CEM ANOS DO RÁDIO NO BRASIL: RÁDIO CLUBE DE PERNAMBUCO FOI A PIONEIRA, AFIRMAM PESQUISADORES

Em 7 de setembro de 1922, centenário da Independência do Brasil, ocorreu o que os pesquisadores chamam de primeira grande demonstração pública radiofônica no Brasil. Houve, na ocasião, a inauguração da Exposição Internacional do Rio de Janeiro, que comemorava os 100 anos da emancipação do país. A demonstração de rádio foi organizada pela empresa Westinghouse International Company, usando a estação SPC, instalada no Corcovado. Naquele dia, houve o discurso do presidente Epitácio Pessoa e as ondas chegaram até a Niterói, a Petrópolis e a São Paulo. 

Mas, a história do rádio pode ter começado bem antes deste que é considerado por muitos o marco inicial do veículo no Brasil. E em uma cidade que fica a mais de dois mil quilômetros da antiga capital do país.

Recife era uma cidade de 230 mil pessoas no ano de 1919 e respirava a brisa da modernidade daquelas primeiras décadas do século 20. Três anos antes da transmissão carioca, apontada como a primeira transmissão radiofônica do Brasil, a Rádio Clube de Pernambuco teve papel indiscutível e pioneiro para o desenvolvimento do rádio como veículo de comunicação de massa. 

Para pesquisadores ouvidos pela Agência Brasil, não deve haver uma polêmica sobre onde afinal começou o rádio porque os processos eram concomitantes. Professores explicam que em 1919, a Rádio Clube de Pernambuco passou a ter os próprios estatutos e ganhou visibilidade da mídia. A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro seria fundada em 20 de abril do ano seguinte.

A emissora no Recife, formada por estudantes radioamadores, foi inaugurada em 6 de abril de 1919, e depois reinaugurada em 1923 - o que lhe garantiu pioneirismo técnico. “Foi como um berço para a transmissão radiofônica”, diz o professor Pedro Vaz, pesquisador da história da rádio e professor universitário em São Paulo.

“Consoante convocação anterior, realizou-se hontem na Escola Superior de Eletricidade, a fundação do Rádio Club, sob os auspícios de uma plêiade de moços que se dedicam ao estudo da eletricidade e da telegraphia sem fio (...) a primeira no gênero fundada no país” (trecho do documento de fundação da Rádio Clube)

A pesquisadora Adriana Santana, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), explica que a rádio no Recife era formada por pesquisadores muito entusiasmados pelas possibilidades tecnológicas da transmissão sem fio. “Há pesquisas relevantes sobre o registro histórico no Recife, mas eu acho que o mais interessante não é requerer a paternidade ou a maternidade da rádio no Brasil, mas a gente constatar que, no Brasil, havia esse espírito da descoberta que marca esse tempo”. 

A pesquisadora contextualiza que, naquelas primeiras décadas do século 20, havia uma efervescência cultural e científica e que ganhou novo estímulo com o final da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). “Eram pessoas com recursos e que investiam em equipamentos e testes. Em geral, homens de diferentes profissões e ligados pela paixão por aquela inventividade”, afirma. 

Mas, conforme pontua o professor Luiz Artur Ferraretto, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), as primeiras transmissões de rádio no Brasil devem ser vistas como frutos de um processo e que há um inquestionável pioneirismo de ações em Pernambuco, inclusive antes de 1919. Na década de 1910, já existem experimentos e Recife, por ser uma cidade portuária, recebeu equipamentos. Em 1914, as transmissões experimentais passam a ser proibidas por causa do início da guerra. 

O documento Carta aberta sobre o pioneirismo no rádio brasileiro, publicada por estudiosos do rádio em setembro do ano passado, cita amadores operando estações ainda na década de 1910, em uma prática que evoluiu da radiotelegrafia e da radiotelefonia. “Com o surgimento da KDKA, emissora pioneira dos Estados Unidos, intensifica-se o interesse deles em relação à transmissão sonora. No Brasil, tais irradiações seguiam sendo consideradas clandestinas. Há registros, inclusive, de perseguição das autoridades em relação aos que operavam essas estações”, detalha a carta.

Não há registros dessas transmissões em função das proibições no Brasil, “o que se resolve somente após a fundação da Rádio Sociedade e por hábil intermediação de Edgard Roquette-Pinto junto ao governo”. 

Segundo esse documento, entende-se que protagonistas foram Oscar Moreira Pinto (radiotelegrafista da Marinha Mercante) e Oscar Dubeux Pinto (eletricista que trouxe equipamentos para o Brasil). “A primeira transmissão clara de som em território brasileiro, no entanto, é anterior a tudo isso. Ocorreu, em 17 de abril de 1911, na costa da Bahia. Trata-se da demonstração do chamado sistema Telefunken a bordo do SMS von der Tann, cruzador-encouraçado alemão, de onde se transmitiu música captada pela Estação de Amaralina”, contam os pesquisadores no texto da carta aberta.

Na avaliação do professor Ferraretto, rádio como sinônimo de comunicação sem fio, sem ser telefonia, começa no Recife. “No Rio de Janeiro, ele ganhou força. Ao longo dos anos 1920, o veículo vai se transformar naquele meio de comunicação que a gente conhece hoje como rádio”.

O jornalista e pesquisador Luiz Maranhão Filho também compartilha o entendimento que Pernambuco foi berço do rádio no Brasil, através de um grupo de amadores e estudantes de física, integrantes da Escola de Eletricidade do Recife. “Foi artesanal, com certeza. Os curiosos obtiveram a fonia, utilizando um transmissor de telegrafia sem fio (...) O grupo adaptou para transmitir vozes, através de um microfone, feito com uma lata de goiabada com muitos furos de pregos e carvões magnéticos, estendidos em seu interior”.

Pedro Vaz explica que tanto a Rádio Clube de Pernambuco como a Rádio Sociedade foram pioneiras. Ele contextualiza que os organizadores e entusiastas da radiotelegrafia não pensavam a rádio como conhecemos hoje. “Ninguém ali imaginaria que iria se tornar o potente veículo da primeira metade do século 20”. Ele acrescenta que, a partir de fevereiro de 1923, com a instalação de um pequeno equipamento de dez watts, foi que a emissora passou a ser captada no centro de Recife. 

EXPERIMENTAÇÃO: Aqueles jovens, que tinham as referências de Landell de Moura e dos experimentos dos anos 1910, entenderam a possibilidade da transmissão de voz à distância. “Eles resolveram criar uma rádio clube para experimentação de transmissão de sons. O que se fez na Rádio Clube de Pernambuco é embrião para a Sociedade Educadora Paulista, do Roquette-Pinto”, diz Pedro Vaz.

O professor salienta que, entre Roquette-Pinto e Rádio Clube de Pernambuco, nunca houve uma polêmica sobre quem seria pioneira.  “Ele reconhecia a Rádio Clube de Pernambuco e a Rádio Clube também reconhecia. Não existiam brigas pra quem chegou primeiro, pelo contrário”. (Fonte: Agencia Brasil Foto Ilustrativa Especial Rádio Cultura RJ)

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ECOLOGIA: EMPRESA DESISTE DE PARQUE EÓLICO EM ÁREA DA ARARINHA AZUL

Comunicado distribuído pela Voltalia informa que a empresa desistiu de gerar energia eólica próximo ao local de reintrodução da ameaçada ararinha-azul, em Curaçá, no interior da Bahia. No comunicado, a empresa afirma “que não possui e nem tem intenção de iniciar projetos eólicos” no local. Comenta, ainda, “que chegou na região há cinco anos, em 2017, para realização de estudos. Mais recentemente, contudo, com a confirmação da reintrodução das aves na localidade, a empresa optou por descontinuar todas as ações que encontravam-se em andamento”.

A nota citada pela imprensa regional foi veiculada em resposta ao abaixo-assinado da Change.org, mas não consta na página da empresa.

Como descrito em reportagem de ((o))eco, a Voltalia pretendia gerar 288 Megawatts no Complexo Eólico Serra da Borracha, com 48 turbinas distribuídas em “linhas retas orientadas principalmente na direção Norte-Sul” e em seis parques apartados. Estudos sobre a fauna regional eram conduzidos pela companhia para o futuro licenciamento do projeto, pelo governo estadual. De origem francesa, a empresa tem outros empreendimentos eólicos em localidades como São Miguel do Gostoso e Serra Branca, no Rio Grande do Norte, além de negócios com produção, venda e distribuição de energia no Brasil e no Exterior.

A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) foi extinta da natureza em 2000, pelo desmatamento, caça e tráfico. Um primeiro grupo com 8 aves criadas em cativeiro foi liberado num refúgio de vida silvestre em Curaçá e Juazeiro, na Bahia, em 11 de junho. A reserva é rodeada por uma área de proteção ambiental, também federal. Somam juntas 1.200 km², cerca do dobro da área da capital Salvador. As áreas protegidas são cortadas pela rodovia BA-120. Outros projetos energéticos não estão descartados do futuro da região de Curaçá, que tem alto potencial para geração de energia.

A reportagem é de Aldem Bourscheit. Jornalista cobrindo histórias sobre Conservação da Natureza, Crimes contra a Vida Selvagem, Ciência, Comunidades Indígenas e Tradicionais. Atuou em jornais, rádios, organizações não governamentais, setor privado e governamental. Pós-graduado em Meio Ambiente, Economia e Sociedade pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Argentina). Especializado em Políticas Socioambientais e Públicas. Membro da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental. FONTE: https://oeco.org.br/noticias/empresa-desiste-de-parque-eolico-em-area-da-ararinha-azul/

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VAZÃO DA BARRAGEM DE SOBRADINHO DEVE AUMENTAR NA SEGUNDA QUINZENA DE JULHO


A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) informa que a vazão praticada no reservatório da Usina Hidrelétrica de Sobradinho permanecerá na média diária de 1.200 metros cúbicos por segundo (m³/s), com perspectiva de ser elevada para 1.600 m³/s a partir da segunda quinzena de julho, podendo haver alteração neste valor em função do processo de otimização energética envolvendo as diversas regiões do País, coordenado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS.

A vazão foi definida em reunião coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico – ANA realizada em 05/07/2022, quando também se definiu que a UHE de Xingó, deve permanecer no patamar ora praticado de vazões médias diárias de 1.100 m³/s, com possibilidade de elevação para até 1.600 m³/s, a depender do comportamento da geração eólica e das necessidades de atendimento ao Sistema Interligado Nacional – SIN.

Importante observar que a elevação de vazão registrada recentemente no Baixo São Francisco ocorreu em virtude das chuvas na região situada a jusante da UHE Xingó, não tendo relação, portanto, com a vazão praticada pela referida Usina.

A Chesf reforça ainda a importância para a não ocupação de áreas ribeirinhas situadas na calha principal do rio, visto que em condições emergenciais,  a exemplo da necessidade de maximização de geração para atendimento ao SIN, as usinas de Sobradinho e Xingó têm a capacidade de turbinar vazões da ordem de 4.200 m³/s e 3.000 m³/s, respectivamente.

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ÓPERA DA SERRA DA CAPIVARA RETORNA COM HOMENAGEM A NIÉDE GUIDON

Após dois anos suspensa devido às restrições impostas pela pandemia da Covid-19, a Ópera da Serra da Capivara retorna em 2022 para a quarta edição. O evento, que será realizado entre os dias 26 e 30 de julho, volta a iluminar o anfiteatro da Pedra Furada, no Parque Nacional Serra da Capivara, e a Praça do Abrigo, em São Raimundo Nonato. 

Este ano somam-se às atrações Roberta Sá, Dona Onete, Cordel do Fogo Encantado, Cátia de França, Ostiga Júnior e o DJ Gil Preto, à programação diversa da Ópera - um espetáculo multissensorial que reúne música, dança, teatro e iluminação artística, combinados com shows de artistas brasileiros e discotecagem moderna, que conferem à noite sertaneja ritmos, tons e sotaques de diferentes lugares do Brasil.

ATO NIÉDE GUIDON: Desta vez, o ato principal das noites da Ópera trará como tema uma homenagem especial à Niède Guidon, arqueóloga franco-brasileira especializada em pré-história. Ela foi uma das responsáveis pela criação do Parque Nacional da Serra da Capivara e é um dos nomes mais atuantes na conservação e na manutenção de relíquias pré-históricas em solo brasileiro. 

Seus estudos no interior do Piauí datam desde a década de 1970, contribuindo não apenas para a criação do Parque, mas também com iniciativas educacionais e sociais para impulsionar o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida da população da região.

O Parque Nacional da Serra da Capivara, criado em 1979, fica no sudeste do Piauí, ocupando parte dos municípios de São Raimundo Nonato, São João do Piauí, Canto do Buriti, Brejo do Piauí e Coronel José Dias. É considerado o território com o maior número de sítios arqueológicos das Américas. 

Lá existem mais de 1,3 mil registros pré-históricos da presença humana espalhados em 130 mil hectares de área. Por sua importância histórica e cultural foi classificado pela UNESCO como Patrimônio Mundial Cultural, em 1991, e tombado como Patrimônio Nacional pelo IPHAN (1993).

Em reportagem do The New York Times publicada em janeiro de 2022, o Parque foi o único destino turístico brasileiro citado dentre 52 lugares no mundo para se conhecer, e ainda classificado como "imperdível" pelo jornal americano.

PROGRAMAÇÃO: 

Primeiro dia - 26 de julho/2022 Praça do Abrigo – São Raimundo Nonato 20:00: show  Cátia de França

Segundo dia – 27 de julho/2022 Praça do Abrigo – São Raimundo Nonato 20:00: show com Ostiga Junior

Terceiro dia – 28 de julho/2022 Pedra Furada – Parque Nacional Serra da Capivara 19:00 – Ato Niéde

20:30 – Gil Preto - Brasilidades 21:00 – show da Roberta Sá

Quarto dia – 29 de julho/2022 Pedra Furada – Parque Nacional Serra da Capivara 19:00 – Ato Niéde

20:30 – Gil Preto - Brasilidades 21:00 – Show do Cordel do Fogo Encantado

Quinto dia – 30 de Julho/2022 Pedra Furada – Parque Nacional Serra da Capivara 19:00 – Ato Niéde

20:30 – Gil Preto - Brasilidades 21:00 – Dona Onete

*Serviço: Ópera da Serra da Capivara - Ato Niéde

Quando: de 26 a 30 de julho de 2022

Onde: Parque Nacional da Serra da Capivara

Ingressos: Os ingressos já estão à venda pela internet pelo SYMPLA. 

Mais informações em www.operadaserradacapivara.com.br

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O GENIAL TALENTO DA COMPANHIA CABELO DE MARIA

Renata Mattar uniu-se ao músico Gustavo Finkler e, juntos, fundaram a Cia Cabelo de Maria, no ano de 2007. Inicialmente, a proposta era fazer um espetáculo com o vasto material recolhido por Renata em seus mais de 10 anos de pesquisa pelo Brasil registrando cantos de trabalho, ou seja, comunidades que ainda trabalhassem em mutirão cantando ou que alguma vez tivessem cantado no trabalho coletivo e ainda lembrassem daquelas cantigas.

Em dezembro de 2007, o selo SESC lançou o CD “Cantos de Trabalho” com a Cia Cabelo de Maria e a participação das destaladeiras de fumo de Arapiraca, obtendo grande reconhecimento do público e da crítica especializada.

As cantigas apresentadas no show “Cantos de Trabalho” vêm das destaladeiras de fumo de Arapiraca (AL), das descascadeiras de mandioca de Porto Real do Colégio (AL), das plantadeiras de arroz de Propriá (SE), da farinhada da comunidade de Barrocas (BA), da colheita de cacau de Xique-Xique (BA), da bata do feijão de Serrinha (BA) e das fiandeiras de algodão do Vale do Jequitinhonha (MG).

Musicalmente, os arranjos privilegiam o formato acústico, passeando por uma variada gama de estilos e ritmos regionais brasileiros. As vozes femininas vêm em primeiro plano, auxiliadas pelos cantos e contracantos do violão, da viola caipira e do violino. A percussão é feita com instrumentos convencionais e com os próprios objetos utilizados na lida.

No ano de 2009 a gravadora Pôr do Som convidou a Cia Cabelo de Maria para gravar um cd com canções do período junino dedicado ao público infantil. Nascia aí São João do Carneirinho.

O CD São João do Carneirinho traz dezoito canções destinadas ao público infantil. Para comemorar, buscamos um repertório cheio de brincadeiras onde o público é convidado a participar cantando e fazendo várias brincadeiras.

O grupo faz uma celebração do período junino, quando se agradecem as colheitas realizadas e se acendem as fogueiras fazendo pedidos para o próximo ano.Coco, xote, baião, marchinhas, formam a riqueza e a variedade de ritmos para alegrar a garotada em “São João do Carneirinho” .

Uma homenagem a Luiz Gonzaga, o eterno rei do baião, que nesse ano de 2022, completa 110 anos de nascimento e que tantas canções de São João compôs. Além dele, outros compositores constam do espetáculo. Clássicos como “Farofa fa” e “Severina Xique Xique” garantem a diversão.

O espetáculo foi contemplado pelo projeto Rumos e gravou o seu dvd no mês de julho de 2011.

Já em 2010 a Editora Saraiva juntamente com o escritor Ricardo Azevedo convidaram a Cia Cabelo de Maria a musicar os poemas deste autor no livro “Como Tudo Começou”.

Uma idéia antiga de Ricardo era tornar canções os poemas do citado livro. Para isso, chamou o músico Gustavo Finkler e os dois realizaram doze parcerias, que compõem este espetáculo e que agora estarão em um cd encartado no livro.

São músicas que passeiam por diversos ritmos brasileiros e do cone sul, como baião, chacarera, samba, valsa brasileira e outros.

Os poemas falam do nascimento e de toda a intensidade de se chegar ao mundo. Pais, avós, brinquedos, imagens, tudo é novidade para o recém chegado. Como diz Ricardo Azevedo, “cada pessoa que nasce tem a vida em sua mão”.

Um trabalho sensível e divertido para todas as idades: dos bebês homenageados nos poemas aos avós dos mesmos.

Além disso, Renata segue sua pesquisa com música regional brasileira e, dada a qualidade do material, sem demora a Cia Cabelo de Maria apresentará novidades.

FONTE: http://gustavofinkler.tnb.art.br/

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MUDANÇAS CLIMÁTICAS AUMENTARAM A INTENSIDADE DAS CHUVAS, DIZEM PESQUISADORES

As mudanças climáticas causadas pelas ações humanas contribuíram para intensificar a força das chuvas que afetaram alguns estados do Nordeste e especialmente Pernambuco entre o fim de maio e o começo de junho e deixaram 130 mortos no Estado, além de dezenas de milhares de desabrigados e desalojados. E, caso o aquecimento global não estivesse em curso, sem o atual aumento de 1,2º C em relação aos níveis pré-industriais, os temporais teriam sido um quinto menos intensos.

As conclusões são de estudo do World Weather Attribution, divulgado nessa terça-feira (5). A pesquisa reuniu cientistas do Brasil, Reino Unido, Holanda, França e Estados Unidos. A entidade investiga a relação das mudanças climáticas com os eventos extremos observados no planeta, como o caso das chuvas torrenciais que devastaram Pernambuco. 

As análises que ratificaram a influência da atividade humana no aumento da intensidade da chuva no Estado partiram de modelos climáticos simuladores do evento meteorológico em dois cenários: sem a emissão de gases do efeito estufa e com o aumento da temperatura do planeta em cerca de 1,2º C - próximo, inclusive, ao limiar de 1,5º C apontado como ponto irreversível do aquecimento global. 

O estudo selecionou 75 estações pluviométricas da região com dados consistentes desde a década de 1970. As análises incluíram a quantidade de chuva que caiu em intervalos de sete e 15 dias. “Concluímos que as mudanças climáticas causadas pelo homem são, pelo menos em parte, responsáveis pelos aumentos observados na probabilidade e intensidade de eventos de chuva intensa notados em maio de 2022”, diz trecho da conclusão do estudo.

Os resultados ainda são consistentes com as projeções futuras de chuvas fortes no Nordeste e, por tabela, sugerem que as tendências continuarão a aumentar caso as concentrações de gases do efeito estufa continuem em progressão. “Devido às mudanças climáticas, outros fatores, como o aumento do nível do mar e as marés mais altas, podem aumentar a vulnerabilidade às chuvas fortes, levando a mais inundações urbanas no Recife, por exemplo”, cita outra parte da conclusão do estudo.

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TRIBUTO A LAMPIÃO SERÁ REALIZADO ENTRE OS DIAS 27 A 31 EM SERRA TALHADA

Serra Talhada vai relembrar as datas de nascimento e de morte de Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, com muita música, poesia, teatro, dança, fotografia, literatura, artesanato e gastronomia. O Tributo a Virgolino - A celebração do Cangaço, evento promovido pela Fundação Cabras de Lampião, vai ser realizado entre os próximos dias 27 e 31 de julho na Estação do Forró e no Museu do Cangaço da cidade, de forma gratuita, para munícipes e turistas que queiram celebrar a história do Rei do Cangaço.

Na programação está a encenação ao ar livre do espetáculo teatral O Massacre de Angico - A Morte de Lampião, escrito por Anildomá Willans de Souza e dirigido por Izaltino Caetano. No elenco, atores da região, que vão mostrar o talento dos artistas sertanejos, e também de outras localidades do estado. Ao todo, mais de 80 atores e figurantes vão entrar no palco.

O evento, que é realizado anualmente desde 1994, reunirá grupos musicais, folclóricos, violeiros repentistas, cantores, poetas e pesquisadores do cangaço, para expressar a cultura de raiz. Haverá uma integração entre as mais diversas linguagens artísticas  demonstrando a força da cultura popular. "Comemorar seus mitos, festejar datas, celebrar fatos, é comum aos povos que têm cultura e que valorizam a sua história", comentou Cleonice Maria, uma das responsáveis pelo Tributo a Virgulino.

"A realização do Tributo a Virgolino - A Celebração do Cangaço, integrando diversas linguagens culturais, na terra onde Lampião nasceu, é de majestosa autenticidade, de um valor simbólico imensurável, e que poucos eventos possuem", explicou também Anildomá Willans de Souza, um dos organizadores da grande festa.

Toda a programação é gratuita. O incentivo é do Funcultura/ Fundarpe/Secretaria de Cultura/Governo de Pernambuco, com o apoio da Prefeitura de Serra Talhada/Fundação Cultural de Serra Talhada. A produção é da Fundação Cultural Cabras de Lampião e da Agência Cultural de Produção e Criação.

A programação completa está disponível nos sites: www.museudocangaco.com.br e www.cultura.serratalhada.pe.gov.br e no Instagram do Museu do Cangaço @museudocangacost.

LAMPIÃO - Virgolino Ferreira da Silva, que entrou para a história com a alcunha de Lampião, nasceu no dia 7 de julho de 1897, e morreu no dia 28 de julho de 1938 ao lado de sua companheira Maria Bonita. O mais famoso casal de cangaceiros, que dividiu a história do sertão brasileiro em antes e depois da passagem deles pela terra, até hoje são amados e odiados. 

"Lampião é um marco na história do Nordeste. Para uns, herói; para outros, bandido. A verdade é que qualquer brasileiro tem uma opinião a respeito do famoso cangaceiro pernambucano. Sua história se confunde com a própria história do nordeste brasileiro", comentou Anildomá.

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