JACKSON DO PANDEIRO COMPLETA 100 ANOS NESTE SÁBADO (31)

Neste sábado, dia 31 de agosto, José Gomes Filho, que entrou para a história da música brasileira cantando, dançando e batucando em um pandeiro, com o nome Jackson — que tirou do ator e caubói Jack perrin, seu ídolo nos filmes de faroeste — completa 100 anos.

Discípulos como Gilberto Gil, Lenine, Alceu Valença e Geraldo Azevedo falam de sua importância e de como um menino pobre de Alagoa Grande, no brejo paraibano, conseguiu traduzir o Nordeste para o Brasil de forma semelhante ao que Dorival Caymmi fez em relação à Bahia.

"Jackson tocava no pandeiro dele qualquer música dos Beatles, fazendo na base um coco, e provava que, assim como o reggae, o coco tem essa capacidade de ter alma própria", descreve o pernambucano Lenine, que compôs “Jack soul brasileiro” em homenagem o mestre.

Mas o nome artístico que Jackson adotou não foi aprovado pela mãe, como revelado no livro O fole roncou! Uma história do forró (Editora Zahar), de Carlos Marcelo e Rosualdo Rodrigues. "Mas é isso mesmo... Eu batizo um filho com nome de José, e vem o diabo trocar o nome para um tal de Jack que eu não sei de onde saiu nem por onde entrou!", disse a mãe.

Criado em 2008, o Memorial Jackson do Pandeiro, em Alagoa Grande, Paraíba ocupa um casarão azul com janelões. O visitante encontra parte da discografia, instrumentos tocados ou fabricados por Jackson, o violão que ele tocou assinado por Juscelino Kubitschek, roupas da esposa Almira Calixto; fotos históricas, como o registro do encontro dele com Luiz Gonzaga, cordéis e revistas, recortes de jornais e vídeo contando a história dele.

Entre tantas preciosidades, o visitante pode ouvir o primeiro LP de Jackson, gravado em 1953 em 78 rotações, com os sucessos que apresentaram Jackson.

O disco na vitrola irradia a música de Jackson para todo o Brasil. "Pra gente é uma satisfação enorme saber que um filho de Alagoa Grande, que era negro, nasceu pobre lá no engenho, afastado até da cidade, conseguiu pelo seu talento e seu esforço mudar a música no mundo", analisa Marcelo Félix, secretário da Cultura e Turismo de Alagoa Grande. Jackson foi casado três vezes. A última esposa foi Nelza, que atualmente vive em João Pessoa.

Jackson viveu infância pobre, mas, desde muito cedo, se encontrou na música levado pelas mãos da mãe cantadora de coco. Depois da morte do pai, foi com a mãe para Campina Grande, em 1930, cidade economicamente pujante, no início do século 1920, pela exportação de algodão, o ouro branco. 

Antes de se tornar músico profissional, Jackson teve outras ocupações. Trabalhou com entregador de pão e ajudante em padaria. Quando decidiu se dedicar exclusivamente à música, teve oportunidade de tocar bateria, mas escolheu o pandeiro. "Baterista vou ser o segundo, o terceiro [instrumentista], eu quero ser o primeiro. E realmente ele conseguiu com o pandeiro", revela Fernando Moura.

O biógrafo lembra que, em Campina Grande, Jackson entrou em contato com a "sonoridade planetária". "Campina era muito pulsante economicamente, devido ao algodão. Então passava orquestras de todo o mundo por lá, big bands. Vinham para Recife, depois iam para Campina Grande. Ele participou de tudo isso, vivenciou e tocou", conta.

Depois, mudou-se para João Pessoa e conviveu na Rádio Tabajara com a geração herdeira de Severino Araújo, o grande maestro da Orquestra Tabajara. Jackson também foi para Recife para inaugurar a Rádio do Jornal do Commercio, em 1948. "Participou de diversos grupos, diversas formações. Montavam as orquestras e dividiam os grupos para os programas variados durante o dia. Era tudo ao vivo.

"Campina era muito pulsante economicamente, devido ao algodão. Então passava orquestras de todo o mundo por lá, big bands. Vinham para Recife, depois iam para Campina Grande. Ele participou de tudo isso, vivenciou e tocou"
Fernando Moura, coautor da biografia Jackson do Pandeiro: o rei do ritmo

Em 1953, lançou Sebastiana, até contrariado. Era uma revista de carnaval, ele queria cantar uma marchinha, um frevo. Mas o diretor do programa disse que estava com a intuição de que ele deveria cantar um coco, herança de sua mãe. Ele foi e cantou. Foi um tremendo sucesso. Ele escolheu na rádio uma atriz chamada Luíza de Oliveira. Na hora do a, e, i, o, u, y, ela deu uma umbigada nele e a plateia foi abaixo", recorda Fernando.

Jackson do Pandeiro esmaece a fronteira entre música regional e nacional com sucessos que foram muito populares. "Jackson pode ser percebido como figura que vai mesclar, amálgama mesmo, o que é música nacional e o que é música regional. Ele elucida, coloca as cartas na mesa: a cultura popular e a música popular não têm como ser cristalizadas em conceitos criados academicamente. Ela é múltipla, ela é caleidoscópica nesse sentido. Ela foge das categorias", afirma a pesquisadora Manuela Fonseca Ramos, que fez a dissertação "Na levada do pandeiro: a música de Jackson do pandeiro entre 1953 e 1967".

A trajetória e a obra de Jackson são apresentadas na exposição Jackson do Pandeiro – 100 anos, em exibição no Museu dos Três Pandeiros, um imponente prédio planejado por Oscar Niemeyer, em Campina Grande, Paraíba. As músicas dele encantam quem as ouve e a sua obra se apresenta por si só. No entanto, Jackson tem a seu favor defensores de peso. Músicos geniais tanto quanto ele devotam reconhecimento ao paraibano e destacam como foram influenciados por ele: João Gilberto (1931-2019), Gilberto Gil, Alceu Valença, Lenine e João Bosco, entre outros.

A lista é enorme. "Costumo dizer que todos os grandes gênios estão à frente do seu tempo. Geralmente, não são compreendidos no período em que estão. Eles têm olhar muito na frente", diz o músico e produtor Sandrinho Dupan, curador da exposição.

Jackson era artista inquieto: com obra vasta, gravou 435 músicas, passeou por 25 ritmos. "Era um artista inquieto em questão rítmica, mas essa inquietude é muito boa. Ele passeou desde ritmos como o twist, o samba – foram mais de 100, marchinhas de carnaval, maracatu, toadas. Ele deixou um legado muito grande", afirma. 

A versatilidade rítmica de Jackson, que encantou os expoentes da Tropicália, conquista novas gerações, que encontram no artista uma fonte sem-fim de possibilidades musicais. "Conquista primeiro pela questão da habilidade musical, a questão rítmica. Segundo pelos textos contemporâneos das letras sobre vários aspectos", afirma Sandrinho.

"O Jackson foi a figura mais completa trafegando pela música brasileira: tocou samba, twist, coco, forró, samba jazz, entre vários outros gêneros. Também tocou com Dominguinhos, Gal Costa", lembra 

Até os 35 anos Jackson não sabia ler nem escrever. Aprendeu com a segunda mulher, Almira. Mas era genial em termos musicais. Tocou diversos instrumentos e inovou na divisão rítmica. "João Bosco deu um exemplo bem feliz: falava, para o leigo entender, que o cantor normal era um passageiro que estava na estação. O trem chegava, ele entrava e seguia a viagem. Jackson era um passageiro que estava na estação. O trem chegava, ele entrava, mas, depois, ele estava dentro. Ele brincava com essa coisa de elasticidade do tempo. Conseguia deixar a coisa acelerar e depois pegar. Ele conseguia atrasar e depois chegar no tempo certo", explica Sandrinho.

Jackson buscava inspiração em múltiplas fontes e a religião era um manancial para ele. A sonoridade dos terreiros de candomblé ou a filosofia do Universo em desencanto. "A fase racional foi momento bem importante. Momento que teve interação maior com religiosidade, assim como Tim Maia e vários artistas no Brasil tiveram. Ele participou desse momento e podemos perceber nas letras: falava da salvação, mãe natureza. Fica bem evidente no disco Alegria minha gente, que também é título de uma música", diz Betinho Lucena, do grupo Os Fulanos.

Os afros batuques também aparecem na obra. "Jackson coloca os afro batuques. Pega totalmente o nosso som mais primitivo, a questão da África, tudo que envolveu os batuques", completa. Essa fase foi apresentada em show preparado por Cabruêra e Os Fulanos, que abriu o Festival de Inverno de Campina Grande, que, neste ano, homenageia o músico de Alagoa Grande.

Jackson e Luiz Gonzaga os dois reis:
A Região Nordeste deu à música brasileira Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, e Jackson do Pandeiro, o Rei dos Ritmos. Mas como foi a convivência entre dois reis nesse território? Como cada um participou da criação desse Nordeste imaginário? Há quem diga que não eram amigos. Mas a melhor posição sobre a relação dos dois é definida pelo secretário de Cultura e Turismo de Alagoa Grande – terra natal de Jackson –, Marcelo Félix: há um pouco de verdade e há um pouco de lenda sobre a desavença dos dois.

Carlos Marcelo e Rosualdo Rodrigues, em O fole roncou! Uma história do forró, narram o encontro de Jackson com Gonzaga no programa de rádio que Jackson apresentava com Adelzo Alves. O Rei do Baião chegou de maneira inesperada, trazendo frisson ao auditório, onde estavam Abdias, Zé Calixto, Nelza, Cícero e Tinda. O encontro foi descrito assim:

"Chegou para o operador de áudio e avisou:
– Bota todo bloco comercial pra frente e deixa o maior espaço para o Gonzaga.

Jackson então virou-se para Adelzon e perguntou:
– E quem é que vai apresentar Gonzaga?

– Você! Não te falei que o programa é teu e que eu sou só a escada? Eu só levanto a bola, você que faz gol!

Jackson demonstrou preocupação. Mas chamou o Rei do Baião, que, do alto de sua majestade, já entrou no ar munido de sua sanfona e gritando o nome do anfitrião:
– Jaaaaaackson!"
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MAIS DE 1300 HOMENS DO EXÉRCITO CONTRA AS QUEIMADAS NO SUL DO AMAZONAS, RONDONIA E ACRE

Mais de 1.300 homens do Exército participam, no Acre, Rondônia e Sul do Amazonas, da Operação Verde Brasil. O Comando Militar da Amazônia (CMA) deu início no último domingo, 25 de agosto, à operação que está distribuída entre duas forças-tarefas para conter as queimadas na Amazônia: uma voltada para Rondônia e Acre e outra para o Sul do Amazonas. Inicialmente, o Amapá, que compreende a área de atuação do comando, não é citado nas ações.

No momento, segundo o departamento de comunicação do CMA, todas as atenções estão voltadas para Rondônia, que sofre com os principais focos de incêndio na região amazônica. No Sul do Amazonas, que registra grande número de queimadas, as ações serão intensas ao longo da próxima semana.
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AS CHAMAS QUE ESTÃO QUEIMANDO O BRASIL SÃO DA INTOLERÂNCIA DO PRESIDENTE JAIR BOLSONARO

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL–RJ), tem uma imensa coleção de pronunciamentos sem pé nem cabeça, como diz o dito popular para descrever uma coisa absurda. Mas a afirmação de que as ONGs estão por trás dos incêndios que vêm assolando os estados do Centro-Oeste e do Norte merece um destaque. Mais ainda: “Dinheiro no bolso de ‘ongueiro’ não combate incêndio”, frase dita pelo presidente. Por que as ONGs, em especial as ligadas à preservação do meio ambiente, são tão odiadas pelos exploradores clandestinos de florestas, reservas minerais e recursos hídricos? A resposta é simples.

As ONGs dão capilaridade à vigilância da preservação ambiental. Por menor que seja a localidade, ou mais afastada que esteja das cidades, lá sempre tem alguém ligado a uma ONG que sabe quem é quem na exploração ilegal dos recursos naturais. Essa capilaridade é fundamental para orientar os serviços oficiais de controle, tipo Ministério Público Federal (MPF) ou Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e Renováveis (Ibama). Em um país continental como o Brasil, não tem como os órgãos de fiscalização oficiais estarem em todos os cantos.

Essa é a realidade. E não é por outro motivo que os repórteres envolvidos com cobertura de meio ambiente e outros conflitos, como a disputa entre garimpeiros e índios, procuram o pessoal ligado a ONGs para saber o que está acontecendo. Desde 1980, viajo pelos estados do Centro-Oeste, principalmente Mato Grosso, e do Norte, Amazonas e Roraima, buscando histórias para contar. No final dos anos 1990, percorri várias cidades do interior do Pará e do Amazonas fazendo uma reportagem sobre a instalação de madeireiras asiáticas na região. As informações que consegui com pessoas ligadas a ONGs foram fundamentais para dar um quadro fiel e detalhado da presença deles.

Em 1993, estive na fronteira de Roraima com a Venezuela, onde índios Ianomâmis foram massacrados por garimpeiros. As informações sobre o episódio do pessoal ligado a ONGs eram muito mais precisas e completas do que as das autoridades. Também fiz matérias do que aconteceu em 2004, em Rondônia. Os índios Cintas-largas massacraram 24 garimpeiros. Na ocasião, as ONGs sabiam mais detalhes do que tinha acontecido do que a Polícia Federal (PF). Nos mares do Rio Grande do Sul, fiz uma reportagem sobre pesca ilegal — barcos catarinenses praticam a pesca de arrastão (uma rede estendida entre dois pesqueiros leva tudo pela frente). As ONGs tinham dossiê sobre o assunto.

Há muitos anos que, nessa época, os incêndios nos estados do Centro-Oeste e do Norte são intensos. Já foram mais. Lembro que, no final dos anos 1980, em cidades como Sinop (MT), era difícil respirar, de tanta fumaça. Foi a pressão das ONGs que conseguiu diminuir sensivelmente os incêndios. Nos anos 1970 e 1980, essa região era conhecida como fronteira agrícola e foi povoada por agricultores do Sul do Brasil, principalmente do Rio Grande do Sul. Conheço profundamente a situação, pois escrevi três livros sobre o povoamento dessas fronteiras: Brasil de bombachas (1995), O Brasil de bombachas – As novas fronteiras da saga gaúcha (2011) e De pai para filho na migração gaúcha (2019).

A maioria dos agricultores ocupa a terra todo o ano — soja, milho, algodão e pastagem. Portanto, não usa fogo. Liguei para várias pessoas nessas regiões para saber se tinham visto alguém ligado a ONGs com uma caixa de fósforo na mão, colocando fogo. Ninguém viu nada. O que me falaram foi que as condições climáticas deste ano — tempo seco — alastraram os focos de incêndio, que, tradicionalmente, nascem à beira das estradas. E também relataram que vem crescendo a presença de madeireiros clandestinos na divisa do Mato Grosso com o Amazonas. Eles derrubam a mata e queimam o resto.

É importante que o jovem repórter que trabalha em redação fique atento para o seguinte. Se não fossem as ONGs, já teria acontecido, no Brasil, o mesmo que houve nas florestas asiáticas: foram derrubadas pelos madeireiros. No Brasil, isso não aconteceu graças a pessoas como Chico Mendes, morto em uma tocaia em Xapuri (AC), em 1988 — a história está disponível na internet. Essas ONGs reúnem gente de todos os cantos do mundo. Eu tenho 68 anos, quarenta e poucos de repórter, e conheço muitas delas. São pessoas sérias que têm um compromisso político com a preservação ambiental. Elas não lutam pelo dinheiro, mas pelo amanhã do mundo. É simples assim.

*Carlos Wagner é repórter.
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ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS LANÇA A DÉCADA DA AGRICULTURA FAMILIAR

O presidente da CONTAG, Aristides Santos, e o vice-presidente e secretário de Relações Internacionais da CONTAG e presidente da Confederação das Organizações de Produtores Familiares do Mercosul (Coprofam), Alberto Broch, participam nesta semana do lançamento da Década da Agricultura Familiar na região da América Latina e Caribe, realizado na República Dominicana.

Recentemente, a Assembleia da Organização das Nações Unidas aprovou a promoção da Década da Agricultura Familiar entre os anos 2019-2028. Trata-se de uma iniciativa com o objetivo de renovar o compromisso mundial com a agricultura familiar – setor que pode contribuir significativamente para o sucesso da Agenda 2030 de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, uma vez que se relaciona com questões de preservações do meio ambiente, de saúde e nutrição, de combate à pobreza e desigualdade.

Participam do lançamento regional da Década da Agricultura Familiar mais de 20 delegações da América Latina e Caribe, compostas por ministros da Agricultura dos países da região ou representantes de instituições governamentais vinculados à Agricultura Familiar, assim como representantes de organizações da agricultura familiar – como a Coprofam, a Cloc-Via Campesina, entre outras –, organizações de jovens, mulheres e povos indígenas, parlamentares, e também representantes de instituições acadêmicas, do setor privado empresarial e cooperativo, funcionários de organizações não-governamentais e de agências e organizações do sistema das Nações Unidas.

O principal objetivo do evento é promover e construir de forma participativa os acordos necessários para a implementação da Década da Agricultura Familiar. Para Alberto Broch, trata-se de uma importante oportunidade de fortalecer a agricultura familiar em nosso continente. “É um evento muito importante e temos grande expectativa de sucesso”, afirma o dirigente.

De acordo com Aristides Santos, “nesse cenário em que predominam governos mais conservadores na América Latina, nossa expectativa é que estes reassumam compromissos em defesa da agricultura familiar, tratando também de questões climáticas e de desenvolvimento sustentável. É um debate importante para convencê-los a rever parte das agendas conservadoras em que predominam os interesses do capital em detrimento dos interesses da agricultura familiar”.

Fonte: Contag
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REVISTA VEJA DESCOBRE O PARADEIRO DE QUEIROZ: ELE MORA NO MORUMBI E FAZ TRATAMENTO DE UM CÂNCER

"Desaparecido" desde janeiro deste ano, quando ganhou as manchetes por suposto envolvimento em um escândalo financeiro ao lado do senador Flávo Bolsonaro (PSL), Fabrício Queiroz teve seu paradeiro revelado pela Revista Veja. Ele hoje vive no Morumbi, bairro nobre de São Paulo, para facilitar o deslocamento até o Hospital Albert Einstein, onde trata um câncer de intestino grosso. Segundo a Veja, o ex-assessor de Flávio teve seu estado de saúde agravado nos últimos tempos e, atualmente, se mantém focado no tratamento oncológico. 

Por volta das 17h50 do último dia 26, o desaparecido mais famoso do Brasil passou, sem chamar atenção de ninguém, pela porta e se encaminhou para a recepção do Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. 

Ali são oferecidos consultas e serviços como quimioterapia e radioterapia. De boné preto e óculos de grau, o paciente chegou sem seguranças nem familiares o acompanhando — e ficou sozinho por lá. 

Antes do compromisso agendado, fez hora na lanchonete e tomou café tranquilamente, sem ser importunado por ninguém. Cerca de uma hora depois, Fabrício Queiroz, o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, sumido desde janeiro, deixou o local. 

Ao longo dos últimos três meses, VEJA seguiu pistas e entrevistou dezenas de pessoas para identificar seu paradeiro. Conforme mostram as fotos desta reportagem, achamos finalmente o desaparecido mais famoso do país.

Na movimentada seara de escândalos nacionais, Queiroz surgiu como um cometa e sumiu do espaço sem deixar vestígios. A aparição espetacular, como se sabe, ocorreu no fim de 2018, a partir do momento em que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) detectou em sua conta a dinheirama suspeita. 

A tese do Ministério Público é a de que ela é fruto de um sistema de coleta e de repasse de dinheiro de funcionários do gabinete do senador Flávio Bolsonaro, quando o Zero Um era deputado estadual no Rio de Janeiro. O órgão identificou também emissão de cheques de Queiroz no total de 24 000 reais para a conta da então futura primeira-dama Michelle Bolsonaro. O enrolado Queiroz enrolou-se ainda mais nas explicações. Mencionou em um primeiro momento lucros de vendas de carros usados e, depois, disse que recolhia parte dos salários dos funcionários do gabinete a fim de contratar mais gente para a equipe do chefe, sem conhecimento do próprio.

No caso de Michelle, os depósitos seriam para quitar um empréstimo pessoal concedido a ele por Jair Bolsonaro. Em público, o clã Bolsonaro procurou se distanciar do ex-policial, incluindo o presidente, amigão de Queiroz desde o início dos anos 80, quando se conheceram no serviço militar da Brigada de Infantaria Paraquedista, no Rio. 

Tal distanciamento, no entanto, está mais no terreno da retórica. Foi do entorno de Bolsonaro a ideia de levar Queiroz para uma entrevista no SBT, no dia 26 de dezembro, para falar sobre o relatório do Coaf e tentar explicar a origem do dinheiro. Não convenceu ninguém, e o presidente, em sintonia com essa percepção, chamou de “roleiro”, em manifestação pública, o velho amigo de pescarias, churrascos e serviços prestados à família. As perguntas foram inevitáveis: Queiroz fazia as transações com ou sem a anuência do filho do presidente? Quais os nomes desses contratados? Não houve respostas. Pressionado, o ex-assessor decidiu sumir do mapa.

O desaparecimento nos últimos meses fez da pergunta “Cadê o Queiroz?” um bordão popular nas redes sociais e entre políticos da oposição sempre que querem cutucar o presidente. “Cabe a ele explicar. Eu também quero saber onde está o Queiroz”, diz Flávio Bolsonaro, ao ser perguntado sobre o tema. Bolsonaro, o pai, sempre entoou a mesma cantilena, terceirizando a responsabilidade dos problemas ao parceiro de longa data. Segundo um dos boatos surgidos para explicar o desaparecimento, Queiroz estaria escondido, fugindo de ameaças de morte para não abrir a boca. 

Em outra hipótese, neste caso, na direção contrária, teria sumido para escapar do assédio de pessoas interessadas em depoimentos capazes de incriminar os Bolsonaro. Ganharia em troca o fim das encrencas que enfrenta na Justiça e segurança para sua família.

Fonte: Revista Veja
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MEGA-SENA ACUMULADA VAI PAGAR MAIS DE 47 MILHÕES NO SÁBADO (30)

Nenhum apostador acertou as seis dezenas do concurso 2.183 da Mega-Sena, que ocorreu dia (28), em São Paulo. O prêmio para o próximo sorteio, no sábado (31), é estimado em R$ 47 milhões.

As dezenas sorteadas foram: 13 - 26 - 30 - 34 - 43 - 51.

A Quina saiu para 74 apostas e cada um vai levar R$ 42,64 mil. A quadra teve 6.087 ganhadores e cada um receberá R$ 740,57.

As apostas podem ser feitas até as 19h (de Brasília) do dia do sorteio, em qualquer lotérica ou pela internet. A aposta mínima custa R$ 3,50.
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SETEMBRO AMARELO TERÁ FOCO EM PREVENÇÃO DO SUICÍDIO ENTRE OS JOVENS

O Ministério da Saúde vai aproveitar setembro, mês de conscientização sobre a importância da prevenção do suicídio, para enfatizar a necessidade de atenção especial com o bem-estar e a saúde mental de crianças e adolescentes.

Segundo o ministro Luiz Henrique Mandetta, o foco das ações desenvolvidas pela pasta durante o Setembro Amarelo será o público jovem, no qual vem aumentando o número de casos e de tentativas de suicídio. "Vamos focar nesta questão dos jovens, tanto na questão do suicídio quanto das tentativas, procurando alternativas de políticas públicas indutórias", disse o ministro durante a 7ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite, realizada na manhã desta quinta-feira (29), em Brasília.

Mandetta ressaltou que o aumento do suicídio entre os jovens é um fenômeno mundial que, nos últimos anos, vem causando crescente preocupação também no Brasil. Para o ministro, o problema é complexo e não pode ser compreendido ou explicado por um só fator. 

"A barra está muito pesada, e isso está fazendo com que percamos muitos jovens", afirmou o ministro, arriscando uma explicação. Segundo o ministro, os jovens brasileiros, que estão entre os que passam mais tempo conectados à internet, têm dificuldade para lidar com a confusão entre o mundo online e as exigências e frustrações cotidianas do mundo fora da rede mundial de computadores.

Fonte: Agencia Brasil

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