ENCONTRO DE PRODUTORES EM SOBRADINHO DISCUTE PROJETO DE CULTIVO E COMERCIALIZAÇÃO DE ACEROLA ORGÂNICA

Os desafios e vantagens do cultivo da acerola orgânica foi um dos principais assuntos discutidos por dezenas de produtores rurais de Sobradinho, durante um encontro realizado no último sábado dia 26, no plenária da Câmara de Vereadores da cidade.

O encontro foi promovido pela Cooperativa Agroindustrial Vale do Paraíso (Cooperparaíso), entidade responsável pela instalação de uma industria de beneficiamento de frutas que, em breve vai estar processando e comercializando a produção de mais de 200 famílias vinculadas à cooperativa.

O presidente da Cooperparaíso, Josivan Santos, apresentou diversas fases e momentos do projeto encampando pela cooperativa que em parceria com as famílias de produtores e de associações, iniciaram a produção de acerola no município. Josivan destacou também a iniciativa de algumas comunidades que já colhem as primeiras safras de acerola no município e  enfatizou  que, o cultivo orgânico é determinante para o projeto porque atende o contrato comercial feito com a empresa Sono Brazil, responsável pela compra e exportação dessas acerolas, principalmente para o mercado internacional que, tem preferência por esse tipo de cultivo livres de resíduos químicos.

Josivan fez algumas estimativas acerca do volume de produção e exportação previstas para os próximos meses, tão logo a Cooperparaíso conclua as instalações das maquinas e demais acessórios e  execute o plano de negócio já aprovado pelas instituições parceiras e financiadoras do projeto.

Muitos dos produtores presentes no encontro, assim como técnicos da cooperativa, que prestam assistência às famílias, vem participando de seminários e cursos sobre o processo de produção e certificação orgânica. Nesses eventos, eles passam a compreender não só os procedimentos e normas, como também à legislação que versa sobre o assunto, porque esses produtores e suas propriedades deverão ter o selo de certificação orgânica emitido pelo IBD e exigido no momento da comercialização das acerolas.

Mesmo diante dos desafios com relação aos tratos e manejos orgânicos, tem muitos produtores de Sobradinho animados com plantio e com os resultados de uma boa produção na qual todos terão a garantia de uma venda e uma rentabilidade satisfatórias o que vai impulsionar muito a economia no município.


Fonte: Ascom/Cooperparaíso
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CAICÓ: O CORDEL BRASILEIRO: TEXTO. CONTEXTO. POÉTICA

O CORDEL BRASILEIRO: TEXTO.CONTEXTO. POÉTICA. Por que chamar o nosso produto cultural mais genuíno de "literatura de cordel"? Por que dizer que o cordel nasceu em Portugal se essa forma poética só existe no Brasil, tem pai e data de nascimento, com certidão e tudo o mais? Por que chamar o cordel de "poesia popular" se a poesia não requer adjetivos, ela só se basta? Por que conceituar o cordel a partir de ciclos se o cordel não é folclore, não é anônimo e muitos dos "ciclos" sequer se sustentam, com dois ou três títulos apenas? Por que teimar em dizer que o cordel é oral se ele é eminentemente escrito com provas gráficas e fotomecânicas? 

Por que querer dizer que o cordel é poesia sertaneja se foi nas cidades, no litoral e no brejo, ou nas grandes capitais, que ele ergueu-se como força e arma e combate e luta e escrita literária? Por que querer sinonimizar cordel com xilogravura se esta é uma arte autônoma e representa tão pouco no processo ilustrativo do cordel? Por que os cursos de Letras do país não incluem em seu currículo obrigatório o cordel brasileiro? Por que os nomes de Leandro Gomes de Barros, João Martins de Ataíde, Francisco das Chagas Batista, José Camelo de Melo Resende, Antonio Teodoro dos Santos, Manuel D'Almeida Filho, Joaquim Batista de Sena, Apolônio Alves e outros poetas do cordel não figuram nos manuais de Literatura Brasileira? Vamos debater, vamos resolver esses casos? Essas e outras questões políticas, poéticas e pedagógicas merecem um pouco de atenção:

1. Introdução à história do aparecimento do cordel no Brasil:
No final do séc. XIX e início do séc. XX, a cidade do Recife, em Pernambuco era o centro cultural e político do Nordeste Brasileiro. A sua Faculdade de Direito recebia os pensadores e literatas que construiriam a cultura brasileira: Castro Alves, Tobias Barreto, Ireneo Joffily, Sílvio Romero, Augusto dos Anjos entre outros passaram pelos seus corredores e sentaram em suas salas de aula. Paralelamente a isso, um grupo de poetas oriundos do sertão e da Zona da Mata paraibana começou a publicar em rústicos folhetos seus poemas longos e paródias, pensando o dia-a-dia do povo trabalhador da futura metrópole: era o cordel que surgia pelas mãos de Leandro Gomes de Barros, Silvino Pirauá de Lima, Francisco das Chagas Batista e João Martins de Ataíde.

2. Aspectos internos do cordel brasileiro:
O cordel brasileiro é uma forma poética fixa e exige de seu autor o conhecimento de sua engrenagem e funcionamento. O poeta necessita conhecer: a estrofação do poema (sextilhas, septilhas e décimas); o verso fundamental cordelístico: o setessílabo; noções de rima e ritmo (rima toante e soante), acentuação dos versos; o aparecimento do acróstico como assinatura do poeta; elementos extraídos das obras épicas clássicas: invocação, oferecimento e trama; o que é um personagem em cordel (exemplos: João Grilo, Cancão de Fogo, José do Telhado, Donzela Teodora); os casos de amor.

3. Elementos distintivos do cordel brasileiro:
É muito comum colocar todas as formas de poesia oriundas do Nordeste sob o mesmo nome de cordel, entretanto há diferenças essenciais que as distinguem em vários aspectos. O repente dos cantadores improvisadores violeiros, o coco de embolada, o “poema matuto”, as rezas e benditos, as canções e os poemas curtos de inspiração bucólica ou de gracejo, os aboios, todos são confundidos e colocados lado a lado no mesmo leito. O cordel difere de todos em sua textura poética, cultural e linguística. O seu produto escrito difere dos seus primos orais. O papel é seu suporte mais legítimo desde sua origem no Recife, impresso em máquinas tipográficas elétricas ou pequenos prelos manuais. Com o aparecimento da xilogravura passou-se com o tempo a confundi-la com o cordel. O próprio folheto terminou por assumir posto de sinônimo do cordel, mesmo quando este tomou para si suportes mais robustos.

4. Principais momentos do cordel brasileiro:
Desde a época dos fundadores que o cordel teve, claramente, momentos poéticos e episódicos que o consolidaram na história nacional. Leandro Gomes de Barros e seus principais folhetos; João Martins de Ataíde e a confusão na autoria de seus cordéis; Francisco das Chagas Batista e a criação da Popular Editora; a querela do Pavão Misterioso; a escrita de José Pacheco colocando Lampião no Inferno; Manoel D’Almeida Filho encontrando a Prelúdio e publicando seus clássicos; a crise no início dos anos 80; a retomada gloriosa no séc. XXI; a escrita feminina autenticando seu espaço; as academias, as associações, seus erros e acertos; novas editoras na cena cordelística. O cordel hoje.

Em Novembro: Na Casa da Cultura Popular de Caicó, no Rio Grande do Norte, 19hs.
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Grupo Somos Todos Beatriz lança campanha para arrecadar dinheiro para contratar profissionais especializados em investigação

www.vakinha.com.br/vaquinha/invest
gacao-caso-beatriz

O endereço acima foi divulgado pelo Grupo Somos Todos Beatriz com o objetivo de receber colaborações que possam contribuir com a contratação de profissionais especializados para identificar os verdadeiros culpados do assassinato da criança.

Nas redes sociais consta a solicitação: "Sou Lucinha Mota mãe de BEATRIZ ANGÉLICA MOTA, 7 anos de idade, que foi brutalmente assassinada, em 10/12/2015, Colégio N. Sra. Mª Auxiliadora de Petrolina-PE. Consultem a página Facebook Somos todos Beatriz. Precisamos da colaboração de vocês para contratar profissionais especializados para identificarmos os verdadeiros culpados. Não me deram a oportunidade de lutar pela vida de minha filha, mas eu lutarei por um inquérito justo, Beatriz não será só um número nas estatísticas da violência, enquanto vida eu tiver lutarei por justiça. “

Quem puder contribuir acesse nossa vaquinha: http://vaka.me/770366.

No último mês de julho, os pais da menina Beatriz Mota, assassinada com 42 facadas no Colégio Maria Auxiliadora, em Petrolina, em 10 de dezembro de 2015, tiveram uma audiência com a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, em Brasília, quando apresentaram uma série de denúncias sobre as investigações do caso.

No relatório da comissão, os pais de Beatriz, Lucia Mota e Sandro Romilton enumeram as falhas sobre a investigação da Polícia Civil de Pernambuco. Segundo o documento, Lucia Mota e Sandro Romilton apresentaram elementos que comprovariam uma investigação insuficiente e a parcialidade de agentes do Estado no trabalho de investigação.

Eles questionam a ausência de interdição do colégio após o crime; a falta de perícia na sala de balé, local próximo ao depósito de material esportivo onde o corpo da criança foi encontrado; ausência do exame toxicológico na criança, o que deixaria em aberto a dúvida sobre como o corpo foi encontrado sem sangue, já que o laudo afirma que ela foi golpeada com 42 facadas; laudos inconclusos das roupas de Beatriz para comparação com material de DNA de possíveis suspeitos; laudo inconcluso das roupas sujas de sangue de um dos suspeitos do crime, entre outros pontos questionados.

No último dia (16), em Recife, os pais de Beatriz, Lúcia Mota e Sandro Romilton protocolaram uma denúncia no Ministério Público de Pernambuco, com documentos levantados por eles, através da investigação particular e paralela ao Estado, onde segundo eles constam acusações com provas de que agentes públicos estariam obstruindo as investigações. Eles também notificaram a Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social sobre a denúncia.

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RESISTIR CONTRA A IMPLANTAÇÃO DE USINAS NUCLEARES É DEFENDER A VIDA NO PLANETA TERRA, DIZ PROFESSOR HEITOR SCALAMBRINI

Não existe uma fonte de energia que só tenha vantagens. Não há energia sem controvérsia, mas a nuclear, pelo poder destruidor que tem sobre a vida, quando ocorre um acidente severo com vazamento de radiação, não deve ser utilizada para produzir eletricidade, pelo principio da prevenção, da precaução. Não somos deuses, e não podemos garantir que não haverá este tipo de acidente,  enm minimizá-lo. Por mais sofisticada que seja a tecnologia utilizada para diminuir este risco.

NÃO EXISTE RISCO ZERO DE OCORRER UM ACIDENTE EM UMA USINA NUCLEAR.

Com o desastre de Fukushima, o principal argumento dos insanos caiu por terra. De que em uma usina nuclear NUNCA ocorreria um acidente severo, apesar de já ter ocoridos acidentes em Three Mile Island (1979) e Tchernobyl (1986) . E hoje, 8 anos depois do desatre no Japão,  os defensores desta tecnologia continuam na mesma direção, de minimizar um acidente nuclear, agora justificando pela nova tecnologia de reatores a serem adotadas, chamada de geração 3 (EPR-Evolutionnary Pressurized Reactor). 

A França saiu antes nesta tecnologia, e iniciou a construção de um reator de geração 3 em Flamanville (Normandia). A construção demorou três vezes mais do que o tempo previsto que era de 7 anos, e os preços aumentaram exponencialmente. A central que deveria custar 3,5 bilhões de euros, chegou a 12,4 bilhões de euros (1 euro=4,5 reais). Façam suas contas quanto custaria então 6 usinas, se tal tecnologia for adotada. E se perguntem o que poderia ser realizado com esta fortuna, em se tratando de projetos com energia solar fotovoltaica e energia eólica, novos protagonistas, e menos agressivas ao meio ambiente?.

Aqui os defensores das usinas falam que cada usina custará em torno de 5 bilhões de dólares multiplicado por 6 usinas=30 bilhões de dólares (o dólar a R$ 4,00), resultando em  120 bilhões de reais até 2050. Bem mais dos benefícios econômicos quantificados para o Estado e município de Itacuruba propagadeados pelos vendedores de ilusão,  800 milhões de reais de ICMS, e 150 milhões de reais de ISS. 

Se levar em conta os valores investidos na usina de Flamanville na França, 12 bilhões de euros cada uma, então seria 72 bilhões de euros as seis. O euro a R$ 4,5, ou seja, 324 bilhões de reais. Imaginem o que poderia ser feito com toda esta dinheirama em prol de pernambuco, do Nordeste, do Brasil.

Se defende a construção de usinas nucleares no país, justificando-as com o que está ocorrendo em diversas partes do mundo, com a necessidade da nucleoeletricidade para garantir o crescimento econômico e o desenvolvimento regional, para evitar apagões, etc, etc. Na verdade é um jogo de interesses de grupos que se beneficiariam caso estes projetos se concretizem, em detrimento dos interesses nacionais, do povo brasileiro. Nem tudo é dito claramente, explicitado a sociedade, quando o assunto é energia nuclear. 

Há um grande desconhecimento das pessoas, as poucas informações existentes são manipuladas, com setores da mídia, jornalistas, blogueiros circulando informações que mais parecem “releases”  fornecidos pelos interessados, do que um jornalismo ético, no minimo escutando ambas posições: a favor e contra.

 Se alardeia falsamente que a indústria nuclear está em plena efervescência e florescente no mundo. 

¬¬Toma-se como exemplo, os Estados Unidos da América, país que menos respeita a natureza e o mais poluidor do mundo, juntamente com a China. O EUA declinou de assinar o protocolo de Kyoto, não se comprometendo a reduzir suas emissões de CO2 (o principal gás de efeito estufa – GEE), não subscreveu o acordo de Paris, além de dificultar nos fóruns internacionais, propostas para combater o aquecimento global. Com certeza, este país não é exemplo, modelo para ninguém no que concerne suas escolhas energéticas e a defesa do meio ambiente.

Por outro lado, tenta-se desqualificar a decisão da Alemanha que abdicou da instalação de novos reatores nucleares, e até 2022 vai desativar os já existentes em seu território. Chega-se a especular/cogitar  que tal decisão poderá se revista no futuro próximo. Não são citados outros paises que também abandonaram a construção de novos reatores, como a Itália, Suiça, Bélgica, Austria, etc, etc.

A França, símbolo mundial no uso da eletricidade nuclear, aos seus eleitores na última campanha presidencial, diminuir ao longo dos próximos anos o uso da energia nuclear em seu território, substituindo-a por fontes renováveis de energia. Portanto, os indecisos sobre a questão nuclear devem procurar as informações em diferentes fontes sobre o que ocorre no mundo pós Fukushima.

No Japão, hoje ocorre uma verdadeira queda de braço entre o primeiro ministro, que insiste na reativação dos reatores e a população. Recente pesquisa de opinião mostra que mais de 70% da população japonesa é contrária ao uso da energia nuclear. Neste caso destaco o posicionamento do primeiro ministro quando da catástrofe de Fukushima Sr. Naoto Kan (8/6/2010 a 2/9/2011) Hoje é um ativista antinuclear, como pode ser constatado no artigo que publicou no  Le Monde Diplomatique, em agosto de 2019, com o título “O dia em que o Japão quase desapareceu”.

A falácia de que a energia nuclear é essencial para atender as necessidades energéticas do nosso pais é um argumento que vem sendo utilizado desde a ditadura militar. Na época, para justificar o acordo Brasil-Alemanha em 1975, se previa a instalação de 8 reatores nucleares, e se afirmava peremptoriamente, ser imprescindível esta fonte para ofertar mais energia para o crescimento do “gigante adormecido”. Somente uma foi construída, Angra II, iniciando sua operação em setembro de 1981. Quanto as 7 usinas restantes, realmente elas não fizeram falta, e o Brasil não entrou em colapso, conforme se apregoava.

Como informação importante. Em 2018 a produção nuclear (Angra 1+Angra 2) foi de 15.674 GWh (1GWh= 1 milhão kWh), comparada com a produção total no Brasil de 636.375 GWh, representou menos de 2,5% de toda energia gerada. 
Já em relação a potência instalada, as duas Angras somam 1.990 MW, enquanto a potência total foi de 163.441 MW. Ou seja, a nuclear representou 1,2% da potência total instalada. Os números mostram a insignificância da contribuição da energia nuclear na matriz elétrica brasileira. E mesmo com Angra 3 e outras 6 usinas instaladas até 2050, continuará sendo desprezível a contribuição desta fonte energética. E ainda afirmam que precisamos das usinas para impedir apagões! 

Por outro lado, afirmar que a instalação de uma usina nuclear no sertão brasileiro é “uma oportunidade única que poderá ser o ponto de partida de um grande processo de desenvolvimento regional”, trata de uma promessa vaga, “mofada”, destituída de fundamento. E só quem acredita, em papai Noel, mula sem cabeça, saci pererê, coelhinho da páscoa, e tantos outros personagens do imaginário popular, crê nesta afirmativa. 

A instalação de uma usina nuclear, produz menos empregos locais que as indústrias da tecnologia eólica, solar, conforme o relatório sobre empregabilidade das indústrias energéticas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Portanto, é um desrespeito ao já sofrido sertanejo alimentar o sonho de que investimentos de bilhões de reais na construção de usinas nucleares, contribuirá para a melhoria de sua vida.

O povo nordestino já foi enganado, ludibriado, inúmeras vezes com propostas deste naipe, superlativas, megalomaníacas, e não vai se deixar iludir mais uma vez.

A produção de energia elétrica a partir da geração nuclear não é ecologicamente benéfica quando se analisa o ciclo do combustível nuclear, desde a mineração, a fabricação do elemento combustível, ao tratamento dos rejeitos radioativos (lixo) e seu armazenamento. Levando em conta também a fase do “descomissionamento” (desmonte) destas estruturas industriais, custam caro (praticamente o mesmo valor de construí-las) e gastam muita energia, contribuindo para a emissão de gases de efeito estufa. A energia nuclear é suja, e não renovável.

Outras questões defendidas pelos grupos de interesse da energia nuclear são indefensáveis em um debate sério sobre o tema. Lamentável que ao invés de debates preferem “trabalhar” com falsas notícias, e  mentirosos, maledicentes e capciosos argumentos.

Os “especialistas” governamentais e não governamentais, os “lobbies” como o da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), amparados pela mídia corporativa, e pseudo jornalistas, ajudam a propagar as “boas novas”, as benesses que a energia nuclear  trará a nação. Só que as tais vantagens  não refletirão na melhoria da vida das pessoas. 

Ao contrário, o custo da energia elétrica ao consumidor final aumentará, os riscos de acidentes severos com a liberação de materiais radioativos para a atmosfera crescerá proporcionalmente ao número de usinas construídas, além de deixar para as gerações futuras os rejeitos destes reatores, o conhecido lixo atômico.

É muita má fé não reconhecer que o Brasil tem um conjunto muito grande de opções energéticas renováveis adequadas as exigências atuais. Como também não reconhecer os efeitos sistêmicos entre as fontes hidráulicas, as eólicas, a solar, e as termoelétricas a biomassa, como melhores opções para a diversidade, complementaridade e sustentabilidade de nossa matriz elétrica.

Estamos hoje chocados, indignados, revoltados em relação ao crime ambiental que atingiu maior extensão até hoje no Brasil, em torno de 2.200 km da costa brasileira impactando o equivalente a mais de 25% da extensão de todo litoral brasileiro. Mentiras e mentiras do atual governo de extrema direita estão sendo difundidas. Todavia  a mentira foi logo desvendada, em relação a deixar de adotar medidas de precaução neste caso de dano de risco ambiental irreversível.

Agora para fazer pensar, imaginem igual conduta em um acidente envolvendo vazamento de radiação no rio São Francisco. Rio que percorre 5 estados nordestinos, e atende a mais de 500 municípios ao longo de sua bacia. Estamos falando de algo em torno a 20 milhões de pessoas impactadas. Sendo que esta região concentra 28% da população brasileira, e 15% do PIB (Produto Interno Bruto).

E ai que está toda a questão, e a pergunta que não quer calar. Vale o risco de instalar uma usina, sabendo que um acidente pode provocar uma tragédia sócio-econômica-ambiental de grandes proporções, incomparável a qualquer outro tipo de acidente conhecido? Sem dúvida, não existe nada de tão assustador do que um acidente com radiação liberada para o meio ambiente, atingindo toda forma de vida pela água, solo e ar.

Com a gravidade da situação econômica do país, e tendendo a piorar, segundo as últimas estimativas para o crescimento do PIB, não se pode, nem se deve aceitar mais este “presente de grego” do governo de extrema direita. Como já foi dito, se fosse bom o governo não instalaria no Nordeste as usinas nucleares.  Ele não gosta de nordestinos, e vice versa. Nós não gostamos do atual governo.
As perguntas que não querem calar são: 
“Por que então vamos correr este risco de um acidente nuclear com vazamento de radiação no rio São Francisco, se não precisamos para atender nossa demanda por energia elétrica, e que hoje o nuclear somente  contribui com 1,2% de toda potencia elétrica instalada no país, e gera 2,5% da energia consumida?”. 

“Por que recorrer a uma fonte de energia no minimo polêmica, com alto grau de periculosidade, se dispomos em abundância de outra fontes fornecidas pela natureza como Sol, vento, água e matéria orgânica (biomassa)?” 
“Por que recorrer a uma fonte que produz energia cara, e que vai provocar mais ainda o aumento da fatura para o consumidor final?”

“Por que deixar para as gerações futuras o problema que ainda hoje é insolúvel, o que fazer com os resíduos, criados nas usinas nucleares, com elementos químicos que  podem continuar emitindo altas doses de radiação por milhares de anos. Além das usinas gerarem artificialmente um isotopo do elemento químico chamado plutônio,  considerado o mais nocivo, o mais venenoso de tudo que existe no mundo?”

Mas o que está faltando ao nosso povo, neste momento, além das informações necessárias para formar a opinião, é sair do adoecimento mental que acometeu e viralizou. Precisa é de coragem, consciência da cidadania, para dizer claramente que não aceita usinas nucleares nem em Pernambuco, nem no Nordeste e nem no Brasil.

A Constituição, Legislação e Justiça, da Assembleia Legislativa de PE, é quem vai definir a admissibilidade da PEC 09/2019 que prevê a mudança do artigo 216 (que veda a instalação de usinas nucleares em território pernambucano). A mudança deste artigo proposto pela PEC, abrirá as portas do Estado para receber as 6 usinas. 

Senhores deputados e deputadas, reflitam, procurem mais informações, discutam, escutem os povos da região de Itacuruba. Pois esta decisão é de fundamental importância, talvez a mais importante que vocês tomarão.
Não ao nuclear, não aos meros interesses econômicos. Sim para a vida, e para o futuro do planeta Terra. 

Resistir contra a implantação de usinas nucleares é defender a vida no planeta Terra. 

Obrigado.
**Discurso proferido na reunião extraordinária da Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade da ALEPE (21/10/2019). *Heitor Scalambrini Costa. Professor aposentado da UFPE, membro da Articulação Antinuclear Brasileira, e  da Articulação Sertão Antinuclear.

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ÓLEO POSSUI CONTAMINANTES SEVEROS Á VIDA E AO MEIO AMBIENTE, DIZ ESPECIALISTA

Após a contaminação das praias do litoral pernambucano pelos resíduos de óleo, a mobilização pela limpeza da costa continua. Na praia de Itapuama, no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife, alguns voluntários atuam de forma minuciosa. Usando instrumentos como peneiras, que servem como pequenos filtros, os colaboradores conseguem retirar os resquícios sólidos do óleo que ficaram na areia.

Em todas as localidades afetadas, a ação de voluntários tem sido fundamental, entretanto, as águas ainda estão longe de estarem próprias para o banho. De acordo com Soraya El-Deir, professora do programa de Pós-graduação em: Engenharia Ambiental da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e especialista em Gestão de Resíduos Sólidos, a substância possui resíduos que, com o contato com a pele, podem ser prejudiciais à saúde.

A professora explica que o óleo pode conter substâncias tóxicas e voláteis, como o benzeno, que podem se espalhar pela água com maior facilidade. “Esse material tem componentes voláteis, nele existem produtos de policiclos que são aromáticos e esses são mais persistentes, são contaminantes mais severos à vida e ao meio ambiente. São substâncias que podem até gerar câncer”, afirma El-Deir.

Devido aos riscos que o contato com o óleo pode trazer, indica-se o uso de equipamentos de proteção individual, os EPIs. Segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, os equipamentos foram adquiridos de forma emergencial e estão sendo disponibilizados para os voluntários. No entanto, El-Deir alerta que até os equipamentos utilizados pelos funcionários de órgãos governamentais são inadequados.

“O EPI deveria ser a bota, a luva e uma máscara de gás - que não é que está sendo fornecida nas praias. As pessoas estão atuando com máscaras de pó, que, nesse caso, são inteiramente inúteis”, disse a professora. El-Deir ainda afirma que a entrada no mar deveria ser feita com vestes apropriadas, de modo que todo o corpo ficasse protegido.

“Está havendo uma negligência, uma incompetência gerencial e de planejamento. O que a gente vê é uma atraso na resposta que deveria ser dada em uma situação de emergência. Colocar exército aqui a disposição não é o suficiente, porque existe um custo operacional dessas operações que precisa ser bancado pelo Estado Brasileiro, não pelas pessoas”, reclamou a pesquisadora.

Equipada com botas e luvas, a jornalista Damires Patrícia, 21, chegou em Itapuama por volta das 9h e atuou no recolhimento de pequenos fragmentos de óleo na faixa de areia. Para ela, ver o litoral nessa situação é triste e serve como alerta para que o ser humano se preocupe mais com o meio ambiente. "É muito triste ver isso, o litoral é nosso. Eu não sei mais o que tem que acontecer para o ser humano perceber que a gente depende da natureza", conta. Este já é o terceiro dia de atuação da jornalista na limpeza das praias.

"Agora é só trabalho de formiguinha mesmo, de retirar essas partículas da areia, um trabalho que é bem difícil de ser feito”, disse a voluntária.

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ENCONTRO DE SABERES DA CAATINGA ACONTECE ENTRE OS DIAS 17 A 26 DE JANEIRO DE 2020 EM EXU, PERNAMBUCO

Acontecerá nos dias 17 a 26 de janeiro de 2020, a 4ª edição do Encontro Saberes e Práticas da Caatinga: Raizeiro (a)s, Benzedeiro (a)s e parteiras, na Chapada do Araripe, Pernambuco. O encontro será realizado em Exu, Pernambuco. 

O evento tem como objetivo promover a troca de saberes entre os raizeiros(as), benzedeiros(as) e parteiras da região da Chapada do Araripe contribuindo para o fortalecimento cultural da sabedoria tradicional nos processos de cuidado e cura.

Na programação consta diversas oficinas sobre processos de cura, rodas de conversa, feira e exposição de produtos agroecológicos. As vagas são limitadas.

Informações pelo email: saberesdacaatinga@gmail.com


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FESTIVAL NACIONAL DE MÚSICA CANTA GONZAGÃO ESTÁ COM INSCRIÇÕES ABERTAS ATÉ O DIA 15 DE DEZEMBRO

Estão abertas, entre os dias 25 de outubro e 15 de dezembro, as inscrições para o primeiro Festival Canta Gonzagão. O objetivo é abrir espaço aos músicos, compositores e intérpretes da música popular brasileira, no gênero forró e seus derivados.

O evento, que conta com incentivo do Funcultura, Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo do estado de Pernambuco, acontecerá no Parque Aza Branca, em Exu, Pernambuco com programação totalmente gratuita, ações formativas, palestras e trazendo atrações do cenário da música independente nacional. Os artistas devem inscrever seus trabalhos exclusivamente pelo site: www.festivalcantagonzagao.com.

Para o cantor e compositor carioca Daniel Gonzaga, que estará no evento para ser homenageado e acompanhar pessoalmente as homenagens ao seu bisavô, Januário tocador de 8 Baixos,  ao avô Luiz Gonzaga e ao pai, Gonzaguinha.

Outras informações através do e-mail: festivalcantagonzagao@gmail.com ou pelo WhatsApp: (87) 9.9824-9325.
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