Morre o cantor Belchior aos 70 anos e deixa mais um vazio na MPB

O cantor e compositor cearense Belchior, de 70 anos, morreu na madrugada deste domingo, em Santa Cruz do Sul (RS). A causa da morte não foi divulgada. O corpo deve ser trazido para o Ceará, onde ocorrerá o sepultamento na cidade de Sobral, onde o artista nasceu, segundo a Secretaria de Cultura do Estado.

O Governo do Estado do Ceará confirmou a morte e decretou luto oficial de três dias. “Recebi com profundo pesar a notícia da morte do cantor e compositor cearense Belchior" disse em nota o governador Camilo Santana. "O povo cearense enaltece sua história, agradece imensamente por tudo que fez e pelo legado que deixa para a arte do nosso Ceará e do Brasil".

O traslado do corpo será feito pelo Governo do Ceará, que aguarda liberação das autoridades gaúchas. O horário ainda não foi confirmado, mas a expectativa é que o corpo seja levado ainda hoje.

Nascido em 26 de outubro de 1946, Belchior foi um dos ícones mais enigmáticos da música popular no Brasil, com mais de 40 anos de carreira. Segundo o colunista Mauro Ferreira, o cantor não tinha paradeiro certo desde 2008.

Teve o primeiro sucesso nos anos 70 ao lado do também cearense Fagner, com a faixa "Mucuripe". Com o disco "Alucinação" (1976), lançou clássicos como as faixas "Apenas um rapaz latino-americano", "Velha roupa colorida" e "Como nossos pais", que se tornou conhecida na voz da cantora Elis Regina.

Em 2007, a família reclamou do sumiço de do artista, que abandonou a carreira; e nem mesmo seu produtor musical conseguia contato. Belchior morou em hotéis e, em um deles, chegou a deixar um carro no estacionamento ao desaparecer.
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Troféu Gonzagão vai homenagear a memória do sanfoneiro Abdias dos 8 Baixos

A 9ª edição do Troféu Gonzagão, um dos eventos mais importantes da música brasileira, será apresentado no dia 10 de maio, em Campina Grande, Paraíba. 

O homenageado nesta edição 2017 será o cantor, compositor e músico Abdias dos 8 Baixos (In memoriam 1933-1991), nascido em Taperoá e ex-marido da cantora Marinês, um dos nomes mais importantes do forró. Além de Abdias, haverá homenagem ao Quinteto Violado, conjunto instrumental-vocal brasileiro formado em 1970, no Recife, e ao cantor e compositor pernambucano Geraldo Azevedo.

O Troféu Gonzagão chega à 9ª edição e acontece sempre no mês de maio, antes do Maior São João do Mundo, reunindo nomes importantes da música nordestina, como Elba Ramalho, Fagner, Antônio Barros e Cecéu, Alcione, Genival Lacerda, Nando Cordel, Anastácia, Flávio José, Lucy Alves, Alcymar Monteiro, Santanna, Amazan, Cezzinha, Petrúcio Amorim, Maciel Melo, Os Nonatos, Pinto do Acordeon, Waldonys, Ton Oliveira, Biliu de Campina, Capilé, e outros.

Em 2016, o Troféu Gonzagão lembrou a imortalidade da obra do pernambucano Zé Dantas (in memorian) e à originalidade do baiano Carlinhos Brown. O evento reuniu ainda várias personalidades que contribuem para a cultura nordestina, como o compositor Xico Bizerra, o cineasta Bernard Robert Charrue, diretor premiado do filme ‘Paraíba, Meu Amor’ e o empresário Pierre Landol.
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Sanfoneiro Daniel de Itabaiana participará da a mostra "Curta Uneb video documentário"

Já imaginou o que a poluição do rio São Francisco, o calçadão de Juazeiro e a vida de quem trabalha na coleta seletiva tem em comum? Todos eles viraram temas de curta-metragens. No próximo dia 4 de Maio a Universidade do Estado da Bahia apresenta o VII Curta na Uneb. A mostra de vídeo-documentário do Departamento de Ciências Humanas acontecerá no anfiteatro Canto de Tudo, a partir das 18h. A entrada é gratuita. Na 7ª edição do evento, o público assistirá 5 curta-metragens feitos na região do Vale do São Francisco.

A proposta é expor filmes com duração média de 10 minutos, produzidos pelos alunos do curso de Jornalismo em Multimeios, na disciplina Laboratório de Vídeo-Arte, ministrada pela professora Fabíola Moura. Os temas variam de violência contra a Mulher, como documentário Marcas, a magia que envolve os parques de diversões em Diversão e o descaso com o Rio São Francisco em Pode Morrer.

Além da exibição dos curtas, o cantor e sanfoneiro Daniel Itabaiana se apresentará com clássicos do forró pé de serra. O juazeirense, que toca de Luiz Gonzaga a Mozart, foi uma das revelações do I Festival Internacional da Sanfona, em 2009, com apenas 13 anos.

Criado em 2006, o Curta na Uneb tem o objetivo de socializar com a sociedade do Vale do São Francisco a produção audiovisual, propondo novos olhares e reflexões sobre a região. As produções feitas com o incentivo da UNEB já renderam premiações audiovisuais regionais e nacionais.

Fonte: Equipe organização do Curta na Uneb
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Papa Francisco pede e alerta contra a instrumentalização da religião por parte do poder

O papa Francisco chegou nesta sexta-feira 28 ao Cairo, capital do Egito, onde participou da Conferência Internacional de Paz ao lado de líderes muçulmanos, em uma visita de apenas 27 horas.

Em discurso feito durante a conferência, ele pediu aos líderes religiosos que digam "um não forte e claro" a toda violência cometida em nome de Deus e alertou contra a "instrumentalização" da religião por parte do poder.

"Vamos repetir um 'não' forte e claro a qualquer forma de violência, vingança e ódio cometido em nome da religião ou em nome de Deus", disse.

O papa também advertiu que os responsáveis religiosos precisam "desmascarar a violência que se disfarça de suposta sacralidade" e assegurou que a religião não é a causa dos conflitos, e sim sua solução, já que "os populismos demagógicos não ajudam a consolidar a paz".

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Manifestação grevista em Petrolina acontecerá na Praça do Bambuzinho

Em Pernambuco, diversos setores realizaram assembleia para tornar o movimento legal. Setores da educação, de transporte (ônibus e metrô), aeroviários, aeroportuários, bancos, anunciaram que vão cruzar os braços. A greve contará com o apoio de servidores municipais de pelo menos 80 municípios, servidores públicos estaduais de aproximadamente 90 cidades, servidores federais, metalúrgicos e comércio. Instituições como a Universidade Católica e a Universidade Federal irão parar.

“O momento em nosso país é de atenção. Foram duras as lutas para legitimar o processo democrático, e não se pode descuidar de sua consolidação e admitir retrocessos”, diz um trecho de nota divulgada pelo Conselho Tutelar estadual.

O ato público contra as reformas no Recife terá início na Praça do Derby. Em Petrolina a manifestação vai acontecer na Praça do Bambuzinho, centro, a partir das 9hs. 

Fonte: Diário de Pernambuco-Aline Moura
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O Rádio ainda é o meio de comunicação preferido dos brasileiros

O rádio ainda é um meio forte no Brasil. É o mais simples e prático meio de comunicação social. Acessível a todas as classes sociais. O alcance do rádio pelo mundo se intensificou, demandando que esse meio de comunicação esteja se adaptando em relação à difusão de seus conteúdos através da internet.

Levantamento do Ibope Media mostra que o rádio é ouvido por 90% dos brasileiros. O conteúdo preferido de um ouvinte é notícia e prestação de serviço, consumido por 65% da audiência, em segundo lugar, está a música, preferência de 47%, seguida de conteúdo religioso, 19%, esportes, 18%, variedades e humor, 18%, opinião, 11% e participação de ouvintes, 7%.

A maioria dos ouvintes ainda ouve o rádio pelo aparelho comum, cerca de 65%, no automóvel o dial é o preferido de 24% e 16% ouvem no celular e smartphone. A internet é o meio que divide a atenção com o rádio. 21% dos ouvintes acessam a internet e ouvem rádio simultaneamente. Já 17% dividem seu tempo entre rádio e TV, 17%. E 14% escuta o rádio lendo jornal ou revista.

Para 53% dos entrevistados, o local em que mais ouvem rádio é em casa. O restante já o faz no trabalho ou via celular. A busca por informação é outro anseio do ouvinte de rádio. Metade dos pesquisados declarou ouvir notícias diariamente e 55% deles dizem confiar plenamente no meio para se informar acerca do cotidiano. Já no lado do entretenimento, a pesquisa evidenciou as múltiplas preferências musicais dos brasileiros.
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Alcymar Monteiro diz que estão trocando cultura por "mercadoria"

O cantor e compositor Alcymar Monteiro rebateu declarações do coordenador de comunicação da Prefeitura de Campina Grande, Marcos Alfredo, sobre as críticas de artistas à programação de Campina Grande, considerado, ‘O Maior São João do Mundo’ para 2017 por inserir atrações de renome nacional.

Marcos Alfredo chegou a afirmar que as críticas só estavam sendo feitas porque os artistas não foram contemplados na agenda de eventos e com grandes cachês. Ainda segundo Marcos Alfredo, a grade de eventos atende ao gosto do público que lota o Parque do Povo e que ninguém deve ter cadeira cativa na festa.

De acordo com Alcymar Monteiro, ele está defendendo a cultura que é um bem imaterial e que  vai além de valores comerciais.

“Cultura é dever. Dever constitucional. Cultura é direito humano fundamental. Está no artigo 27 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, se o senhor não sabe. Cultura é a forma pela qual passamos nossas histórias, nossas danças, nossas músicas, nossa linguagem; enfim, nossa identidade, aos nosso filhos e netos. Cultura é, portanto, tão importante e essencial quanto saúde”, desabafou.

Para Alcymar Monteiro, não se pode trocar “cultura” por “moda”. Confira na íntegra:  
Caro Coordenador de Comunicação de Campina Grande, Marcos Alfredo Alves, Teria dado como encerrada a polêmica sobre o “São João” de Campina Grande, mas sua réplica, e minha presença hoje no Festival Viva Dominguinhos não me permitiram ficar sem uma tréplica.

E por qual motivo a minha presença nesse Festival, que se realiza anualmente na cidade-mãe do Mestre Dominguinhos, Garanhuns, me fez escrever essa resposta? Um motivo singelo: esse evento desmonta completamente a falácia de vocês que falam em “modernizar” a grade das festas juninas, como se isso fosse garantia de maior público e renda para a cidade.

Coordenador, o senhor e o prefeito, conjuntamente a empresa pernambucana Aliança, partem de uma falsa premissa de que uma grade recheada de “atrações nacionais” invalida a presença de figuras históricas da música nordestina que, ao contrário do que o senhor disse, se não têm com certeza deveriam ter cadeira cativa no seu São João.

Coordenador, o senhor fala em terceirizar despesas. E a partir daí já me perdeu no seu texto, tão bem escrito… Me perdeu pelo fato de sua visão de mundo, e creio que a de seu chefe, colidir tão frontalmente com a minha: enxergar o investimento em cultura popular como meramente uma rubrica orçamentária, uma “despesa”.

Coordenador, cultura não é despesa. Cultura é dever. Dever constitucional. Cultura é direito humano fundamental. Está no artigo 27 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, se o senhor não sabe. Cultura é a forma pela qual passamos nossas histórias, nossas danças, nossas músicas, nossa linguagem; enfim, nossa identidade, aos nosso filhos e netos. Cultura é, portanto, tão importante e essencial quanto saúde.

Muito me magoa sua ideia de que eu ou algum de meus colegas de profissão publicou qualquer crítica por estar somente “de fora da grade”. Pessoalmente publiquei um vídeo falando da desvalorização do ritmo forró, intrínseca e indissociavelmente ligado ao São João, em detrimento a ritmos exógenos à nossa realidade.

Coordenador, sem nenhuma falsa modéstia e do alto dos meus mais de 35 anos de carreira artística lhe digo uma coisa: se Alcymar Monteiro, Santanna, Genival Lacerda (e seus 50 anos de carreira!) Jorge de Altinho, Zé Ramalho, Flávio Leandro, Petrúcio Amorim, Geraldo Azevedo, e tantos outros ficaram de fora de Campina Grande, a perda é de vocês. Aliás, de vocês não, do POVO de Campina Grande sim.

E digo mais, Coordenador. E digo com todas as letras, para que fique consignado para a história e bem claro. O que a gestão a qual o senhor faz parte está fazendo com o São João de Campina Grande é crime de lesa-cultura. O senhor não pode, sob o guarda-chuva de “popularidade de ídolos” calar a voz de dezenas de artistas que têm um compromisso com a cultura NORDESTINA.

Há espaço para todos os ritmos em todos os locais. Não sou ingênuo para achar que grandes eventos de massa não são regidos também por interesses comerciais. Mas não podem ser regidos SÓ por interesses comerciais. O senhor fala em parceria público-privada, em profissionalização, todas palavras muito bonitas para qualquer empresa que cuide de qualquer área PRIVADA. Aqui não, Coordenador.
O senhor está cuidado de um bem imaterial DO POVO. O senhor está cuidando da herança que essa geração deixará para a próxima. Cultura nunca deu nem nunca daria “lucro”. O “lucro” da cultura é saber que os valores dos seus pais, Coordenador, estão imbuídos no senhor através daquela fogueira que, espero, o senhor tenha pulado, ouvindo Luiz Gonzaga, comemorando com sua família em idos passados.

O senhor ainda faz uma pergunta aberta, querendo saber se as críticas ocorreriam se os artistas que criticam estivessem na grade. Faço questão de vestir a carapuça e lhe dizer com toda franqueza: sim.
Enquanto dirigentes públicos buscarem o aplauso momentâneo de grupos que se locupletam da cultura, que estão ali apenas pela força e poder do dinheiro, serei um crítico feroz. Sou compadre de Luiz Gonzaga, e meu compadre me disse que “Moda é igual sapato velho. Todo ano a gente joga fora”.

Então, Coordenador, ficamos assim. Eu daqui do meu lado defendendo a bandeira do que acredito como verdadeira cultura, mesmo indo de encontro ao que está “na moda”. Estarei eu aqui, cantando para mais de 50.000 pessoas em Garanhuns, em honra ao Mestre Dominguinhos. E o senhor, daí, “profissionalizando” o “São João” de Campina Grande. Fazer uma grade de São João por conveniência não engrandece currículo de político algum.
Desmerecer artistas que deram e dão o sangue e a vida pela cultura NORDESTINA é digno de vergonha. Não é digno de censura pois censura é o esconderijo dos covardes.

Parafraseando Vandré também, queria dizer que “somos todos iguais, braços dados ou não”. Que tenho certeza que no fundo da alma dos atuais gestores de Campina Grande o que eles fazem está certo, e é o melhor para o povo. Do contrário não conseguiria viver nesse mundo. Não aceitaria pensar que gestores públicos estão pensando primeiro em cifrões e não em seus deveres com seus governados. Me entristece apenas saber que o estrago já estará feito, e será de difícil reparo, quando os senhores enxergarem o quão cegos e errados estão.

O que me preocupa é aquela criança de 5 anos, em formação de personalidade, que vai pela primeira vez com os pais ao Parque do Povo. Ela se verá no palco? Estará no palco uma representação de uma cultura dela, que ela possa se identificar, gostar, preservar e levar para seu futuro? Não. Estará no palco a representação momentânea e efêmera desses tempos loucos, de poucos valores e muitas desvirtuações que vivemos. Estará no palco a escolha de um gestor público pela moda, e não pela cultura. Estará no palco, ao vivo e a cores, a morte da cultura nordestina-brasileira. Aplaudida e cantada, uníssono.
Alcymar Monteiro,

Garanhuns, 21/04/2017
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