PROCESSO DE DESERTIFICAÇÃO DO SEMIÁRIDO AUMENTA DESAFIO DAS MULHERES VIVENDO NA REGIÃO


São elas que permanecem na terra, enfrentando a seca e a escassez de alimentos e água enquanto maridos e filhos migram; agricultoras familiares, lideranças rurais e quilombolas falam sobre o impacto das mudanças climáticas no dia a dia da vida e do trabalho.

“Aqui é a minha origem. A zona rural e o sertão são o meu lugar”. 

Nascida no distrito de Abóbora, em Juazeiro, no sertão da Bahia, Dona Maria Neves dos Santos, 52 anos, vive uma vida parecida com a de tantas outras mulheres que moram no semiárido brasileiro. Ela, que estudou até a oitava série (equivalente hoje ao nono ano do ensino fundamental), trabalha com agricultura familiar e cria animais, como galinhas, para subsistência. Mãe de sete filhos, seis deles vivos, Dona Maria mora na comunidade com o marido, Dionísio Manoel dos Santos, e a neta.

Embora reconheçam que a vida no sertão está cada vez mais difícil, as mulheres mantêm a base familiar, a agricultura de subsistência e a organização em associações ou cooperativas para conseguir produzir e aumentar a renda. A migração sazonal, diz Valquiria Lima, coordenadora da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), continua sendo opção para maridos e filhos.  As mulheres, por sua vez, permanecem nessas regiões, enfrentando a seca, falta de alimento e água.

 “Hoje, você tem a seca somada às mudanças climáticas, a pandemia de covid-19 e a interrupção de várias políticas pelo Governo Federal. Sem políticas públicas adequadas, sem proteção dessas famílias, e com o aumento das áreas de desertificação, não há outro caminho a não ser a migração. E hoje a gente pode dizer que essas famílias, de um jeito ou de outro, são migrantes do clima”, afirma a coordenadora da ASA.

Neste contexto, as associações e organizações de mulheres na região têm um papel importante ao transformar conhecimentos ancestrais e milenares, como artesanato e agricultura familiar, em uma fonte de renda e incentivo para permanecerem nos territórios. Em Muquém de São Pedro, no Cariré (CE), artesãs fundaram a Associação Macaúba de Muquém, que valoriza a arte local e gera renda para a comunidade. Você saberá mais sobre as mulheres desta comunidade na reportagem de amanhã.

DESERTIFICAÇÃO: Às vésperas da 26ª edição da Conferência das Partes (COP), que integra a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, o Brasil já sofre os efeitos das variações do clima. Segundo o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado em setembro, o país é um dos mais afetados pela desertificação e aumento da temperatura do semiárido. 

No contexto brasileiro, as mulheres são as mais atingidas em momentos de crises, principalmente climáticas, na região do semiárido, que engloba boa parte do Nordeste e o norte de Minas Gerais. A Caatinga é o ecossistema característico da maior parte da região, cobrindo os dez estados; 88% do Ceará, por exemplo, é coberto pelo bioma.

Em 2021, a COP26 acontecerá em Glasgow, na Escócia, de 31 de outubro a 12 de novembro. Na Conferência, é esperado que os países apresentem planos de redução de emissão de gases causadores do efeito estufa para deter o aumento da temperatura global de mais de 1,5ºC até o fim do século. No governo Bolsonaro, o país enfrenta descrédito internacional com desmonte da política ambiental, taxas recordes de desmatamento e retrocessos nos direitos das populações originárias.  

O relatório do IPCC reforça que o semiárido brasileiro é uma das áreas do mundo onde a alteração no clima tem provocado efeitos mais drásticos. Por conta das mudanças, a região já tem enfrentado secas mais intensas, redução das chuvas e temperaturas mais altas que as habituais e que, aliadas ao desmatamento, agravam a desertificação. Criado na ONU e integrado por 195 países, entre eles o Brasil, o IPCC é o principal órgão global responsável por determinar e organizar o conhecimento científico sobre as mudanças do clima.

Para Andrea Pacheco Pacífico, pesquisadora e coordenadora do Núcleo de pesquisa sobre Deslocados Ambientais da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), duas questões precisam ser levadas em conta quando tratamos do semiárido. A primeira são as características geográficas da região que, independentemente das mudanças climáticas, tem secas intermitentes e sazonais, com as quais as sertanejas já estão acostumadas. A segunda são os efeitos da ação humana. 

Sem políticas públicas adequadas, sem proteção dessas famílias, e com o aumento das áreas de desertificação, não há outro caminho a não ser a migração. E hoje a gente pode dizer que essas famílias, de um jeito ou de outro, são migrantes do clima.

“No início, o que tínhamos eram políticas públicas que pretendiam ‘acabar’ com o clima da região, que ficaram conhecidas como ‘indústria da seca’, em que políticos, com apoio da Igreja, usavam o discurso de acabar com a seca para se elegerem. Como isso não é possível, acabavam perpetuando esse discurso num ciclo sem fim. É muito comum”, conta ela. 

“De alguns anos para cá, o foco passou a ser mitigar os efeitos da seca para adaptar o sertanejo para viver na região com maior qualidade de vida”. 

As mudanças climáticas trazem ainda um outro elemento para o contexto, tornando mais difícil a vida no semiárido e colocando em risco a segurança alimentar e a renda da população que trabalha principalmente com agricultura familiar, artesanato e pesca. “Diferentemente da seca, temos o processo de desertificação, que não é natural e que é causado pelo ser humano, com monoculturas, queimadas e plantações. E também causam deslocamento”, afirma Pacífico. 

A Caatinga, ecossistema extremamente rico em biodiversidade, possui uma série de características que permitem sua sobrevivência, como os solos propícios à retenção de águas subterrâneas, vindas do Cerrado. Por conta dessa conectividade ecológica, a região sofre impacto direto das alterações pluviais no bioma vizinho e impacto indireto do desmatamento da Amazônia, que contribui para alteração do fluxo de chuvas do Cerrado, cujas águas escoadas para Caatinga são essenciais para manutenção do ecossistema.

13% do semiárido brasileiro passa por desertificação, processo que é considerado um dos mais sérios de degradação da terra, causado pela mudança climática e outras ações humanas. 

De acordo com estimativas do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens e Satélites (Lapis), ligado à Universidade Federal de Alagoas (Ufal), divulgadas em 2019, 13% do semiárido brasileiro passa por desertificação, processo que é considerado um dos mais sérios de degradação da terra, causado pela mudança climática e outras ações humanas. 

FALTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS: Mãe solo de nove filhos, Dona Neci Batista, 77 anos, é mais um retrato das chefes de família do sertão. Nascida em São Rafael, mudou-se para a comunidade rural Morcego, uma vila de pescadores que fica a 3km da sede do município de Augusto Severo, no Rio Grande do Norte, em 1968. É lá onde vive até hoje. Ela mora sozinha e nunca foi casada no papel. Os filhos são de pais diferentes e, hoje, cada filho está em um canto do Brasil.

 “Graças a Deus meus filhos estão felizes, trabalhando. Mesmo crescendo sem pai, nunca deram trabalho e sempre foram unidos. Nunca foi fácil, mas consegui criar todos eles e ainda cuidar de mais uma que não é biológica”, conta, orgulhosa. 

Referência na comunidade, ela ajudou a fundar a Associação Comunitária de Morcego, considerada um divisor de águas para o desenvolvimento da região, em 1993. Aposentada e com os filhos já criados, Dona Neci se recusa a parar de trabalhar e continua com sua horta para subsistência e venda. Por hora, deixou de pescar e criar animais, mas pretende voltar em breve. “Eu só deixo de trabalhar quando o corpo não deixar mais”. 

Para evidenciar a situação de mulheres como Dona Neci e Dona Maria, foram analisados dados sociodemográficos do semiárido brasileiro. O foco foi na condição das mulheres dos estados com maior número de municípios no semiárido: Ceará (95%), Paraíba (85,5%) e Rio Grande do Norte (47%), de acordo com análises do Instituto Nacional do Semiárido (INSA) sobre o último censo, de 2010. Segundo os dados, enquanto existe uma proximidade percentual da população por gênero no espaço geográfico do semiárido, há uma presença muito maior de negros do que brancos, chegando a ser mais que o dobro,  como no caso do Ceará. 

Os dados também mostram como a ausência de políticas públicas na região impactam a qualidade de vida, acesso à saúde e renda da população sertaneja. O número de internações por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado em 2017, segundo o DATASUS, é maior no semiárido do que nas outras regiões dos três estados, chegando a triplicar na Paraíba, onde atinge principalmente a população negra. 

Ainda sobre saúde, é possível ver como a falta de políticas públicas na região afeta o acesso aos direitos sexuais e reprodutivos das meninas. Enquanto a média nacional de meninas de 15 a 17 anos que tiveram filhos é de 16%, no semiárido do Rio Grande do Norte chega a 19,5%. No Ceará, é de 19%, e na Paraíba, 18,5%.

Dona Maria Neves dos Santos, citada no início da reportagem, assim como outras mulheres do semiárido, é beneficiária de programas sociais, como o Bolsa Família. Ela destaca ser um importante complemento da sua renda. Enquanto no Brasil 67% das mulheres inscritas no Cadastro Único receberam Bolsa Família em 2017, no semiárido do Rio Grande do Norte, do Ceará e da Paraíba esse número sobe para 73%, 75% e 78,5%,  respectivamente, de acordo com o Atlas Brasil. 

Dados sobre as condições das mulheres no semiárido brasileiro existem, mas são escassos, principalmente se quisermos analisar a maneira como as mudanças climáticas impactam sua vida. Com a não realização do Censo em 2020, o estudo mais completo sobre a população nacional ainda é o Censo de 2010, que por motivos óbvios está defasado.

A lacuna na produção de conhecimento sobre as mudanças climáticas e sua influência na vida das mulheres também têm impacto no desenvolvimento de políticas públicas que possam mitigar seus efeitos. Sem dados que as subsidiem, as ações dos governos  acabam não sendo as mais indicadas e eficientes para enfrentar esses desafios. Entender as vulnerabilidades das mulheres em seus contextos sociais é crucial, pois as diversas consequências das alterações do clima, como as secas, aprofundam as desigualdades existentes.  

Além disso, segundo Andrea Pacheco Pacífico, uma questão importante é que as políticas públicas para o semiárido não são focadas no sertanejo, mas no clima e no ambiente. 

“Não se fala no ser humano. Essas pessoas têm seus direitos humanos violados, e a omissão estatal aliada à mudança climática força a migração. O Brasil precisa proteger os direitos humanos dessas pessoas. Uma das formas de fazer isso é com programas sociais, como o Bolsa Família, em que as mulheres muitas vezes são as recipientes dessas políticas públicas”, explica a pesquisadora da UEPB.

Desde a fundação da Articulação do Semiárido Brasileiro, uma das organizações mais importantes da região, em 1999, trabalha-se com a perspectiva de que não há convivência no semiárido se não houver igualdade de oportunidade entre homens e mulheres. Por isso, a articulação incentiva os processos organizacionais das mulheres na base, atuando em sindicatos, comunidades e associações. 

“É necessário dar mais visibilidade às ações já realizadas pelas mulheres na estrutura familiar, comunitária ou de convivência com o semiárido. Sempre foi nossa perspectiva, mas sabemos que é um processo muito difícil pela cultura enraizada que está no campo também, e é machista, patriarcal. Sofremos com os grandes desafios de romper com essa estrutura”, afirma Valquiria Lima. 

ACESSOO Á AGUA: O presidente Jair Bolsonaro vetou duas vezes o projeto de lei 823/2021 que previa medidas de socorro a agricultores familiares afetados pela pandemia. A proposta, que já havia sido aprovada pelo Congresso Nacional, cria o Fomento Emergencial de Inclusão Produtiva Rural, destinado a agricultores familiares que se encontram em situação de pobreza ou de extrema pobreza. O valor seria de R$ 2,5 mil por unidade familiar e, no caso de famílias comandadas por mulheres, de R$ 3 mil. 

Dona Maria dos Santos conta que a seca fez com que, em 1994, saísse do distrito de Abóbora e fosse para a cidade em busca de um trabalho melhor. O marido foi para a plantação de cana-de-açúcar; ela começou a trabalhar como doméstica. No entanto, um acidente de trabalho fez com que retornassem para a comunidade apenas quatro anos depois. Antes de ter sua cisterna, em 2017, que recebeu da ASA, ela não conseguia plantar e nem criar animais. Agora, a comunidade já tem acesso à água de uma adutora, embora ainda tenha que buscar a uma distância de 6 km de casa. 

Devido ao desmonte do programa de cisternas, equipamentos com capacidade de 16 mil litros para acumular água da chuva que, desde 2003, têm sido fundamentais para o desenvolvimento da agricultura familiar em diversas regiões do semiárido, a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) lançou em setembro deste ano a Campanha Tenho Sede, que busca levar 1 milhão de cisternas para o semiárido. 

O ritmo de financiamento federal caiu 80% nos últimos 5 anos e, no ano passado, atingiu seu índice mais baixo: apenas 30 mil construções, segundo reportagem do UOL. De acordo com a ASA, as mulheres são as maiores beneficiárias dos programas de cisternas, já que são elas as responsáveis pelos trabalhos de cuidado.

“Elas ganham tempo para pensar em outras coisas e estar em outros espaços, seja cuidar do seu quintal produtivo, ir para associação, empreender e também começar a pensar em outras dimensões da vida, como capacitação e formação”, explica Valquíria Lima.

Embora destaque a importância do programa de cisternas, Andrea Pacífico lembra que a água é um direito universal  e todos deveriam ter acesso a ela. Ao se aproveitar da falta de políticas públicas consistentes para lidar com o problema, a “indústria da seca” se alimenta ao cobrar pela água ou barganha-lá por votos. E ao tomar a dianteira para tentar resolver o problema, a sociedade civil acaba desempenhando um papel que é do Estado. 

Ao se aproveitar da falta de políticas públicas consistentes para lidar com o problema, a “indústria da seca” se alimenta ao cobrar pela água ou barganha-lá por votos. E ao tomar a dianteira para tentar resolver o problema, a sociedade civil acaba desempenhando um papel que é do Estado. 

“É muito fácil para o Estado transferir a responsabilidade para o terceiro setor. Claro que as pessoas tiveram que se juntar porque cansaram de ficar de braços abertos esperando o Estado fazer sua parte, mas o que eu defendo é educação e capacitação para ensiná-las a caminhar sozinhas”, destaca.

 “É preciso mais programas que tenham como objetivo facilitar a vida do sertanejo no semiárido, para que ele não precise sair. É necessário mitigar os efeitos da seca e dos processos de desertificação e ensinar a convivência com o sertão. A gente precisa dar visibilidade ao problema”, finaliza a pesquisadora.

(Fonte: Texto Vitória Régia da Silva e Flávia Bozza Martins-Instituto Modefica-Organização de mídia, pesquisa e educação sem fins lucrativos que atua por justiça socioambiental e climática por meio de uma perspectiva ecofeminista)

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FEIRA AGROECOLÓGICA DA EDUCAÇÃO DO CAMPO E QUILOMBOLA ACONTECE NESTA SEXTA EM PETROLINA

Nesta sexta-feira (29), Petrolina irá receber a Feira Agroecológica da Educação do Campo e Quilombola, projeto desenvolvido através da Gerência de Políticas Educacionais do Campo e Quilombola (GEPEC), da Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE). Esta é a primeira edição do projeto, que será realizado em 14 das 16 Gerências Regionais de Educação (GREs) do Estado até o fim deste ano.

A partir das 8h, agricultores e agricultoras locais, além de integrantes de movimentos sociais que fazem parte da Educação do Campo e Quilombola, estarão vendendo produtos artesanais, comidas regionais e outros itens em barracas na Praça do Bambuzinho, localizada no centro de Petrolina.

Jailson Santos, gerente da GEPEC, explicou que o conceito das feiras agroecológicas nasceu a partir do diálogo com estudantes agricultores e agricultoras, professores, comunidades e movimentos sociais do campo em cada região de Pernambuco.

 “As feiras são culminâncias dos projetos agroecológicos desenvolvidos pelos estudantes e agricultores atendidos pela EJA destinada às populações do campo. Esta é uma ação que privilegia a comercialização dos produtos da agricultura familiar e sustentável, bem como, produtos culinários e de artesanatos, que serão expostos para a venda”, contou Jailson.

Esta ação faz parte das Políticas Públicas instituídas pela SEE, direcionadas aos povos do campo de 14 Regionais de Educação, com previsão de expansão para 28 feiras na próxima edição. Vale salientar que as feiras serão realizadas em locais pré-determinados pelas GREs em parcerias com municípios em forma de colaboração, conforme calendário. 

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A 8º FEIJOADA DO JOQUINHA GONZAGA ACONTECE NO DIA 11 DEZEMBRO EM EXU, PERNAMBUCO

A 8º edição da FEIJOADA DO JOQUINHA foi confirmada para acontecer no sábado, dia 11 de dezembro. Informações pelo número 87996770618.

O cantor, compositor e sanfoneiro Joquinha Gonzaga é um últimos remanescentes da família do Rei do Baião, Luiz Gonzaga (falecido em 02 de agosto de 1989). Todas as irmãs e irmãos de Luiz Gonzaga já morreram. Da terceira geração restam João Januário, o Joquinha Gonzaga e Fausto Maciel, o Piloto.

Por este motivo também é realizado um grande encontro em Exu, Pernambuco, durante as festividades de aniversário de Luiz Gonzaga. Os Gonzagueanos que participam das festividades dos 109 anos do nascimento de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, em Exu terão um encontro a partir das 11hs. Trata-se da 8º Feijoada do Joquinha, sobrinho de Luiz Gonzaga e neto de Januário, o mais afamado tocador de 8 Baixos.

Segundo a produtora Sara Gonzaga, o local e o valor das camisas em breve serão divulgados. Para adquirir a camisa fone contato: 87996770618. Todos os anos Joquinha e Família reúnem os amigos que este ano completa 8 anos e já é tradição no calendário de aniversário de Luiz Gonzaga em Exu.

Joquinha Gonzaga é o mais legítimo representante da arte de Luiz Gonzaga. A festa de aniversário de Luiz Gonzaga acontecerá entre os dias 10 e 13 de dezembro 2019 em Exu.

A feijoada nasceu da necessidade de um lugar para marcar o encontro dos fãs, pesquisadores e admiradores de Luiz Gonzaga que chegam de todos os lugares do Brasil para festejar a data de aniversário de Luiz Gonzaga.

“Sempre estou contando histórias, músicas de meu tio, músicas minhas, dos meus colegas. Valorizo a tradição que representa o que existe de melhor na música brasileira. Este ano são 109 anos, a caminho dos 110 anos. É o forró, o xote, o baião e é assim que eu faço sempre, não fujo disso. Eu procuro sempre conversar com o público que tem uma admiração à minha família, Luiz Gonzaga, Zé Gonzaga, Daniel Gonzaga, Gonzaguinha. Esse é o meu estilo musical, o encontro que faço para o povo”, diz Joquinha.

João Januário Maciel,o Joquinha Gonzaga, nasceu em 01 de abril de 1952. Joquinha nome artístico dado pelo Rei do Baião. Joquinha é filho de Muniz, segundo Luiz Gonzaga irmã que herdou o dom de rezar muito.

Joquinha aos 12 anos ganhou uma sanfona de oito baixos, pé de bode.  Viajou o Nordeste e boa parte do Brasil ao lado de Luiz Gonzaga. Ganhou gosto pelo instrumento e hoje é puxador de Sanfona, 120 baixos. (Texto: jornalista Ney Vital).

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I FESTIVAL DE CANTORIA E CANTADORES PROSSEGUE NESTA QUINTA E SEXTA-FEIRA

Depois de duas noites com muita poesia e música, prossegue nesta quinta-feira (28), no espaço Céu das Águas, no bairro Rio Corrente, a primeira edição do Festival de Cantoria e Cantadores de Petrolina.

Transmitido no formato online pelo canal do Youtube da Sincronia Filmes 4k, o encontro começa às 19h50, com os versos e acordes musicais do baiano de Vitória da Conquista, Álisson Menezes.Depois, os artistas Gean Ramos, de Jatobá - PE e Paulinho Pedra Azul (Pedra Azul - MG), mostram um repertório de canções próprias e clássicos conhecidos da música nordestina. Entre uma e outra participação, o público também poderá conferir uma série de Intervenções musicais e poéticas com o cantor e compositor Maviael Melo, que assina a curadoria do evento.

Na sexta-feira (29), a quarta e última noite do I Festival de Cantoria e Cantadores de Petrolina, começa às 19h50, com a apresentação do cantor, compositor e produtor do Festival, Marcone Melo. E encerrando o grande encontro, duas vozes femininas dão o tom do folclore nordestino e sonoridades contemporâneas: a cantora petrolinense, Camila Yasmine e a mineira de Itanhandu - MG, Ceumar,cantora e compositora que vai mostrar referências de violeiros e um repertório próprio.

Desde a abertura, na última terça-feira (26), passaram pelo  Festival nomes representativos do cenário artístico nacional a exemplo de  Maciel Melo (Iguaraci - PE), Nilton Freitas (Uauá - BA), Mariano Carvalho (Salgueiro - PE), João Sereno (Juazeiro - BA), e Ivan Greg (Petrolina).

O I Festival de Cantoria e Cantadores tem realização e produção executiva da Melodia Produções e conta com incentivo cultural da Fundarpe e da Secretaria de Cultura do Governo de Pernambuco (Secult-PE), através da sua aprovação no 3º Edital Funcultura de Música 2018/2019.

( Fonte CLAS Comunicação & Marketing)

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LUIZ DO HUMAYTÁ INICIA PROJETO SOM NA CAATINGA

O cantor, compositor, poeta Luiz do Humaytá inicia o Projeto Som na Caatinga. Com a participação especial do sanfoneiro Cicinho de Assis. No sábado (6) de novembro, a partir das 11hs, a primeira apresentação acontece na Fazenda Jaquinicó (Casa de Gerôncio) e no domingo (7) na Fazenda Bom Socorro (Casa de Luiz).

Outra novidade é a ampliação do trabalho do cantor que agora pode ser encontrado no canal youTube e spotify.

Este ano Luiz do Humaytá completou, em junho de 2021, 10 anos de vida profissional na música. Iniciou sua trajetória em 2011, ao criar a banda Forró Avulso em Salvador. Com essa banda, tocou na noite soteropolitana por 5 anos e também fez apresentações em outros estados, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Em 2016, iniciou carreira solo e se mudou para o sertão baiano, onde mora atualmente.

Neste ano de 2021, lançou o oitavo CD da carreira, o álbum Boemia Cult, em que interpreta grandes sucessos já consagrados da música romântica, além de alguns bregas clássicos.

O poeta, que mora na Fazenda Humaytá em Curaçá da Bahia, tem o nome de batismo de Luiz Carlos Forbrig. Quando foi para o sertão, passou a ser chamado de Luiz do Humaytá, contemplando, assim, esta peculiaridade, típica do sertanejo, de incorporar um adjetivo de identificação aos nomes.

O cantador é natural de Jabuticaba Velha, pequeno distrito de Palmeira das Missões, no interior do Rio Grande do Sul. Com os pais Anoly e Guilhermina, aprendeu a veia musical: a mãe era puxadeira dos cantos religiosos na igreja católica e o pai, tocador de gaita de boca.

DISCOGRAFIA CDs

2012 ‡ Acústico

2014 ‡ Pé de Chão

2015 ‡ Luiz do Humaytá Canta Músicas Gaúchas

2016 ‡ Luiz do Humaytá e Forró Avulso – 5 Anos de Estrada

2017 ‡ Luiz do Humaytá Avulso

2019 ‡ Decanto o Sertão

2020 ‡ Luiz do Humaytá ao Vivo

2021 ‡ Boemia Cult

71 98869-4488 74 99914-8813 Luiz do Humaytá luizdohumayta@gmail.com

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PREFEITURA DE JUAZEIRO REALIZA FISCALIZAÇÃO NO DISTRITO DE MANIÇOBA APÓS RECEBER DENÚNCIA DE POSSÍVEL CRIME AMBIENTAL

A equipe de fiscalização e monitoramento ambiental da Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano (Semaurb) de Juazeiro realizou nesta semana, uma operação no distrito de Maniçoba, zona rural da cidade, em parceria com o Sistema de Água e Saneamento Ambiental (SAAE) e a Agência de Desenvolvimento Econômico, Agricultura e Pecuária (ADEAP).

A Semaurb recebeu uma denúncia de que na região de Maniçoba estaria acontecendo um crime ambiental. A fiscalização ocorreu para verificar a mortandade de peixes, possivelmente por contaminação do Riacho do Poção, que estaria sendo provocada por uma grande fazenda da região.  

Foram coletadas amostras de água em diferentes pontos do Riacho do Poção, e levadas para análise laboratorial, para tentar identificar a presença de possíveis produtos químicos contaminantes. 

Penalidade: De acordo com o artigo 54, da Lei 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais): "Causar poluição de qualquer natureza em níveis que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora: Pena de reclusão, de um a quatro anos, e multa". 

De acordo com o parágrafo 2º da mesma lei, a pena para esse tipo de crime pode ser aumentada para reclusão, de um a cinco anos, se o crime: "I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana; II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população; III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade; IV - dificultar ou impedir o uso público das praias; V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos".

A Prefeitura de Juazeiro continuará a acompanhar de perto essa situação e tentar identificar os responsáveis pelos danos ao meio ambiente. "Essa ação realizada pela Prefeitura, em um trabalho conjunto entre Semaurb, SAAE e ADEAP é importantíssimo. As amostras de água foram levadas para análise, estamos aguardando sair o resultado para buscar identificar os responsáveis por esse dano à natureza e, posteriormente, tomar outras providências cabíveis, de acordo com a Lei de Crimes Ambientais", informou o diretor de Fiscalização Ambiental, Hudson Duarte.

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PESQUISA DE PROFESSOR DA UNEB JUAZEIRO PODE AJUDAR PLANTAS A SOBREVIVEREM NA SECA

Com as recentes mudanças climáticas que acometem todo o planeta, somado à realidade de queimadas e degradação de espaços naturais como a região da Amazônia, um cientista baiano, preocupado com o futuro da humanidade, realiza um estudo para tornar a vegetação mais resistente aos solos, cada dia mais inférteis. 

Quando concluído, o trabalho promete soluções para que plantas possam crescer em regiões que sofrem com a seca, entre as quais está o semiárido baiano.

A mente por trás deste projeto, Adailson Feitoza, professor e coordenador do curso engenharia de bioprocessos e biotecnologia, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), em Juazeiro, afirma que a inspiração surgiu dos dados alarmantes que apontam aumento na variabilidade de chuva e seca até 2050, o que pode, dentre outras coisas, prejudicar a produção agrícola. Para Adailson, umas das maneiras de reverter este cenário é investindo no plantio de mais árvores, entretanto, surge o questionamento: como manter produtividade agrícola em solo árido?

A partir desta questão, que intriga diversos pesquisadores, Adailson pensou numa proposta de estimular micro-organismos que habitam ao redor, e partes do tecido interno, de plantas típicas da caatinga, para fornecer os nutrientes necessários a diversas espécies. Essa técnica pode auxiliar a vegetação a tolerar as condições climáticas nocivas de uma determinada região.

Com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e investimentos internos da própria Universidade, a pesquisa teve origem no bioma caatinga e se desenvolveu na Estação Ecológica Raso da Catarina, área considerada uma das mais quentes e com menor índice pluviométrico da Bahia. “Estamos investigando bactérias nativas da caatinga, que sejam tolerantes a condições de seca, como déficit hídrico, salinidade e temperatura elevadas, e que auxiliem o desenvolvimento de culturas como milho, feijão, tomate, em condições consideradas desfavoráveis para o seu desenvolvimento”, explicou.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), até 2030 quase metade da população mundial sofrerá com a escassez de água. No futuro, o pesquisador espera encontrar um conjunto de bactérias que possam ser transformadas em um produto comercial e ajude a reparar os danos causados pelas mudanças climáticas consequentes da degradação do meio ambiente.

Para a experimentação do estudo são utilizadas plantas endêmicas desta região, com microbioma específico e características relevantes para a tolerância à seca. O impacto científico proporcionado por este estudo pode gerar uma nova tecnologia, permitindo que produtores de áreas onde há pouca demanda hídrica consigam manter sua produtividade e com isso gerar lucro e renda. “A tecnologia será voltada para micro e pequenos produtores e também para os que produzem em larga escala”.

(FONTE: Essa publicação integra a série de reportagens Bahia Faz Ciência, da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb)

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