CURSINHO POPULAR PAULO FREIRE DA UNIVASF ESTÁ COM INSCRIÇÕES ABERTAS PARA NOVOS EDUCADORES
Para se inscrever, os interessados devem preencher o formulário on-line disponível no Edital Nº 1/2023, que pode ser encontrado no site e Instagram do CPPF. Na inscrição, os candidatos deverão indicar até duas opções das disciplinas listadas no Anexo V.
O processo seletivo será composto por duas etapas de caráter classificatório e eliminatório, sendo elas uma miniaula e uma entrevista que serão realizadas no dia 14 de janeiro. A miniaula será individual de tema livre, com até 10 minutos de duração. Antes da miniaula será feita uma entrevista por competências de até cinco minutos. As etapas serão via Google Meet e todos os detalhes serão enviados para os e-mails e WhatsApps cadastrados na inscrição. O resultado final será divulgado no dia 16 de janeiro no Instagram do cursinho.
As aulas do Cursinho Popular Paulo Freire ocorrerão presencialmente aos sábados, das 8h às 12h e das 13h às 17h, totalizando oito horas. As reuniões mensais acontecerão aos sábados das 17h às 19h. Os eventos culturais e integrativos promovidos pelo CPPF poderão ocorrer aos domingos e presencialmente, conforme a necessidade. Mais informações podem ser encontradas no site e no Instagram do CPPF.
MÚSICA ASA BRANCA E HUMBERTO TEIXEIRA
O sofrimento do amor deixado para trás e o exílio forçado por conta da seca do sertão nordestino ficaram eternizados no cancioneiro brasileiro com a música Asa Branca.
Gravada pela primeira vez em 3 de março de 1947 nos estúdios da RCA Victor, no Rio de Janeiro, a canção é eternizada na voz de Luiz Gonzaga, feita em parceria com o compositor e advogado Humberto Teixeira, o Doutor do Baião.
Asa Branca tornou-se o hino do nordestino e reflete, como poucas canções, o brasileiro. Em 2009, ficou na quarta posição em lista feita pela revista Rolling Stone Brasil entre as 100 maiores músicas da história brasileira.
Luiz Gonzaga ajudou a popularizar os versos de Asa Branca ao apresentá-la em sua primeira aparição no cinema, no filme O mundo é um pandeiro. A versão original da música, em toada, caiu no gosto popular e logo depois foi gravada em ritmo de baião.
Atualmente existem centenas de versões do sucesso, em português e outros idiomas. Entre as canções da MPB, é uma das mais regravadas. E em diversos ritmos: à capela, interpretadas por bandas e orquestras. Grandes nomes da música brasileira também já cantaram os versos de Asa Branca, como Caetano Veloso e Raul Seixas.
O escritor José Lins do Rego disse que a letra da música é um dos mais belos versos da literatura brasileira.
O professor José Mário Austragésilo, comunicador social, escritor e ator, também autor do livro “Luiz Gonzaga: o homem, sua terra e sua luta”, afirma que um dos pontos marcantes na carreira de Luiz Gonzaga foi a valorização da identidade cultural local. Com esta marca, o Rei do Baião ganhou o mundo.
“É a música representativa do povo brasileiro, da luta do povo brasileiro, desse grande compositor, Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Asa Branca é a música mais importante do repertório dele. Claro que ele tem outras, mas Asa Branca é a grande bandeira da Música Popular Brasileira. Merece ser considerada o hino da MPB”, completa o escritor.
Do litoral ao sertão, Asa Branca sempre remete a alguma memória da vida e cultura de quem é nordestino. Para Val dos Santos, uma trabalhadora que mora no Recife, ouvir e cantar Asa Branca representa o regaste a histórias de antepassados: “Eu sinto saudade do que eu não conheci. Lembrança de um passado que eu não conheci. Tristeza também por muitas coisas que a gente sabe, que não existe mais. E o que está se acabando por aí. O sertão é como se não existisse para o mundo aí fora. Os políticos não valorizam o nosso sertão”.
A toada Asa Branca tem versões em dezenas de idiomas, inclusive em japonês e coreano, e é familiar abrasileiros de qualquer região, mas na década de 40, naquele tempo soava tão estranha que foi motivo de gozação em cima de Luiz Gonzaga, pelos músicos do Regional de Canhoto, que participaram da gravação, em 3 de março de 1947.
Para eles, Asa Branca era a mesma coisa que cantiga de cegos nordestinos, pedindo esmola na rua. Fizeram uma fila, um deles com uma vela acesa, cantando a música. O episódio foi contado por Humberto Teixeira numa célebre entrevista ao conhecido pesquisador cearense Miguel Ângelo de Azevedo, conhecido como Nirez. Assim como Juazeiro ou No Meu Pé de Serra, e várias das parcerias iniciais de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, Asa Branca era cantada pelo Sertão nordestino, com letras diferentes, e fazia parte da bagagem que os dois levaram consigo para o Rio de Janeiro.
O tempo passa e Asa Branca segue inspirando artistas de outras gerações. Anderson do Pife, que mora em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, diz que enquanto estudante de música, acredita que a letra é parte de um método brasileiro de ensino de música popular. "Essa melodia composta por conjuntos e de fácil execução, traduz o início de uma trajetória musical para quase todos os que iniciam seus estudos com ou sem ajuda de profissionais da área", diz.
Ele disse ainda que a música retrata poesia, cotidiano, paisagem e todo o referencial histórico do Nordeste. "Eis o hino do Nordeste e a primeira música que aprendi a tocar. Essa é a força que representa a Asa Branca em minha vida", finaliza.
MARINA DIZ QUE TODAS AS PASTAS VÃO TRABALHAR EM TORNO DA PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
CURAÇÁ: PRODUTOR USO COMPOSTO, PÕE FIM A DEGRADAÇÃO DA CAATINGA E GANHA VII PRÊMIO DE AGRICULTURA FAMILIAR
A convicção no potencial da caatinga fez do produtor Mauro Moura Moreira um inovador nato. Da quinta geração de produtores em uma propriedade bicentenária no município de Curaçá, no norte da Bahia, Moreira foi um dos vencedores da edição 2022 do VII Prêmio Banco do Nordeste de Agricultura Familiar.
Em 2016, o produtor e dois irmãos decidiram pôr fim a técnicas pouco rentáveis de degradação da mata nativa e decidiram produzir composto orgânico. "Nós decidimos dar um basta no uso de machado e serra elétrica na nossa propriedade. Entendemos que a caatinga de pé é rica e tem um potencial fora de série", conta Moreira.
Dois anos depois, eles perceberam a necessidade de incrementar a produção e procuraram o apoio do Banco do Nordeste para ampliação do barreiro, aquisição de caixa d'água, plantio de palma e leucena, além de três reprodutores bovinos para melhoramento genético. A iniciativa funcionou tão bem que a produção saiu de duas para cinquenta toneladas de composto orgânico.
Um dos principais gargalos para a produção no semiárido é a água e Moreira entendeu que essa era uma questão a ser contornada. "Quando lançamos o projeto sertão verde, fomos vistos como loucos, porque queríamos manter a caatinga de pé mesmo com o problema hídrico. Decidimos que íamos fazer a gestão da água e ela, mesmo sendo pouca, quando é bem administrada, é muito útil".
Hoje, a fazenda possui irrigação por gotejamento e um engenhoso sistema de filtragem de água, em que cada cultura recebe irrigação em intervalos diferentes. O sistema também registra diariamente a quantidade de água recebida, o índice de chuvas e o nível de produção para cada uma.
Ao receber a premiação na categoria Inovação e Tecnologia, Moreira agradeceu o apoio do Banco do Nordeste e por ter acreditado no seu projeto. "Agradeço ao Banco por ter mandado seus colaboradores ao campo para enxergarem de perto as nossas necessidades".
Prêmio BNB de Agricultura Familiar - Anualmente, o Banco do Nordeste premia clientes que se destacaram nas categorias beneficiamento e comercialização, inovação e tecnologia e sustentabilidade na agricultura familiar. A escolha das iniciativas é realizada por uma banca composta com representantes de instituições parceiras do Banco do Nordeste como o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (FAEB) e da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Estado da Bahia (Fetag/Bahia).
COM VERSOS, POETA ANTONIO MARINHO SAÚDA LULA NA FESTA POPULAR
Sem nunca esquecer suas raízes e após cumprimentar "todos, todas e todes", Antônio Marinho começou:
"Bem-vinda, democracia
Seja bem-vindo o Brasil
Hoje o teu povo é mais povo
O teu céu está mais anil
Mais verde é tua floresta
Tua fauna canta em festa
Teu mar dança mais feliz
Teus rios correm te abraçando
Nossa terra está voltando
Este é o nosso País".
E seguiu com seus belos versos para saudar a população e o novo presidente, que, logo depois, discursou para a multidão.
ANTONIO MARINHO: É natural de São José do Egito, terra da poesia. Fruto de uma família de tradição poética, é filho de Zeto e Bia Marinho, neto de Lourival Batista, bisneto de Antonio Marinho, sobrinho de Otacílio e Dimas Batista, de Graça Nascimento e de Job Patriota (por emoção). Nasceu em 1987. Declamando desde os três e escrevendo desde os seis anos, lançou aos dezesseis anos, seu primeiro livro: Nascimento. Reside no Recife e faz recitais por todo o Brasil.
MINISTRA DO MEIO AMBIENTE TEM DESAFIO DE COMBATER O DESMATAMENTO
A retomada do protagonismo na agenda internacional sobre clima, florestas, biodiversidade, povos indígenas e populações tradicionais, água, Amazônia, oceano, energia limpa e descarbonização das cadeias produtivas está entre as prioridades em relação à área ambiental do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva que toma posse no próximo domingo (1º). A informação faz parte do relatório final do gabinete de transição divulgado após o encerramento das atividades desenvolvidas pelos grupos temáticos. O ministério do Meio Ambiente será comandado por Marina Silva.
O novo governo tem entre suas metas realizar a transição para economia de baixo carbono, ainda sem regulamentação no país. A estratégia é destinada a conter as emissões de gases de efeito estufa e tem ganhado cada vez mais espaço pelo mundo.
"A transição para a economia de baixo carbono é entendida como uma vantagem competitiva para o país, que tem condições de gerar negócios, produtos e serviços com menores emissões de carbono, além de oferecer soluções para as necessidades de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Nosso desafio é o da reconstrução do desmonte das instituições e o reencontro do país com seu futuro como potência ambiental", aponta o documento.
De acordo com o levantamento, o governo de Jair Bolsonaro “promoveu um desmantelamento deliberado e ilegal das políticas públicas, marcos regulatórios, espaços de controle e participação social, e órgãos e instituições públicas ligadas à preservação das florestas, da biodiversidade, do patrimônio genético e da agenda climática e ambiental”. Para reverter este cenário, a equipe de transição propõe a revogação de diversos atos normativos “de extrema gravidade” que, inclusive, já vêm sendo objeto de ações junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“O Pacote Verde, analisado pelo STF, é formado por sete processos judiciais em que são analisados atos do governo Bolsonaro que levaram à atuação estatal deficiente, à desestruturação da legislação ambiental brasileira, ao enfraquecimento da fiscalização e do combate a crimes ambientais e crimes relacionados aos povos indígenas, à desproteção do meio ambiente como um todo e, em especial, do bioma da Amazônia”, diz o relatório.
As revogações sugeridas têm, entre seus objetivos, o de controlar o desmatamento, retomando o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM) que, segundo o grupo de transição, é um dos “principais instrumentos capazes de controlar desmatamento, contribuindo para redução de emissão de gás”.
O relatório propõe também que se acabe com a impunidade, revogando “decretos que anularam multas ambientais, paralisaram o sistema de fiscalização ambiental e criaram um ambiente de perseguição aos fiscais”. A perda estimada com a anulação dessas multas é superior a R$ 18 bilhões em recursos para os cofres públicos, segundo levantamentos apresentados no relatório.
Ainda no âmbito da proteção ao meio ambiente, foram apresentadas propostas de revogação total do decreto que libera o garimpo ilegal na Amazônia (10.966/2022); a retomada do Fundo Amazônia; e a estruturação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Segundo o levantamento, as taxas de desmatamento na Amazônia e no Cerrado atingiram picos nunca vistos há 15 anos. “Houve aumento de 60% do desmatamento na Amazônia durante o governo Bolsonaro, a maior alta percentual que já ocorreu em um mandato presidencial, desde o início das medições por satélite, em 1988”, diz o relatório.
Outro ponto de destaque no documento em relação ao meio ambiente diz respeito ao impacto ocasionado pela imposição de barreiras aos produtos brasileiros no comércio internacional, a restrição de acesso a crédito, a perda de credibilidade do Brasil perante o resto do mundo, além do comprometimento da soberania nacional em relação à Amazônia.
“As comunidades e povos tradicionais foram perseguidos ou esquecidos, em total desconhecimento acerca de sua importância para a proteção da biodiversidade brasileira e a atração de financiamentos e doações internacionais com foco em sustentabilidade ambiental e social”, acrescenta o documento.
EFETIVO: O levantamento preparado pela equipe de transição também alerta para a redução e aparelhamento no efetivo de servidores nos quadros do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Sistema Florestal Brasileiro (SFB) e o próprio Ministério do Meio Ambiente (MMA). Atualmente, esses órgãos têm 2.103 cargos vagos.
“Enquanto o Ibama tinha 1.800 servidores atuando na fiscalização ambiental em 2008, agora são apenas cerca de 700, nem todos em campo. Houve efetivo aparelhamento e ocupação de cargos gerenciais e de direção sem capacidade técnica e política de atuação na área de proteção e gestão ambiental. São contundentes os casos de perseguição e assédio aos servidores dos órgãos”, diz o relatório.