JUAZEIRO E PETROLINA COMEMORAM O DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE COM PLANTIO DE ÁRVORES

 

As cidades de Petrolina - PE e Juazeiro - BA, no Vale do São Francisco, comemoraram neste sábado (5), o Dia Mundial do Meio Ambiente com o plantio de mudas de plantas nativas da Caatinga e uma homenagem às pessoas que morreram vítimas da Covid -19.

O movimento começou logo às 8h, na margem pernambucana do Rio São Francisco, com o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, dando início ao plantio de 7 mil mudas de plantas nativas da Caatinga, a exemplo de marizeiro, ingazeiro, pau ferro, paineira, ipê roxo, caraibeira e umbuzeiro.

"Um dia muito especial que envolve conscientização, reflexão e prática através da ação de reflorestamento das matas ciliares. Estamos fazendo hoje um desafio para que todas as cidades plantem mais árvores", ressaltou. O prefeito lembrou que a ação faz parte do programa ‘Orla Nossa – Cidades Ribeirinhas’ e agradeceu à Agrovale, pela doação das mudas e às Forças Armadas que fizeram o plantio, com apoio técnico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano,  além dos parceiros Bayer e Granvalle.

No outro lado do Rio, a orla de Juazeiro também lembrou o Dia Mundial do Meio Ambiente, com o plantio de mudas da Caatinga em homenagem às pessoas do município que morreram vítimas da Covid -19. O evento, realizado pelo Rotary Club Juazeiro em parceria com a Prefeitura do município, reuniu familiares e amigos das vítimas da doença, simbolizando a criação do Memorial da Saudade.

De acordo com a presidente do Rotary Clube Juazeiro, Francis Medrado, cada muda plantada recebeu uma placa com o nome de um ente juazeirense que partiu na pandemia.

"Uma forma de ressignificar o sentimento dos  familiares que sequer puderam abraçar e se despedir. Aqui no Memorial da Saudade, a muda que um dia vai virar um umbuzeiro certamente irá ofertar frutos e sombra às futuras gerações. Agradecemos às parcerias do Núcleo Regional de Saúde Norte, a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), a Associação dos Fibromiálgicos do Vale do São Francisco (AFibroVasf) e à Agrovale, que fez a doação das mudas da Caatinga", enfatizou.

Segundo a coordenadora de Meio Ambiente da Agrovale, Thaisi Tavares, a doação das mudas para as duas cidades é mais uma ação do projeto socioambiental ‘Viveiro de Mudas Nativas’, que completou 13 anos com a marca de 400 mil mudas doadas para 45 municípios dos Estados nordestinos da Bahia, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte. 

“Nossa empresa contribui para ampliação da cobertura verde das cidades, recuperação de áreas degradadas, visando uma maior sensibilização e sustentabilidade ambiental da biodiversidade regional. E para nós é uma grande felicidade comemorar este Dia Mundial do Meio Ambiente, preservando os ecossistemas da Caatinga e das matas ciliares do Rio São Francisco“, concluiu. (Fonte: Class Comunicação e Marketing)

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CETEP: RIO SÃO FRANCISCO, MUDANÇAS CLIMÁTICAS E RECAATINGAMENTO SÃO TEMAS DA SEMANA DO MEIO AMBIENTE

O CETEP-Centro Territorial de Educação Profissional do São Francisco, através da disciplina História e Atualidades da Agricultura familiar, ministrada pela professora e engenheira agrônoma, Janine Souza da Cruz comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente. A disciplina é do Curso de Agroecologia.

A organização e mediação do evento é do professor André Maia e Janine Cruz. Alunos da Escola Estadual Chico Mendes-Assentamento Vale da Conquista e da Escola Estadual Paulo Kageyama, Assentamento São Francisco e CETEP São Francisco participam da programação.

O evento é realizado entre os dias 5 e 9 de junho, de forma virtual, devido à pandemia. Os plantios de mudas de árvores foram realizados na manhã deste sábado (5). "Hoje o dia foi de plantio de árvores frutíferas no quintal. com minha sem terrinha, exemplo do futuro das novas gerações. Plantar árvores, produzir alimentos saudáveis", cita professor André.

A proposta é conscientizar a população sobre a importância da preservação ambiental, com foco em áreas relevantes, como mudanças climáticas, importância do Rio São Francisco,  arborização, educação ambiental e sustentabilidade.  

Palestras, plantio de árvores, momento cultural e exposição de fotos estão entre as atividades pedagógicas desenvolvidas  no CETEP (Centro Territorial de Educação Profissional do São Francisco, Juazeiro e que também envolve a Escola Estadual Chico Mendes, localizada no Assentamento Vale da Conquista e Escola Estadual Paulo Kageyama, Assentamento São Francisco, localizada em Sobradinho, região norte da Bahia.

"O objetivo é alertar sobre a importância do cuidado com a natureza, fazendo o uso sustentável dos recursos naturais de modo a  assegurá-los para as atuais e futuras gerações", afirma a professora Janine.

O tema sobre Mudanças Climáticas e importância do Rio São Francisco, será proferida pelo professor Lucas Cleber. A Caatinga, Comunidades Tradicionais e Recaatingamento é o tema da colaboradora do Irpaa-Instituto  Regional da Pequena Agropecuária Apropriada, Aline Nunes Lopes.

O técnico em Agropecuária Cicero Francisco de Oliveira, dará uma palestra sobre o Planto Nacional do MST: Plantar Àrvores, Produzir Alimentos Saudáveis.

CONFIRA PROGRAMAÇÃO: Sábado 5 e Segunda 7:Plantio de mudas de árvore

TERÇA-FEIRA 8: *Tema 01: Mudanças Climáticas e importância do Rio São Francisco (Professor Lucas Cleber)

*Tema 02: Caatinga, Comunidades Tradicionais e Recaatingamento (Colaboradora do IRPAA: Aline Nunes)

*Tema 03: Plano Nacional do MST:  "Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis!" Cicero Francisco. As palestras terão Início às 19hs 

Palestrantes: Cicero Francisco de Oliveira. Militante do MST; Técnico em Agroecologia, Coordenador Estadual do Plano Nacional do MST:  Plantar árvores, produzir alimentos saudáveis!; Coordenação Regional da Frente de Produção Cooperação, Comercialização e Meio Ambiente.

Aline Thaiane Nunes Lopes-Colaboradora do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada, Graduada em Eng. Agronômica e Gestão Ambiental e Mestre em Extensão Rural.

Lucas Cleber: Licenciatura com Láurea em Geografia (UPE); Especializações em Educação Ambiental, Ensino da História e Geografia, Educação Superior, Geografia Humana e Econômica; MBA Gestão Empresarial. Cadeiras em Mestrado como Aluno Especial: Educação e Cultura no Semiárido (UNEB), Pesquisa em Educação (UPE) e Epistemologia da Prática (UPE).

Vinte anos atuando na educação básica em Juazeiro e Petrolina. 

HISTÓRIA: O Dia Mundial do Meio Ambiente 2021, comemorado no dia 5 de junho tem como o tema deste ano "Restauração de Ecossistemas." A proposta prevê a urgência de todos fazerem as pazes com a natureza.

"O homem destrói a natureza na justificativa de sobreviver; a natureza luta para sobreviver para garantir a sobrevivência do homem." 

"A natureza pode suprir todas as necessidades do homem, menos a sua ganância." (Gandhi)

"Se soubesse que o mundo se acaba amanhã, eu ainda hoje plantaria uma árvore." (Martin Luther King Jr.)

São objetivos da Semana do Meio Ambiente:

Contribuir para a formação da consciência em relação às causas ambientais;

Apoiar a realização de ações que divulguem o conhecimento produzido que permitam o diálogo entre esta e a sociedade;

Incentivar a circulação de informações sobre a preservação dos recursos naturais;

Promover atividades que auxiliem no aprendizado como meio de promoção do desenvolvimento social;

Despertar o interesse da comunidade externa para as ações desenvolvidas no CETEP.

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FESTIVAL CULTURAL DA FESTA DO PAU DA BANDEIRA DE SANTO ANTONIO DE BARBALHA É CANCELADO

O Governo Municipal de Barbalha anunciou o cancelamento do Festival Cultural da Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio: Salvaguarda das Tradições. O evento seria realizado de forma remota, em cumprimento aos decretos municipal e estadual de prevenção ao coronavírus. Porém, a Secretaria de Cultura e Turismo, em cumprimento à recomendação do Comitê de Enfrentamento à covid-19 no município, cancelou a realização das lives.

O evento seria realizado no período de treze dias com término no dia 13 de junho de 2021, dia do padroeiro do município. Além de manter vivas as tradições regionais, o objetivo era contemplar os artistas da terra, que se apresentariam de forma online.

O prefeito municipal, Guilherme Saraiva, explicou que muitos artistas e mestres da cultura são idosos ou pertencem aos grupos de risco ao coronavírus. “Mesmo sendo um evento online, restrito a poucas pessoas, eles estariam expostos. Consultamos o Núcleo de Epidemiologia e a Vigilância Sanitária e não foi recomendado proceder com a festa. Em todo o ano de 2020 morreram 66 barbalhenses, em maio deste ano já foram mais de 30. Praticamente a metade do ano passado em menos de um mês. É por isso que estamos endurecendo as medidas de restrição”.

O 1º Festival Cultural da Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio: Salvaguarda das Tradições recebeu 115 inscrições deferidas, de artistas, bandas de músicas, grupos de tradição popular, artes cênicas, entre outros. É a única manifestação cultural do estado do Ceará reconhecida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio imaterial da cultura brasileira.

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MÚSICA E MEIO AMBIENTE: DEMIS SANTANA E O CHICO RIO

 Nascido em São Paulo-SP, de meados para o final da década de 70, Ademir Santana Silva que; em 1982 viria a se tornar *Demis Santana* por obra, graça e honra de colegas de sala no Colégio Estadual Lomanto Júnior em Juazeiro da Bahia; onde impactado pelo Rio São Francisco, penitentes, Rodas de São Gonçalo, samba de véi, carnaval de batucadas e de trios elétricos, corridas de argolinha, festejos de Cosme e Damião, se descobriu poeta com inclinações para ator e escritor de peças teatrais.

" Foi em Petrolina-PE, no Colégio Dom Bosco, a primeira oficina de teatro, facilitada por Edvaldo Franciolli, com montagem de Medéia de Eurípedes ao final_ ".

Em 1985, estimulado pelo irmão jornalista Zé Carlos Santana, matriculou-se no Sesc Poço de Maceió-AL, e tornou-se ator da Companhia Tespes de Teatro, depois do Grupo Ars Cênico e muitos outros que obedeciam a batuta do diretor de teatro Mauro Braga.

De volta a Juazeiro-Ba em 95, interessou-se por literatura de cordel, aprendeu, pôs em prática e até ensinou a milenar arte da rima metrificada. Já Cordelista reconhecido, se apercebeu compositor, e foi buscar parceiros músicos para amalgamar letras e melodias. Fundou a Companhia Curaçálica de Artes Livres e também se fez integrante Compositor e cantor da Banda de Rock Bichos Escrotos em Curaçá-BA, além da Banda Sendero Luminoso, na UNEB de Juazeiro-BA.

Em 2005, de volta a Maceió, compôs cocos (sincopados), que se diferiam dos costumazes, por quase sempre fala do sertão. Com o coco, o cordel e o teatro foi a Brasília, a São Paulo, ao Rio de Janeiro, a Sergipe, A Recife, a Olinda, ao interior do Ceará (Varjota, Barbalha). Avançou do coco para o maracatu, e passou a ser compositor oficial do Coletivo AfroCaeté. Formou o grupo musical Arca da Cultura Alagoana, que trocou de nome para Arca da Cultura Popular; fundou também o Grupo Musical e Teatral Órfãos do Cangaço, trabalhando com nomes como: Arnaud Borges, Gama Junior, Kaw Lima, Jaques Setton, Wilson Santos, Ykson Nascimento.

Subiu em palcos de eventos das Secretárias municipal e estadual de Maceió e de Alagoas.

Classificou poesia no concurso literário de Sesc Guaxuma (Maceió), música, poesia e teatro no Salão de Artes da UNEB (Juazeiro-BA), música no festival da canção do Sesc Cariri (Juazeiro do Norte-CE), música no Festival Edésio Santos da Canção (Juazeiro-BA), teatro no Festival Loucos em Cena (Barbalha-CE), poesia no projeto: Sarau no Bosque (Uauá, Curaçá e Juazeiro-BA), coco no "De Repente Rap" (Juazeiro - BA) e música no Polo carnavalesco Luiz Galvão - 2019 (Juazeiro-BA). Integra, produz e dirige o Coletivo Cultural Galeota das Artes do São Francisco ( Curaçá-BA), foi gerente de eventos da Fundação Cultural de (Juazeiro-BA, 2001) e representou Jesus, no espetáculo: "Jesus o Filho do Homem", dirigido por Wellington Moteclaro (Juazeiro-Ba, 2001).

*CHICO RIO* 

Esse rio que aqui passa

É a entrada e a saída

Se ele seca, eu seco junto

O Velo Chico é a nossa vida.

Vejam a mata ciliar

Já por demais devastada

Onde íamos brincar e pescar 

Na nossa infância passada.

Pra onde irão tantas Iaras?

O que será do Nego D'água,

quando sumirem as águas claras

E este leito virar estrada.

Sem o namoro no cais

Do menino com a menina

Não vão ficar triste demais

Penedo e Petrolina?

Ao sumirem os lavradores, as lavadeiras, os ribeirinhos, e a lua cheia refletida no refúgio dos sozinhos.

De onde nós beberemos água fresca, poesia?

De onde vates e cantadores vão captar melodias?

Leva correnteza este possível tormento 

De que falte em nossa mesa

Lazer, água e alimento.

Leva correnteza este possível tormento 

De que falte em nossa mesa

Lazer, água e alimento.

De onde nós beberemos água fresca poesia?

De onde vates e cantadores vão captar melodias?

De onde nós beberemos água fresca poesia?

De onde vates e cantadores vão captar melodias?

Rio São Francisco, Velho Chico. Chico Rio.

 *Chico Rio* (Demis Santana)

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ESPECIALISTAS DEBATEM SOBRE DESERTIFICAÇÃO E MITIGAÇÃO DOS EFEITOS DA SECA

O superintendente de Políticas e Planejamento Ambiental da Sema, Claudemir Nonato afirma que o combate à desertificação é um debate que precisa envolver a comunidade científica, sociedade civil e governos para que, de forma conjunta, possam atuar na busca de soluções assertivas e viáveis que possam ser implementadas pelos órgãos públicos.

 "Vamos ampliar o diálogo com vistas à integração de políticas e ações realizadas pela administração pública e sociedade civil. A nossa proposta é criar estratégias sustentáveis para promoção de um desenvolvimento limpo, com equidade, sustentabilidade e respeito ao meio ambiente”.

A professora Jocimara Lobao, coordenadora do Programa de Modelagem em Ciências da Terra e do Ambiente, desmitificou que a desertificação do semiárido seja algo natural. 

“A desertificação do semiárido não está diretamente relacionada apenas às mudanças climáticas, ela atua, sim nesse processo, mas o que causa a desertificação é a forma como a sociedade se apropria dessa natureza e desse espaço que é tão frágil”, explicou Jocimara. 

“Podemos elencar uma série de problemas conectados com a compactação do solo, entre eles, a perda de nutrientes, perda de biodiversidade e o impacto no ciclo da água. O resultado disso é um colapso ambiental, seja localizado, e depois vai-se expandindo, ou pode acontecer um colapso em uma escala muito maior”, explicou o ambientalista Virgílio Machado.

Ainda segundo Virgílio, os maiores biomas brasileiros estão em risco de desertificação (dados do INPE). 

“Os biomas mais desmatados do Brasil são os biomas que em grande parte compõem a Bahia. A Mata Atlântica, lar de 72% dos brasileiros, tem 88% de sua área desmatada; o Cerrado, berço das águas, tem 51% de sua área desmatada, restando 20% de vegetação nativa; a Caatinga, onde a Bahia tem um maior número de municípios, tem 45% da sua área desmatada. O Nordeste é a região do Brasil mais vulnerável às mudanças do clima”, explicou Virgílio. 

Em 2018, foi realizada uma pesquisa desenvolvida na Unicamp revelando que o Estado da Bahia vem apresentando aumento no índice de aridez e diminuição de chuvas. Os estudos indicam que a tendência é que a situação se agrave nos próximos 30 anos, provocando um aumento das áreas com risco de desertificação na região. As conclusões são da tese de doutorado “Áreas de risco de desertificação: cenários atuais e futuros, frente às mudanças climáticas”, defendida por Camila da Silva Dourado na Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Unicamp.

A desertificação é a degradação de terras nas zonas áridas, semiáridas e subúmidas a secas, como resultado das variações climáticas e ações antrópicas, ou seja, as alterações causadas pelo ser humano no ambiente.

 Este fenômeno transforma terras férteis e agricultáveis em terras improdutivas, causa impactos ambientais como a destruição da biodiversidade, diminuição da disponibilidade de recursos hídricos e provoca a perda física e química dos solos. Neste caso, a pesquisa aponta que as mesorregiões que mais expandiram as áreas com risco de aridez são os maiores polos agrícolas baianos. 

“Ainda é necessária uma análise mais aprofundada sobre a desertificação nessas áreas, mas os dados mostram que esses polos agrícolas observados passaram a ser considerados como áreas de alto risco”, explica Camila.

O trabalho foi realizado sob orientação de Stanley Robson de Medeiros Oliveira, pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária e coorientação de Ana Maria Heuminski de Avila, pesquisadora do Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura). Os autores alertam para a necessidade de se adotar medidas preventivas agora para que as previsões não se consolidem.

Historicamente a região norte do território baiano integra o polígono da seca, uma área de mais de 1 milhão de km² entre os Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, que enfrenta crises repetidas de estiagem. Dessa forma, a manutenção da fruticultura no norte é feita através de sistemas de irrigação. Porém, outro problema apontado pela pesquisa é que regiões antes consideradas com risco baixo de desertificação passam ao moderado e alto, como é o caso da região oeste. Essa situação mudaria todo o cenário de produção agrícola do estado.

Nos últimos anos os pesquisadores também vêm se preocupando com a influência das mudanças climáticas no avanço do processo de desertificação. 

“Com o aumento de temperatura estimado em 1 ºC e a diminuição na precipitação, há a ocorrência de um outro indicador que utilizamos, a evapotranspiração, que é subsídio para um outro indicador, o índice de aridez. Juntando essas variáveis, e com as novas projeções do modelo de mudanças climáticas, confirma-se que há uma expansão muito grande das áreas de desertificação”, afirma Camila.


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CETEP: RIO SÃO FRANCISCO, MUDANÇAS CLIMÁTICAS E RECAATINGAMENTO SÃO TEMAS DA SEMANA DO MEIO AMBIENTE

 O CETEP-Centro Territorial de Educação Profissional do São Francisco, através da disciplina História e Atualidades da Agricultura familiar, ministrada pela professora e engenheira agrônoma, Janine Souza da Cruz comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente. A disciplina é do Curso de Agroecologia.

O evento será realizado entre os dias 5 e 9 de junho, de forma virtual, devido à pandemia e visa conscientizar a população sobre a importância da preservação ambiental, com foco em áreas relevantes, como mudanças climáticas, importância do Rio São Francisco,  arborização, educação ambiental e sustentabilidade.  

Palestras, plantio de árvores, momento cultural e exposição de fotos estão entre as atividades pedagógicas desenvolvidas  no CETEP (Centro Territorial de Educação Profissional do São Francisco, Juazeiro e que também envolve a Escola Estadual Chico Mendes, localizada no Assentamento Vale da Conquista, em Sobradinho, região norte da Bahia.

"O objetivo é alertar sobre a importância do cuidado com a natureza, fazendo o uso sustentável dos recursos naturais de modo a  assegurá-los para as atuais e futuras gerações", afirma a professora Janine.

O tema sobre Mudanças Climáticas e importância do Rio São Francisco, será proferida pelo professor Lucas Cleber. A Caatinga, Comunidades Tradicionais e Recaatingamento é o tema da colaboradora do Irpaa-Instituto  Regional da Pequena Agropecuária Apropriada, Aline Nunes Lopes.

O técnico em Agropecuária Cicero Francisco de Oliveira, dará uma palestra sobre o Planto Nacional do MST: Plantar Àrvores, Produzir Alimentos Saudáveis.

CONFIRA PROGRAMAÇÃO:

TERÇA-FEIRA 8: *Tema 01: Mudanças Climáticas e importância do Rio São Francisco (Professor Lucas Cleber)

*Tema 02: Caatinga, Comunidades Tradicionais e Recaatingamento (Colaboradora do IRPAA: Aline Nunes)

*Tema 03: Plano Nacional do MST:  "Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis!" Cicero Francisco. As palestras terão Início às 19hs 

Palestrantes: Cicero Francisco de Oliveira. Militante do MST; Técnico em Agroecologia, Coordenador Estadual do Plano Nacional do MST:  Plantar árvores, produzir alimentos saudáveis!; Coordenação Regional da Frente de Produção Cooperação, Comercialização e Meio Ambiente.

Aline Thaiane Nunes Lopes-Colaboradora do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada, Graduada em Eng. Agronômica e Gestão Ambiental e Mestre em Extensão Rural.

Lucas Cleber: Licenciatura com Láurea em Geografia (UPE); Especializações em Educação Ambiental, Ensino da História e Geografia, Educação Superior, Geografia Humana e Econômica; MBA Gestão Empresarial. Cadeiras em Mestrado como Aluno Especial: Educação e Cultura no Semiárido (UNEB), Pesquisa em Educação (UPE) e Epistemologia da Prática (UPE).

Vinte anos atuando na educação básica em Juazeiro e Petrolina. Atualmente professor do colégio Auxiladora, Bios pré-vestibular e Servidor público do estado da Bahia.

HISTÓRIA: O Dia Mundial do Meio Ambiente 2021, comemorado no dia 5 de junho tem como o tema deste ano "Restauração de Ecossistemas." A proposta prevê a urgência de todos fazerem as pazes com a natureza.

"O homem destrói a natureza na justificativa de sobreviver; a natureza luta para sobreviver para garantir a sobrevivência do homem." 

"A natureza pode suprir todas as necessidades do homem, menos a sua ganância." (Gandhi)

"Se soubesse que o mundo se acaba amanhã, eu ainda hoje plantaria uma árvore." (Martin Luther King Jr.)

São objetivos da Semana do Meio Ambiente:

Contribuir para a formação da consciência em relação às causas ambientais;

Apoiar a realização de ações que divulguem o conhecimento produzido que permitam o diálogo entre esta e a sociedade;

Incentivar a circulação de informações sobre a preservação dos recursos naturais;

Promover atividades que auxiliem no aprendizado como meio de promoção do desenvolvimento social;

Despertar o interesse da comunidade externa para as ações desenvolvidas no CETEP.


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ARTIGO: A VIDA É BELA

Quando a médica da UTI veio até mim e falou delicadamente: “Professor, precisamos intubá-lo”, não imaginei que sobreviveria por algumas semanas, sem consciência, em um outro mundo. Questionam-me frequentemente se, nessas semanas, conversei com Jesus Cristo, se vi meu corpo no leito hospitalar, se me encontrei com parentes que já se foram e coisas desse tipo. Confesso que não. Ficaria até contente se tivesse reencontrado meus avós e meus pais. Mas nada disso aconteceu!

Na verdade, essa “aventura não voluntária” começara alguns dias antes, quando me senti um pouco fraco, sem apetite e com discreta “falta de ar”. Procurei o hospital numa sexta-feira e, no sábado, me telefonaram com a notícia:

— Seu exame deu positivo para o coronavírus.

Isolei-me em casa e tentei usar os medicamentos tradicionais. Não imaginava que essa viagem, felizmente com volta, duraria mais de 60 dias.

O estado onírico induzido pelos anestésicos, miorrelaxantes e outros medicamentos retorna vagamente à minha consciência, em especial nas madrugadas. Classifico como alucinações que são relembradas aos poucos, vacilantes, intermitentes; se descritas com a habilidade e a inspiração de Cervantes, dariam um novo capítulo da saga do “Cavaleiro de Triste Figura”.

Não sei por quê, mas eu tinha certeza de que estava internado em Limeira, no último andar de um edifício, com um restaurante de culinária portuguesa no térreo e que iria almoçar por lá um bom bacalhau. Outras imagens mágicas no meu delírio foram as decorações dos vários boxes da UTI. Eram todos diferentes, criativos e luxuosos. 

O box situado em frente ao meu era decorado com motivos caribenhos e eu podia desfrutar, pela “janela do box”, a paisagem com folhas de palmeiras balançando ao vento e o azul-turquesa do mar do Caribe. Outro detalhe é que fazia parte dessa decoração um pôster de Mohamed Ali e o paciente que ocupava o leito, com covid-19, seria um egípcio do Cairo.

Mas o que tornou minha viagem onírica mais interessante foi a identidade que conferi ao anestesista. Explico: sou admirador de um filme nacional chamado Tempos de paz, cujo ator principal é Dan Stulbach. Pois bem, ele próprio, o Dan Stulbach, era o anestesista da UTI. Mais curioso é que, no filme, Dan representa um ator polonês, Sr. Clausewitz, que tenta entrar no Brasil em janeiro de 1946, passando-se por agricultor e é barrado pelo delegado da polícia de imigração de Getúlio Vargas, vivido por Tony Ramos.

 O filme é fantástico e a interpretação de Dan é inesquecível: ele vive Segismundo, personagem da obra de Pedro Calderon de la Barca, intitulada La vida es sueño. Imperdível e inesquecível o monólogo que interpreta. Pois bem, passei a chamar o anestesista de Sr. Clausewitz, o que fez com que a equipe médica da UTI levantasse a hipótese diagnóstica, felizmente não confirmada, de demência senil. Outro detalhe é que esse anestesista estaria lançando no mercado uma cerveja de nome TAB (não imagino de onde tirei isso) e ele próprio fazia propaganda da sua cerveja na UTI…

Não resta dúvida de que o estado de alucinação me ajudou a suportar os períodos em que não estava totalmente anestesiado. Mas veio a seguir a outra etapa: adquiri um derrame no tórax e um pequeno infarto na base do pulmão esquerdo. Esse processo levou-me a uma punção para drenagem e, de presente, a colocação de drenos para coletar o líquido que ainda lá ficou. 

Foram mais dez dias com antibióticos de última geração na veia, além de uma sonda no estômago para alimentação. Capítulo à parte do tratamento foram as injeções matinais e vespertinas de anticoagulante. Pelos meus cálculos foram mais de uma centena, com um detalhe: as injeções eram aplicadas intradermicamente no abdome.

O último desafio que estava por vir se iniciou quando a enfermeira e a fisioterapeuta me disseram: “O senhor precisa andar!”. Mas eu não conseguia, não tinha forças nem coordenação e muito menos equilíbrio para fazer aquilo que aprendera havia 74 anos. Apoiado dos dois lados, dei uma dúzia de passos até uma balança e vi que o vírus havia me consumido treze quilos. Grande parte de músculo!! Esses poucos passos foram para mim tão cansativos e gloriosos como provavelmente o são para um atleta ao terminar a maratona olímpica. Começa então um trabalho muito importante e estafante que é reaprender a levantar, andar, sentar, subir e descer escadas, agachar.

A outra surpresa foi voltar a me ver no espelho depois de quase quarenta e cinco dias. Que susto! “Meu Deus, não sou eu!” O consumo dos músculos das têmporas fez de mim uma figura esquálida, semelhante àquelas que eu discutia com os alunos de Medicina no curso de Semiologia. Precisaria refazer meus músculos, mas… cadê a fome? A insistência e dedicação da minha esposa e o auxílio dos suplementos alimentares fizeram-me, pouco a pouco, reconstruir os músculos e as suas funções.

Depois deste período insólito aprendi como é maravilhoso poder levantar, ver o sol nascer, ouvir a guitarra de Paco de Lucia, brincar com a Terra (minha fidelíssima cachorra, companheira constante quando estou em casa), conversar com a minha esposa, rever as netas, os filhos, os enteados, os amigos e poder agradecer a Deus, aos médicos, aos enfermeiros, aos auxiliares de enfermagem, às fisioterapeutas, às fonoaudiólogas, às nutricionistas, que colaboraram para que eu recuperasse a autonomia. Como é bom, pela manhã, dar uma volta até a banca de jornais e cumprimentar a todos que encontro pelo caminho, ainda que de longe e de máscara, voltar a trabalhar, ir à feira aos domingos, ao supermercado e rever os locais onde vivi minha infância na Vila Tibério.

Enfim, confirmar uma vez mais: A vida é bela!

*José Ernesto dos Santos, professor sênior da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP

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