FLAVIO BAIÃO E JOÃO SERENO INAUGURAM O ESPAÇO BAIÃO DO NORDESTE NA AVENIDA FLAVIANO GUIMARÃES EM JUAZEIRO

Os cantores compositores Flávio Baião e João Sereno comandam nesta sexta (6) a partir das 19h, a inauguração do Espaço Baião Nordeste. O nove espaço gastronômico e cultural é localizado na Avenida Flaviano Guimaraes, número 130.

João Sereno é considerado na atualidade um dos melhores compositores da música brasileira e tem um "balanço forrozeiro", prova disto são as músicas gravadas na voz do Mestre Dominguinhos,  Adelmário Coelho, Nadia Maia, Maciel Melo, Eugênio Cerqueira, Banda Flor Serena, Banda Sarapatel com Pimenta, entre muitos outros interpretes.

João Sereno criou uma sonoridade, caracterizada por compassos ternários fundida com elementos universais recheada de divisões e batidas em contratempo, resultando em uma música rica, alegre, percussiva para dançar e celebrar a vida.

Nas apresentações, que contam ainda com muita cantoria e forró, João Sereno vai mostrar porque é considerado um músico virtuoso, um compositor disputado, um interprete sensível e um profundo conhecedor da cultura brasileira e do Vale do São Francisco. Já dividiu palco com grandes nomes da música brasileira: Hermeto Paschoal, Dominguinhos, Sivuca, Xangai e mais um bocado de gente. Retira da alma suas canções.

João Sereno é um exímio compositor, tendo canções gravadas por Dominguinhos, Adelmário Coelho, Nadia Maia, Maciel Melo, Virgilio, Eugênio Cerqueira, Banda Flor Serena, Banda Sarapatel com Pimenta, entre muitos outros.

João Sereno já tocou na França e na Itália, além de rodar pelo Brasil.

Flávio Baião é a síntese de um seguidor do forró feito por Luiz Gonzaga, Trio Nordestino e Dominguinhos. Ele é fiel ao valorizar o nome artístico que ganhou: Flávio Baião. 

Inspirado no tradicional chapéu de couro e sua simplicidade de ribeirinho nascido nas margens do Rio São Francisco Flávio Baião já gravou cinco Cds e 1 DVD. 

No chiado da sanfona, na batida da zabumba e no zunido do triângulo, esse músico segue difundido os autênticos ritmos nordestinos. Coco, baião, xote xaxado e arrasta- pé são as palavras de ordem desse grande cantor. Da sua voz ecoa melodias que revelam o jeito de ser e de viver do seu povo, suas músicas são marcadas pelo calor festivo presente no sertanejo; sendo o sol o maior dos holofotes a iluminar esse artista que, de tão apaixonado pela sanfona, adotou por sobrenome Baião.

Flávio conta que desde criança foi embalado pelas canções de Luiz Gonzaga, no vai e vem das quadrilhas juninas. "Minha mãe, dona Belinha é a responsável por tudo que faço em nome da cultura". 

Em 2015, o sanfoneiro, cantor e compositor Flávio Baião recebeu da Câmara de Vereadores de Juazeiro, a Comenda Doutor Pedro Borges Viana. 

A Comenda é uma forma de agradecer e homenagear pessoas que prestam relevantes serviços a comunidade. Flávio Baião atualmente além de inúmeros shows beneficentes é responsável por uma Escola de Música, que atende crianças e adolescentes no aprendizado da sanfona e outros instrumentos. Flávio Baião no ano de 2013 gravou o seu primeiro DVD-Feiras do Nordeste. 
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SENADOR, LIDER DO GOVERNO BOLSONARO DEFENDE INSTALAÇÃO DE USINA NUCLEAR NAS MARGENS DO RIO SÃO FRANCISCO; MOVIMENTOS SOCIAIS REAGEM

Em entrevista ao Programa de Rádio Frente a Frente, direto de Brasília, o líder do Governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB), anunciou que irá procurar o governador Paulo Câmara, nos próximos dias, para convencê-lo a aceitar a instalação de uma usina nuclear no município de Itacuruba, investimento, segundo ele, da ordem de U$ 2,5 bilhões. 

O senador explicou explicou que o Governo Bolsonaro está retomando o projeto de abertura de novas usinas no País e que no caso de Pernambuco a melhor localização ainda continua sendo Itacuruba, conforme estudos anteriores.

“Pernambuco não pode ficar de fora, em todo lugar do mundo existe usina nuclear, que gera uma energia limpa, sem nenhum risco”, disse. Sobre a reação negativa da população quando se discutiu o assunto em governos anteriores, o senador afirmou que não há mais preconceito em relação à energia nuclear. 

“O que o sertanejo tem medo é de fome”, advertiu, ao responder pergunta como a população de Itacuruba iria receber a notícia. O líder avaliou que o governador não poder abrir mão de tamanho investimento, que só nas obras de instalação irá gerar cerca de 14 mil empregos diretos.

Diante desta possibilidade da instalação de uma usina nuclear às margens do Rio São Francisco, no município de Itacuruba, no Sertão pernambucano, movimentos sociais estão se mobilizando em defesa da segurança hídrica e ambiental da região.

O professor e doutor Heitor Scalambrini destaca a preocupação com obras da dimensão de uma usina nuclear. "Não existe obra com desastre zero. Falar que um vazamento não pode acontecer não é verdade. Eles falam que o acidente é quase nulo. Não é verdade. Quando acontece acidente nuclear ele perdura por vários anos, a contaminação penetra no lençol freático", explica.

Enquanto a professora e doutora da UFPE e UPE, Vânia Fialho, enfatiza que a região não é um vazio demográfico. " Estamos falando de uma região com grande complexo étnico, com relações de parceria e troca. Ao invés de baixa densidade temos rica rede e presença indígena na região", argumenta. 

Os conflitos e as possíveis ações coletivas para barrar esse projeto foram colocados pelo público. O deputado estadual Doriel Barros (PT), engajado à luta contra usina em Pernambuco, se colocou à disposição do movimento. " Não podemos pagar o preço para ver as consequências de uma usina como essa. Me coloco à disposição para discutir junto com a população e trabalhadores. Me coloco nessa luta com a Igreja e junto a todos que defendem a vida", concluiu o deputado.

A redação do blog enviou solicitação para o Governo Federal esclarecer sobre o Projeto de criação da fonte atômica de energia que foi sinalizada no Plano Nacional de Energia 2050, elaborado pelo Ministério de Minas e Energia (MME). 

Além de Itacuruba, outras oito localidades no Nordeste e Sudeste do país estão sendo estudadas para abrigar usinas. De acordo com o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Reive Barros, a Eletronuclear já concluiu estudos que indicam Itacuruba como a área ideal para a construção do empreendimento que custaria R$ 30 bilhões.
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TRILHA ECOLÓGICA DO IF SERTÃO-PE ABRE NOVOS CAMINHOS PARA INCLUSÃO EM PETROLINA

A emoção de sentir-se integrada ao bioma Caatinga despertou em dona Isabel Souza uma felicidade sem tamanho. A cadeira de rodas que usa há um ano, quando começou a ter dificuldade de locomoção, seguiu os caminhos da Trilha Ecológica, projeto de Extensão do campus Petrolina Zona Rural do IF Sertão-PE, que busca o despertar da consciência ambiental através do conhecimento.

Além de percorrer os cerca de 800 metros da Trilha, dona Isabel pode ver, tocar e aprender sobre propriedades e os valores de um bioma que é muitas vezes subestimado. Desde esta terça-feira (3 de setembro), a Trilha Ecológica passou a oferecer uma estrutura apropriada para receber pessoas com deficiência.

“A ideia da Trilha Inclusiva surgiu após contato feito por um cadeirante, que mostrou grande vontade de conhecer o projeto. Foi a partir daí que vimos a necessidade de fazer adaptações para torná-la acessível”, explicou a professora Elizângela Souza.

Para isso, uma força-tarefa entre servidores e estudantes foi formada. A partir de pesquisas sobre quais adequações seriam necessárias, foi feito compactação e nivelamento do solo, inserção de rampas , produção de placas de identificação das plantas em Braile e Libras, além da instalação de linhas guia. “Fizemos adaptações de forma que não causasse tantos impactos para a fauna e a flora e que permita que todos sintam o ambiente como ele é de fato”, afirmou a bolsista do projeto, Emanuela Beatriz Souza.

Antônio Carlos Mendes e Josoaldo Coelho, paratletas da Associação Petrolinense de Atletismo (APA) e deficientes visuais, também participaram da inauguração. Para eles, o momento foi de descobertas e aprendizados. “Eu nunca tinha vivenciado algo desse tipo. Para mim foi enriquecedor e gratificante, porque têm pessoas preocupadas com a acessibilidade”, disse Josoaldo. “Por eu ser do interior, já conhecia algumas plantas, mas conhecia de nome. Hoje eu pude tocar nessas plantas, sentir a textura, sentir o cheiro. Você vai produzir uma imagem mais real e isso é muito bom”, assegurou Antônio Carlos.

Além do aprendizado, a Trilha Ecológica é ainda uma forma de entretenimento e que deve estar à disposição e ao alcance de qualquer um. “Todas as pessoas são importantes para a preservação ambiental, com ou sem deficiência, e essa importância precisa ser ressaltada, no entendimento entre os conceitos de sustentabilidade e acessibilidade, levando-se em conta os direitos humanos”, disse Elizângela.


A Trilha Ecológica: A ideia do projeto da Trilha Ecológica nasceu por volta de 2013, quando foi iniciada a recuperação de uma área de caatinga degradada no campus Petrolina Zona Rural, a partir de iniciativa da professora Mary Ann Saraiva, com o apoio do Centro Vocacional Tecnológico em Agroecologia (CVT).

Em 2016, o projeto de Extensão “Revitalização da Caatinga nas Trilhas Agroflorestais”, do professor Silver Jonas Farfan e do bolsista Ipojucan Miranda, teve como alguns dos resultados a criação da trilha ecológica, coleta de sementes, aula de produção de plantas nativas e posterior plantio, e a recepção de visitantes.

Atualmente, sob a coordenação da professora Elizângela Souza e já consolidada como um projeto forte da região, a Trilha Ecológica reúne 26 plantas nativas da caatinga identificadas, como a umburana de cambão, xique-xique, o pereiro, mandacaru, angico, jurema preta, coroa-de-frade, e até espécies ameaçadas de extinção, como o umbuzeiro, a baraúna e a aroeira.

O trabalho de estudantes e orientadores engloba a identificação das espécies, a coleta de sementes de plantas nativas, a produção e doação de mudas, além da recepção de visitantes. O grupo ainda realiza trabalhos fora do campus, como visitas a escolas, parques, condomínios, levando um pouco do conhecimento sobre as riquezas da Caatinga. Somente este ano, até o mês de agosto, a trilha recebeu cerca de 180 visitantes, promoveu a doação de mais de 700 mudas e mais de 1400 sementes.

Qualquer pessoa ou grupo interessado pode fazer a trilha ou solicitar mudas e sementes. Para isso, basta agendar através do e-mail trilhaecologicaIF@hotmail.com. O ideal é que sejam grupos de até 20 pessoas. A visita dura em torno de uma hora e meia e é recomendado aos visitantes roupas e sapatos fechados, boné, água e protetor solar.

Fonte: IF Sertão PE
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MÉDICO E CAPELÃO FILHO DE BODOCÓ, PERNAMBUCO TRABALHA NO COMBATE AO FOGO NA AMAZONIA

Foi da queimada da Floresta Amazônica da Bolívia que a fumaça chegou até São Paulo para cobrir o céu e que continuou até a região Sul do Brasil. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou a chegada da fumaça na maior cidade brasileira, São Paulo.

Com exclusividade a reportagem do Blog NEY VITAL apurou que entre a equipe de Combate ao Fogo está o brasileiro Samuel Barbosa, vicealmirante Capelão Evangélico, médico oficial de Primer Grau (Exército), membro da Ordem Nacional de Capelães da Bolívia.

Detalhe: médico e pastor evangélico, Samuel neste momento atua em Puerto Busch, um dos setores mais castigados pelas queimadas.

Samuel Barbosa nasceu em Bodocó, Pernambuco. Filho de Valdemar Bezerra e Francisca Barbosa. Dona Francisca é natural de Exu, nasceu na época no Povoado de Timorante. Samuel tem 35 anos e dois filhos bolivianos. Ingressou nas Forças Armadas da Bolivia através de concurso.

"Muito cedo sai do sertão e fui estudar medicina na Bolivia. Sou Pastor e temos a missão de levar a promoção do Reino de Deus nas Forças Armadas. Devemos dar honra e Gloria ao Senhor Jesus que mandou chuva depois de toda a tropa orar e clamar por chuva".

Samuel conta que "todos que atuam na região da floresta vivem momentos muitos difíceis. Tudo queima e há um clarão (fogo) no que se refere as fronteiras do Brasil, Bolivia e Paraguai". De acordo com Samuel o fogo é tão intenso que existe  a parceria com a Força Internacional no combate intenso das queimadas."

"No local está o SuperTanker, o maior avião tanque do mundo e atua na região no combate a incêndios florestais. São cerca de 40 km² onde o fogo está queimando incontrolavelmente", revela Samuel.

Outro importante aliado ao combate ao foto, segundo Samuel é o avião russo que pode levar até 50 mil litros de água ou retardante para combater incêndios. É um avião militar com kit de combate a incêndio (similar ao MAFFS, utilizado pela FAB), pode pousar em pistas menores e até de terra. A aeronave foi cedida pelo governo russo através do MHCS – Ministério de Situações de Emergência da Federação Russa.

O radialista e empresário Gil Nobrega mora em Exu, Pernambuco e é primo de Samuel. "Poucos imaginam que um filho que não esquece as raizes nordestinas e sertanejas da chapada e que andou nas mesmas poeiras de Luiz Gonzaga, é um dos que podemos dizer, um guerreiro da paz a serviço do combate ao fogo na Amazonia

A Amazônia boliviana ocupa 43% do território nacional nas regiões de Pando, Beni, Cochabamba, Santa Cruz e La Paz. No total, cerca de 1,2 milhão de bolivianos vivem nos 88 municípios localizados na área da floresta. Agosto foi um mês trágico não só para a Amazônia brasileira, que sofreu com um recorde de queimadas, mas também para a Bolívia. Na Bolivia continua o combate aos focos de incêndios que se revitalizam cada dia, amparados pela baixa umidade e os fortes ventos.

Na Bolívia trabalha uma equipe composta por militares especializados em operações de combate a incêndios florestais. Essa equipe técnica de reconhecimento do terreno, com experiência em logística, transmissão de informações e operações terrestres de combate ao fogo. O grupo conta com membros da proteção civil e um profissional da Brigada do Corpo de Bombeiros também de outros paises. 
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PLANO DE ARBORIZAÇÃO É DISCUTIDO EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NESTA QUINTA 5 EM PETROLINA

Entre os assuntos que a maioria dos petrolinenses concordam é que a sensação térmica da Capital do Sertão poderia ser amenizada se o município possuísse uma maior arborização urbana. 

Visando perpetuar as políticas públicas praticadas pela  Prefeitura de Petrolina e orientar o cidadão e as próximas gestões sobre a maneira adequada de realizar plantios no município, será realizada nesta quinta-feira (5) uma audiência pública, às 10h, na Casa Plínio Amorim, para discutir e validar o Plano de Arborização Municipal. 

O estudo foi feito pela Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA) em conjunto com a Embrapa e Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão). O plano foi realizado em cerca de um ano de trabalho, após a gestão perceber os desafios e erros encontrados em plantios passados na cidade. 

Além disso, ele servirá como ‘cartilha’ para estimular a população também a realizar o plantio de maneira correta, indicando o melhor tipo de árvore de acordo com o local, o espaço disponível e o tipo de solo, por exemplo.

“Em três anos, a Prefeitura de Petrolina já plantou mais de 2 mil árvores em toda cidade, política esta, que deveria ser exemplo e legado para todos gestores que o município vier a ter. É uma preocupação do prefeito Miguel Coelho que as práticas realizadas hoje não sejam apenas da atual gestão, por isso, convocamos toda a sociedade para participar desse ato democrático nesta quinta-feira, para que os petrolinenses  possam contribuir para o futuro e bem-estar de todos”, convida o diretor de Projetos da AMMA, Victor Flores

Fonte: Giomara Damasceno/Ascom PPP
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GESTANTES DENUNCIAM DESCASO E DESUMANIDADE NO HOSPITAL DA MULHER EM JUAZEIRO, BAHIA

O Hospital que deveria ser a eferência no atendimento de mulheres e gestantes, o Hospital da Mulher de Juazeiro é alvo de denúncias das pacientes nessa quarta-feira (04). A redação do Blog NEY VITAL entrevistou uma gestante de 34 semanas que preferiu não se identificar. As fotos mostram a desumanidade com as mulheres gestantes. Elas reclamam de ter que dormir ou descansar nos corredores do hospital.

A mulherconta que está internada desde o dia 19 de agosto. Gravidez de alto risco. "Os médicos diagnosticaram pré natal de alto risco. Além de outros problemas tenho diabete gestacional e preciso urgentemente de uma transferência para uma enfermaria adequada".

As fotos mostram as condições do banheiro e a situação impropria onde as mulheres gestantes são obrigados a compartilhar o mesmo banheiro onde existe restos de curetragem.

De acordo com a gestante "a transferência deve ser feita para o Hospital Dom Malan em Petrolina, mas até o momento a informação é que não existe vagas".

"Eu preciso de ajuda em nome de Deus me ajudem", desabafou.
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BACURAU PROPÕE UMA REVOLUÇÃO SIMBÓLICA DA CLASSE TRABALHADORA CONTRAS AS CLASSES DOMINANTES

BACURAU propõe uma revolução simbólica da classe trabalhadora contra as classes dominantes, uma revanche histórica dos brasileiros contra o colonizador. 

Bacurau é o filme mais comentado do momento e estreou na última quinta-feira (29 agosto), está gerando diversos comentários sobre a distopia retratada e qual seria a relação dela com a realidade atual do Brasil.

Dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, o longa venceu o Prêmio do Júri no Festival de Cannes, foi premiado como Melhor Filme no Festival de Munique e no Festival de Lima, no qual também recebeu o prêmio de Melhor Direção.

A palavra bacurau carrega significados importantes: dá nome a um pássaro e, no filme, a uma cidadezinha fictícia do Nordeste. E a história, que é retratada como uma distopia, é extremamente sensível ao que o povo brasileiro já sofre diariamente.

O filme conta a história da falecida Dona Carmelita, de 94 anos, matriarca da cidade. O município de repente desaparece do mapa, e mortes estranhas começam a acontecer: pode parecer um roteiro fictício e irreal, mas a crítica que Dornelles e Mendonça Filho conseguem atribuir ao filme é notável.

Segundo o elenco do filme, a trama já está acontecendo e tem tendência de piorar no Brasil. "O mundo tem sido violento, e não é uma coisa atual. A Segunda Guerra Mundial foi um momento de extrema violência e dizimou milhões de pessoas. Hoje, temos esse sentimento real que está mais próximo do que liamos quando éramos adolescentes, lá em 1980", comentou Mendonça Filho, citando também os abusos que a polícia comete em ações nas favelas do Rio de Janeiro.

O filme é cruel e verdadeiro. O contexto violento que conduz a história está bem próximo do que vivemos e não muito longe das expectativas nacionais. "Acho que a questão das invasões, dominações, toda a violência faz parte do que somos hoje. Não se construiu o Brasil; invadiu-se o Brasil. Toda a população que já morava aqui foi dizimada em nome de outra civilização", concluiu a atriz Karine Teles.

A figura do poder político em Bacurau também é forte, retratada no filme por meio de um prefeito populista que sofre com a falta de água e mantimentos da cidade. E isso é algo que muitas localidades brasileiras já sentem na pele. A atriz Bárbara Colen mencionou que "eu, que venho do interior e conheço o sertão do Ceará, sei muito bem o que é o coronelismo. Sei o que é ver pessoas amedrontadas com o político local".

Minorias sendo dizimadas, sofrendo com falta de água e comida, sendo assustadas e mortas por estrangeiros que querem tomar o seu lugar, isso é algo que não está longe de acontecer no Brasil: já acontece. Genocídio se tornou uma palavra comum na população, e quem sofre com isso são negros, indígenas, populações menores de interior.

Para a equipe do longa-metragem, a solução para acabar com a realidade gritante do Brasil é investir em educação, fomentar a arte e a grande necessidade de incentivar o diálogo. "A arte pode transmitir o pensamento do que aquilo provoca. Precisamos dela. Acho que Bacurau é um exemplo disso. Pode ajudar as pessoas a contornar essa situação. Ou ao menos instigar a reflexão. Mas, claro, isso também pode ser uma utopia", diz o ator Thomas Aquino.

Mendonça Filho terminou dizendo que, para ele, a principal saída é a educação. E é exatamente isto que está faltando no Brasil: educação para entender melhor a situação como uma nação.

Fonte: Tecmundo
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