A SAGA DE DANILO RODRIGUES PELA MEMÓRIA DOS VAQUEIROS

Danilo Rodrigues da Silva, 35 anos, conta que, quando criança, costumava brincar com os utensílios de gado, montaria, talheres e moedas antigas que o seu avô guardava dentro de um baú, na Fazenda Bandeira, a 15 quilômetros de Santa Rosa de Lima, distrito de Jaguarari, na Bahia.

- Foram objetos que me chamaram a atenção e naturalmente eu comecei a brincar com essas coisas. E meu avô sempre me chamava atenção para ter cuidado, para guardar, para não jogar fora, por que eram dos pais dele.

Abençoado pela santa peruana, padroeira do distrito, o menino passou a guardar todos os objetos antigos que encontrava pela frente. Até que aos 11 anos, o colégio em que o garoto estudava foi convidado para montar um espaço que contasse a história do lugarejo em uma mostra cultural no aniversário de emancipação política do município. Era tudo que Danilo precisava para exibir as peças que guardava.

Empolgado, o moleque saiu em busca de mais objetos que pudessem ser exibidos na amostra. Aquele momento foi mágico para Danilo: “Um divisor de águas”. A cada visita que era realizada no espaço da amostra, o garoto alimentava o sonho de buscar artefatos antigos para a sua coleção.

A saga do menino não parava por aí. Montado a cavalo, Danilo percorreu mais de 80 fazendas na expectativa de encontrar peças históricas. Hoje, são mais de duas décadas dedicadas a salvar esses valores materiais que remontam a história e a memória de um povo através do Museu do Vaqueiro, em Santa Rosa de Lima.

 HISTÓRIA DO DISTRITO: O povoado passou a ser conhecido como Santa Rosa graças a um padre que seguia em romaria pela região e, ao saber que o local ainda não tinha nome, o batizou em homenagem à santa peruana.

No passado, o arraial servia como ponto de parada entre tropeiros e marchantes que saíam de Vila Nova da Rainha, atual Senhor do Bonfim, para comercializar a carne de bode em Uauá, na Bahia.

O vilarejo foi crescendo quando as famílias e os vaqueiros da região passaram a perceber a importância do local e o rico comércio com a venda da carne de bode, dando início à tradicional Feira do Bode e reduzindo em léguas a distância dos marchantes até Uauá.

O distrito está localizado em um ponto estratégico da caatinga. Por apresentar grandes reservatórios naturais, conhecidos como caldeirões de pedra, com animais da fauna nordestina que favorecerem a caça, e a presença dos ouricurizeiros e umbuzeiros, formaram um ambiente favorável para a habitação humana no local.

 O arraial se tornou povoado e, por volta de 1924, iniciaram a construção de uma capela e um morador encomendou uma imagem da Santa Rosa de Lima, que chegou no dia 30 de agosto de 1926. E de lá para cá sempre acontece o novenário dedicado à santa durante a semana que antecede essa data histórica, relata Danilo.

 TRAJETÓRIA: Após passar uma temporada em São Paulo, Danilo deixou a metrópole em 2010 para retornar à Santa Rosa de Lima após receber um convite da recém-criada Associação dos Vaqueiros para fazer parte dela. Danilo sabia que aquele retorno à sua terra era um chamado para dar continuidade ao seu trabalho. O rapaz apresentou o seu projeto à comunidade, e em troca recebeu dos moradores o apoio que precisava através das doações de móveis, documentos, fotografias e outros artefatos para contribuir com o acervo.

Hoje, o adulto com alma de menino, conta que enfim recebeu o reconhecimento merecido pelo distrito, mas não se esquece dos momentos em que sofreu preconceito ainda na adolescência por seguir buscando relíquias que ajudassem a contar a história do seu povo, que chegaram a questionar a saúde mental do jovem.

Na minha ingenuidade, sentia essa sagacidade de conseguir esses objetos antigos, mas comecei a perceber como estava sendo algo de chacota, de muitas críticas.  Em alguns momentos, não sabia lidar com aquela situação e me deprimia, me entristecia e me recolhia. E a única forma que eu encontrava de sair daquele estado de tristeza momentânea era voltar a essas fazendas, ter contato com essas pessoas, era ouvir as histórias deles e perceber toda a importância que possui o nosso povo sertanejo e quantas histórias e memórias nós temos para serem contadas e salvaguardadas.

PEÇAS DO ACERVO: Pelo desejo de contar a história de sua origem, Danilo saiu do distrito em 2015, e foi até Petrolina realizar um sonho. O rapaz pisou pela primeira vez na Universidade de Pernambuco (UPE) para cursar História, e agora comemora a conclusão da graduação.

 “Ter contato com a teoria, ter contato com tantas fontes, que já tratavam desses assuntos como antropologia, arqueologia, história... Foi algo a me agregar, me veio como uma luva. Estar na sua comunidade desenvolvendo um trabalho museológico e de repente você está dentro de uma universidade fazendo uma faculdade de história, é algo gratificante,” exalta Danilo.

O MUSEU: Aos poucos, o sonho de Danilo ganhava forma, mas o jovem não esperava a luta que viria a traçar pela frente para manter viva a história dos vaqueiros e do distrito através do seu acervo. “Fizemos um ofício solicitando a doação do prédio à Câmara Municipal, e a partir desse momento foi uma luta constante para convencer os gestores municipais sobre a importância dessa luta. Nós conseguimos a doação por parte do poder público, e foi criada uma lei sancionada pelo prefeito na época, e assim nós tomamos posse definitivamente do prédio. Agora, funciona o museu.” relata Danilo.

O antigo Mercado Municipal, espaço cedido pela prefeitura para abrigar as peças do museu.

O prédio do qual o historiador se refere já abrigou o antigo Mercado Municipal do distrito e foi fechado, após a Vigilância Sanitária declarar o local inapropriado para a venda de produtos. Através da Lei Nº 868/2013 de 10 de dezembro de 2013, o prédio foi concedido para a Associação dos Vaqueiros por um prazo de 30 anos, cabendo prorrogação da concessão. 

De lá para cá, Danilo procura mostrar ao poder público a importância da cultura do vaqueiro e da região através do museu. Agora, o local passa por uma reforma para melhorar a estrutura do espaço que já se encontra desgastada ou deteriorada pela ação do tempo. O historiador conseguiu arrecadar verbas de empresas privadas e de pessoas que se surpreenderam com o projeto, recebendo em troca doações para a conclusão da obra.

 Com o olhar historiador, mas sem o aparato técnico de uma equipe, Danilo enxerga que as duas mil peças que fazem parte do acervo, número suposto por ele, ajudam a contar a história da região.

No museu encontra-se objetos mais antigos que vão desde fósseis pré-históricos encontrados aqui em Santa Rosa, temos um acervo arqueológico, tem algumas peças e artefatos que possivelmente pertenceram à algumas civilizações que moraram ou passaram algum tempo aqui na nossa região, material bélico, material documental, material sacro e iconográfico, e imobiliário. 

No caso do material paleontológico e arqueológico, nós ainda não temos nenhum tipo de fundamentação teórica e científica sobre a temporalidade. No caso dos fósseis, sobre quais tempos esses animais povoaram aqui por Santa Rosa e quais animais foram esses, assim como utensílios arqueológicos. E comparando a outros que já tenham feito essas pesquisas, são machadinhas possivelmente do Período Neolítico, mas são fundamentações que ainda não são comprovadas - conta o historiador.

Danilo, agora com a graduação concluída, espera conseguir lutar ainda mais pelo seu sonho, de manter a tradição dos vaqueiros do distrito através do museu.

Para conhecer mais sobre Danilo Rodrigues e o Museu Do Vaqueiro, acesse o instagram @danilorodrigues7802 ou @museudovaqueiro_

Perfil Jornalístico escrito por Otávio Duarte, para a Agência Multiciência/Uneb.

E-mail: otavioduarte.jornalismo@outlook.com

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SINDICATO DIZ QUE PROFESSORES NÃO VÃO VOLTAR ÀS AULAS NA BAHIA. GOVERNADOR AMEAÇA CORTAR SALÁRIO

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Rui Oliveira, afirmou nesta quarta-feira (14) que a categoria não vai retornar às salas de aula neste mês de julho. Já o governador do estado, Rui Costa, informou, também nesta quarta, que quem não retornar às salas, na modalidade semipresencial, terá corte salarial dos dias não trabalhados.

O governador reafirmou que as aulas semipresenciais serão retomadas em 26 de julho e acrescentou que os servidores que não cumprirem a carga horária definida será penalizado com a não remuneração, como qualquer trabalhador que falte ao posto de trabalho.

"Se você faltar [o trabalho] dias seguidos e não justificar, você não receberá o salário e eventualmente poderá ser demitido. No caso do servidor público, ele precisa faltar 30 dias seguidos para eventualmente responder um processo administrativo por abandono de emprego e não ter mais o seu emprego", disse o governador.

Rui Oliveira, do sindicato dos professores, diz que a volta não vai acontecer ainda este mês pela falta de imunização completa dos professores.

Segundo Oliveira, a decisão de retomada foi unilateral e os professores definiram que só irão retornar às salas de aula quando todos tiverem completado o calendário vacinal, o que não deve ocorrer no período definido para a volta às escolas.

“Para minha surpresa, de forma unilateral, é comunicado que nós vamos ter que dar aulas. Mas não vai acontecer porque nós temos uma decisão da categoria de só voltarmos com aulas presenciais depois de estamos imunizados com a primeira e segunda dose. E só vai concluir esse processo, no mais tardar, na primeira quinzena de agosto”, disse o professor.

O governador, no entanto, diz que muitos professores já receberam a segunda dose da vacina e a categoria reuniu condições que outras não tiveram – que é retornar aos trabalhos com pelo menos a primeira dose do imunizante.

“É preciso ter sensibilidade e prioridade com a educação. Então dia 26 as aulas retornam e a partir daí serão contabilizadas as presenças para, evidentemente, implicar na remuneração dos professores que serão remunerados pelos dias que derem aula. Assim como todo trabalhador é remunerado com os dias que comparece ao seu trabalho”, detalhou o governador.

Rui Costa também comentou sobre a aquisição da vacina russa Sputnik V, que, segundo ele, tem previsão de chegar na Bahia em 20 dias. O governador afirmou que 300 mil doses devem ser enviadas ao estado, das 10 milhões que foram compradas.

Com os imunizantes já no estado, a previsão do governo é que sejam definidas de quatro a seis cidades para ter toda a população adulta vacinada para fazer uma espécie de “teste” de como serão os efeitos de ter todo um município imunizado.

“A Anvisa estipulou 28 obstáculos para que colocássemos a vacina aqui no Brasil. A expectativa é que em torno de 15 dias a vacina esteja na Bahia. São 300 mil doses de um total de 10 milhões que nós compramos. Assim que chegarem, vamos definir quatro ou seis cidades, no máximo, para completar em 100% a imunização das pessoas acima de 18 anos. Para ter um efeito demonstração rápido para conferir a eficácia e eficiência da vacina”, declarou.

A expectativa do governador também é que, com a chegada da vacina russa, todo o público em condições de vacinação seja imunizado até o mês de outubro ou novembro.

“Com a Sputnik, posso avaliar que em outubro estaremos com 100% do público-alvo vacinado. E estamos trabalhando para isso, para acelerar. Vamos aplicar essas cidades no raio máximo de 100 km de Salvador para facilitar a logística, o monitoramento, dar celeridade para que possamos receber as 10 milhões de doses o mais rápido possível e garantir a imunização”, concluiu.

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JUAZEIRO: POLÍCIA FEDERAL CUMPRE MANDADOS EM OPERAÇÃO CONTRA USO DE AGROTÓXICOS IMPORTADOS E FALSIFICADOS

A Polícia Federal iniciou uma operação para combater o comércio e o uso de agrotóxicos importados ilegalmente e falsificados, nesta quarta-feira (14). Três mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Juazeiro, no norte da Bahia.

A operação foi batizada de "Negócio da China II", porque o material era importado do país asiático. A PF detalhou que a falsificação era feita por pessoas físicas e jurídicas brasileiras. As investigações começaram em 2015, quando um grupo criminoso, que fazia o contrabando dos agrotóxicos por meio de navios usados para a exportação de mangas, foi identificado.

Após serem contrabandeados o material era misturado com defensivos agrícolas brasileira – produtos químicos usados pra evitar e extinguir pragas de lavouras. Em seguida, esses agrotóxicos eram reenvasados, com embalagens nacionais reaproveitadas, para dar uma aparência de legalidade ao comércio dos produtos.

Em junho de 2020, a polícia apreendeu mil litros de um fitorregulador – uma substância usada para acelerar o crescimento dos vegetais.

Segundo a PF, esse produto contrabandeado tinha saído de uma empresa química do interior de São Paulo, e seria levado para a uma empresa de importação e exportação sediada na cidade de Petrolina, em Pernambuco.

Durante a investigação, a PF identificou o "modus operandi" do grupo. Essa quadrilha era formada por pessoas físicas e jurídicas, ligadas ao comércio de produtos voltados à fruticultura. Além dos mandados de busca em Juazeiro, também são cumpridos nove em Petrolina e outros dois em Jaboticabal (SP).

Os investigados deverão responder por contrabando e dois outros crimes ambientais, caso as suspeitas sejam comprovadas.

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REDE DE ENSINO DA BAHIA INICIA AULAS MODELO SEMIPRESENCIAL DIA 26 DE JULHO, ANUNCIA GOVERNADOR

O governador da Bahia, Rui Costa, disse, na noite desta terça-feira (13), que as aulas da rede pública de ensino da Bahia serão retomadas, de modo semipresencial, no dia 26 de julho. O anúncio foi feito durante o programa Papo Correria, encontro virtual em que o Rui Costa responde a perguntas em uma transmissão online.

Rui Costa informou que as aulas vão ocorrer de forma híbrida - parte presencial e parte remota - e em dias alternados. O gestor afirmou que ainda não há previsão de quando as aulas voltarão a ser 100% presenciais.

"Isso significa que serão em dias alternados, a turma será divida em duas, metade da turma irá segunda, quarta e sexta e a outra metade terça, quinta e sábado, por ordem alfabética, mas vamos dar a liberdade para que cada escola faça seu ajuste", disse o governador.

O governador revelou ainda que as salas de aula terão 50% da capacidade ocupada e divisão de grupos será por ordem alfabética.

As aulas presenciais estão suspensas na Bahia desde março do ano passado, quando o estado registrava pouco mais de 10 casos confirmados de Covid-19.

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PARAIBANA DA CIDADE DE AREIA BRILHA NO THE VOICE KIDS/TV GLOBO

Mais um show de talento e fofura invadiu o The Voice Kids! Neste domingo, 11, o sexto dia de Audições trouxe mais cantores mirins ao programa em busca de uma vaga no reality – e são tantas vozes maravilhosas, que os técnicos Carlinhos Brown, Gaby Amarantos e Michel Teló têm que disputar para tê-las em seus times! 

Munida de seu pandeiro, a menina de 14 anos natural da cidade de Areia, na Paraíba, abriu a tarde em grande estilo, ao som de "O Canto da Ema", composição de João do Vale, sucesso que já foi gravado por nomes como Jackson do Pandeiro, Gilberto Gil e Elba Ramalho. Sua interpretação botou os técnicos para dançar e virou duas cadeiras, e ela escolheu o Time Brown.

 “Você é um fenômeno rítmico!”, disse o cantor.

Natural de Areia, no Brejo paraibano, Helloysa do pandeiro (Maria Helloysa) é mais um talento da terra a brilhar no The Voice Kids, reality musical da TV Globo. 

Ao finalizar a canção, recebeu elogios e fez questão de exaltar a cultura e a música nordestina, ressaltando o apoio que recebeu da família para atuar. 

Além de Heloisa, o The Voice Kids já conta com a participação de duas meninas de João Pessoa e uma de Guarabira classificadas.

“Estarei representando nossa querida Paraíba e mostrando que a cultura nordestina prevalece no nosso sangue”, disse nas redes sociais após a apresentação.

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A LUTA PELA ÁGUA ÀS MARGENS DO RIO SÃO FRANCISCO É TEMA DE LIVE NA SEGUNDA-FEIRA (12)

O projeto de extensão Articulação Quilombola - vinculado a UNEB, em Juazeiro e que reúne várias instituições da região - convida você a participar da live "A luta pela água às margens do Rio São Francisco", que abordará os problemas  de abastecimento de água potável nas comunidades quilombolas do Vale do São Francisco, na Bahia.

O debate acontecerá segunda-feira, 12 de julho, às 19 horas, no canal do Grupo de Pesquisas Rhecados - Hierarquizaçoes Raciais, Comunicação e Direitos Humanos.

Na live estarão Marcelo Galvão, Defensor Público Federal; Mineia Clara, agente comunitária de saúde e integrante da Articulação Quilombola; João Pedro da Silva, engenheiro civil e professor da Univasf; e André Rocha, coordenador de projetos do Irpaa. A mediação será realizada por Simone Ramos, integrante da coordenação do Grupo de Articulação Quilombola.

Segue o Link da Live abaixo https://youtu.be/G0j_P3bDh2k 

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O MENINO JOSÉ CARLOS E O MESTRE DA SANFONA LUIZ GONZAGA NO OLHAR DE UMA FOTOGRAFIA

Já dizia o poeta: “Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia”. Na certeza dessa premissa, a possibilidade de revisitar um passado feliz, nem que seja em pensamento, é sempre uma experiência prazerosa. E a fotografia tem esse poder. Ao olhar para uma foto, riquezas de detalhes são observadas e, na nossa mente, uma cena é reconstruída.

Momentos históricos de Exu, Pernambuco, terra de Luiz Gonzaga em tempos de recursos digitais, facilidades de armazenamento estão ao alcance de um clique. Agora a internet, tempos digitais oferece um acervo de milhares de fotos com uma riqueza de detalhes impressionante.

Puxe pela memória e recorde vinte, trinta anos atrás! E se a década for de 70 e 80? Imagine as dificuldades de um registro fotográfico.  

Daí resiste a importância do escritor e memorialista Rafael Lima, autor do livro dedicado à cidade do Crato, Ceará, "o Rei do Baião e a princesa do Cariri, criador do programa Gonzaguear no YouTube, ter postado uma foto não digital que agora é histórica. 

O acervo fotográfico só faz sentido se ele tiver na mão de quem tem interesse na história e na cultura. Não adianta só guardar. Nós temos que guardar e dar a ver ao mesmo tempo.

Na foto postada nas redes sociais por Rafael Lima e professor Wilson Seraine existe um tesouro da história. Na Imagem o Rei do Baião, mostra a diversidade do talento, tocando triângulo. O ex-prefeito de Exu, José Peixoto de Alencar está no clique. Pela primeira vez, essas imagens estão na internet e isto faz muita diferença.

A foto revelou uma surpresa. Quem é o então menino? Uma criança e seu boné? Um olhar sério e de esperança registrado na fotografia?

O jornalista Ney Vital, apresentador do Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e Seus Amigos, na Rádio Cidade Am e editor do BLOG NEY VITAL, conversou com o personagem da foto. A criança é atualmente José Carlos Pereira da Silva. No próximo mês de novembro ele completa 43 anos. Ele revela que aquele dia era comemorado o aniversário de dona Maria Vicente, na época 90 anos. Ela morreu aos 105 anos. 

O local onde a foto foi registrada é na Fazenda Araripe, cerca de 12 m do centro de Exu. Puxando pela memória ele diz que na época "a Fazenda Araripe era um local amado por Luiz Gonzaga. Todo o progresso ali de energia elétrica e água através de um poço cartesiano que abastece colégio municipal, tudo foi Luiz Gonzaga que trouxe e para isto era festa", conta José Carlos.

Os traços familiares de José Carlos traz a riqueza de um patrimônio cultural que Exu possui. Ele é neto de José Praxedes dos Santos, seu Praxedes, antigo vaqueiro de Luiz Gonzaga e um dos guardiões da memória do Rei do Baião, personagem que sempre é encontrado no  Parque Asa Branca. 

José Carlos é neto pelo lado materno de seu Antonio Raimundo, líder da Banda de Pife, um patrimônio de Exu e das novenas da Igreja de São João Batista do Araripe.

Em tempos de poucos olhares e valorização  para o passado e história, a foto postada é uma espécie de flagrante jornalístico, um passeio pelo tempo em Exu, do Rei do Baião, estampando alegria para o povo que ele tanto amava. Na foto ficou registrado a pureza da criança e a curiosidade de quem conseguiu chegar bem perto da história tecida por sons e música.

O melhor de enxergar o passado e sua riqueza com tantos detalhes é notar muito mais semelhanças do que diferenças. Os brasileiros, sertanejos, gonzagueanos do passado tinham em comum com os de hoje, os que vivem o século 21: o olhar, um misto de curiosidade e esperança apontando para o futuro. A fotografia é a memória do futuro. (Texto jornalista Ney Vital)

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