PLATAFORMAS ORIENTAM ELEITORES E PREFEITOS SOBRE AGENDA AMBIENTAL

A Constituição Federal de 1988 impõe “ao Poder Público e à coletividade” a preservação do meio ambiente “ecologicamente equilibrado” para “as presentes e futuras gerações.” O Artigo 225 da Constituição não detalha as competências da União, estado e municípios para a manutenção da qualidade de vida e dos ecossistemas.

É nas cidades, no entanto, onde os sinais de desequilíbrio ambiental geralmente estão mais próximos da população, como alagamentos de ruas, deslizamento de encostas, poluição de rios, desabastecimento de água e erosão de terrenos.

 Além desses fenômenos agudos, os municípios ainda têm de lidar diretamente com problemas mais perenes de sustentabilidade, como os de saneamento básico, coleta de lixo, escoamento de esgoto, fornecimento de água potável e drenagem dos solos.

Conforme o Perfil dos Municípios Brasileiros elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), “entre 2013 e 2017, dos 5.570 municípios brasileiros, 2.706 (48,6%) foram afetados por secas, 1.726 (31%) por alagamentos, 1.515 (27,2%) por enxurradas, 1.093 (19,6%) por processos erosivos acelerados e 833 (15,0%) por deslizamentos. No entanto, em 2017, 59% dos municípios brasileiros não apresentavam nenhum instrumento voltado à prevenção de desastres, e apenas 14,7% (821 municípios) tinham plano de contingência e/ou prevenção para a seca.”

Os riscos de catástrofe, a falta de políticas preventivas e os problemas ambientais expõem a vida da população e poderão exigir gastos futuros dos municípios com saúde, por exemplo. O acúmulo de responsabilidades das prefeituras inspirou a elaboração de plataformas digitais que servirão aos gestores municipais e vereadores que serão eleitos no domingo (15) e também poderão orientar o cidadão comum a tomar uma decisão de voto para os dois cargos.

De acordo com Claudia Lins, supervisora do núcleo de desenvolvimento territorial da Confederação Nacional de Municípios (CNM), essas plataformas poderão “inspirar” os prefeitos com “boas práticas” de outras localidades a melhorar o bem-estar da sociedade local.

Especificamente sobre as eleições municipais de 2020, a Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (Anamma) editou uma plataforma ambiental que descreve parte da legislação ambiental e esclarece o papel de prefeitos e vereadores na adoção de políticas públicas de desenvolvimento sustentável.

Para Claudia Lins, prefeitos e também os vereadores a serem eleitos terão de contornar a falta de recursos nos municípios, inclusive de repasses contínuos dos estados e da União, para cuidar do meio ambiente.

Claudia diz que 45% das cidades brasileiras têm menos de 10 mil habitantes, o que repercute na arrecadação e afasta a possibilidade de manutenção de equipes de gestão, licenciamento e vigilância ambiental composta por engenheiros, geólogos e biólogos. Segundo ela, menos de quatro a cada dez cidades brasileiras têm capacidade de fazer fiscalização.

A especialista da Confederação Nacional dos Municípios sugere que os novos prefeitos deem prioridade ao ordenamento territorial “para que as cidades se desenvolvam preservando as áreas verdes”.

Claudia sugere aos prefeitos que implantem projetos de energia renovável em escolas e prédios públicos, que impactam nos gastos dos municípios, e estimulem o que chama de “mobilidade ativa”, que leva mais pessoas fazerem deslocamentos de bicicleta e a pé. Ela recomenda que as cidades desenvolvam a coleta seletiva de resíduos sólidos e evitem a “impermeabilização excessiva” com asfalto, que gera retenção de água e alagamentos.

CIDADES MAIS VERDES: A CNM apoia o Observatório de Inovação para Cidades Sustentáveis (Oics) , lançado este mês pelo Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE), organização social ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), com apoio do Programa para o Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas (PNUMA).

A plataforma traz 222 propostas de políticas públicas que podem ser desenvolvidas por prefeitos e 358 estudos de casos bem-sucedidos que poderão inspirar cidades.

Outra plataforma do governo federal, que pode ser útil à população e aos gestores, é o Cadastro Ambiental Urbano, criado pelo Ministério do Meio Ambiente para incentivar o uso de parques urbanos e áreas de lazer nos municípios e no Distrito Federal. A plataforma tem interface em aplicativos para celular. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a disponibilidade de áreas verdes nas cidades afeta diretamente a qualidade de vida, com a melhora do sistema imunológico das pessoas, a redução das taxas de obesidade, a diminuição de ruídos e a menor exposição à poluição do ar. (Fonte: Agencia Brasil)

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TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DA BAHIA PROÍBE ATOS DE CAMPANHAS PRESENCIAIS EM TODO O ESTADO

O Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-Ba) proibiu, em todos os 417 municípios baianos, atos de campanha presenciais que violem as normas sanitárias para as Eleições 2020. A nova medida foi apresentada pelo presidente do órgão, desembargador Jatahy Júnior, durante coletiva de imprensa, realizada nesta terça-feira (10/11).

A suspensão está prevista na Resolução Administrativa Nº 38/2020, que regulamenta o exercício do poder de polícia dos juízes eleitorais. Conforme o normativo, estão vedados comícios, passeatas, bandeiraços, caminhadas, bicicleatas, cavalgadas, motoatas, carreatas e similares. Também está impedida a distribuição de panfletos, folhetos, adesivos e outros materiais de campanha. De acordo com o presidente do TRE-BA, alguns desses eventos fazem com que as pessoas desrespeitem as normas sanitárias.

Pela Resolução, o candidato, partido ou coligação que descumprirem tais medidas estarão sujeitos à sanção prevista no art. 36, § 3º da Lei nº. 9.504/97 (Lei das Eleições), que é de multa no valor de R$ 5 a R$ 25 mil ou equivalente ao custo da propaganda, se este for maior.

A nova medida foi tomada devido o número de casos ligados à concentração de pessoas em atos de campanha eleitoral no Estado. “Constatamos que em pouco tempo, mais de mil denúncias foram realizadas e cerca de 140 decisões foram emitidas para inibir ou fazer cessar esses atos de aglomerações que afrontam as normas sanitárias. Diante desses números, resolvemos baixar a resolução suspendendo todo ato presencial de campanha, tudo isso para preservar o bem maior que é a saúde e a vida”, afirmou.

Desde que foi lançado pelo TRE-BA no dia 31 de outubro de 2020, até às 12h desta terça (10), o Disque-Aglomeração, canal exclusivo para denúncias ligadas à aglomeração de pessoas em atos de campanha eleitoral no Estado, recebeu 1.135 denúncias de aglomeração, sendo proferidas 132 decisões. Os municípios Mirante e Iguaí apresentaram o maior número de eventos denunciados, com 102 e 101 irregularidades, respectivamente.


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TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE PERNAMBUCO VAI LEVAR PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AOS LOCAIS DE VOTAÇÃO

Com o intuito de ampliar a participação e a inclusão de pessoas com deficiência (PCD) ou mobilidade reduzida no exercício democrático, o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) transportará no próximo domingo (15), data do primeiro turno, até 100 eleitores nestas condições para os seus respectivos locais de votação.

Trata-se do Projeto Eleições Acessíveis, iniciativa pioneira que vai atender os eleitores dos municípios de Recife, Jaboatão dos Guararapes, Vitória e Petrolina. O projeto, priorizado pelo presidente do TRE-PE, desembargador Frederico Neves, foi proposto pelo desembargador eleitoral substituto Marcus Vinicius Nonato Rabelo Torres, presidente da Comissão Multidisciplinar de Acessibilidade.

O serviço, que vai buscar os eleitores em suas residências, levando diretamente ao local de votação e retornando após o voto, funcionará somente por agendamento através do número WhatsApp (81) 3194-9275.

O telefone já está ativo, com servidores prontos para atender eleitores por chamada telefônica ou troca de mensagens no aplicativo.

No dia do pleito, onze veículos adaptados, com capacidade para transportar seis eleitores, entre PCDs e seus acompanhantes, estarão a serviço dos cidadãos. A facilidade estará disponível a partir do início da votação, às 7h, e funcionará até às 16h.

Caso ocorra segundo turno nas localidades beneficiadas, o mesmo quantitativo de veículos será disponibilizado para atender aos eleitores.

De acordo com o membro da Comissão de Acessibilidade do TRE-PE Acácio Leite, a escolha dos municípios contemplados se deve a uma parceria montada com o Governo do Estado através do programa PE Conduz, que consiste no transporte porta-a-porta de PCDs ou pessoas com dificuldade de locomoção para tratamentos médicos, instituições de ensino ou locais de lazer.

“A nossa parceria diz respeito a obtenção de vans adaptadas para fazer o transporte desses eleitores. Como o Governo tem vans nesses municípios, a gente vai utilizar os mesmos veículos vinculados ao programa”, conta o servidor. Cada um deles contará com um bombeiro militar que auxiliará no transporte.

E não para por aí. Consciente da importância de promover mais acessibilidade, Acácio garante que a ideia nas próximas eleições é ampliar o serviço para outros municípios. 

“O quantitativo pequeno de vagas é para que a gente possa testar o serviço em funcionamento, observar melhorias que possam ser implementadas para ampliar o Projeto em 2022. O intuito é arredondar o processo, ajustar eventuais falhas para que depois possamos vir com toda força, quem sabe atender até o dobro do vamos este ano”.

Vale lembrar que, por conta da pandemia, o tempo de votação foi ampliado em uma hora e começará mais cedo: das 7h às 17h. Das 7h às 10h, o horário será preferencial para maiores de 60 anos, pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e pessoas que fazem parte do grupo de risco para o coronavírus. O horário é preferencial, mas não exclusivo.

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COMUNICAÇÃO AMBIENTAL DO GOVERNO FEDERAL É TEMA DE DEBATE NESTA QUARTA (11)

Estratégias de comunicação do governo serão analisadas por especialistas nesta quarta-feira, dia 11, às 17 horas A Comunicação Ambiental do Governo Federal é o tema do evento que a Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP promove nesta quarta-feira, dia 11, às 17 horas, com transmissão ao vivo pelo canal da ECA no Youtube. 

O encontro reunirá o professor da ECA Pedro Côrtes, especialista em comunicação, informação e ambiente, a pesquisadora Gina Rizpah Besen e o jornalista e pesquisador Eduardo Geraque. O objetivo é discutir a estratégia de comunicação utilizada pelo governo federal na área da política ambiental. O evento integra a série ECA Debate.

Os especialistas vão tratar de problemas que o professor Pedro Cortês apontava já em abril passado. Naquele mês, Cortês alertava para a intensificação das queimadas na Amazônia, observando o fortalecimento de grileiros na região, e os seus impactos nos incêndios no Pantanal, verificado nos meses seguintes.

 No campo internacional, a divulgação de informações falsas sobre a questão ambiental no Brasil é o fator causador de tensões internacionais sobre o tema, podendo ter impacto negativo em acordos comerciais firmados com a União Europeia e com os Estados Unidos. “Caso Joe Biden ganhe as próximas eleições nos Estados Unidos, isso vai determinar uma mudança na política externa brasileira e uma revisão das práticas ambientais”, disse o professor em outubro passado, em entrevista ao Jornal da USP.

Pedro Côrtes é professor dos Programas de Pós-Graduação em Ciência da Informação da ECA e em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP. Gina Besen é psicóloga, doutora em Saúde Ambiental pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) e pós-doutora pelo IEE, onde é pesquisadora colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental. Eduardo Geraque é jornalista e biólogo, mestre em Oceanografia e doutor em Jornalismo Ambiental, ambos pela USP, ex-repórter da Folha de S. Paulo, da Gazeta Mercantil e da Agência Fapesp.

ECA Debate é uma série de encontros semanais que reúnem especialistas da USP e de outras instituições de ensino e pesquisa para refletir sobre os mais diferentes temas e os impactos da pandemia do novo coronavírus na sociedade. Os encontros da série acontecem até dezembro, sempre às quartas-feiras, às 17 horas. Os encontros anteriores estão disponíveis no canal da ECA no Youtube.

O evento Desconstruindo a Realidade – A Comunicação Ambiental do Governo Federal, da série ECA Debate, promovida pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, acontece nesta quarta-feira, dia 11, às 17 horas, com transmissão ao vivo pelo canal da ECA no Youtube. Grátis. Não é necessário fazer inscrição. (Fonte: Jornal USP)

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ELEIÇÕES 2020: ELEITORES NÃO PODEM SER PRESOS A PARTIR DESTA TERÇA (10)

Nenhum eleitor pode ser preso ou detido de hoje (10) até 48 horas após o término da votação do primeiro turno, no próximo domingo (15). A proibição de prisão cinco dias antes da eleição é determinada pelo Código Eleitoral (Lei 4737/1965), que permite a detenção nos casos de flagrante delito, sentença criminal condenatória por crime inafiançável ou por desrespeito a salvo-conduto.

O flagrante de crime é configurado quando alguém é surpreendido cometendo uma infração ou acabou de praticá-la. De acordo com o Código de Processo Penal, se um eleitor é detido durante perseguição policial ou se é encontrado com armas ou objetos que sugiram participação em um crime recente, também há flagrante delito. 

Na segunda hipótese é admitida a prisão daqueles que têm sentença criminal condenatória por crime inafiançável, como, por exemplo, pela prática de racismo, tortura, tráfico de drogas, crimes hediondos, terrorismo ou ação de grupos armados que infringiram a Constituição.

A última exceção é para a autoridade que desobedecer o salvo-conduto. Para tanto, o juiz eleitoral ou o presidente de mesa pode expedir uma ordem específica a fim de proteger o eleitor vítima de violência ou que tenha sido ameaçado em seu direito de votar. O documento garante liberdade ao cidadão nos três dias que antecedem e nos dois dias que se seguem ao pleito. Quem desrespeitar o salvo-conduto poderá ser detido por até cinco dias.

O eleitor preso em uma dessas situações deve ser levado à presença de um juiz. Se o magistrado entender que o ato é ilegal, ele pode relaxar a prisão e punir o responsável. A proteção contra detenções durante o período eleitoral também vale para membros de mesas receptoras de votos e de justificativas, bem como para fiscais de partidos políticos.

No caso de candidatos, desde o dia 1º de novembro eles não podem ser presos, a menos que seja em flagrante ato crime.

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DIRETOR DA CHESF DIZ QUE ATUAL VAZÃO NÃO REPRESENTA CHEIA NO RIO SÃO FRANCISCO

O Nordeste está exportando cerca de 5.000MW de energia elétrica para as regiões Sul/Sudeste, através do Sistema Interligado Nacional – SIN, principalmente com a produção de energia hidráulica, na Bacia Hidrográfica do São Francisco, e dos parques eólicos instalados na Região.

Foi o que explicou, hoje (9), o diretor de Operação da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), João Henrique Franklin, em entrevista à Rádio Rural FM, de Petrolina (PE), ao ser indagado sobre os aumentos de vazão no Rio São Francisco, a partir do Reservatório de Sobradinho (BA).

“Nós estamos vivendo o período chuvoso na bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Sobradinho está com 60% de sua capacidade de armazenamento de água e há previsão de chuvas a partir deste mês e até abril do ano que vem, quando se encerram as chuvas”, destacou o diretor. Ele acrescentou que no Sul e Sudeste, o armazenamento de água está em torno de 20%, o que faz com o que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) determine a otimização dos recursos hídricos. 

“Quando estávamos com escassez hídrica, já tivemos esse apoio, essa importação de energia”, explicou.

João Henrique afirmou que a atual vazão de 2.900 metros cúbicos por segundo (m³/s) é considerada normal para o Rio São Francisco, mesmo tendo sido a maior praticada nos últimos sete anos. “Nós enfrentamos uma crise hídrica que agora chegou ao fim. Estamos com Sobradinho normalizado e muitos ribeirinhos comemoram a situação do rio agora, mais cheio”, disse.

Ele frisou que essa vazão atual praticada não representa cheia. “Precisaríamos estar com 4.200 m³/s para utilizar todas as seis unidades geradoras de Sobradinho, por exemplo. E estamos 1.300 m³/s abaixo dessa situação, que seria para maior geração de energia. Então estamos seguindo as determinações do Operador Nacional do Sistema Elétrico e estamos respeitando os usos múltiplos das águas e as ocupações regulares, sob o reconhecimento dos órgãos competentes”, destacou. 

João Henrique falou, ainda, sobre os comunicados regulares que a Empresa a sociedade civil, órgãos estaduais e municipais e convidou todos os interessados a terem informações sobre as alterações de vazão do Reservatório de Sobradinho para se cadastrar enviando SMS (mensagem de celular) com a palavra Sobradinho para o número 27569. Qualquer cidadão pode enviar o SMS e se cadastrar para receber as informações de vazão. (Fonte: Site Chesf)

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NÍVEL BAIXO DO RIO SÃO FRANCISCO EM MINAS GERAIS DIFICULTA RETIRADA DO VAPOR BENJAMIM GUIMARÃES

A docagem do Vapor Benjamim Guimarães, retirada da água para o estaleiro, teve início e tem previsão para ser concluída nesta segunda-feira, 09 de novembro. 

A retirada da embarcação da água foi realizada neste final de semana, por meio de rampa inclinada, necessária em função do baixo nível do rio. 

Segundo o responsável da empresa Indústria Naval Catarinense, contratada para os serviços de restauração da embarcação, a operação foi demorada e vem evoluindo com todos os cuidados necessários, para evitar o comprometimento da integridade do Vapor. A água que esteve em contato com a parte posterior do Vapor não irá comprometer seu maquinário.

A OBRA: Os serviços incluem a recuperação e substituição da estrutura do casco, das estruturas em madeira, incluindo pisos, divisórias, esquadrias e escadas. Além disso, serão feitas novas instalações elétricas, hidrossanitárias e de prevenção e combate a incêndio e pânico. O sistema de governo, telégrafo e das máquinas alternativas de propulsão também serão recuperados. 

A execução da obra está prevista para ocorrer no prazo de seis a oito meses, conforme cronograma do convênio e do projeto executivo contratado pelo Iepha-MG, contados a partir da conclusão do processo licitatório e assinatura do contrato. A ação de reforma e restauração da embarcação incluída no âmbito do Projeto Estratégico Minas Cultural, do Governo de Minas Gerais, teve seus recursos viabilizados a partir de convênio firmado com a União, por intermédio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan. 

O tombamento estadual do Vapor Benjamim Guimarães foi aprovado em 1985 com inscrição no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico.

A embarcação foi construída em 1913, pelo estaleiro norte-americano James Rees e Sons e navegou alguns anos no Rio Amazonas sendo transferido para o Rio São Francisco a partir de 1920. Transportou turistas pelo rio, sendo o único em funcionamento. Com capacidade para transportar até 140 pessoas, entre tripulantes e passageiros, ao vapor é permitido navegar em rio, lago e correnteza que não tenham ondas ou ventos fortes. 

Como características construtivas, o bem cultural é uma embarcação fluvial de popa quadrada, com máquina à vapor de 60 cavalos de potência alimentada por lenha, e com uma capacidade máxima de estocagem de 28 toneladas de combustível. O sistema de propulsão é o de roda de pás localizado na popa, capaz de atingir até 6,5 nós de velocidade máxima. O peso descarregado é de 243,42 toneladas, podendo ainda ser acrescido de mais de 66 toneladas, possui 43,85 metros de comprimento total e 7,96 metros de largura.

O Vapor Benjamim Guimarães é um dos últimos no mundo e tem sua história relacionada diretamente com o processo de implantação da navegação comercial no Rio São Francisco entre a segunda metade do século 19 e meados do século 20, participando como referência fundamental na paisagem do rio e na memória cultural coletiva local, regional e nacional. Por recomendação da Capitania dos Portos teve suas atividades interrompidas em 2015, desde então aguarda recuperação de sua estrutura para retomar sua atividade.
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