FÓRUM DAS ARTES ACONTECE NESTE DOMINGO EM PETROLINA

Neste domingo dia 16 às 14h no Espaço Cultural JANELA 353, artistas, simpatizantes e trabalhadores da Cultura, estarão reunidos em um Fórum Popular de Arte.

A proposta do Fórum é construir, discutir e compartilhar ações de políticas públicas voltadas para Cultura do município. Será um encontro sobre as ações culturais, através de GT's grupos de trabalhos, as pessoas participantes do Fórum, levantaram um diagnóstico sobre alguns temas; economia criativa, formação, ocupação de espaço públicos, entre outros temas

O fórum é aberto ao público, artistas, trabalhadores da Cultura e simpatizantes. Começará às 14h com uma fala iniciada pela organização do Fórum, no fim da tarde faremos um lanche coletivo/compartilhado (trazer algo para comer/beber) e a noite compartilharemos os diagnósticos desenvolvidos durante os grupos de trabalho.

SERVIÇO:
o que? FÓRUM POPULAR DE ARTES
quando? dia 16/02 as 14h
onde? Espaço Cultural JANELA 353. Rua Antônio Santana Filho, 353 - 1° andar - ao lado do colégio Auxiliadora.
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PHILARMÔNICA 21 DE SETEMBRO LEVARÁ CONCERTOS GRATUITOS DE CARNAVAL AOS PETROLINENSES

No mês da folia momesca, a Philarmônica 21 de Setembro presenteará os petrolinenses com prévias de Carnaval através de uma série de Concertos Carnavalescos promovidos pela Prefeitura de Petrolina. As apresentações acontecerão ao ar livre e em equipamentos de atenção à pessoa idosa. 

E para iniciar a agenda de shows, neste sábado (15), a partir das 9h, a orquestra acompanhada da cantora Fabiana Santiago, participará da programação de entrega da Nova Orla da cidade. O show ao ar livre promete animar o público com um repertório especial com muito frevo e canções carnavalescas.

A agenda de apresentações segue no dia 19 de fevereiro, no CCI Vó Pulú, no bairro Vila Eduardo e no próximo dia 21 na Casa Geriátrica, no bairro Vila Mocó. Essas duas últimas apresentações serão voltadas aos idosos assistidos pelas instituições e seus familiares. A Secretaria Executiva de Cultura planejou uma programação inclusiva para essa turma que já viveu tantos carnavais e que hoje, por limitações físicas, já não conseguem festejar nas ruas da cidade como nos tempos de outrora. (Fonte: Assessoria de Imprensa Prefeitura Petrolina)
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UMA CRISE CHAMADA CENTRO DE CULTURA JOÃO GILBERTO. MUITO ABAIXO DO TOM DO DESENVOLVIMENTO

Uma crise cultural afeta o Centro de Cultura João Gilberto. Uma crise que se arrasta nos ultimos anos e parece não ter uma solução em breve periodo.

Um dos capítulos mais recentes envolve a exoneração do publicitário Marcio Fabiano da diretoria do Centro de Cultura e o não dado turismólogo e produtor cultural Iuric Pires. "Não posso assumir a direção do Centro de Cultura João Gilberto neste momento", disse Iuric. iuric adiantou que o valor para a recuperação do Cento de Cultura João Gilberto ultrapassa a casa de um R$ 1 Milhão.

O publicitário Márcio Fabian foi publicada no dia  (07) fevereiro, no Diário Oficial do Estado.

Ano passado a redeGn/Blog Geraldo José publicou uma carta aberta dos artistas juazeirenses reclamando da atual situação do Centro Cultural João Gilberto. Um texto o ator Edvaldo Franciolli, relatou as principais reivindicações cobradas diretamente ao Governador Rui Costa, durante visita a Juazeiro.

Vale a pena conferir visto que os problemas só se agravaram:

Desde o último dia 9 de julho de 2029, um grupo de artistas juazeirenses sendo a maioria ligada ao teatro, se reuniu no Centro de Cultura João Gilberto para discutir uma pauta específica que foi a reforma estruturante do espaço Centro de Cultura João Gilberto. O movimento que passou a ser chamado de Café com Teatro.

Inicialmente era apenas para ser um encontro de artistas para falar sobre vários assuntos, porém ao iniciar o bate papo a pauta foi direta a um dos pontos mais delicados no momento que é a colocação de novas poltronas no referido espaço e que, para os artistas que usam constantemente o teatro não é o suficiente, pois o Centro de Cultura João Gilberto está em péssimo estado de  funcionamento. 

O ator Devilles Senna que é um dos maiores usuários do Teatro de Centro de Cultura com seu projeto Teatro Escola destacou a criação do Grupo Café com Teatro que tem como objetivo discutir a cultura local e seus entraves e conquistas, bem como a reforma do Centro de Cultura João Gilberto que deve ser  integral e não somente uma ação paliativa com troca de poltronas. Deviles destacou ainda a importância da união da classe artística no que se refere à politicas públicas voltadas para a cultura.

O ator Edvaldo Franciolli falou sobre sua experiência de 50 anos do fazer teatral e sua participação como gestor em vários órgãos público de cultura, mas chamou a todos para unidos lutarem por melhores condições de se fazer teatro na região e principalmente sobre a reforma completa do Centro de Cultura João Gilberto que deve ser integral e não somente parcial.

O  presidente do Conselho Municipal de Cultura Marcos Velasch, chamou à responsabilidade do papel do Conselho como órgão fiscalizador das ações de cultura do município e solicitou que os artistas estivessem mais presentes às reuniões e cobrassem mais dos conselheiros e que o Conselho dispõe de todos os documentos referentes às ações municipais e que é preciso estar mais atentos ao trabalho desenvolvido pela Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes do município.

Marcos Velasch falou ainda que já existe um documento na Secretaria de Cultura do Estado da Bahia enviado pelo Conselho Municipal de Cultura onde fala das prioridades de uma reforma completa do teatro do Centro de Cultura João Gilberto e que é preciso cobrar dos políticos interferência junto ao Governo do Estado para que estas exigências sejam concretizadas.

O ator Elder Ferrari aumentou o tom ao falar como que, numa espécie de desabafo sobre a situação do teatro do Centro de Cultura João Gilberto e que, a exemplo do que fizeram com a ação do OCUPE, fizesse uma grande manifestação para que, a reforma do referido espaço não fique apenas em troca de poltronas mas, que vá muitos mais além com uma reforma completa do espaço. O ator propôs  então uma manifesto para que chegue aos ouvidos do Governador do Estado da Bahia Rui Costa que é preciso reforma completa urgente do Centro de Cultura.

Atores, atrizes, músicos, poetas, agitadores e produtores culturais de várias gerações de Juazeiro, de Petrolina e até mesmo de outros municípios se uniram para que, juntos fortalecesse o movimento Café com Teatro a exemplo de artistas como Hertz Félix, Nilton Miranda, Fabricio Fatel, Arlinda Maia, Kátia Gonçalves, Liniker Pereira, Ana Cecília Araújo entre muitos outros.

Muitas foram as discussões provocadas durante 4 reuniões agendadas onde cada um dos artistas presentes puderam fazer suas colocações e reivindicações que foram registradas em relatórios e encaminhados anexos ao ofício que foi entregue ao Governador Rui Costa quando da sua estada em Juazeiro para inauguração da Policlínica no dia 30 de julho 2019.

Destacou Franciolli um dos coordenadores do movimento Café Com Teatro: “ É claro que para que tudo acontecesse até chegarmos ao Governador do Estado da Bahia contamos com a colaboração de muitas pessoas e parceiros a exemplo da Empresa de Transportes Joalina que transportou os artistas do Samba de Veio do Rodeadouro, de grupos culturais do Kidé e dos artistas que estavam caracterizados e foram ver de perto a recepção que tivemos do Governo do Estado que nos recebeu muito bem, nos dando a atenção necessária e  recebendo de nossas mãos um importante documento para que tenhamos uma reforma estruturante do nosso Centro de Cultura João Gilberto”.

Deviles Sena que também encabeça o movimento ressaltou que para tudo acontecer precisa de forças políticas através do empenho dos deputados estaduais Roberto Carlos, Zó, Tun, Paulo Rangel, e dos federais Zé Neto, Daniel Almeida e Josias Gomes além do apoio do Senador Jaques Wagner que se mostrou solícito em abraçar a causa da classe artística não só de Juazeiro mais de todos os 10 município que integram o território da região Norte Baiano a quem podem usar o Centro de Cultura João Gilberto com suas produções.

AÇÃO PARA REFORMAR:
O movimento Café com Teatro criou forças e dentro da “Ação Para Transformar” fez as seguintes solicitações ao Governo do Estado da Bahia através do oficio ao governador Rui Costa: AQUISIÇÃO DE 2 BEBEDOUROS COM 4 TORNEIRAS (01 para ser colocado na área do Foyer do Teatro e o outro na área dos camarins), REFORMA GERAL DO PALCO (que se encontra comprometido com cupins e madeiras danificadas afundando),TROCA DA CENTRAL DE REFRIGERAÇÃO ( a que existe é de um modelo ultrapassado que não encontram nem mesmo peças para reposição se fizer necessário) POR UM EQUIPAMENTO DE AR MAIS MODERNO E ECONÔMICO ( uma vez que, o atual consome cerca de mais de 20 mil litros de água incompatível com a política ambiental e uso conscientes dos Recursos Hídricos), REFORMA GERAL DOS CAMARINS, REPARO EM TODA INSTALAÇÃO HIDRÁULICA E ELÉTRICA, MANUTENÇÃO DOS BANHEIROS PARA O PÚBLICO, INSTALAÇÃO DAS PORTAS ANTI-PÂNICO, REQUALIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS FÍSICOS (atendendo as politicas de inclusão e acessibilidade) IMPLANTAÇÃO DE POLTRONAS E SINALIZAÇÃO,MELHORIA DA ACÚSTICA DA CAIXA CÊNICA, TROCA DAS CORTINAS, INSTALAÇÃO COMPLETA DOS EQUIPAMENTOS DE ILUMINAÇÃO, REFORMA DAS SALAS MULTIUSOS, PRÓ-MEMÓRIA E ARENA, CONTRATAÇÃO DE SERVIDORES (para atender as demandas do local)

Fonte: Redação Edvaldo Franciolli
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DIA MUNDIAL DO RÁDIO É COMEMORADO COM O TEMA DIVERSIDADE CULTURAL, PAZ, DIÁLOGO E TOLERÂNCIA

O Dia Mundial do Rádio, que foi proclamado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2011, é celebrado anualmente no dia 13 de fevereiro. Esse Dia Mundial marca uma ocasião em que as pessoas de todo o mundo homenageiam o rádio e suas diversas formas de delinear nossas vidas.

O rádio reúne pessoas e comunidades de todas as origens para fomentar o diálogo positivo a fim de promover mudanças. Mais especificamente, o rádio é o meio perfeito para combater a violência e a disseminação de conflitos, em especial em regiões potencialmente mais expostas a tais realidades. Com base nisso, o Dia Mundial do Rádio de 202O tem como tema a Diversidade Cultural.

Em uma mensagem para o Dia Mundial da Rádio, o secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou como o meio pioneiro de comunicação celebra a diversidade e contribui para a paz global.


“Enquanto nos esforçamos para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e enfrentar a crise climática, o rádio tem um papel fundamental a desempenhar como fonte de informação e inspiração”, disse Guterres.


“Neste Dia Mundial do Rádio, vamos reconhecer o poder duradouro do rádio para promover a diversidade e ajudar a construir um mundo mais pacífico e inclusivo”, disse Guterres.


Em uma era de rápida evolução das mídias, o rádio ainda tem o poder de reunir pessoas e fornecer às comunidades notícias e informações vitais, afirmou o secretário-geral da ONU.


“O rádio oferece uma maravilhosa demonstração de diversidade em seus formatos, idiomas e entre os próprios profissionais do meio. Isso envia uma mensagem importante ao mundo”, afirmou a liderança da ONU.


A diversidade de conteúdo e programação de rádio, bem como a pluralidade de opiniões expressas, é acompanhada pela variedade de canais de transmissão, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Ao escutar rádio AM, FM ou digital em seu carro, estações na Internet ou realizar o download de podcasts em seus smartphones, o usuário está experimentando o que é o meio de comunicação mais consumido no mundo.


“Pela liberdade que oferece, o rádio é, portanto, um meio único de promover a diversidade cultural. Esse é particularmente o caso dos povos indígenas, para os quais o rádio pode ser um meio acessível para compartilhar suas experiências, promover suas culturas e expressar suas ideias em seus próprios idiomas”, afirmou a diretora-geral da UNESCO Audrey Azoulay.



“É também o caso das estações de rádio comunitárias, que transmitem as preocupações de muitos grupos sociais cujas vozes teriam muito menos impacto no debate público sem o rádio”, concluiu Azoulay.

Ano passado o tema celebrado foi “Diálogo, tolerância e paz” e o poder do rádio para promover a compreensão entre as pessoas e o fortalecimento das comunidades.

Segundo o Relatório Mundial “Re|pensar as políticas sociais”, assistir à televisão e ouvir rádio continuam a ser atividades culturais amplamente difundidas, tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento.

Os programas de rádio que fornecem uma plataforma para o diálogo e para o debate democrático sobre as questões relevantes podem ajudar a aumentar a conscientização entre seus ouvintes e inspirar o entendimento acerca de novas perspectivas para pavimentar o caminho para ações positivas.

O rádio é uma das indústrias com alto potencial para avançar na diversidade da mídia e ampliar as escolhas culturais das pessoas, seja por destacar o conteúdo local ou por fornecer um fórum para vozes que não são ouvidas ou para expressões culturais que foram esquecidas.

Garantir a diversidade midiática é essencial para promover a diversidade das expressões culturais. A mídia é composta por facilitadores, produtores, representantes, distribuidores, disseminadores e mediadores de uma variedade vibrante de conteúdos culturais e artísticos, independentemente dos meios e das tecnologias que eles utilizam. As mídias públicas também compõem uma das 11 áreas que monitoram a implementação e o impacto da Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, de 2005.

Os programas de rádio também podem criar tolerância e superar as diferenças que separam os grupos, unindo-os em torno de objetivos e causas em comum, como garantir a educação infantil ou abordar questões locais de saúde. A UNESCO apoia e implementa uma série de programas e outras iniciativas para incentivar um mundo mais pacífico. 


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UNEB: BIBLIOTECA PROMOVE EXPOSIÇÃO COM TEMÁTICA SOBRE O CARNAVAL DE JUAZEIRO

A Biblioteca da UNEB do Campus III promove exposição com temática sobre carnaval de Juazeiro-Bahia. Do antigo ao contemporâneo. Dividida em dois momentos, a exposição com o tema Carnaval: Do antigo ao contemporâneo, acontece na Biblioteca do Campus III da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) no período de 14 de fevereiro a 06 de março, no horário das 7h às 21h.

A exposição, aberta a toda comunidade acadêmica e externa, no primeiro momento levará os visitantes a uma viagem no tempo pelos antigos carnavais de Juazeiro, através de fotografias que fazem parte do “Acervo Maria Franca Pires”, projeto que funciona no Departamento de Ciências Humanas (DCH) da UNEB. 

Na segunda parte da exposição, representando o carnaval contemporâneo, estão expostas máscaras usadas em bailes carnavalescos cedidas pelo lojista Ariomar Carvalho e, também de alguns figurinos do cantor, talentoso artista Alan Cleber, utilizados no decorrer de sua trajetória musical.
O acervo de fotografias, adereços, fantasias e máscaras é uma ótima oportunidade para conhecer um pouco sobre a tradição carnavalesca em Juazeiro e na região.

O bibliotecário e mestre em Ciência da Informação Regivaldo Silva (Régis) explica que uma das missões é provocar atrativos para que alunos, professores e comunidade em geral, além de frequentar a biblioteca possa conhecer a sua história e identidade cultural.

"A Biblioteca produz  atividades além dos livros, da leitura que já oferecemos. Nosso objetivo é trazer histórias positivas do convívio com o sertão para que eles possam passar essas informações sobre os ícones da história a partir do Nordeste para a geração que hoje muitas vezes não conhece, por exemplo o carnaval. Os filhos podem vir com os pais também. A ideia é conhecer a alegria do Carnaval", disse Regis.

Ano passado (2019) aconteceu também na Biblioteca A EXPOSIÇÃO do artista plástico Iranildo Moura Leal que foi composta por sete quadros com pinturas sobre tela e retratava Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, 30 anos de Saudades e paisagens tipicamente sertanejas.

Outra atração foi  “Para Sempre Juazeiro” do artista plástico Marlus Daniel, que lançou um olhar sobre as tradições, memórias e a cultura  da região através de obras sobre os Congos; a Lenda da Serpente da Ilha do Fogo; o Samba de Véi do Rodeadouro; a Lenda de Nossa Senhora da Rapadura; a Velha Estação; os Casarios; o Esporte Amador; as rodas de São Gonçalo; os Cordões de Penitentes; a Noite Boemia; as noites de São João; o melhor carnaval antecipado do interior da Bahia; as Carrancas e a História da Navegação.

"A Biblioteca se mostra como um núcleo de integração e cultura na sociedade contemporânea. Com o passar do tempo este ambiente se moldou não sendo mais um local reservado somente para o silêncio e para a leitura, mas sendo um instrumento de cultura e lazer para a comunidade, além de servir como centro dinâmico de informação, ambiente de convivência e de acesso a novos conhecimentos", disse Regis.
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AGROECOLOGIA: AGRICULTOR TRANSFORMA ÁREA DEGRADADA EM EXU, PERNAMBUCO EM RESERVA ECOLÓGICA

O agricultor familiar Vilmar Luiz Lermen, no município de Exu, Sertão do Araripe, Pernabuco, cultiva uma Agrofloresta exemplar.

Paranaense, filho de agricultores, há 20 anos residente no Estado de Pernambuco, sendo 13 anos no município de Exu, no Sertão do Araripe, onde cultiva uma agrofloresta exemplar. Trabalho apoiado por Paulo Pedro de Carvalho, 45, agrônomo e coordenador geral do Centro de Assessoria e Apoio aos Trabalhadores e às Instituições Não-Governamentais Alternativas (Caatinga). Ele vive em Ouricuri, mas atua em todo o Sertão do Araripe. 

Agrofloresta é a praia de ambos e um exercício de transformação na relação com a terra que ainda não está muito disseminado pelo Semiárido, mas que faz diferença onde passa.

Vilmar conta que tanto seu pai quanto sua mãe vieram de famílias agricultoras. Vilmar trabalhou no Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá, cursou Pedagogia, se especializou em Geografia e, finalmente, comprou uma terra em Exu e vem cultivando sua própria agrofloresta ao lado da esposa, na Serra dos Paus Dóias, em cima da Chapada do Araripe.

Ele faz parte de Associação dos Agricultores (as) Familiares da Serra dos Paus Dóias (Agrodóia), que trabalha com Sistemas Agroflorestais; Sementes Crioulas; beneficiamento de frutas nativas (extrativismo) e cultivadas; e abelhas nativas e africanizadas, com uma inserção social no território do Araripe. Participa também do Conselho da Área de Proteção Ambiental (APA), Conselho de Turismo e Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável do Município. É sócio do Centro Sabiá e diretor do Caatinga e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Exu.

Na propriedade, tem duas cisternas de 76 mil litros e fogão geoagroecológico. Na Associação, tem cisterna de 76 mil litros, jardim filtrante adaptado, fossa séptica, biodigestor, biofertilizante e agroindústria, onde são fabricados doces, geleias, licores, óleos essenciais e mel. Tudo isso fez com que a propriedade se tornasse um modelo a ser mostrados aos inúmeros visitantes que o casal recebe.

Para Vilmar, as vantagens do Sistema Agroflorestal Agroecológico começam pela conservação do solo e ambiente como um todo. Ele conta que, nas primeiras semanas, se investe em culturas de ciclo curto, que podem ser plantados simultaneamente com milho, árvores e raízes, além de forrageiras adubadoras de solo.

“Quase todas essas plantas produzem alguma flor e pólen para as abelhas, o que garante alimento, renda, e, no tempo e no espaço, o agricultor vai fazendo a sucessão vegetal. As árvores vão crescendo junto com esse sistema. Uma floresta nativa tem mais ou menos 300 anos. No Sistema Agroflorestal você faz isso em mais ou menos 30 anos, inclusive na própria Caatinga”, garante.

Vilmar lembra que, ao longo dos últimos 40 anos, o agricultor e pesquisador suíço Ernst Götsch radicado na Bahia, sistematizou, pesquisou, experimentou muitos destes sistemas, em diversos lugares do mundo, e foi passando em vivências, intercâmbios e cursos.

“Hoje tem muita bibliografia já testada pela academia que faz com que a família agricultora tenha alimento no período de chuva e de seca, tenha trabalho o ano inteiro, embora seja um pouco mais intenso na chuva porque é quando se planta a maioria dos cultivos. Mas na estiagem ainda tem trabalho, que ocupa a família, tem harmonia entre o sistema de acumulação e abundância numa estratégia que pode ser alimentar e de renda. Geralmente a família agricultora prioriza a alimentação e o excedente vai para as feiras agroecológicas e programas como PAA e Pnae“, explica.

A Academia, segundo o agricultor agroflorestal, vem ajudando a sistematizar a fornecer elementos técnicos e, com organizações, fazem assessoria e abrem caminhos junto às agências de financiamento / bancos oficiais para quem tem interesse em investir, baseado na experiência acumulada.


“Também tem sido feito um trabalho coletivo com o IBGE, a Conab, a Embrapa, para o zoneamento agrícola, para entrar no Censo Agropecuário, na lista dos preços mínimos da Conab, já que até então esses produtos eram considerados incipientes para a economia, porém, em alguns lugares do Semiárido são essenciais num extrativismo que depois passa para um cultivo dentro do Sistema Agroflorestal, com o solo protegido, presença da água. Isso dá uma segurança alimentar e hídrica para a família, fornece produtos para o ecossistema e para animais domésticos e silvestres. Quando a madeira estiver madura, não vai destruir, vai fazer uma colheita, pela poda ou queda natural”, relata.

Vilmar defende que o O Sistema Agroflorestal Agroecológico é o mais completo do ponto de vista de ciclagem dos nutrientes, manutenção de temperatura mais estável ao longo do ano. Trabalha com sementes crioulas, normalmente de base familiar e comunitária, dentro de redes de distribuição e comercialização”, destaca.

Sistematização é um desafio
Um dos desafios apontados ele, na Caatinga, é o da sistematização, porque trata-se de um grande bioma de clima Semiárido, de mais de 1 milhão de quilômetros quadrados, em 11 estados, mas dentro dele há mais de mil outros micro ecossistemas.

“Para cada um tem que se pensar, estudar, avaliar o que melhor se adapta, o que é da vontade do agricultor e da família, qual a habilidade, como os sabores e saberes se casam e que estejam dentro da legislação ambiental, sanitária. O beneficiamento é necessário para aproveitar, agregar valor e compartilhar até com outras regiões”, ressalta.

“Nós seres humanos, somos altamente dependentes dos sistemas naturais. Lá na frente, quando a pessoa quiser se aposentar, tem uma poupança na madeira, óleos essenciais, meliponicultura, colheita de frutos, que não têm a necessidade de um manejo tão intensivo. Temos sucessão na mão de obra também”, ressalta Vilmar.

Paulo Pedro, do Caatinga, destaca que as agroflorestas ainda não são tão comuns no Semiárido, mas já houve muitos avanços | Foto: Eduardo Queiroz
Ao olhar para trás, 28 anos depois de formado em Agronomia, Paulo Pedro lembra que, quando começou, o termo usado era Agricultura Alternativa, que foi se desenvolvendo com a participação de diversos atores, reunidos hoje pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA).

Paralelamente, as organizações ligadas à Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) vêm fazendo um trabalho de Assistência Técnica Rural (Ater) no Semiárido em Agroecologia. Daí foi formada a Rede de Agricultores(as) Experimentadores(as) do Araripe (Rede Araripe), que trouxe outra perspectiva, ao trabalhar diretamente com 11 municípios do Araripe e mais um do Sertão Central (Parnamirim), em Pernambuco. São, em média, 2 mil famílias envolvidas.

“Houve uma melhoria na parte social e econômica, desenvolvimento de Políticas Públicas de Convivência com o Semiárido, a construção de um milhão e 200 mil cisternas, sendo 800 mil só pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), formação e mobilização. Comparando com dez anos atrás, avançamos. Muitos ainda estão em transição, outros querendo conhecer”, destaca.

Paulo Pedro ressalta, ainda, a incorporação da temática das agroflorestas pelas instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e os Institutos Federais de Tecnologia (IFs). Mas faz a ressalva de que ainda não ganhou uma dimensão significativa.

“Se voltarmos uns dez anos, percebemos um grande avanço com experiências concretas de famílias que estão em processo de Conversão Agroecológica, muitas delas em Sistemas Agroflorestais. Viram que a experiência é boa e querem isso para as suas propriedades. Algumas estão bem avançadas, como a da família de Vilmar e Silvanete, lá em cima da serra, em Exu, que recebe visitas durante o ano inteiro”, avalia.

Para Paulo Pedro, a Agroecologia, por meio dos Sistemas Agroflorestais, está ganhando espaço. Mas ainda não é uma quantidade significativa na Agricultura Familiar. 

“É importante destacar que a Agroecologia e a Agrofloresta estão ganhando espaço na agenda política e dentro dos órgãos de pesquisa. Mas não podemos dizer que é institucional, que todos aderiram a esse processo. Mas grupos dentro dessas instituições trabalham junto com agricultores, comunidades, organizações da sociedade civil que fazem parte da ASA, da ANA, de várias redes que promovem a Agroecologia no Semiárido Brasileiro”, pondera.

“Hoje é bem real e visível a lógica da convivência se sobrepondo à antiga e equivocada do combate à seca. Os agricultores do Semiárido são experimentadores que buscam a todo momento saídas. Até a FAO e a ONU reconhecem a Agroecologia e a Agrofloresta como forma de dobrar a produção de alimentos saudáveis no mundo em dez anos e cuidando do meio ambiente e das relações entre as pessoas”, anima-se.

Por fim, o agrônomo destaca a existência de diversas redes, locais, regionais, nacionais e até internacionais, de troca de experiências, um fator muito importante na promoção da Agroecologia, para possibilitar as trocas de agricultor para agricultor, com experiências permanentemente desenvolvidas e “Quando o agricultor ensina algo que aprendeu, ele também está se abrindo para escutar outras famílias e as organizações que prestam assessoria a esses agricultores e essas redes estão ali para fomentar esse processo de construção participativa dos conhecimentos”. (Fonte: Por Maristela Crispim-Editora Eco Nordeste)
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CRATO: RAIMUNDO ANICETO, O MESTRE DA CULTURA TOCADOR DE PIFE

Aderaldo Luciano numa carta endereçada ao cantador cantor Beto Brito, relatou a certeza, "e vai colocar isso em um livro, que Deus era um tocador de pife e foi soprando nele, num pife feito de taboca, que deu vida ao Homem com seu sopro fiel".

Visitei no Crato, Ceará, o mestre da cultura de tocar pife, Raimundo Aniceto, 86 anos, nascido em 14 de fevereiro de 1934. Fui na casa do líder da Banda Cabaçal de Pife dos Irmãos Aniceto.  A Banda de Pífe é Patrimônio Cultural Imaterial.

Formado no século 19 pelo “Véi Anicete”, ou José Lourenço da Silva, que mais tarde se tornaria José Aniceto, um descendente de índios do Kariri, o grupo se encontra na quarta geração — e não deixa de lado a música do sertão. A Banda de Pífe já tem mais de dois séculos de fundação.

Seu Raimundo começou a tocar com 6 anos, ele acompanhou de perto a renovação da banda. A formação atual é composta por  Adriano, Antonio (seu irmão), Jeová e Ciço. Eles têm um sexto integrante, Ugui, escalado em situações especiais.

Durante a visita o mestre Raimundo Aniceto mostrou as fotos e os ollhos marejam com retratos da disposição de outrora. Responsável pela coreografia, ele dançava, pulava e arriscava até um salto mortal na apresentação.

Raimundo Aniceto está se recuperando de um AVC-Acidente Vascular Cerebral. Já não toca! Todavia a mente, alma e corpo falam do Guerreiro Cultural que bem sabe e pede socorro: o pife não pode acabar!

No final da visita fiquei a pensar: o Brasil trata realmente com o maior desprezo a sua verdadeira riqueza cultural. A situação atual de Raimundo Aniceto carece de maior respeito e dedicação por parte do poder público...

Mestre Raimundo Aniceto tem seis filhos e de acordo com Dona Raimunda a esposa pediu para que não deixassem acabar o grupo e manter vivas essa tradição. Preocupada Dona Raimunda sentenciou: "É muito difícil, pois a juventude não está muito ligada na tradição. Mas vamos conseguir". 
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