CAIXA ANTECIPA CALENDÁRIO DE SAQUES DE ATÉ R$ 500 DO FGTS

Os trabalhadores com contas ativas e inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) poderão sacar até R$ 500 de cada conta antes do fim do ano. A Caixa Econômica Federal antecipou o calendário de retiradas para não correntistas do banco.

Os saques de até R$ 500 por conta do FGTS começaram na sexta-feira (18) apenas para os não correntistas do banco nascidos em janeiro. O calendário original previa a liberação gradual conforme o mês de nascimento do trabalhador, até que os nascidos em dezembro pudessem sacar os recursos em março de 2020.

O novo calendário ficou da seguinte forma:
Aniversário em janeiro: saque a partir de 18/10

Aniversário em fevereiro e março: saque a partir de 25/10

Aniversário em abril e maio: saque a partir de 8/11

Aniversário em junho e julho: saque a partir de 22/11

Aniversário em agosto: saque a partir de 29/11

Aniversário em setembro e outubro: saque a partir de 6/12

Aniversário em novembro e dezembro: saque a partir de 18/12

Ao todo 62,5 milhões de trabalhadores sem conta na Caixa Econômica Federal poderão retirar até R$ 25 bilhões. Para os correntistas do banco, o dinheiro foi depositado automaticamente ao longo do último mês nas contas-correntes ou de poupança abertas até 24 de julho deste ano. Os depósitos automáticos beneficiaram 37 milhões de trabalhadores, num total de R$ 15 bilhões.
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BAHIA: CANUDOS, TERRA FÉRTIL PARA AS JUVENTUDES

Um território sagrado, palco de uma das maiores experiências de comunidades autônomas e, ao mesmo tempo, da violência e opressão do Estado brasileiro. Foi em Canudos (BA), no último final de semana, que dezenas de jovens do campo e da cidade dos estados da Bahia e Sergipe revisitaram a história do Arraial de Belo Monte buscando fortalecer os processos de resistências atuais.

O Intercâmbio da Juventude foi realizado durante a 32ª Romaria de Canudos, que teve como tema "Canudos, terra fértil da esperança e liberdade". A troca de experiências - organizada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), Conselho Pastoral do Pescadores (CPP) e Cáritas – reuniu jovens de comunidades tradicionais de fundo de pasto, quilombolas, pescadoras, de assentamentos e organizações e movimentos populares.

Uma visita ao Parque Estadual de Canudos fez parte da programação do Intercâmbio. No Parque, os/as jovens visitaram locais históricos da Guerra de Canudos, a exemplo do Vale da Morte, Hospital de Sangue e o Alto da Favela. Para o jovem da comunidade Barra do Brejo, do município de Pilão Arcado (BA), Maique Ribeiro a vista do açude, construído para apagar a história do arraial, foi o que mais chamou a atenção na visita.

 "O arraial foi coberto com água, mas o açude não apaga a memória do sangue dos inocentes", comentou o jovem, que acrescentou que "a história de Canudos inspira a resistência de nossas comunidades".

Após a visita ao Parque, os/as participantes do Intercâmbio realizaram um momento de conversa sobre a luta das comunidades hoje à luz da história de Canudos. Ruben Siqueira, integrante da Coordenação Nacional da CPT, facilitou o momento inicial do debate. 

"Nosso povo tem capacidade de auto-organização, de autonomia, por que a gente não cultiva isso? Porque nos ensinaram o contrário nas escolas. Ninguém passava fome em Canudos. Como pode 25 mil pessoas comendo, 5 mil casas, uma ao lado da outra, qual era o segredo? Organização popular, autonomia, autossustentação," destacou Siqueira.

Em rodas de conversas, os jovens debateram sobre as temáticas terra e território, água, comunicação e protagonismo juvenil. "A gente conversou sobre os problemas que estamos enfrentando em nossas comunidades, como as empresas que tentam invadir nossos territórios. Algumas comunidades já estão bem engajadas na defesa da terra, mas tem algumas que ainda têm dificuldade de se reconhecerem enquanto comunidades tradicionais", comentou Marcelo de Deus, da comunidade Umbiguda, município de Mirangaba (BA).

Os/as integrantes do Intercâmbio também participaram da programação geral da Romaria, que contou com exibição de filmes, mesas redondas e celebrações. Para Roseane Santos, do Assentamento Barreiro em Jacobina (BA), a ida a Canudos foi a realização de um sonho. "Eu sempre ouvia desde criança minha mãe falar sobre a Guerra de Canudos, eu tô cheia de alegria de ter participado", disse.

Texto: Comunicação CPT Juazeiro
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RIO SÃO FRANCISCO: POÇO REDONDO, SERGIPE E ITACURUBA, PERNAMBUCO NA MIRA DO PROJETO PARA INSTALAÇÃO DE UMA USINA NUCLEAR COM USO DAS ÁGUAS DO VELHO CHICO

A Comissão de Ciência e Tecnologia e Informática promoveu, na manhã desta segunda-feira 21, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), uma audiência pública para discutir a instalação de uma usina nuclear com uso das águas do Rio São Francisco. Em destaque o município de Itacuruba, no Sertão de Pernambuco.

A audiência foi conduzida pelos especialistas: professora Helen Khouri, do departamento de Energia Nuclear da UFPE; Carlos Brayner, diretor geral do Centro Regional de Energia Nuclear no Nordeste; Carlos Mariz, professor e consultor em Energia Nuclear e o doutor João Henrique de Araújo Neto, diretor de operações da Chesf.

Todavia,  o Projeto do Ministério das Minas e Energia não destaca uma possível instalação da Usina Nuclear na cidade de Poço Redondo, Sergipe. A redação deste Blog NEY VITAL apurou que no "ano passado houve visitas de técnicos que avaliaram o Povoado de Bonsucesso, localizado nas margens do rio São Francisco como um potencial concorrente de Itacuruba.

Até o momento o Governo do Estado de Sergipe e a prefeitura de Poço Redondo, não se manifestaram sobre o Projeto da Instalação da Usina Nuclear.

O líder do Governo Bolsonaro, o senador Fernando Bezerra Coelho "defendeu a instalação da usina nuclear em Pernambuco, justificando que  é um investimento da ordem de R$ 30 bilhões."

A professora Helen Khouri destacou as aplicações da energia nuclear no dia a dia e ressaltou que a falta de informações sobre o tema pode gerar um mito que amedronta as pessoas. “As pessoas que não conhecem a radiação só sabem o que foi dito pela televisão. E o que está dito pela televisão é acidentes e bombas. Não está dito nada sobre os benefícios da radiação”, afirmou.

O prefeito da cidade de Itacuruba, Bernardo Maniçoba, que estava presente na reunião, falou sobre a importância do debate para a decisão da instalação. “A gente tem que ter uma visão não só para o lado financeiro e econômico, mas sim para o todo, para a população. Vamos escutar a população e os técnicos e decidir qual a melhor opção para a nossa região”, declarou.

Se a construção da usina for feita nos próximos 10 anos, renderia um retorno de, aproximadamente, 750 milhões de reais de ICMS para o Estado e 150 milhões de ISS para o município por ano, segundo estudo da comissão responsável pelo projeto.

O deputado Joel da Arpa (PP), que participa da comissão responsável pela instalação da usina nuclear de Itacuruba, destacou porque a reunião foi realizada. “Esse debate é importante para que chegue também na população e entender que a gente não pode deixar de ter essa oportunidade, esse grande investimento não só para Itacuruba, mas também para Pernambuco”, comentou.

Integrantes da Articulação Sertão Antinuclear, coletivo que promove ações contra a instalação de usinas nucleares nas regiões do Nordeste, também estavam na reunião. Para os integrantes, é preciso dar uma atenção maior ao impacto ambiental e social que a instalação da usina pode ter.

“O problema de uma usina nuclear é que ela vai causar uma contaminação atmosférica, no solo, na água, que pode durar séculos, mesmo não causando uma morte imediata, mas o rastro de radiação é muito grande. O rio São Francisco é a vida daquela população e a instalação vai interferir diretamente na fauna e na flora do local”, afirmou José da Cunha Júnior.

Professor aposentado de Engenharia Elétrica do Centro de Tecnologia e Geociências (CTG) da UFPE, o físico Heitor Scalmabrini discorda radicalmente da necessidade do Brasil usar energia nuclear. Ainda mais no sertão, onde há baixo volume de chuvas e mais de 300 dias de sol por ano – um prato cheio para a energia solar.

“Não vejo nada de bom em relação a uma usina nuclear. Países que foram importantes para o desenvolvimento da tecnologia já estão abandonando-a ou buscando outras formas de energia. É uma tecnologia que traz intrínseca com ela a possibilidade de acidentes que produzem efeitos devastadores. Se há vazamento do interior do reator para o meio ambiente, como ocorreu em Chernobyl, as consequências se prolongam por milhares e milhares de anos. Podemos correr esses riscos com o Rio São Francisco? Um rio que tem uma bacia de 2.700 quilometros, que corta sete estados e 506 municípios, onde moram 20 milhões de pessoas?”, questiona.

*Blog Ney Vital
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RIO SÃO FRANCISCO: COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE DA ALEPE DISCUTE SEGUNDA-FEIRA 21 INSTALAÇÃO DE USINA NUCLEAR COM USO DAS ÁGUAS DO VELHO CHICO

A Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Assembleia Legislativa de Pernambuco realiza, nesta segunda-feira (21), uma Audiência Pública com ambientalistas e pessoas contrárias a instalação de uma usina nuclear em Itacuruba, no Sertão do Estado. O debate será realizado às 10h no auditório Ênio Guerra, na Alepe.

"É um tema de grande importância para o nosso estado principalmente para aqueles que vivem no Sertão e dependem do Rio São Francisco para sobreviver. A construção de uma obra dessa magnitude traria grandes consequências para o meio ambiente, e um sentimento de insegurança que precisa ser debatido", afirmou o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade Wanderson Florêncio. 

Além de Wanderson Florêncio, já confirmaram presença na audiência pública os deputados Priscila Krause (DEM), Lucas Ramos (PSB), Sivaldo Albino (PSB) e Doriel Barros (PT), a professora de Antropologia da UPE Vânia Fialho, o professor da UFPE Heitor Scalambrini, o chefe do departamento de Energia Nuclear da UFPE Antônio Celso Dantas, além de representantes da Pastoral da Terra, Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) e da Associação Nacional de Material Reciclável. 

Ambientalistas, o arcebispo de Olinda e Recife Dom Fernando Saburido, quilombolas, tribos indígenas e movimentos sociais já se mostraram contrários a construção da usina, que ofereceria riscos a população da região e ao rio São Francisco, que passa por cinco estados e 521 municípios.

"É um debate que precisa ser plural para que a maior quantidade de setores da nossa sociedade se sinta representada. Convidamos a sociedade civil para debatermos para escutarmos aqueles que sofrerão diretamente com as consequências", disse Wanderson Florêncio.

A Construção da usina nuclear em Itacuruba está no Plano Nacional de Energia 2050, do Ministério de Minas e Energia, entretanto, tal iniciativa não é permitida pela Constituição de Pernambuco. De acordo com o artigo 216, é proibida a instalação de usinas nucleares no estado até que se esgotem toda a capacidade de produção de outras fontes de energia, como eólica, hidrelétrica e solar.
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RIO SÃO FRANCISCO, OPARA, VELHO CHICO DE TANTAS HISTÓRIAS E BELEZAS

O rio de todos os brasileiros tem água para todos que precisam dele? São muitos os interesses em jogo, e o clima não tem ajudado, acentuando conflitos. Barragens e enormes estruturas de concreto fazem do Rio São Francisco o mais controlado dos grandes rios brasileiros. Domado, para produzir energia elétrica.

A cada usina a água primeiro é acumulada. Depois, desaparece em enormes tubulações, move turbinas e ressurge na quantidade que o homem determina. Repetidas vezes: Itaparica, Paulo Afonso, Xingó...

Encravada num paredão da cachoeira de Paulo Afonso, a casa de máquinas da Usina de Angiquinho nos dá a dimensão do desafio que ela representou, em 1913. Obra do empresário Delmiro Gouveia. Ele foi o primeiro a realizar o que já se imaginava há tempos.

“Desde o tempo do Império, quando Dom Pedro II contrata o engenheiro Halfeld para fazer um estudo do São Francisco do ponto de vista da irrigação, interligação com outros rios do Nordeste e também pra geração de energia elétrica”, diz Flávio Motta, gerente regional de operações Chesf.

Um museu em Paulo Afonso guarda um exemplar original do atlas do São Francisco, de Pirapora até a foz. Trabalho técnico, mas também artístico, do engenheiro alemão Henrique Halfeld. O livro é de 1860. O imperador Dom Pedro visitou a região um ano antes.

Ele navegou pelo Rio São Francisco a partir do mar. Desembarcou em Piranhas. Cidadezinha de encher os olhos. “Apenas os homens subiram o rio São Francisco. Cerca de cem homens vieram com o imperador. A própria imperatriz ficou em Maceió, capital alagoana”, conta Jairo Luiz Oliveira, pesquisador.

Antes de seguir viagem a cavalo, o imperador descansou algumas horas em um casarão e teve tempo de reproduzir em desenho a paisagem que viu da janela. 

Artista e protetor das artes, o imperador gostaria de saber que a casa onde ele tirou aquela sonequinha, hoje é sede do conservatório musical da cidade e da banda filarmônica de Piranhas. Bem afinado, um painel da população local. Gente de todas as idades e atividades. Os ensaios acontecem sempre nos fins de tarde. Até anoitecer.

O trecho do rio mais explorado pelo turismo tem como destaque os passeios pelo cânion de 65 quilômetros de extensão. Talhado na pedra, pela natureza, ao longo de milhões de anos e com milhões de detalhes. Aqui e ali, percebe-se a mão do homem e a devoção por São Francisco.

No caminho, os turistas se refrescam em algumas paradas e confirmamos: toda a beleza do São Francisco atrai gente de toda parte. 

Os paredões de rocha, que já são impressionantes, na verdade já foram muito maiores em relação ao rio. O São Francisco subiu. Antes de ser represado novamente, a profundidade média era de 30 metros. Hoje, são 90 metros.

Parte da história que acabou inundada foi resgatada. Mais de 20 anos depois, em um museu arqueológico, especialistas ainda separam e estudam ossos, rochas, centenas de milhares de peças, pequenos fragmentos. Sinais de ocupações humanas com até nove mil anos. 

“As mais antigas eram de caçadores, coletores, as mais recentes de ceramistas. Era um povo pacífico, a gente não encontra marcas de violência. Todos vivendo em função do rio”, diz Elaine Alves de Santana, arqueóloga.

Dos ribeirinhos de hoje, entre Sergipe e Alagoas, o que se ouve é uma enxurrada de queixas, principalmente em relação às usinas hidrelétricas. Na cidade Pão de Açúcar, o ambientalista Antonio Jackson Borges Lima diz que elas reduzem a quantidade e afetam a qualidade da água no baixo São Francisco.

“Ela passa por este processo de filtragem nas barragens e isso perde a qualidade do ponto de vista de produção, a água fica pobre. Para o turismo é uma maravilha, mas para produzi fica pobre. O peixe não desova porque a água tá limpa e o predador come”, declara.

Guardiãs de um ponto de bordado que só se encontra na região, o boa noite, as pescadoras da Ilha do Ferro dizem que o artesanato que era complemento de renda, está virando ganha-pão.  “O rio está morrendo e está acabando o peixe e a gente está ficando sem saída”, diz uma moradora.

“Se for para gerar energia, a gente não tem como pescar. E sem o peixe, a gente não tem como pagar a energia que vamos usar”, declara Maria da Conceição Corrente, pescadora. A companhia de saneamento de Sergipe diz que com o rio nesse nível, a captação de água em Propriá, já esteve ameaçada de colapso. A estação abastece um milhão de pessoas, inclusive em Aracaju.

Segundo a Agência Nacional de Águas, a ANA, o rio não está morrendo e tem água para atender a todos. Mas enfrenta a pior seca em vinte anos e a diminuição da vazão era inevitável.         
     
“A ideia é sempre atender a todos os usos que estão na bacia, da melhor forma possível, e fazer com que os reservatórios durem o maior tempo possível. O pior dos cenários é você esgotar o reservatório e interromper todos os usos. É isso que não se deseja, em nenhuma hipótese”, explica Patrick Thomas, superintendente adjunto de Regulação – ANA.

Em Penedo, Alagoas, o banco de areia bem no meio do rio é ponto turístico. A cidade do século 16, também atrai muita gente pela história, a arquitetura barroca das construções e das igrejas.

Do outro lado do rio, em Santana do São Francisco, a principal atração, que ocupa 70% da população, é o artesanato em argila.

Uma marca registrada, no artesanato da região é um certo detalhe em figuras humanas: o pé grande. Marca registrada, mas não muito.

Tudo começou com José Roberto Freitas, o Beto Pezão, na juventude dele. Era para equilibrar as peças, sem ter que colar uma base. Foi um sucesso. Beto se tornou um artista sofisticado, reconhecido, que viajou o mundo com seu trabalho e que não se importa nem um pouco que o povo de Santana aproveite a ideia dele.

Ele critica é a situação do rio. Diz que a própria argila piorou. Perdeu metais e ficou mais orgânica. Cria fungos. As peças em barro natural acabam manchadas. “O fungo que vem de dentro para fora mancha a peça toda. Fica muito feia a peça”, conta.

Cruzamos o São Francisco entre as duas últimas cidades, antes da foz: Brejo Grande e Piaçabuçu. Tradicional região produtora de arroz, com irrigação.

Existem áreas com alta produtividade, como a que faz parte de um perímetro irrigado de 2.500 hectares de arroz. Ao mesmo tempo, em outros pontos, a briga do São Francisco com o mar já traz problemas e mostra a desvantagem do rio.

Nas terras de um agricultor da região, o terreno chegou a ser preparado, mas Joaquim Machado Eugênio desistiu de plantar por medo da água salinizada. “O risco era de inviabilizar a atividade, matar a planta do arroz. Optamos por aguardar pelo período de chuvas”, comenta.

Ao contrário do que diz a música, hoje é o mar que está batendo no "mei" do rio. Cada vez mais, dizem as pesquisas. “A entrada dessa cunha salina, da foz até mais acima de Piaçabuçu, dá 15 quilômetros”, explica Neuma Rubia Figueiredo Santana, pesquisadora - Universidade Federal de Sergipe.

A população do assentamento de Saramém foi deslocada há 16 anos, quando o povoado do Cabeço foi engolido pelo mar. Só restou um farol fora d`água. A ironia é que agora a água salgada está chegando pela torneira. A de beber é preciso ir buscar num poço público.

A viagem do Globo Rural pelo São Francisco vai terminando onde o doce e o salgado, o azul e o verde, se encontram. O nome do barco que conduz a equipe de reportagem chama-se Vespúcio, homenagem a quem botou no mapa o rio que os índios chamavam de Opará - rio-mar na língua tupi -, o navegador Américo Vespúcio.

Vespúcio vinha mapeando a costa quando topou com o enorme rio. Consultou o calendário católico, como era costume, na época, e estava lá: dia de Sao Francisco de Assis: 4 de outubro de 1501. Um ano depois do descobrimento de Pedro Álvares Cabral, que tinha dado à nova terra o nome de Vera Cruz. 

É isso mesmo... Rio de tantas caras, de tanta gente, de tantas histórias, de todos os brasileiros, no final das contas, o São Francisco já era São Francisco antes do Brasil ser Brasil.

Fonte: Globo Rural - Alberto Gaspar
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ESTUDANTES DE JUAZEIRO COBRAM MELHORIAS NA BIBLIOTECA MUNICIPAL PROFESSOR ARISTÓTELES PIRES CARVALHO

Falta de acessibilidade, pouca iluminação, ares-condicionados sem funcionar, acervo defasado, entre outras pendências. Esta é a realidade da biblioteca municipal – Professor Aristóteles Pires Carvalho, espaço público para estudar e fazer trabalhos escolares em Juazeiro-BA.   

De acordo com os frequentadores da biblioteca, apesar de diversas reuniões com a secretaria da educação da Terra de João Gilberto, solicitando as devidas melhorias no espaço, pouco foi feito para solucionar a problemática.

Cansados de esperar, um grupo de mais de 100 estudantes do Sertão do São Francisco estão mobilizados para sensibilizar a administração municipal, eles elaboraram um abaixo assinado e pretendem fazer uma manifestação na terça-feira (22) para chamar a atenção do prefeito Paulo Bomfim (PCdoB).


Por: Guerreiros da Educação
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UNIVASF: OS DESASTRES NÃO SÃO CAUSAS NATURAIS É O TEMA DO V CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

“Os desastres não são fenômenos naturais". Este é o tema principal do V Congresso Brasileiro de Educação Ambiental Interdisciplinar (Cobeai), organizado pelo Programa Escola Verde, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). Pela primeira vez, o Cobeai acontecerá fora da Univasf e será realizado este ano na Universidade Federal de Sergipe (UFS), em Aracaju (SE), no Campus São Cristóvão, de 6 a 8 de dezembro. O evento é direcionado a professores, estudantes, pesquisadores e ambientalistas.

As inscrições podem ser realizadas no site  do V Cobeai até 15 de novembro e presencialmente na data e local do evento. O valor da taxa de inscrição varia entre R$40,00 e R$200,00 a depender da categoria em que o participante se encaixa e da data da realização da inscrição. A submissão de trabalhos, que pode ser feita até 30 de outubro, também deverá ser realizada através do site, após a inscrição e pagamento da taxa. São 12 Grupos de Trabalho que tratam sobre a temática socioambiental, de educação e de educação ambiental. Caso aceito, o trabalho será publicado nos Anais do Evento e poderá ser apresentado em forma de banner ou apresentação oral.

O congresso acontecerá simultaneamente ao VIII Workshop de Educação Ambiental Interdisciplinar (WEAI), evento pioneiro e que inspirou a criação do Cobeai. O evento conta com apoio da UFS, Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Universidade de Pernambuco (UPE), Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE), Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (Facape) e outras instituições de educação e socioambientais do estado de Sergipe.

De acordo com o coordenador Geral do evento, professor Paulo Ramos, o congresso já tem com 500 inscritos confirmados. A programação conta com palestras, exposições científicas, exposições artísticas, minicursos, oficinas, mesas redondas, apresentações dos Grupos de Trabalho e apresentações culturais. A programação detalhada pode ser encontrada no site. 

O principal objetivo do V Cobeai é debater e compartilhar experiências sobre a Educação Ambiental e os diferentes aspectos e problemáticas que estão nos campos da Educação e do Meio Ambiente. A temática central do evento foi pensada para que os aspectos culturais, econômicos, étnicos, políticos, religiosos e sociais sejam considerados na análise, compreensão e enfrentamento de fenômenos e problemáticas socioambientais.

A partir desta edição, o Cobeai passará a ser realizado em diferentes instituições, tornando-se itinerante. Durante o último Cobeai, que aconteceu em 2018 na Univasf, três instituições se candidataram para sediar o evento. Com esta iniciativa, os organizadores visam tonar mais acessível a participação dos interessados de todo o país, descentralizando o evento e enriquecendo-o com diversidade cultural.

 “Estamos muito satisfeitos, pois o Cobeai é um evento que nasceu em 2012 na Univasf de forma muito modesta, como apenas um Workshop, e que hoje já se espera que seja um marco com a expansão para todo o país”, destaca. 

Fonte: Ascom Univasf

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