FREI BETTO: SEGMENTO DOS INDIGENAS FOI O MAIS ATINGIDO PELA DITADURA

Ao todo, são 79 livros editados no Brasil. Um deles, foi selecionado através de votação popular para guiar uma mesa de conversa: Tom Vermelho do Verde. Na quarta-feira (11), as palavras do frade dominicano, jornalista e escritor Frei Betto mobilizaram as atenções na última edição de 2024 do Clube de Leitura, evento realizado pelo Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) no Rio de Janeiro. Embora seja um romance, a história narrada na obra escolhida tem como pano de fundo o drama vivido pelos indígenas waimiri atroari durante a ditadura militar.

Lançado em 2022, Tom Vermelho do Verde aborda acontecimentos da década de 1970 que Frei Betto só tomou conhecimento décadas mais tarde. Embora engajado na luta contra a ditadura, mal sabia ele na época dos horrores que a Floresta Amazônica testemunhava. Em entrevista à Agência Brasil, ele diz que hoje considera que os indígenas foram os mais atingidos pela violência empreendida ao longo do governo militar.

Realizado sempre na segunda e quarta-feira de cada mês, o Clube de Leitura tem entrada gratuita, mediante retirada prévia de ingresso na bilheteria. De acordo com Suzana Vargas, mediadora e curadora da iniciativa, o convite aceito por Frei Betto para o último encontro do ano deu ao público a oportunidade de "refletir como a literatura é capaz de elevar a outro patamar nossa consciência existencial e cidadã, muitas vezes ocupada por preocupações puramente materiais".

Na entrevista concedida à Agência Brasil antes do encontro, Frei Betto transita por múltiplos temas. Conta detalhes sobre Tom Vermelho do Verde e provoca reflexões sobre o período militar e sobre os desafios no mundo atual. Compartilha ainda informações sobre o trabalho que desenvolve em Cuba, voltado para a promoção da soberania alimentar, e chama atenção para a presença da religiosidade na vida das pessoas.


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DOMINGUINHOS MESTRE DA SANFONA

 Vem amor, vem cantar

Pois meus olhos

Ficam querendo chorar

Deixe a mágoa pra depois

O amor é mais importante a dois

Os versos da música Sanfona Sentida, na voz e acompanhados pelo dedilhar de Dominguinhos (1941-2013), inspiraram o professor de história Gustavo Alonso, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), para o título da biografia do artista nascido em Garanhuns (PE). A letra é de autoria de Anastácia, uma das principais parceiras profissionais, e também uma das companheiras de vida do músico.

O livro, que deve ser lançado no ano que vem pela editora Todavia (com previsão de 380 páginas), traz detalhes sobre a inventividade, a mistura de ritmos e até polêmicas da vida do artista que ficou conhecido como uma referência da sanfona e do forró, e um herdeiro musical do “rei do baião”, o também pernambucano Luiz Gonzaga (1912-1989). A data de nascimento de Gonzagão, 13 de fevereiro, passou a ser reconhecida como o Dia Nacional do Forró

 “[Essa imagem] de ele ser o herdeiro de Gonzagão era uma questão tensa para Dominguinhos pelo menos até a morte do Rei do Baião. Às vezes, ele abraçava essa ideia. Às vezes, não”, disse o biógrafo, que também é músico, em entrevista à Agência Brasil.

“Era um gênio. Muito humano, com fraquezas, carências, dificuldades e capacidades. Um artista intuitivo.”

A infância humilde em Garanhuns, na década de 1940, com os pais camponeses, passou a ter um outro tom quando foi tocar com dois irmãos no centro da cidade, o mais velho, Moraes, e o mais novo, Valdomiro. “No total, a família teve 16 filhos e seis morreram. Em 1949, eles estavam tocando em frente ao Hotel Tavares Corrêa para ter dinheiro para o almoço. A renda da plantação não dava para todo mundo”, explica o pesquisador.

Foi quando o astro Luiz Gonzaga chamou o trio para tocar com ele. E deu aos meninos um telefone e um endereço no Rio de Janeiro. “Gonzaga fazia e fez isso com muita gente. Na época, o Dominguinhos não tocava sanfona, mas pandeiro”.

Em 1954, a família foi para o Rio. Todos em caminhão pau-de-arara. Dominguinhos ainda era chamado de Neném do Acordeon.

Depois de trabalhar até como tintureiro com seus 13 anos de idade, Dominguinhos procurou Gonzagão no Rio de Janeiro, ganhou confiança e passou a ser um faz-tudo do experiente músico. “Com o tempo, Dominguinhos passou a buscar um caminho próprio dele, flertando com o pessoal da MPB, por exemplo”. Ia além: misturava forró com jazz e fazia um ritmo de forma mais desconstruída, sobretudo na obra instrumental.

Nas décadas de 1960 e 1970, o artista frustrou quem imaginava que ele poderia ser uma voz contra a ditadura, tal como Gonzagão, que não enfrentou o regime de exceção em suas obras. A morte de Gonzagão e depois de Gonzaguinha, em 1991, foi, para o pesquisador, fundamental para ele aceitar, informalmente, o rótulo de herdeiro do Rei do Baião. Inclusive, nos anos 1990, ele recebeu apoio estatal para um projeto chamado “Asa Branca”, em que ele levava forró pelo país para cultuar a memória do músico que o descobriu.

Dominguinhos, diferentemente do Gonzaga, nunca parou de gravar música instrumental. “Nessas músicas, eu diria que estão as mais virtuosísticas obras dele”, avalia o pesquisador. Depois, o artista passou a assumir a imagem com um chapéu de vaqueiro e nunca deixou de usar. “Era mais comum ele aparecer com roupas modernas, camisas floridas, cabelos grandes em um flerte com os tropicalistas”.

Amor e mágoa-O biógrafo explica que foi Anastácia (que era mais conhecida do que o parceiro) quem o ensinou a cantar. Era uma relação profissional e amorosa em que as letras também mergulhavam em empolgação ou melancolia.

“Anastácia é uma compositora que ele conhece em 1967 e tem um caso amoroso com ela. Eles viram amantes e ficam juntos até 1978”.

O término abrupto deixou mágoa na artista, que foi entrevistada pelo pesquisador. Hoje ela tem 83 anos de idade, vive em São Paulo (SP) e, segundo o pesquisador, revela detalhes da vida com Dominguinhos.

Ela guardou tristeza profunda, destruiu fotografias com o antigo parceiro, mas reconhece que foi o amor da vida dela. As traições recorrentes do artista, além de a desanimarem, foram inspirações para composições. Ficaram 30 anos sem se comunicarem e só se encontraram quando Dominguinhos descobriu o câncer que iria matá-lo.

A história de amor clandestina começou em uma turnê com Luiz Gonzaga. Depois, passaram a viver e se encontrar em São Paulo. “Foi lá, inclusive, que compuseram Eu Só Quero um Xodó, que é um grande clássico”.

“Antes, era Anastácia quem o levava para conhecer as pessoas. Ela era uma compositora. Ele compunha temas instrumentais”. A artista explicava como escolher e desenvolver um tema, e voltar para o refrão. “Ela deu a régua e o compasso para ele no mundo da canção”, diz o biógrafo. A parceria ganha os sons de baiões, xotes, forrós e também boleros.

Sonoridades-A união musical rendeu discos como Domingo, Menino Dominguinhos (1976). Outros álbuns que o pesquisador destaca são Apôs, tá Certo (1979), Querubim (1981) e Simplicidade (1982).

“São os meus preferidos. A discografia dele é longa. Depois tem a parceria com o Nuno Cordel também, em meados dos anos 1980, quando ele não tem mais a Anastácia. Ele se separa dela em 1978 e também da esposa no Rio de Janeiro porque ele se apaixona por outra artista, Guadalupe, com quem ele ficou casado por cerca de dez anos”.

Dominguinhos, sem Anastácia, passou a procurar compositores como Alceu Valença, Chico Buarque, Djavan e Gilberto Gil. “Ele teve grandes parceiros”. Mas o artista apreciava aqueles que respondiam rapidamente. Por isso, sentia falta da antiga companheira.

Dominguinhos, na avaliação do biógrafo, trouxe uma feição nova para o gênero do Luiz Gonzaga. A sanfona que ele usou mais tempo na vida foi um modelo Giulietti, ítalo-americana, que ele comprou usada na Inglaterra.

“Ele se encantou com aquela sonoridade”. E isso fez parte das transformações musicais dos anos 1970. “Ele é um agente fundamental desse momento”.

O forró misturado a outras influências entoaram uma nova história para a música nordestina. O pesquisador afirma que não houve um batismo oficial de Rei do Forró, mas considera que Dominguinhos ajudou a moldar o ritmo que é ouvido no século 21.

“Hoje em dia, todo sanfoneiro quer ter o instrumento igual do Dominguinhos”. E também a inventividade de uma sanfona que não parou, que cantava o amor, celebrado com xodós, que “alegre meu viver” e pela busca de estar “de volta para um aconchego”.

*AGENCIA BRASIL Cibele Tenório, da Rádio Nacional


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NEMA DA UNIVASF É DESTAQUE EM REPORTAGEM DA REVISTA FAPESP

O Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) tem se destacado por suas contribuições significativas na recuperação da biodiversidade vegetal da Caatinga, bioma mais representativo no semiárido brasileiro. Em reportagem recente da revista Pesquisa FAPESP, o biólogo e professor da Univasf Renato Garcia Rodrigues, coordenador do Nema, enfatizou a importância de restaurar o solo para o sucesso da revegetação. 

"Para recuperar a vegetação na Caatinga, temos de recuperar o solo. Não adianta plantar em solo ruim, duro e seco, como o de um estacionamento”, enfatiza o coordenador do Nema, Renato Garcia, na reportagem. Desde 2016, o Nema, sob sua liderança, desenvolve e implementa métodos de baixo custo para restaurar áreas degradadas ao longo de dois mil hectares às margens dos canais de transposição do Rio São Francisco. Essas iniciativas, realizadas em parceria com o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), incluem a identificação de espécies nativas adaptadas às condições locais e a criação de núcleos de aceleração de regeneração natural.

Uma das estratégias adotadas pelo Nema é a dispersão de sementes de espécies pioneiras, como a mata-pasto (Senna uniflora), herbácea com flores amarelas, que formam uma cobertura vegetal capaz de enriquecer o solo e facilitar o desenvolvimento de outras plantas ao ajudar na retenção de água. Além disso, o plantio de árvores nativas em agrupamentos estratégicos tem apresentado taxas de sobrevivência maiores que 90% para algumas espécies, o que demonstra a eficácia dos métodos empregados.  

Até o momento, foram plantadas mais de 45 mil árvores pioneiras e cerca de 9.200 secundárias no Eixo Leste, além de mais de 44 mil pioneiras e 32 mil secundárias no Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco. O plantio está previsto para ser concluído em três anos. Os resultados apresentados pelos pesquisadores do Nema, que identificaram 26 espécies nativas adequadas para a restauração de áreas degradadas, foram detalhados em um artigo publicado na Journal of Applied Ecology em março de 2023.

Essas ações do Nema não apenas promovem a recuperação ecológica da Caatinga, mas também contribuem para a sustentabilidade ambiental e o bem-estar das comunidades locais, reforçando a relevância das pesquisas e trabalhos desenvolvidos pelo núcleo. 

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PRIMEIRA EDIÇÃO DA EXPOCARIRI SERÁ REALIZADA ENTRE OS DIAS 6 A 8 DE DEZEMBRO EM BARBALHA

O município de Barbalha, no Cariri cearense, recebe de 6 a 8 de dezembro de 2024 a primeira edição da ExpoCariri, feira agropecuária promovida pelo Sistema Faec/Senar e Embrapa Algodão, em parceria com Sebrae, Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) e Governo do Ceará. 

O evento, que reunirá representantes de 25 municípios da região sul do Estado, será realizado no Campo Experimental da Embrapa Algodão, na Rodovia Otávio Sabino Dantas (Corredor dos Sabinos), em Barbalha.

No sábado (7) pela manhã, será realizada a Inauguração da Sede Regional do Sistema Faec/Senar no Cariri, e logo depois terá início o Encontro de Produtores Rurais, durante o qual serão apresentadas as ações do Sistema Faec/Senar e será feito o lançamento do projeto “Algodão do Ceará”, variedade de algodão de fibra longa que está sendo desenvolvida no local pela Embrapa. A ideia, segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), Amílcar Silveira, é revitalizar a cotonicultura no Estado, com um produto de alto valor agregado.

Na sexta-feira (6), a Faec promove o Encontro de Mulheres do Agro do Cariri e o Encontro de Jovens do Agro Cearense – edição Cariri, com palestras sobre o protagonismo feminino no campo, liderança e empreendedorismo no agronegócio, dentre outros assuntos.

A ExpoCariri será realizada em um ambiente de 10 hectares de área irrigada e plantada e contará com a participação de mais de 40 empresas expositoras. Nos três dias de evento, é esperado um público de 3 mil pessoas, entre produtores rurais, técnicos, pesquisadores, empresários e interessados em geral.

A programação inclui palestras técnicas de seis unidades da Embrapa (Algodão, Mandioca e Fruticultura, Semiárido, Cerrados, Milho e Sorgo) além da participação de Instituições de Ensino como UFCA, IFCE, Fatec e de empresas do setor. O público-alvo são pequenos, médios e grandes produtores rurais, além de técnicos e alunos.

A ExpoCariri é promovida pela Faec, Embrapa, Federação das Indústrias (Fiec), Sebrae, e Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE). O evento visa fortalecer a agricultura local, incentivar a adoção de novas tecnologias e fomentar o desenvolvimento sustentável do setor agropecuário no Cariri.

PROGRAMAÇÃO:
Sexta-feira, 6 de dezembro
-Encontro Mulheres do Agro:
9h00: Abertura e Posse da Comissão Estadual das Mulheres do Agro da Faec
9h30: Palestra “Propósitos que Transformam Negócios”
10h20: Palestra “A Força Feminina e o seu Protagonismo no Agro Nordestino”
11h00: Palestra “Elas são Força e Voz do Agro no Cariri Cearense”

-Encontro de Jovens do Agro:
14h00: Abertura
14h30: Palestra “Liderança Empreendedora no Agronegócio: Desafios e Oportunidades”.
15h30: Palestra “Arranjos produtivos Locais: Um Celeiro de Novas Lideranças”
16h30: Palestra “Jovens Liderando o Agro: Caso de Sucesso em Santana do Cariri”.
17h30: Encerramento

Sábado, 7 de dezembro
-Encontro de Produtores Rurais do Cariri:
9h00: Credenciamento.
10h00 às 13h00: Apresentação das ações do Sistema Faec/Senar na região do Cariri.; Lançamento do plantio de algodão; Pronunciamento das autoridades presentes.
13h00: Churrasco de Fogo de Chão.

SERVIÇO
Data: 6 e 7 de dezembro
Hora: a partir das 9 horas
Local: Campo Experimental da Embrapa Algodão. Avenida José Bernardino Leite, 4000. Km 4, Buriti, Corredor dos Sabinos. Barbalha-CE.

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IVAN GREG LANÇA MÚSICA SANTO RIO

O majestoso rio São Francisco acaba de ganhar uma nova expressão musical com o lançamento de "Santo Rio". A música, que homenageia a maior riqueza do sertão e celebra a conexão entre as águas do rio e o povo nordestino, traz a assinatura dos compositores Camila Yasmine e Gean Ramos Pankararu e ganha vida com a interpretação do músico Ivan Greg

Com uma combinação única de xaxado, sanfona, zabumba, triângulo e violão, "Santo Rio" ecoa pelos corações sertanejos como uma reza, transportando quem ouve para as margens do São Francisco e para o cotidiano do sertão.

O lançamento da faixa e do clipe acontecerá no próximo sábado, 30 de novembro, em todas as principais plataformas de streaming. Já o videoclipe, gravado em locações que exaltam a beleza e a essência do Velho Chico, terá uma estreia especial no evento Fuá do Poeta realizado no Zé Matuto, em Petrolina, a partir das 22h .

Mais do que uma canção, "Santo Rio" é um hino ao Velho Chico e a tudo o que ele representa: vida, cultura e resistência. Acompanhe o lançamento e mergulhe nesta poesia.

Serviço:

O que: Lançamento da música e clipe "Santo Rio"
Onde: Zé Matuto, Petrolina
Quando: Sábado, 30 de novembro, às 22h
Disponível em: Principais plataformas de streaming 

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Jornalista | Assessora de Comunicação | Social Media
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I EXPOCARIRI SERÁ REALIZADA EM DEZEMBRO, EM BARBALHA-CEARÁ

Entre os dias 6 a 8 de dezembro vai acontecer a Expocariri, no Campo Experimental da Embrapa Algodão, em Barbalha/Ceará. 

O evento é uma realização da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec) realiza nos dias 6, 7 e 8 de dezembro, a I ExpoCariri, a Feira da Agropecuária da região Sul do estado do Ceará, em parceria com a Federação das Indústrias (Fiec), o Sebrae-CE,Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-Embrapa Algodão-Barbalha Ceará.

A ExpoCariri vai acontecer no Campo Experimental da Embrapa Algodão, Corredor dos Sabinos, na cidade de Barbalha e pretende reunir produtores rurais e agroindustriais de todo o Nordeste.

No dia da abertura da I ExpoCariri, será inaugurada o escritório de representação da Faec/Senar, em Barbalha.

A programação técnica prevê palestras sobre o cultivo de sorgo, o sistema de confinamento consorciado para ruminantes, a macaúba como fonte de renda, o amendoim como opção para abertura, renovação e rotação, as perspectivas para o algodão no Ceará, a maximização da produtividade do milho, e a nova biotecnologia de controle da lagarta do cartucho do milho.

A programação da ExpoCariri incluirá eventos sociais, como o Encontro de Mulheres do Agro do Cariri, o Encontro de Jovens do Agro Cearense, além do já tradicional Encontro de Produtores Rurais.


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ATOR MARCOS PALMEIRA VISITA EXU, TERRA DE LUIZ GONZAGA

O produtor orgânico, Marcos Palmeira viaja pelo Brasil em busca de experiências de sucesso e casos de trabalho que resultam em qualidade de vida. Dessa vez, o destaque é Exu, Pernambuco, terra de Luiz Gonzaga. Marcos Palmeira gravou nesta quarta-feira (6), sobre o combate a desertificação na região do semiárido, programa que será exibido na TV Futura, o  “Manual de Sobrevivência para o século 21.

O ator foi conhecer a Associação de Agricultores Familiares da Serra dos Paus Doias, localizada na Chapada do Araripe e que tem a missão de produzir preservando a vida no Semiárido gerando renda, emprego e sustentabilidade. Este ano, a Associação Agrodoia recebu o Premio Vasconcelos Sobrinho 2024, devido a dedicação ao Sistema Agroflorestal com meio ambiente, agricultura e Escola Sustentável.

"Impressionado. É um trabalho diferenciado, merece ser valorizado. Estou emocionado e feliz em conhecer o trabalho deles. Valorizam as plantas medicinais, oleos essenciais, focam o trabalho em conhecimento ancestral e tudo compartilhado com outras famílias", disse Marcos Palmeira.

Ano passado o BLOG NEY VITAL destacou a reportagem Agrofloresta: Mestrandos em Extensão Rural-Universidade Federal do Vale do São Francisco visitam Serra dos Paus Doias, em Exu (PE). 

Marcos Palmeira e Equipe conheceram a Agrodóia um Território de restauração e regeneração, referência de prática no Brasil e exterior. A agrofloresta criada e manejada por Maria Silvanete e Vilmar Lermen, suas filhas, Fernanda e Débora, e filhos, Jeferson e Pedro, se apresenta como um manto verde germinado na paisagem do semiárido, onde abundam centenas de cultivares, plantas medicinais, árvores, abelhas e outros seres que ali habitam, convivem e transformam o ambiente em busca de um bem viver.

Maria Silvanete Lermen é educadora popular, orientadora em saúde comunitária, benzedeira de mãos postas, orientadora de portais ancestrais, agroflorestora, praticante e pesquisadora das vivências dos povos. Vilmar Lermen é agricultor agroflorestal, possui mestrado em extensão rural na Univasf. 

A comunicadora da Agrodóia e do Espaço Maiêutica, Fernanda Lermen, ressaltou que @manualdesobrivivencia, Marcos Palmeira veio para Exu para falar de agrofloresta, como maneira de combater a desertificação e assim "conhecer a experiência de duas famílias da Agrodóia, a família Lermen e família Cavalcanti.

"O objetivo é enfrentar o processo das mudanças climáticas que estão ocasionando sérios problemas ambientais, por exemplo a desertificação.  A agrofloresta é um caminho para o combate a este problema que afeta várias regiões no mundo atualmente", explica Fernanda Lermen.

A desertificação tem avançado na Caatinga por causa de mudanças climáticas que estão ocorrendo no mundo todo. Nos últimos 36 anos, o Bioma Caatinga, que só existe no Brasil, já perdeu 40% da área de rios e lagoas e 10% da vegetação nativa, segundo um levantamento da rede Mapbiomas.

Em Pernambuco, por exemplo, 123 dos 184 municípios estão correndo o risco de desertificação, segundo um estudo do qual participou o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Iêdo Bezerra Sá.

A caatinga ocupa um décimo do território nacional, quase todo no Nordeste. O seu nome vem do Tupi e significa "Mata Branca", que é a aparência da vegetação durante a seca.

Ao longo de quase 25 anos vivendo e trabalhando na zona rural de Juazeiro (Bahia), a agricultora Ana Lucia da Silva, 41 anos, viu a paisagem e o clima do lugar mudarem. Ela conta que já não consegue mais plantar mandioca e mamona, por exemplo, assim como faziam seus pais e avós. "Está cada vez mais quente. As chuvas diminuíram, e, quando vem, é por um curto período. Depois, só no outro ano. A gente sai para trabalhar porque é obrigado. Vai na roça aguentando o calor, solzão na cabeça, não é fácil, não".

Ana Lucia é uma das moradoras da primeira região árida do Brasil, identificada por pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) em cinco municípios do nordeste da Bahia: Rodelas, Juazeiro, Abaré, Chorrochó e Macururé e que ocupam uma área de 5,7 mil km².

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