre de um lindo beija flor 
nas águas de um açude cheio 
e na voz de um cantador/
nas borboletas nos caminhos no arco-iris multicor/
num Riacho do Navio que de tristeza secou 
só a saudade doendo Luiz Gonzaga deixou...

Juazeiro, Assum Preto, Asa Branca e muito mais 
cantigas que fizeram um rei e um trovador da paz
gênio, mito, tua obra já te imortalizou
nos quatro cantos do Brasil o teu canto ecoou
Fostes a realidade nos olhos de um sonhador...
Pelas estradas da vida sempre semeando o amor 
mas só a saudade doendo Luiz Gonzaga deixou...
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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL INVESTIGA BAIXO INVESTIMENTO DO GOVERNO FEDERAL NO COMBATE AO CORONAVÍRUS

O Ministério Público Federal determinou a abertura de um inquérito civil público para apurar a baixa aplicação de dinheiro público, por parte do governo de Jair Bolsonaro, no combate à pandemia do novo coronavírus. 

Segundo informações prévias obtidas pelos procuradores, do montante de R$ 11,74 bilhões disponibilizados para execução direta, pelo Ministério da Saúde, somente R$ 2,59 bilhões haviam sido empenhados e apenas R$ 804,68 milhões foram efetivamente pagos até 27 de maio. Isso significa que, até a data verificada pelo MPF, apenas 6,8% dos recursos disponíveis haviam sido gastos.

Os procuradores destacam, na ação, que os repasses aos estados e municípios foram drasticamente reduzidos a partir da segunda quinzena de abril. A instauração do inquérito foi motivada pelo recebimento de uma representação com informações de um estudo elaborado por meio de dados contidos em páginas oficiais do Ministério da Saúde. 

De acordo com o MPF, o estudo evidencia uma possível ineficiência da União para enfrentar os desdobramentos da covid-19 na área da saúde em, ao menos, três aspectos: pouca utilização dos recursos previstos para despesas - especialmente nos de aplicação direta pelo Ministério da Saúde-, demora na liberação de recursos aos demais entes federativos e pequena participação da União no custeio da saúde, em relação ao financiamento total assumido pelos entes federativos.

Em relação ao montante previsto para transferências para estados e municípios, "além da execução tímida", foi verificada uma redução dos repasses a partir do dia 13 de abril. 

"É fato notório que o número de casos confirmados de Covid-19 continua em ascensão, destacando-se o Brasil em relação aos demais países do mundo pelo alto número de casos por habitante, de forma que se esperaria a utilização dos recursos disponíveis para seu enfrentamento de imediato", diz trecho da ação.

O inquérito vai averiguar as razões pelas quais a União não vem utilizando as verbas orçamentárias disponíveis para o enfrentamento da pandemia, assim como os motivos pelos quais os repasses a estados e municípios têm sofrido retenção. O MPF solicitou ainda informações ao Ministério da Saúde, ao Conselho Nacional de Saúde, ao Conselho Nacional dos Secretários da Fazenda, à Frente Nacional de Prefeitos e à Confederação Nacional de Municípios para contar com documentos que possam subsidiar o inquérito. Os órgãos têm 10 dias para prestarem informações, a partir do recebimento dos ofícios. (Fonte: Correio Braziliense)
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CANTOR, COMPOSITOR E SANFONEIRO JOÃOZINHO DO EXU REALIZA LIVE SOLIDÁRIA NESTE SÁBADO (6) DE JUNHO

O cantor e compositor Joãozinho do Exu realiza no sábado (06), às 17h, uma live solidária, para contribuir com os sanfoneiros e músicos de Exu, Pernambuco. A transmissão será ao vivo pelo canal youTube joãozinho de exu oficial e walter santos.

As lives musicais, além de divertir as pessoas que estão em isolamento para prevenir a transmissão da covid-19, funcionam como meio de arrecadar doações, sejam elas financeiras ou de produtos. 

A live de Joãozinho do Exu terá o objetivo de colaborar para que a diversão e a solidariedade caminhem lado a lado, ajudando centenas de músicos e suas famílias com alimentos, produtos de limpeza.

Joãozinho do Exu, traz no nome a referência da cidade onde nasceu o Rei do Baião Luiz Gonzaga. É considerado um dos principais compositores da atualidade, tendo gravações na voz de Dorgival Dantas, Xand do Aviões. Na sua trajetória artística e musical gravou Lps com a participação de sanfoneiros da categoria de Severo e Duda da Passira, e produção de João Silva, um dos principais compositores da música brasileira, e parceiro e produtor musical dos Lps de Luiz Gonzaga, que na época ficaram entre os mais vendidos.

Joãozinho nasceu na zona rural, Sítio Mandacaru. Herdou o talento do avô tocador de sanfona de 8 Baixos, o Pé de Bode. O talento o fez ganhar o mundo. 

Luiz Gonzaga que sempre foi capaz de reconhecer um talento, o presenteou com uma sanfona. Na época Joãozinho tinha 10 anos. São diversos os sucessos que o Brasil e especial o Nordeste canta embalado nas composições de Joãozinho de Exu. 

Antes do decreto da calamidade devido a pandemia do coronavírus, Joãozinho do Exu, estava programado a gravação do DVD, no Parque Asa Branca, data que também marca o Aniversário do sanfoneiro e teria a presença do cantor e compositor Dorgival Dantas, Fabio Carneirinho, Caninana do Forro, Valdonys, Edson Lima, Joquinha Gozanga, Flavio Leandro, Targino Gondim além de outros, parceiros e amigos que participam desta 'Vida de Viajante".


"Andou pelo mundo inteiro tocando xote e baião voltou com a sanfona branca pra descansar no sertão. Eu sou Joãozinho do Exu e falo do Gonzagão! 


Seu Lula guarda a sanfona que agora eu vou falar das coisas lindas do Exu dos belos tempos de lá. Eu era ainda menino ouvindo você tocar!


O tempo foi se passando e o menino cresceu ainda guardo comigo aquele presente seu relembro aquela sanfona que um dia você me deu!

Hoje está tudo mudado tem até irrigação ogando a seca pra fora cuidando da plantação. Asa Branca é rodovia cruzando nosso sertão!

Chapéu de couro e gibão ainda se vê por lá xaxado, xote e baião dá gosto se escutar. Uma morena bonita uma noite de luar, pois quem visita o Exu um dia tem que voltar!

Andou pelo mundo inteiro tocando xote e baião voltou com a sanfona branca pra descansar no sertão. Eu sou Joãozinho do Exu e falo do Gonzagão!
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SÃO JOÃO 2020: CANTOR E SANFONEIRO FLÁVIO BAIÃO LAMENTA FESTEJOS JUNINOS VIRTUAIS DEVIDO PANDEMIA

Na Bahia, o São João foi cancelado em todas as cidades. No fim de abril, o governador Rui Costa decretou o mês sem festa, para tentar conter a contaminação pelo coronavírus. O feriado regional de 24 de junho foi antecipado para 25 de maio, uma segunda-feira, junto com a independência do Estado, folga transferida para 26 de maio, num feriadão para inibir a circulação de pessoas.

A data pode ter sido antecipada, mas a festa não deixou de acontecer, ainda que timidamente. O professor Aderaldo Luciano, formado em Letras, tem mestrado e doutorado em Ciência da Literatura pela UFRJ, avalia que esse São João treme, mas mão cede. "Maltratado São João por todos os lados, desde  governadores prefeitos sem compromisso com a cultura, idiotizados, bestas funéreas, a outros torturadores da cultura tradicional brasileira".

Em Juazeiro, Bahia, o cantor e compositor Flávio Baião, um defensor autêntico da cultura, com os olhos cheios de lágrimas, puxou a sanfona, em sua casa.

"Nunca vi São João sem foguete, sem fogueira, tric-trac, ronqueira busca pé e balão, sem adivinhação, milho assado e canjica, sem sanfoneiro, pra mim nunca foi São João, sou doidinho por São João no meu lugar", declama Flávio Baião, ressaltando que os versos de João Silva, agora são proféticos.

Nascido em Juazeiro no ano de 1968, Flávio Marcelo Mendes da Silva, o Flávio Baião é a síntese de um seguidor do forró feito por Luiz Gonzaga, Trio Nordestino e Dominguinhos. Ele é fiel ao valorizar o nome artístico que ganhou: Flávio Baião. 


"Os sanfoneiros já viviam na peleja de tocar nos principais palcos das festas juninas antes da pandemia. Este ano vai faltar o chiado da sanfona, a batida da zabumba e o zunido do triângulo, nas grandes aglomerações no nosso Nordeste. Vai ter forró virtual para amenizar mas isto não é São João", lamenta Baião.


Para manter a tradição, no dia de Santo Antônio, 13 de junho, o cantor e compositor Targino Gondim, faz uma live especial  do Dia dos Namorados, às 16hs, Show Sem Limites Pra namorar, no seu canal de youTube.

Direto da sua casa na Praia do Forte, Ivete Sangalo prepara um grande arraial virtual para seus fãs, no dia 20. Durante a transmissão da cantora, que poderá ser vista no canal da cantora no YouTube e Instagram @ivetesangalo, haverá espaço para pedidos de doações a instituições de caridade.

Especial para o Jornal O Estadão, uma reportagem de Nathalia Molina e Levy Teles, destacou os preparativos da cantora Elba Ramalho para os festejos juninos virtuais deste ano.

No mês de junho tenho Deus por testemunho, com meu violão em punho, vou fazer meu São João." Gravados por Elba Ramalho, os versos de Moraes Moreira na canção São João na Estrada ganham outra dimensão em 2020. A cantora, cuja imagem praticamente se mistura à das festas populares do meio do ano, vive um junho diferente. 

"Estarei num outro tipo de estrada e, quem sabe, atingindo mais gente ainda", declarou Elba ao Jornal Estado de S.Paulo. Ela participa no dia 23 de uma live promovida por Campina Grande, Paraíba para comemorar o São João virtual.

 A cidade paraibana, dona de uma das principais festas do País, adiou o evento para outubro, em vez de cancelar, como ocorreu em outros municípios que tradicionalmente realizam festejos em junho. Eles foram suspensos para impedir aglomerações e conter o avanço do coronavírus no País. "É muito difícil sob todos os aspectos. 

O Nordeste vive e respira São João, mas a pandemia é maior que tudo no momento", afirmou Elba. "Vou fazer o meu São João do jeito que for possível e vou tentar compartilhar ao máximo. As nossas vidas mudaram, o mundo está mudando e a festa vai ter de mudar."

Celebrações de São João não estão previstas neste mês de junho, mas pode preparar o bolo de milho e o quentão que a animação está garantida na quarentena. Não apenas quem faz os eventos todo ano tem de se adaptar à realidade atual. O público também vai aprender a dançar em um novo arraial: o virtual.

A festa virtual de Campina Grande, assim como a promovida por Mossoró (RN), tem a intenção de arrecadar doações para as famílias afetadas pelo cancelamento dos eventos, fundamentais para a economia dos municípios. 

"O nordestino passou por muitas dificuldades, mas é alegre. Sempre faz acontecer, mesmo nas dificuldades. Teremos um mês atípico, mas com muita esperança, em que as famílias irão se reunir, com culinária à base de milho, em volta da mesa para ver as lives dos artistas", diz Rosália Lucas, secretária de Turismo de Campina Grande. 
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