FORRÓ DE LUTO: SANFONEIRO E CANTOR DEJINHA DE MONTEIRO MORREU NESTE DOMINGO 22

O cantor e compositor paraibano Dejinha de Monteiro faleceu na manhã deste domingo (22), em João Pessoa. Geneci Bispo Lourenço, nome de batismo do sanfoneiro, tratava de um câncer no intestino.

Dejinha nasceu em 1952 na cidade de Monteiro, na Região do Cariri paraibano. Era um dos 13 filhos de uma família de agricultores. Seu primeiro instrumento foi um pandeiro e recebeu todo o apoio e incentivo dos parentes para atuar na vida artística. Mas foi na adolescência que deu um passo mais significativo, definindo seus rumos na música: ganhou do irmão mais velho uma sanfona, trazida de Brasília como presente.

Contudo, a vida como sanfoneiro era difícil e seu pai preferia que ele continuasse se dedicando à agricultura, que lhes conferia uma renda fixa para sustento da família. O jovem, por sua vez, não desistiu do sonho. Aventurou-se pelo mundo, mostrando o seu trabalho e a cultura nordestina.

As primeiras apresentações aconteceram nos sítios da região. Dejinha acompanhava um sanfoneiro com o seu pandeiro e, entre os shows, usava o instrumento do amigo para repetir os acordes e aprendê-los. O início da sua carreira profissional começou com as viagens pelo país em busca de conquistar um espaço como cantor regional e divulgar as suas canções, os ritmos que nasceram do Nordeste: o xote, o xaxado, o baião, o coco-de-roda ou coco-de-embolada.

O primeiro destino de Dejinha foi Brasília, onde permaneceu por dez meses. Depois, viajou para o Rio de Janeiro, onde viveu por 12 anos, divulgando o seu trabalho como cantor e compositor nas rádios locais. Participou de programas da Rádio Globo, Rádio Nacional e Rádio Federal de Niterói (RJ). Nesse período fez amizades com o Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Marinês, Messias Holanda e Elino Julião. Ainda no Rio de Janeiro, chegou a tocar na mesma casa de shows em que o Trio Nordestino se apresentava no seu auge da carreira.

O nome artístico nasceu no período em que ainda estava no Rio de Janeiro. O apelido Dejinha foi dado por sua avó, já o “de Monteiro” o cantor acrescentou com o objetivo de levar no seu nome a cidade que representava as suas origens.

No estado de Goiás, em 1966, Dejinha participou de uma campanha política, tocando por 70 noites na capital, Goiânia. Nessa época, os artistas mais comentados no estado eram de outras regiões do país, como Elba Ramalho e Zé Ramalho.

Foi em Goiás que o paraibano conheceu o cantor Amado Batista, que, na época, tinha uma loja de discos e há pouco havia gravado o seu primeiro compacto. Em Goiás, Dejinha tocava o tradicional forró pé-de-serra na casa de shows Rancho da Alegria, que sempre lotava nas suas apresentações, caracterizadas pelo estilo do forró tradicional, enfatizando histórias românticas nas letras das suas melodias.

Além das suas músicas, o monteirense cantava os sucessos do cantor Luiz Gonzaga, porém com uma nova roupagem, acrescentando novos arranjos musicais para deixar o ritmo mais animado.

Em 1989, Dejinha produziu e lançou o seu primeiro LP. Nos dois anos seguintes, com o surgimento das bandas de forró, não realizou outras gravações. Porém chegou a participar do ‘Programa do Bolinha’, da TV Bandeirantes, e produziu o primeiro CD da Banda Magníficos.

Foram 40 anos de estrada, sendo 27 vividos profissionalmente, com quatro LPs, 26 CDs, um DVD e mais de 350 músicas registradas. Entre as músicas criadas pelo cantor, ‘Amor e saudade’ é uma das mais pedidas pelo público durante os shows.

O monteirense firmou grandes parcerias ao longo do seu trabalho com Flávio José, conterrâneo da cidade Monteiro, Jorge de Altinho, Chico César, Santanna, entre outros que também divulgam em suas músicas a cultural regional. Em 2008, o cantor foi homenageado com o troféu “Asa Branca” pelo Forró Fest, evento realizado pelas TVs Cabo Branco e Paraíba. Nesse ano os homenegeanos foram Sivuca, Marinês, Zabé da Loca e o próprio Dejinha. (Fonte: Diário da Paraíba)

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RIO SÃO FRANCISCO SOFRE COM OS IMPACTOS AMBIENTAIS, DESERTIFICAÇÃO E INVASÃO DO MAR SÃO SINTOMAS PREOCUPANTES

A obra da transposição do Rio São Francisco está perto da conclusão após 12 anos de trabalho e 7 de atraso. O investimento estimado é de R$ 12 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). O megaprojeto destina, desde o início, R$ 1 bilhão para mitigar impactos ambientais.

Pesquisadores defendem que é preciso monitoramento de longo prazo para determinar o impacto na fauna e na flora das áreas envolvidas, mas alegam que cortes de verbas públicas já estão limitando essa ação.

A transposição do Rio São Francisco é a construção de dois grandes canais (um Eixo Norte e um Eixo Leste, totalizando 477 km em obras) que levam águas desse rio essencial para o Nordeste brasileiro até outra área, tradicionalmente bem mais seca.

No Brasil colonial, o rio hoje apelidado de "Velho Chico" era também conhecido como "Rio dos Currais". Suas margens foram um eixo de expansão, do litoral para o centro do país, principalmente por meio de estradas e da criação de gado.

E foi aí que começaram os impactos da ação humana no São Francisco.

"Chamava-se Rio dos Currais porque vinham tocando o gado, nos séculos 17 e 18, à beira do São Francisco", recorda o pesquisador Luiz César Pereira, coordenador do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna), ligado à Universidade do Vale do São Francisco (Univasf). A universidade é a principal encarregada de atuar na mitigação dos impactos, também por meio do Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema).

"O gado chegava ali em Cabrobó (PE) e ia impactando o solo. Depois, com o tempo, sai o gado – o 'pé duro' como a gente chamava – e entra uma nova forma de pecuária que se adapta à caatinga, que são os ovinos e caprinos, que também trazem impacto, pois se alimentam da caatinga."

Fonte de renda e esperança de prosperidade, o Rio São Francisco ainda hoje é também foco de tensões. A competição pela água contrapõe grandes e pequenos produtores agropecuários, indústrias, comunidades ribeirinhas, pescadores, mineradores, governos, cidades e quatro barragens de usinas hidrelétricas (Três Marias, Sobradinho, Itaparica e Paulo Afonso). Alguns recebem mais água do que outros, alguns pagam mais pela água do que outros e alguns são mais beneficiados ou prejudicados pela transposição do que outros.

A soma de tantas atividades em torno do São Francisco impacta as bacias ligadas a ele desde os lençóis freáticos e nascentes, onde já há relatos de água "funda", ou seja, é preciso perfurar mais para chegar até ela. Isso ocorre também nos afluentes, os rios que alimentam o São Francisco. As barragens das hidrelétricas alagaram grandes áreas e, hoje, também controlam a vazão do rio.

INVASÃO DO MAR: Estudos mostram que, como o rio chega fraco ao mar, a água salgada já começa a invadir o São Francisco na foz – entre Sergipe e Alagoas. "O mar está entrando 40 km rio adentro. Os peixes desapareceram. Na verdade, você já encontra peixes do mar a 200 km rio acima", conta José Alves Siqueira, professor da Univasf e coordenador do Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas (Crad).

Restam incertezas, entretanto, sobre até que ponto a transposição causa ou amplia esses danos ambientais.

A transposição se somou, portanto, a um cenário ambiental já complicado. "O rio já sofreu muitas intervenções ao longo os últimos 40, 50 anos", diz César Nunes de Castro, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

"Reservatórios, hidrelétricas, principalmente do médio São Francisco até a foz do rio: tudo isso alterou totalmente o seu regime normal."

Com a transposição, a água do rio é levada para lugares onde, antes, não chegava. A obra cria dois sistemas independentes de captação de água: são os chamados Eixo Norte e Eixo Leste.

Em nota enviada ao G1, o Ministério do Desenvolvimento Regional, responsável pelas obras, afirma que, ao todo, já foram investidos R$ 10,7 bilhões na transposição. "Com os serviços remanescentes e complementares, a previsão é que as obras sejam concluídas com investimento final de R$ 12 bilhões", acrescenta. 

O RIO SÃO FRANCISCO JÁ NÃO BATE NO MEIO DO MAR:
O impacto mais óbvio da transposição é, justamente, a retirada de água de um rio já bastante sobrecarregado, segundo Castro. "Antes das barragens, na década de 1970, a vazão do rio ao longo do ano mudava de forma mais considerável. Tinha os períodos de cheia, com inundação das margens, e, quando baixava, tinha a agricultura de várzea", recorda o especialista em políticas públicas.

Por causa das hidrelétricas, o São Francisco já tem o seu fluxo limitado, pois elas retêm a água para poder passar com força pelas turbinas. "Principalmente Sobradinho e Três Marias seguram a vazão do rio. É uma água controlada", diz Pereira, do Cemafauna.

Isso faz com que as comunidades que estão depois das usinas dependam totalmente do volume de água liberado por elas.


osé Alves Siqueira avalia que muitos dos impactos da transposição são silenciosos. "É preciso ter uma visão sistêmica do São Francisco. Priorizar as áreas de conservação da caatinga, diminuir o impacto da desertificação, garantindo a preservação da água e da biodiversidade", diz o pesquisador.

Fonte:  Filipe Domingues, G1
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"O ANO DE 2020 SERÁ DE MUITA CHUVA", DIZ AGRICULTOR E PROFETA DA CHUVA

Os profetas da chuva irão se reunir nesta sexta-feira, 20, e sábado, 21, para realizar previsões sobre a quadra chuvosa em 2020. 

O evento é promovido pelo campus de Tauá, Ceará em parceria com campus de Boa Viagem do IFCE, esta será a 4ª edição do Encontro dos Profetas da Chuva dos Inhamuns, uma parceria entre IFCE, a Universidade Estadual do Ceará (Uece) e a Prefeitura Municipal de Tauá.


Os profetas são moradores da zona rural que criam previsões a partir do que observam sobre a natureza. É levado em consideração a transformação na atmosfera e no ecossistema, além da posição dos astros. Geralmente, os profetas aprendem as técnicas de observação com os avós e outros familiares, que perpassam o talento por gerações.

"O próximo ano será de muita chuva". A profecia foi feita pelo agricultor Venceslau Batista, de 84 anos, que há décadas observa os sinais da natureza para saber se a pluviometria será generosa durante a quadra chuvosa, que se inicia em fevereiro e segue até março. Morador do Perímetro Irrigado Icó-Lima Campos, ele é conhecido como "profeta da chuva", nomenclatura dada ao sertanejo que faz previsões de tempo e de clima a partir de observações das mudanças do ecossistema, da atmosfera, dentre outros métodos tradicionais de previsão. 

"Aprendemos com nossos pais, avós e damos continuidade a essa tradição", explica. Os "profetas" observam alguns sinais da natureza que, segundo eles, indicam o volume da chuva. Um deles é a florada do juazeiro e da aroeira. Quando, nesta época do ano, as árvores estão com a copa cheia, é sinônimo de boas chuvas. "Encontrei um ninho de joão-de-barro com a entrada da casa virada para o poente e isso é bom", detalha o que ele acredita ser outro "sinal da natureza". "Nos anos anteriores eles faziam a abertura virada para o nascente, ou seja, era indicação de pouca chuva", complementa.

O agricultor aposentado, Francisco Dias, também faz previsões para o período de chuvas. O profeta costuma colocar pedras de sal sobre uma tábua na noite anterior ao dia dedicado à Santa Luzia, que foi festejado no último dia 13. São seis pedras e cada uma delas representa um mês do ano a partir de janeiro. "De março, abril e maio, as pedras ficaram úmidas, sinal de chuva nesses meses", ensinou. A próxima observação, explica Francisco, será a primeira lua cheia do ano. "Estou animado porque os tetéus não fizeram ninhos nas lagoas e é sinal que vem chuva no começo do ano".

Em Quixadá, no Sertão Central do Estado, os profetas também já iniciaram as observações. Assim como fez Francisco Dias, a professora aposentada Lurdinha Leite, também repousou pedras de sal sobre uma madeira na noite de 12 de dezembro. "As pedrinhas se desmancharam em todos os meses na tábua. Fiquei muito feliz. Vamos ter bom inverno, com a ajuda de Deus", comenta Lurdinha.

Essas previsões, segundo avaliam os profetas da chuva, não se trata "de fé", mas de "conhecimento sobre a natureza", conforme explica Francisco Leite, que também participa, ao lado de Lurdinha e outros observadores, de um encontro anual em Quixadá, realizado sempre no mês de dezembro. "Conhecer os sinais da natureza é uma questão de sobrevivência na caatinga", pontua ele, que, com 20 anos, é o profeta mais novo de Quixadá. O mesmo grupo vai se reunir no dia 10 de janeiro do próximo ano, para divulgar o prognóstico oficial para a quadra chuvosa de 2020. "Os indícios são bons, mas vamos esperar a barra da lua cheia de 2020 para confirmar", diz. Este encontro é considerado o maior do gênero no País.

O cenário de boas chuvas para o início do próximo ano no Ceará é corroborado pelo prognóstico divulgado por meteorologistas do Clima Tempo. De acordo com o especialista Filipe Pungirum, a previsão para "janeiro e fevereiro é de bastante chuva". Ele explica que a Zona de Convergência Intertropical (Zcit), que é o principal sistema indutor de chuva no norte do Nordeste, "está em posição favorável" para incidência pluviométrica durante estes dois meses. 

Outro fator observado por Pungirum é a ausência de atuação dos fenômenos El Niño e La Niña. "Essa neutralidade é um bom indicativo para ocorrência de chuvas no Ceará", avalia, ao prever que "a qualidade de chuva de 2020 vai ser melhor em comparação ao ano passado". Para dezembro, no entanto, o Clima Tempo prevê chuvas abaixo da média. Em janeiro, uma nova análise, para os meses de janeiro, fevereiro e março, será feita.

Já a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) não realiza prognóstico para os meses de dezembro e janeiro, período que corresponde à pré-estação chuvosa. No entanto, o órgão deve divulgar, em janeiro, a previsão para os meses de fevereiro, março, abril e maio.

Para os sertanejos, essa expectativa que gira em torno das chuvas de 2020, pode ser explicada através de números. Apesar de a pluviometria registrada, ao longo deste ano, estar 6% acima da média histórica, essas chuvas não foram suficientes para garantir recarga hídrica satisfatória à maioria dos açudes. (Fonte: Diário do Nordeste)

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PROJETO MANDALA AGROECOLÓGICA PROPÕE ALTERNATIVA DE PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL AOS AGRICULTORES FAMILIARES

Canteiros circulares em uma pequena área e em seu centro um galinheiro. O cultivo de diferentes espécies em equilíbrio, em um sistema que tem a capacidade de se autossustentar. Este é o projeto Mandala Agroecológica ou Projeto Agroecológico Integrado Sustentável (PAIS), desenvolvido no campus Petrolina Zona Rural do IF Sertão-PE, que já vem gerando resultados.

De acordo com o orientador do projeto, professor Amâncio Holanda, a ideia do PAIS é mostrar para pequenos produtores que é possível produzir a partir da mandala agroecológica, gerando alimentos saudáveis, sem o uso de agrotóxicos, que possam alimentar a família e também ser uma alternativa de fonte de renda, através do comércio de excedentes. 

“Acima de tudo é um projeto que visa a educação ambiental, porque há uma preocupação muito grande desse sistema com o meio ambiente. No sistema convencional, com o passar do tempo, a terra vai ficando cada vez mais cansada, pobre. Aqui é o contrário, a terra terá mais nutrientes, vai reter mais umidade e diminuir a evaporação”, explicou.

Ao longo de seis canteiros, dispostos de forma concêntrica, são cultivadas desde hortaliças, frutíferas, plantas medicinais até ornamentais. Implantado em março, o sistema já reúne pés de quiabo, cebolinha, mandioca, batata doce, abóbora, melancia, tomate, couve, alface, coentro, mamona, banana, coco, dentre outros. No centro do círculo, um galpão comporta galinhas poedeiras, que consomem alimentos do próprio sistema e têm liberdade para andar por piquetes instalados ao longo dos canteiros. “Tudo aqui é feito dentro do próprio sistema, eu não compro adubo, eu não uso agrotóxico, a gente não fala de pragas, doenças, ervas daninhas, tudo são seres vivos importantes para o meio que em algum momento se equilibra”, disse Amâncio.

O projeto conta com o trabalho do bolsista Lucas Marinho e de voluntários, como o estudante de Agronomia e um dos idealizadores da mandala, Ermeson Santos. “Este é um projeto promissor porque pode ser adaptado para várias realidades, principalmente para o pequeno produtor. Não é nada muito difícil, porque não são necessários muitos recursos. Nós buscamos sempre aproveitar de alguma forma o que a natureza nos dá”, afirmou Lucas.

Para Ermeson, o trabalho realizado já está dando resultados. “Além de trabalhar a questão da agroecologia, é uma mostra para o produtor que com pouco ele pode produzir muito, com boa qualidade e de forma sustentável”. 

O PAIS é aberto à visitação, que deve ser agendada através da Coordenação de Extensão do campus Petrolina Zona Rural. Para 2020, o professor Amâncio Holanda está planejando dias de campo com pequenos produtores. No momento, a área é um ambiente permanente para a realização de aulas práticas.

 Ines Guimaraes / Ascom IFSertão
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'BOLSONARO É MUITO IGNORANTE' PORQUE 'NÃO FOI ALFABETIZADO PELO MÉTODO PAULO FREIRE', DIZ FILHA DO EDUCADOR BRASILEIRO

Cristina Freire Heiniger, de 72 anos, filha do educador Paulo Freire, falou com a RFI com exclusividade sobre as críticas sistemáticas feitas pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, ao educador. Nesta semana, o líder da extrema-direita do Brasil voltou a atacar “esse tal de Paulo Freire”, depois de chamá-lo de “energúmeno”. Para Bolsonaro, Freire é o responsável pela baixa qualidade da educação no Brasil. Ele relaciona as ideias do educador ao resultado do país no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), que nunca foi bom.

“Ele chamou meu pai de quê? De energúmeno? Que idiota. Talvez ele, simplesmente, não esteja sabendo que o método de alfabetização é para adultos. Se se trata de jovens e adolescentes, não se vai usar Paulo Freire. Ele é muito ignorante. Bastava que ele soubesse isso. É um método para alfabetizar. Nesse caso, o energúmeno é ele, o nosso presidente”, disse Heiniger, que mora em Genebra desde os 24 anos, quando o pai foi para a Suíça como exilado.

Ela diz que, para o gosto dela, Bolsonaro não deveria ter vencido as eleições presidenciais porque, segundo ela, não governa para o Brasil inteiro e “não representa todos os brasileiros, longe disso”. “Por isso, se permite, como o energúmeno que ele é, dizer o que diz do professor Paulo Freire”, reiterou, por telefone.

Perguntada pela RFI sobre as razões por trás das críticas sistemáticas do presidente ao educador, Heiniger disse, rindo, que é porque ele “não foi, justamente, alfabetizado pelo método Paulo Freire”. Também as classificou como “uma estupidez enorme”.

“Ele é um ignorante, analfabeto, em minha maneira de ver, no sentido de não ver a realidade tal qual. Ele, simplesmente, está atrasado demais da conta. A prova é que, hoje em dia, é vergonhoso dizer na Europa que você é brasileiro. A Europa está escandalizada com nosso presidente. Paulo Freire, sem nunca ter sido presidente porque — aliás, ele nunca quis — foi melhor educador do que ele, presidente. Isso não há dúvida”.

Na avaliação de Heiniger, o Brasil se dividiu entre os que estão com Bolsonaro e os que estão com Paulo Freire. “Quando se fala de Paulo Freire fora do Brasil, é só elogio. Quando se fala no Brasil – o próprio presidente e os que estão com ele —, só jogam m...! Pois, com muito prazer, eu chamo ele (Bolsonaro) de energúmeno, gostei. É difícil de pronunciar, mas ele também é um homem difícil de compreender devido a sua ignorância”, afirmou.

Heiniger não tem vontade de responder diretamente a Bolsonaro, porque “ele não merece que eu diga nada para ele”. “Eu o considero um ser humano. E já é muito. Não tenho a menor vontade de responder a ele. Nem ruim nem bom. Ignoro. E não só pelas coisas erradas e injustas sobre meu pai. Ele não merece meu comentário”, completa.

O fato de Bolsonaro citar tanto Paulo Freire tem o efeito contrário do esperado, na opinião dela. 

“Se ele fosse mais inteligente, não deveria fazer tanta balbúrdia, e esqueceríamos Paulo Freire, mas a atitude dele mostra a ignorância desse homem. Ele não percebe que está atiçando que se defenda Paulo Freire. Mas ele continua criticando, dizendo mentiras. Pelo amor de Deus, só com muita paciência. Esse presidente envergonha os brasileiros”, desabafou.

Fonte: Época
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FESTIVAL DE CINEMA NO INTERIOR EDIÇÃO ESPECIAL VELHO CHICO ACONTECE ENTRE OS DIAS 18 A 23 DE DEZEMBRO

O Sertão vive mais uma jornada cinematográfica com a realização do "Festival de Cinema no Interior - Edição Especial Velho Chico", a partir da próxima quarta-feira (18), das 14 às 18hs, em Petrolina. O evento se estenderá até a segunda-feira (23) incluindo outras cidades do Vale do São Francisco como Santa Maria da Boa Vista, Orocó, Petrolândia e Cabrobó.

Petrolina foi escolhida para a abertura do festival, onde ocorrerá a cerimônia de pré-lançamento dos filmes: "Jamakaru", "Rio Mar", "A Menina da Ilha", "O Menino que Tinha Medo do Rio", "Cantigas, o Sertão e suas Danças"*. As obras serão exibidas para os ribeirinhos por meio da Rede Orient Cinemas, no shopping da cidade e estará em cartaz para o público da região, a partir da quinta-feira (19).

O idealizador e diretor geral do Cinema no Interior, Marcos Carvalho, explica que todas as ficções foram roteirizadas, produzidas e protagonizadas pelos moradores dos municípios de Cabrobó, Santa Maria da Boa vista, Orocó e Petrolândia.

"Com o auxílio das oficinas formativas oferecidas pelo projeto Cinema no Interior, os ribeirinhos participaram de todo o processo de realização dos filmes, desde a elaboração do roteiro, composição do elenco e produção das obras", comenta Marcos Carvalho. Ele explica ainda que a proposta do Festival é despertar o interesse das comunidades interioranas em trabalhos de pesquisa audiovisual valorizando a própria região.

"A difusão do patrimônio cultural das cidades ribeirinhas sanfranciscanas e o incentivo na realização de novos projetos audiovisuais para a região compõem parte dos objetivos do Festival, que nesta edição de 2019 aborda diversos aspectos relacionados ao Velho Chico e ao meio ambiente", conclui Carvalho.

A programação do evento inclui a mostra itinerante "Cinema no Interior – Edição Especial Velho Chico" nas cidades ribeirinhas, além de mostra interna competitiva, premiações, homenagens e palestras. Haverá ainda, oficinas de "Roteiro para Cinema", "Elaboração de Projetos Audiovisuais", rodada de negócios e ações ecológicas com a arborização nas margens do rio São Francisco.

O "Cinema no Interior – Edição Especial Velho Chico" foi selecionado no edital do FUNCULTURA Audiovisual 2017/2018 e no edital Festivais SAV/Minc/2018, conquistando incentivos do Governo do Estado de Pernambuco, Funcultura e do Governo Federal, FSA/BRDE/ANCINE.

O projeto conta ainda com a parceria do Festival Internacional de Cinema de Contis (França),  Rede Orient Cinemas, TV Grande Rio, Nobile Suítes Del Rio Petrolina e das Prefeituras Municipais de Santa Maria da Boa Vista, Orocó, Cabrobó, Petrolândia e o apoio do população ribeirinha.

A venda dos ingressos será feita na bilheteria do Cine River.

Os interessados em participar das palestras, oficinas e em obter outras informações, devem entrar em contato pelo e-mail: festival@cinemanointerior.com.br  

Abertura: 18 de dezembro de 2019

Horário: das 14h às 18h

Local: Orient Cinema, River Shopping, Petrolina-PE

Mostra aberta ao público: a partir de 19 de dezembro de 2019,

*Venda de ingressos na bilheteria do cinema

Ascom Cinema no Interior
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SEXTA EDIÇÃO DO FESTIVAL INTERNACIONAL DA SANFONA ACONTECE ENTRE OS DIAS 26 A 28 DE DEZEMBRO

A VI edição do Festival Internacional da Sanfona, sediado em Juazeiro, no norte da Bahia, será realizado entre os dias 26 e 28 de dezembro. É um evento que reverencia a sanfona, mostrando toda sua beleza e importância, encerrando o ano com o melhor da sanfona do Brasil e do mundo.

O Festival que acontece no Centro de Cultura João Gilberto. Durante os três dias os visitantes poderão apreciar a exposição de sanfonas, terem aulas de sanfona 120 baixos, Jam Sanfona Session, participar de workshops e assistir a shows de vários artistas como: Ivan Greg, Fernando Ávila, Petar Maric (Sérvia), Chico Chagas, Olivier Forel (Suíça), Danilo Cruces (Chile), Targino Gondim e Quinteto Sanfônico do Brasil, dentre outros.

PROGRAMAÇÃO: VI Festival Internacional da Sanfona. 26 a 28 de dezembro de 2019

Quinta, sexta e sábado:
09 horas: Exposição de sanfonas (novas, usadas, montagem, afinação) Marciano Marçall -Foyer
09 horas: Aulas de sanfona 120 baixos (com Chico Chagas) - Sala Multiuso
17 horas: Jam Sanfona Session - Foyer

WORKSHOPS - Sala Multiuso 
Quinta (26/12) - A partir das 15h
Por Dentro do Fole – com Fernando Ávila

Sexta (27/12) - A partir das 15h
Como nasceu o acordeon? Piano dos pobres ou órgão dos ricos? – com Olivier Forel & Danilo Cruces

Sábado (28/12) - A partir das 15h
Acordeon & Tecnologia – com Petar Maric

SHOWS –  ARENA
Quinta (26/12) - A partir das 20h
Ivan Greg
Silas França
Fernando Ávila

Sexta (27/12) - A partir das 20h
Raniel Pernalonga
Petar Maric (Sérvia)
Chico Chagas

Sábado (28/12) - A partir das 20h
Duo Internacional de Acordeon – “Dos Alpes aos Andes” com Olivier Forel (Suíça) & Danilo Cruces (Chile)
Targino Gondim
Chico Chagas
Marciano Marçall
Quinteto Sanfônico do Brasil - Encerramento

Serviço:
VI Festival Internacional da Sanfona
Data: 26, 27 e 28/12/2019
Local: Centro de Cultura João Gilberto
Endereço: Rua José Petitinga, bairro Santo Antônio, Juazeiro, Bahia.

Fonte: Isabela Ornellas
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