RESPEITEM A SANFONA DE 8 BAIXOS DE LUIZINHO CALIXTO

A Sanfona de 8 Baixos possui toda uma tradição musical, sendo fundamental para a música nordestina e brasileira. “No Nordeste do Brasil, ela adquiriu características de afinação próprias que a tornaram diferente, detentora de um sotaque próprio, representativo da nossa cultura. Representa, além de uma tradição musical, um saber único, um jeito de conviver e festejar muito nosso, bem nordestino, e por isso, bem brasileiro também.

"É o instrumento mais difícil de tocar entre os de fole porque quando fecha uma tecla faz um som e quando abre, a mesma tecla faz outro som. É difícil encontrar quem toque a sanfoninha, mas ela foi responsável por disseminar o forró no Nordeste", explica, o sanfoneiro Luizinho Calixto, membro de uma família com tradição na música brasileira e que já escreveu dois manuais ensinando a tocar o fole pé de bode.

"Quem sabe tocar sanfona de oito baixos hoje está ficando velho, morrendo. É preciso renovar, buscar novos talentos, para a tradição não morrer". Essa é preocupação do sanfoneiro paraibano Luizinho Calixto, que percorre o País, iniciando através de palestras e oficinas crianças, jovens e adultos no instrumento, famoso nas mãos de Januário, pai de Luiz Gonzaga. 

O músico desenvolveu uma didática para facilitar o ensino, que carece de professores em todo o Nordeste. Uma dessas oficinas aconteceu em Exu, Pernambuco. A foto é uma apresentação durante o Encontro Nacional dos Gonzagueanos realizado em 2017 em Caruaru, Pernambuco.

"A sanfona de oito baixos veio da Europa com uma afinação diatônica. Quando chegou aqui no Nordeste, alguém transportou, não se sabe o porquê nem baseado em quê, a afinação para o dó-ré, que é única no mundo todo", explicou Luizinho Calixto.

Esta falta de informação sobre a sanfona de oito baixos foi um desafio que o músico teve que vencer para poder elaborar a oficina de iniciação. "Diziam que só tocava quem tinha dom ou um parente na família para ensinar. Mas criei um sistema onde cada tecla é um número. Se a tecla está pintada de vermelho, é para fechar. De azul, para abrir. Assim, os meninos olham e pronto, já saem praticando sozinhos", disse. O método foi batizado de tablatura.

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CARAVANA CONTRA A FOME SAI DE PERNAMBUCO EM DIREÇÃO À CURITIBA NESTA SEXTA-FEIRA (27)

Dez milhões são o número de pessoas que estão em extrema pobreza no Brasil. Os números, que compõem um relatório elaborado por 20 organizações, dentre os quais o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e o ActionAid, alertam para o aumento da miséria no país e serve de base para a Caravana Semiárido Contra a Fome, que, a partir desta sexta-feira (27), sairá do sertão de Pernambuco em direção à Curitiba (PR), alertando sobre a volta do Brasil ao Mapa da Fome das Nações Unidas.

 A Caravana Semiárido contra a fome é uma iniciativa de diversas organizações do Semiárido brasileiro. O técnico em Agropecuária, coordenador geral do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA) de Juazeiro-BA e representante da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), Cícero Félix, explica que o objetivo da mobilização é promover o debate entre os brasileiros e consequentemente ser pauta nas eleições de outubro.

"A questão da fome no Brasil é grave e deve ser tratada de forma séria. Em 2014, quando saímos do Mapa Mundial da Fome, o país tinha 5,1 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza; em dias atuais, já quase dobramos isso", afirma. "Então, a partir dessa caravana, nós queremos pautar a sociedade brasileira, no sentido de discutir essa questão, ao mesmo tempo em que usaremos as redes sociais, meios de comunicação populares e documentos para colocar o tema na mesa dos candidatos à Presidência da República, dos governos estaduais e dos parlamentos estaduais", completa.

Cícero conta que a grande passeata percorrerá mais de 2,9 mil quilômetros, do interior pernambucano até a capital paranaense, com uma parada final em Brasília, o que deve acontecer no dia 5 de agosto.

No relatório apresentado pelas 20 ONGs, pesquisadores e especialistas traçam uma combinação de fatores que podem ter contribuído para a volta desse velho fantasma. Segundo o documento, a alta do desemprego, o corte de beneficiários do Bolsa Família e o congelamento de gastos públicos foram decisivos para o retorno da população à situação de vulnerabilidade extrema.

Para o coordenador geral do IRPAA, a "única maneira de o país novamente se preocupar com as pessoas de renda baixa", estancando seu retrocesso socioeconômico é "ter um governo legítimo que volte a colocar os mais pobres nos cálculos do orçamento público do estado, criando programas e reativando aqueles que foram exemplos, como o Fome Zero, Pnae, PAA, PAC e Bolsa Família", diz.

O Núcleo Diretivo do Fórum do Território do Sertão do São Francisco, IRPAA e outras entidades, a exemplo de Via Campesina, Frente Brasil Popular e organizações ligados ao sindicalismo brasileiro, têm divulgado a Caravana Semiárido Contra a Fome, chamando a população para integrarem o movimento e ficar atenta ao dia em que o grupo passará por sua cidade.

Fonte Clas Comunicação e Marketing
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ECOSSOCIALISTA SONIA GUAJAJARA, PRÉ-CANDIDATA PELO PSOL CUMPRIRÁ AGENDA EM JUAZEIRO E PETROLINA


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MAIS DE UM TERÇO DOS DOMICÍLIOS BRASILEIROS NÃO TEM ACESSO Á INTERNET

Mais de um terço (39%) dos domicílios brasileiros ainda não tem nenhuma forma de acesso à internet. Segundo a pesquisa TIC Domicílios 2017, divulgada nesta terça-feira (24) pelo Comitê Gestor da Internet (CGI.br), são cerca de 27 milhões de residências desconectadas, enquanto outras 42,1 milhões acessam a rede via banda larga ou dispositivos móveis.

O índice de residências sem acesso é ainda maior nas classes D e E: 70% estão afastados do mundo virtual. Na classe A, 99% dos domicílios têm alguma forma de acesso, na classe B, 93% e na classe C, 69%.

Ao longo dos últimos quatro anos, o acesso à internet vem se expandindo especialmente através das redes móveis. No levantamento com dados de 2014, 43% dos domicílios não tinham nem computador, nem acesso à internet. Outros 43% tinham ambas tecnologias. Na pesquisa atual, com informações colhidas em 2017, o índice de residências sem computadores ou conexão caiu para 34%, enquanto o percentual das que têm ambos variou para 41%.

A principal diferença está em relação às residências que têm apenas internet, que subiu de 7% em 2014 para 19% em 2017. Na Região Norte, 51% dos domicílios com acesso à rede estão conectados com tecnologia móvel. No Sudeste, o percentual é de 24% e no Sul, 18%. Na classe A, o índice de acesso via tecnologia 3G ou 4G é de 8%. O percentual chega a 48% nas classes D e E.

O preço das conexões de banda larga é um dos fatores que leva parte dos usuários a acessarem a internet somente a partir das redes móveis. A experiência, no entanto, é limitada, como destacou o gerente do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br), Alexandre Barbosa.

“Quando nós estamos falando de criação de conteúdo, seja um texto, uma planilha ou outros conteúdos mais sofisticados, neste particular o dispositivo móvel tem muitas dificuldades. Esse crescimento exclusivo acontece em classes sociais menos favorecidas, isso cria a longo praz o uma dificuldade de habilidades digitais que são fundamentais”, analisou durante a apresentação dos dados.

A falta de interesse e o não saber usar a rede também são pontos interrelacionados que, segundo Barbosa, merecem atenção. “Isso nos remete a uma problemática que o Brasil precisa enfrentar relativa a políticas públicas seja na área de inclusão digital de uma forma mais ampla, seja nas políticas educacionais para desenvolver essas habilidades digitais”, ressaltou.
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DOMINGUINHOS, O DISCÍPULO QUE INOVOU A ARTE DO MESTRE

Não pude assistir à festa do Prêmio TIM de Música, no Rio de Janeiro, que homenageou o sanfoneiro e compositor Dominguinhos. 

Pelo que vi na imprensa, foi uma festa belíssima. Espero que tenha sido tão bela quanto a que vi ontem no Teatro Tobias Barreto, em Aracaju, na abertura do VII Fórum Junino. O Fórum foi criado pela Prefeitura de Aracaju para acompanhar, com palestras, debates e projeções, as festas de São João, e discutir os caminhos que elas vêm tomando. 

Entre os já homenageados do Fórum estão Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Humberto Teixeira, Marinês, Carmélia Alves, Genival Lacerda, etc. 

As palestras do Fórum abordam a vida e a obra do homenageado, mas também discutem as manifestações folclóricas do Estado, o mercado de shows e de discos, a distinção entre diferentes ritmos, a história discográfica da música regional, etc. Um tema recorrente nas discussões é o curioso fenômeno do “forró eletrônico”, com seus ritmos do interior paulista, suas coreografias de lambada, suas dançarinas seminuas e suas letras que só falam de sexo. 

A abertura do VII Fórum (terça-feira, dia 3) teve um debate sobre a carreira de Dominguinhos, com a presença do Prof. Paulino da UFSE, de Anastácia (parceira de Dominguinhos em cerca de 200 canções), do compositor Climério e do cantor Silvério Pessoa. 

Dominguinhos lembrou episódios de sua carreira, recordou amigos e mestres, e divertiu a platéia com seu bom humor. Indagado sobre o seu notório medo de viajar de avião, ele confessou que muita gente já tentou dissuadi-lo, e que o próprio Luiz Gonzaga lhe disse certa vez: “Mas Dominguinhos, avião é uma coisa segura. Todo mundo viaja de avião: Sarney, Antonio Carlos Magalhães... O avião não cai com essas pestes, vai cair com a gente?!” 

Indagado sobre as bandas de forró eletrônico, o mestre do forró tradicional foi generoso e diplomático: 

“Olhe, quando a bossa-nova começou, todo mundo que tocava sanfona teve que parar. Ninguém queria saber mais de forró. Todo sanfoneiro foi tocar órgão, piano... Ficamos eu, Chiquinho do Acordeon, Caçulinha, e mais meia dúzia. Agora começaram essas bandas a fazer sucesso. Só em Fortaleza, terra de Waldonys, tem umas mil bandas. Eu acho que eles ainda não acharam um nome para botar na música deles, por isso chamam de forró. Mas é até bom, porque por causa dessas bandas o povo começou a falar em forró de novo, a imprensa voltou a cobrir o forró... Então, os forrozeiros agradecem”.

Depois, Dominguinhos fez um show, e teve a certa altura a participação da Orquestra Sanfônica de Aracaju. Foi bonito ver Dominguinhos e mais de 20 sanfoneiros tocando “Só quero um xodó” e o teatro inteiro cantando a plenos pulmões. 

Numa cena assim a gente podia ver o poder multiplicador do gênio. Um grande artista não cria consumidores, cria discípulos e futuros mestres. O lema do VII Fórum diz: “O discípulo inovou a arte do mestre”. Essa é a diferença entre o artista que cria e o que se apropria.

Fonte: Braulio Tavares-Jornal da Paraíba

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MINISTÉRIO PÚBLICO PROMOVE AUDIÊNCIA PARA DISCUTIR PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO DE LUIZ GONZAGA

O Ministério Público Federal (MPF) em Salgueiro/Ouricuri (PE) vai realizar, no dia 2 de agosto, audiência pública para discutir a preservação e promoção do patrimônio cultural deixado por Luiz Gonzaga, que se encontra no Parque Aza Branca, no município de Exu. O evento será realizado no auditório do Colégio Municipal Bárbara de Alencar, também em Exu, a partir das 13h30.

O assunto é tema de inquérito civil de responsabilidade do procurador da República Marcos de Jesus, que tem o objetivo de acompanhar a situação do patrimônio cultural do músico, falecido em 2 de agosto de 1989.

 Será realizado cadastramento de expositores, cidadãos e entidades civis, por e-mail, telefone ou presencialmente, na sede do MPF (mais informações abaixo). O evento é aberto ao público e à imprensa, respeitada a capacidade do auditório onde será realizado.

Além do MPF, a audiência vai contar com a presença de representantes da prefeitura de Exu, ONG Parque Aza Branca, Associação Luiz Gonzaga de Forrozeiros do Brasil e Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), dentre outras entidades. O Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional (Iphan), a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e a Secretaria Estadual de Cultura também foram convidados. 

Mais informações podem ser conferidas no edital do evento.

Serviço: Audiência pública “Patrimônio Cultural de Luiz Gonzaga”
Quando: 2 de agosto de 2018, a partir das 13h30
Onde: Auditório do Colégio Municipal Bárbara de Alencar – R. Antoliano Alencar, s/n, Centro, Exu/PE
Inscrições pelo e-mail prpe-prm-salgueiro@mpf.mp.br, telefone (87) 3871-6660 ou presencialmente (Av. Arcôncio Vieira, 129, Nossa Senhora das Graças, Salgueiro/PE)
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FORRÓ CRIATIVO: MARIANO CARVALHO É ATRAÇÃO DO FORRÓ RALA BUCHO

No próximo dia 28, sábado de Aleluia, o Projeto Forró Criativo, terá o compositor e cantor Mariano Carvalho, no Rala Bucho, a partir das 21 horas, como atração, no Centro Cultural Matingueiros localizado na Rua José Rabelo Padilha, 821, na Petrolina Antiga.

Mariano Carvalho é cantador e poeta. Compositor e cantor. Em dois dedos de prosa com o caboclo nascido em Salgueiro, Pernambuco e cidadão do mundo, descobre-se no violão de Mariano a influência das escutas, a ouvidoria de rádio do tempo de menino que o acompanha até hoje.

A Voz e as letras de Mariano provocam som do toque do sapateiro, do pai, José Izidorio e as cantadeiras do Padim Ciço, Juazeiro do Norte, revelam o saber musical que Mariano bebeu na fonte dos vaqueiros cantadores de viola e por isto, sabe divisar o Cruzeiro do Sul do Sete Estrelo, e amplia a rima, a harmonia e ritmo.

A palavra reveladora faz transbordar nas músicas de Mariano o sentimento de João Gilberto, Raul Seixas, Zé Marcolino e Luiz Gonzaga. O poeta Mariano busca em cada nota um estradar que não desafina com a qualidade da música brasileira. É fiel ao que escutou de melhor através do rádio e dos ensinamentos dos mestres da música.

Em seu catálago já se registra mais de 120 músicas. Flávio José, Flávio Leandro, Irah Caldeira e outros grandes nomes da música brasileira são parceiros e interpretes de sua obra. 

‘Encomenda’ é o mais recente trabalho de Mariano Carvalho. Forró, xote, arrasta pé e bossa nova estão no Cd. O disco tem 13 canções, número místico e de sorte que reúne os parceiros poetas Virgilio Siqueira, Tico Seixas, Maurício Menezes e João Sereno, entre vários amigos mais que companheiros de estradar.

A trajetória musical, já lhe trouxe vários prêmios, a exemplo do CD Mosaico de Música Regional (2013), que ganhou o 5º prêmio da Música de Pernambuco na categoria Melhor Coletânea, um projeto produzido pelo músico Marcone Melo.

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