BAIRRO JARDIM AMAZONAS FESTEJA O DIA DO PADROEIRO SÃO FRANCISCO DE ASSIS

A festa do Novenário de São Francisco de Assis, santo padroeiro da paróquia do bairro Jardim Amazonas, em Petrolina, será nesta quinta-feira (04). As comemorações são realizadas na igreja do bairro. Esse ano, o tema da festa foi ‘Francisco Restaura Minha Igreja!’.

A programação de encerramento, nesta quinta, começará a partir das 05h, com uma alvorada festiva pelas ruas do bairro Jardim Amazonas. Às 09h, haverá a benção dos animais no pátio da igreja, e, às 12h, uma queima de fogos de artifício. Mais tarde, às 18h, será realizada uma procissão, que sairá da praça localizada na Rua 15 do bairro.

O Padre Antonio convida todos os cristão para as festividades. Na programação encerrando as atividades, às 19h30, o bispo da Diocese de Petrolina, Dom Francisco Canindé. 

São Francisco de Assis nasceu na Itália em 1182 e foi o fundador da Ordem dos Franciscanos, formada por homens que queriam viver de acordo com o Evangelho. O religioso foi canonizado pelo Papa Gregório IX e também é bastante conhecido pela proximidade com a natureza e com os animais.

Programação 05h: Alvorada festiva pelas ruas do bairro. 09h: Benção de animais no pátio da Igreja. 12h: Queima de fogos. 18h: Procissão – Saída da Praça da Rua 15. 19h30: Missa Solene.
Nenhum comentário

AGENCIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE DE PETROLINA COMEMORA OS 517 ANOS DO RIO SÃO FRANCISCO COM AÇÕES DE PRESERVAÇÃO

Em comemoração ao aniversário de 517 anos do Rio São Francisco, a Prefeitura de Petrolina irá realizar nesta quinta-feira (4), uma série de atividades de conscientização ambiental junto à população. A ação será realizada através da Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA), e vai mobilizar estudantes; instituições parceiras e voluntários em prol da preservação do Velho Chico.
As atividades acontecerão na Orla I, a partir das 8h. Os voluntários realizarão uma limpeza nas margens do Rio, seguida da soltura de 40 mil peixes doados pela CODEVASF. Ao longo da manhã, os participantes terão a oportunidade de conhecer mais detalhes sobre o Projeto Orla Nossa, desenvolvido pela prefeitura.
O diretor de Projetos Ambientais, Victor Flores destaca a importância do projeto para a defesa do Rio. "Essa iniciativa só é possível por conta do projeto Orla Nossa, que desde 2017 vem executando diversos trabalhos para a preservação do maior patrimônio da cidade. As ações incluem a retirada de alguns pontos de esgoto com a metodologia de oxigenação da água na qual é possível inserir no rio novos peixes sem maiores preocupações", pontua.
A atividade será aberta ao público e contará com o apoio da CODEVASF; Instituto Federal (IF-PE); Marinha; Exército Brasileiro; Aeronáutica e instituições privadas.
Fonte: PMP Fotos: Jonas Santos
Nenhum comentário

HOJE É O DIA NACIONAL DA ABELHA

O Dia da Abelha, nacionalmente celebrado em 3 de Outubro, deve nos lembrar da importância destes animais simpáticos e fundamentais para a nossa própria sobrevivência. No resto do mundo foi estabelecido o 20 de Maio como Dia das Abelhas por ser a data do nascimento de Anton Janša, esloveno nascido no século XVIII que foi pioneiro na criação e uso de técnicas modernas apicultura.

As abelhas são responsáveis pela polinização de mais de 70 das 100 espécies de vegetais que fornecem 90% dos alimentos para um planeta habitado por sete bilhões de pessoas, segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), de Junho de 2014.

Nos últimos anos, estudos têm alertado sobre o desaparecimento das abelhas. Em um mundo sem abelhas, o homem não ficará apenas sem o mel e as flores. Ficará sem alimentos! A lista de frutas, vegetais e sementes que dependem das abelhas é longa: uva, limão, maçã, melão, cenoura, amêndoas, castanha-do-pará, entre outras.

Produtores de abelhas em todo o mundo, em especial nos Estados Unidos, relatam perdas entre 30 e 50% em suas populações de abelhas em colmeias. Em algumas regiões da China, elas já não existem mais. No Brasil, segundo o professor Osmar Malaspina, da Universidade Estadual Paulista (Unesp, Rio Claro, SP), responsável pela coordenação de um grupo de pesquisa sobre o comportamento das abelhas, 30 mil colônias de abelhas foram perdidas só no estado de São Paulo de 2008 a 2017. Em Santa Catarina, foram 100 mil apenas em 2011. Estimativas apontam para perdas anuais de 40% de colmeias no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais.

Mas quais são as razões para o desaparecimento delas? A mais reconhecida é o amplo uso de inseticidas “neonicotinoides”, defensivos agrícolas utilizados em todo o mundo, que atingem o sistemas nervoso e digestivo dos insetos, provocando desarranjos em seus sistemas de navegação. As abelhas morrem intoxicadas ou perdem o caminho de volta, deixando a colmeia vazia. Em casos mais graves, elas não conseguem se alimentar e morrem de fome.

Além de pesticidas, outros fatores, como eventos extremos causados por mudanças climáticas, o desmatamento seguido pela ocupação do solo por extensas monoculturas (milho e trigo) e técnicas para aumentar a produção de mel podem ser responsáveis pelo distúrbio do colapso de colônias (fenômeno conhecido como CCD em inglês).

Diante deste cenário dramático, o Parlamento Europeu baniu alguns desses inseticidas.  Chama nossa atenção o fato das produtoras dos neonicotinoides serem as mesmas empresas que dominam hoje o mercado de produção de sementes transgênicas.

Porém, um cálculo essencial precisa ser levado em conta: cientistas estimam que no ano de 2007, por exemplo, o valor dos serviços ecossistêmicos de polinização em todo o mundo era calculado em US$ 212 bilhões. Além disso, é clara que a relação entre a diminuição das abelhas e a redução da produção de alimentos impactará radicalmente na lei da oferta e da procura, logo no aumento do preço dos alimentos.

No Brasil, está em andamento desde 23 de setembro de 2014, a Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES). Um grupo de 75 pesquisadores de diversos países-membros do IPBES está fazendo uma avaliação global sobre polinizadores, polinização e produção de alimentos para identificar estudos necessários na área e, com isso, auxiliar os tomadores de decisão dos países a formular políticas públicas para a preservação da polinização e de outros serviços ecossistêmicos prestados por polinizadores.

Para quem é consumidor, ficam as dicas: mantenha-se informado, participe ativamente em fóruns de discussão sobre agrotóxicos e seus impactos sobre os polinizadores, se posicione quanto aos projetos de lei que vão mexer com nossa saúde e nosso bolso – e nunca se esqueça que somos totalmente dependentes do meio ambiente.

Ah! E no Vale do São Francisco o movimento já começou: em áreas de Caatinga, a Dra. Aline Andrade, vinculada ao Cemafauna/UNIVASF, em pesquisa apoiada pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo), tem demonstrado que abelhas da tribo Euglossini ou abelhas das orquídeas, são capazes de dispersar até 30 km entre fragmentos florestais, demonstrando que a manutenção dos corredores ecológicos (verdes) são fundamentais para conservação e manutenção da variabilidade genética das espécies vegetais distribuídas de forma dispersa na Caatinga.
Nenhum comentário

ORAÇÃO PARA O RIO VELHO CHICO RIO SÃO FRANCISCO EM TEMPOS DE POUCOS RIOS

Ás 18 horas, sempre guardo na correria da vida e do trabalho, a oração da Hora do Anjo. Estes dias olhando o Rio São Francisco ouvindo as canções de Padre Zezinho lembrei da Oração do Rio São São Francisco em tempos de poucos Rios. Assim escutei do amigo Aderaldo Luciano. Assim reproduzo:

O Rio São Francisco não nasce na Serra da Canastra. Digo isso porque a correria estressante das ruas do Rio de Janeiro me oprime. Os olhos dessas crianças nuas me espetam e essa população de rua dormindo pelas calçadas me joga contra o muro. Esse Cristo economiza abraços e atende a poucos.

Só uma coisa me alenta hoje: a saudade do meu santo rio. O Rio São Francisco, o Velho Chico, Chiquinho. Escuto o murmurar de suas verdes águas: — Deixai vir a mim as criaturas... E assim foi feito. Falar de desrespeito e depredação tornou-se obsoleto. Denunciar matanças e desmatamentos resultou nulo. Orar e orar. Pedir ao santo do seu nome a sua oração.

Lá do Cristo Redentor da cidade de Pão de Açúcar, nas Alagoas, um moleque triste escutou a confissão das águas. Segundo ele, o Velho Chico dizia: “Ó, Senhor, criador das águas, benfeitor dos peixes, escultor de barrancas e protetor de homens fazei de mim bem mais que um instrumento de tua paz. Se paz não mais tenho faz-me levar um pouquinho aos que em mim confiam. Paz para as lavadeiras que, em Própria, choram a sua fome de pão. Que, em Brejo Grande, soltam lágrimas pelos filhos mortos no sul do país. Que, em Penedo, já perderam a fé de serem tratadas como gente sã.

Onde houver o ódio dos poderosos que eu leve o amor dos pequeninos. O amor dos que cavam a terra a plantam o aipim. Dos que cavam a terra e usam-na como cama e lençol para sempre. Dos que querem terra para suas mãos, para os seus grãos, para a sua sede. O amor que não é submisso, mas escravizado. O amor que tem coragem de um dia dizer não. Coragem diante das balas e das emboscadas, das más companhias e da solidão.

Onde houver a ofensa dos governos que eu leve o perdão dos aposentados e servidores públicos. O perdão, nunca a omissão. A luta, porque perdoar não requer calar. Perdoar não quer dizer parar. Como minhas águas, tantas e tantas vezes represadas, mas nunca paradas e que, quando em minha fúria, carregam muralhas, absorvem barreiras e escandalizam Três Marias, Xingó e Paulo Afonso.

Onde houver a discórdia dos que mandam que eu leve a união dos comandados. A suprema união dos que sonham com as mudanças, dos que querem quebrar hegemonias e oligarquias. A discórdia dos reis contra a união dos plebeus. Um povo unido é força de Deus, dizia o velho bendito e sejais bendito, Senhor. A união das águas, a união das lágrimas, a união do sangue e a união dos mesmos ideais.

Onde houver a dúvida dos que fraquejam, que eu leve a fé dos que constroem seu tempo. Na adversidade, meio ao deserto e ao clima árido, a fé dos que colhem uvas e mangas em minhas margens. Dos que colhem arroz em minhas várzeas, dos que criam peixes com minhas águas em açudes feitos. A fé dos xocós lá em Poço Redondo. A fé que cria cabras nos Escuriais. Dos que colhem cajus e criam gado em Barreiras e outros cafundós.

Onde houver o erro dos governantes que eu leve a verdade de Canudos. O bom senso dos conselheiros de encontro à insanidade dos totalitários. Os canhões abrindo fendas na cidade sitiada e a verdade expondo cada vez mais a ferida da loucura na caricatura da História. O confisco da poupança e o rombo na previdência. O fim da inflação e o pão escasso, o emprego rarefeito, a dignidade estuprada em cada lar de nordestinos.

Onde houver o desespero das crianças da Candelária que eu leve a esperança das mães de Acari. E aqui, Senhor, te peço com mais fé. A dor dos deserdados, dos que perderam seus pais, filhos ou irmãos, seja de fome, doença ou assassínio, inundai-os com as águas esmeraldas da justiça. A justiça da terra e dos céus. Pintai de verde o horizonte das famílias daqueles que foram jogados mortos em minhas águas. Eles não foram poucos.

Onde houver a tristeza dos solitários que eu leve a alegria das festas de São João. Solitário eu banho muitas terras e em todas, das Gerais, do Pernambuco, das Alagoas e do Sergipe, não há tristeza ao pé da fogueira, nas núpcias entre a concertina e o repente, entre a catira e o baião.. Das festas do Divino ao Maior São João do Mundo, deixai-me levar, Senhor, o sabor de minhas águas juninas e seus fogos de artifícios.

Onde houver as trevas da ignorância que eu leve a luz do conhecimento e da sabedoria. A escuridão dos homens dementes que teimam em querer ferir-me de morte seja massacrada pela luz de um futuro negro, sem água potável, sem terra e sem ar.. Dai-me esse poder, de entrar nas mentes e nos corações, de espraiar-me pelos mil recantos dos que querem mal à nossa casinha, nossa pequena Terra. O homem sábio seja sempre sábio e contamine os povos com ensinamentos de preservação.

Ó, Senhor, dai-me vocação para consolar os que se lamentam de má sorte. Fazei-me compreender porque tanto mal há nos corações. Sobretudo, Senhor, não autorizeis que eu deixe de ser o Rio São Francisco, que há tantos anos não foge do seu leito, espalha e espelha vida em abundância. Que, embora tenha dado, quase nada recebo, que perdoando sempre, continuo sendo morto enquanto todos pensam que serei eterno.”

Fonte: Aderaldo Luciano professor doutor em Ciencia da Literatura
Nenhum comentário

IBAMA RESGATA E TRANSFERE PARA O RIO SÃO FRANCISCO 118 MIL PEIXES DE LAGOAS AMEAÇADAS PELA SECA

Foram resgatados e transferidos para o rio São Francisco 118,5 mil peixes de lagoas ameaçadas pela seca que atinge a região de Xique-Xique, no norte da Bahia.
 
O salvamento dos animais, de espécies como cascudo, corvina, curimatã, mandi amarelo, pacu, piaba, traíra e surubim, foi realizado por uma força tarefa interinstitucional, que reuniu representantes do Ibama, do Ministério Público do Estado da Bahia (MP/BA), da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), de universidades, de organizações não governamentais e de prefeituras, além de voluntários. Pelo menos 100 pessoas participaram da iniciativa.
 
Realizada em recipiente apropriado (transfish) cedido pela Codevasf, a transferência dos peixes para o rio São Francisco foi monitorada por analistas do Ibama, que realizaram o controle de salinidade e oxigenação da água. O índice de mortalidade durante o procedimento ficou abaixo de 3%.
 
O Ibama já havia identificado elevada mortandade de peixes no complexo lagunar do Submédio São Francisco. Técnicos estimam que a seca histórica na lagoa de Itaparica, intensificada a partir de agosto de 2017, tenha levado à morte cerca de 50 milhões de peixes nativos e exóticos na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.
 
Em 2016, um grupo de pescadores artesanais realizou o salvamento de peixes sem acompanhamento técnico em lagoas marginais do São Francisco, na Ilha do Gado Bravo, a maior do rio. Com baldes, redes improvisadas e materiais reciclados, como latas de tinta e cestas de bicicletas, eles resgataram cerca de 20 mil peixes.
 
O Ibama incluiu em seu planejamento estratégico para 2018 (Portaria nº 2.659/2017) quatro ações de resgate e salvamento de peixes coordenadas pela Superintendência do Ibama na Bahia com apoio de unidades do Instituto em outros quatro estados do Nordeste: Alagoas, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. A primeira havia sido realizada em agosto. As próximas estão previstas para outubro e novembro.
 
O Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF) prepara a contratação de um estudo para diagnóstico da situação do complexo lagunar, com o objetivo de identificar possíveis causas da mortandade de peixes e permitir a adoção de medidas capazes de interromper o dano ambiental. O Ibama realizará a apuração de responsabilidades administrativas.
 
A ação emergencial tem a finalidade de minimizar a mortandade de peixes, além de combater ilícitos ambientais que agravam impactos ambientais na região, como desmatamento, pesca predatória, lançamento inadequado de efluentes na água e ocupação irregular em Áreas de Preservação Permanente (APPs), entre outros.
 
Fonte: Ascom Ibama
Nenhum comentário

INSTITUTO FEDERAL PROMOVERÁ UMA SÉRIE DE CONCERTOS MÚSICA PARA BRINCAR EM PETROLINA

A partir da terça-feira (9), o Campus Petrolina, do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF sertão-PE) vai promover uma série de concertos em alusão ao Dia da Criança. O projeto ‘Música para Brincar’, realizado pela Orquestra do Sertão, tem como objetivo promover a educação musical de forma interdisciplinar às linguagens artísticas, fomentando a formação de plateia, assim como, a inserção da comunidade nas atividades desenvolvidas pelo instituto.
Os concertos são gratuitos e, além do dia 9, serão realizados nos dias 16, às 15h; 23, às 9h; e 30 de outubro, às 15h, sempre no auditório central do Campus Petrolina, que fica no bairro João de Deus. As apresentações são voltadas para crianças matriculadas em escolas de Juazeiro, na Bahia, Petrolina e cidades circunvizinhas, filhos de servidores e alunos participantes da Escola de Jogos e Robóticas do IF Sertão.
Nenhum comentário

ADERALDO LUCIANO: O CORDEL, TEXTO, CONTEXTO E POÉTICA REUNIDOS NA CASA DA LINGUAGEM, BELEM, PARÁ

O cordel brasileiro vive momentos decisivos. Vive eventos de grande badalação e de consolidação como forma poética. Estudar suas estratégias de escrita e elaboração é uma prerrogativa de todos aqueles que querem seguir os passos de Leandro Gomes de Barros, o sistematizador de suas engrenagens de escrita.
No próximo dia 5, sexta-feira, a partir das 13h estaremos reunidos na Casa da Linguagem, em Belém do Pará, para uma oficina de leitura e estudo literário do seu arcabouço. Na ocasião também estaremos lançando nosso livro Quero Morrer Na Caatinga. A Academia Paraense de Literatura de Cordel é nossa parceira na empreitada. A casa está aberta, o texto cordelístico também:

1. No final do séc. XIX e início do séc. XX, a cidade do Recife, em Pernambuco era o centro cultural e político do Nordeste Brasileiro. A sua Faculdade de Direito recebia os pensadores e literatas que construiriam a cultura brasileira: Castro Alves, Tobias Barreto, Ireneo Joffily, Sílvio Romero, Augusto dos Anjos entre outros passaram pelos seus corredores e sentaram em suas salas de aula. Paralelamente a isso, um grupo de poetas oriundos do sertão e da Zona da Mata paraibana começou a publicar em rústicos folhetos seus poemas longos e paródias, pensando o dia-a-dia do povo trabalhador da futura metrópole: era o cordel que surgia pelas mãos de Leandro Gomes de Barros, Silvino Pirauá de Lima, Francisco das Chagas Batista e João Martins de Ataíde.
2. O cordel brasileiro é uma forma poética fixa e exige de seu autor o conhecimento de sua engrenagem e funcionamento. O poeta necessita conhecer: a estrofação do poema (sextilhas, septilhas e décimas); o verso fundamental cordelístico: o setessílabo; noções de rima e ritmo (rima toante e soante), acentuação dos versos; o aparecimento do acróstico como assinatura do poeta; elementos extraídos das obras épicas clássicas: invocação, oferecimento e trama; o que é um personagem em cordel (exemplos: João Grilo, Cancão de Fogo, José do Telhado, Donzela Teodora).
3. É muito comum colocar todas as formas de poesia oriundas do Nordeste sob o mesmo nome de cordel, entretanto há diferenças essenciais que a distinguem em vários aspectos. O repente dos cantadores improvisadores e violeiros, o coco de embolada, o “poema matuto”, as rezas e benditos, as canções e os poemas curtos de inspiração bucólica ou de gracejo, todos são confundidos e colocados lado a lado no mesmo leito. 

O cordel difere de todos em sua textura poética, cultural e linguística. O seu produto escrito difere dos seus primos orais. O papel é seu suporte mais legítimo desde sua origem no Recife, impresso em máquinas tipográficas elétricas ou pequenos prelos manuais. Com o aparecimento da xilogravura passou-se com o tempo a confundi-la com o cordel. O próprio folheto terminou por assumir posto de sinônimo do cordel, mesmo quando este tomou para si suportes mais robustos.

Fonte: Aderaldo Luciano- professor doutor em Ciência da Literatura
Nenhum comentário

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial