WEBNÁRIO ESTUDOS DE JORGE AMADO REÚNE ESCRITORES E PESQUISADORES DE DIVERSAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS

Um dos maiores escritores do mundo, Jorge Amado, morreu em 6 de agosto de 2001 consternando o mundo. O autor acreditava, segundo a jornalista, escritora, pesquisadora e biógrafa dele, Josélia Aguiar, que depois de 20 anos de sua morte seria esquecido. Engano. Não só continua lembrado como sua obra permanece cada vez mais debatida, analisada e provocando novas reflexões e releituras.

Uma das ações que discute o autor maior da Bahia é o II Webinário Estudos Amadianos que prossegue até o final do mês. Reúne autores consagrados como Antônio Torres, Socorro Acioli, Itamar Vieira Júnior, Josélia Aguiar, Aleilton Fonseca, Cyro de Matos, Ordep Serra, Ruy Póvoas, Nelson Cerqueira, Sérgio Habib, Edilene Matos, entre outros grandes nomes, totalizando 60 convidados.

“Jorge Amado é um dos grandes representantes da afro-brasilidade. A partir da literatura amadiana, impossível não o perceber como régua e compasso para outras afro-brasilidades e afro-baianidades literárias, pictóricas, audiovisuais e musicais ao lado de Caymmi. O filho de Oxóssi e ministro de Xangô desafiou parâmetros estabelecidos, tornou o povo pobre e negro-mestiço da Bahia protagonista de suas obras, lidas e divulgadas em diversos idiomas”, afirma Gildeci Leite, coordenador geral do evento.

“Perceber e discutir parte da contribuição de Jorge Amado para nossa afirmação identitária plural, diversa, é também mapear o quanto de baianidade há pelo mundo, fruto da caneta deste grapiúna. Se a Bahia e algumas de suas cidades são conhecidas e prestigiadas em diversas partes do planeta, isso, sem dúvida, deve-se a nosso maior embaixador e diplomata untado de dendê”, acrescenta.

Gildeci informa que o Webinário Estudos Amadianos foi criado pelo Grupo de Pesquisa Crítica Literária e Identidade Cultural (Clic), com a finalidade de se constituir um instrumento de divulgação, difusão, apoio e incentivo a pesquisas, atividades extensionistas e de ensino, relacionadas à obra do autor brasileiro mais lido em todo mundo. Ele informa que a ideia é que seja um projeto de formação de leitores.

O público, que poderá conferir 20 mesas dos mais variados temas sobre o autor, poderá acessar o evento através do Canal Universidade da Gente no YouTube.

“Contaremos, também, com a participação da família de Jorge Amado e teremos o apoio cultural do Grupo Companhia das Letras, através da Companhia na Educação, que irá doar e-books de obras do escritor durante o evento”, informa Gildeci Leite.

O coordenador-geral destaca que também é intenção do CLIC lutar para criar uma cátedra (cadeira de quem ensina; cadeira professoral) sobre Jorge Amado nas universidades baianas, incentivando novas pesquisas e interpretações de seus livros.

O II Webinário contará com conferência magna do prof. Dr. Félix Ayoh’Omidire, intitulada A yorubaianidade de Jorge Amado e o Triunfo dos Orixás Nagô-Yorubanos na Literatura Brasileira. Félix representa Obafemi Awolowo University, Ile-Ife, da Nigéria.

Do país africano, por telefone, ele afirma que, em sua tese de doutorado, demonstra como Jorge Amado “extrapolou a imagem identitária do povo Ketu/Nagô do candomblé da Bahia para a construção da identidade do baiano comum”, acrescentando que o imaginário yourubano também está presente em municípios como Santo Amaro, Maragojipe e Nazaré das Farinhas.

Já a escritora Josélia Aguiar, que no próximo dia 11, às 19h, participa da mesa Jorge Amado e a Literatura Contemporânea, junto com os escritores Itamar Vieira (Torto Arado) e Socorro Acioli (A Cabeça do Santo), com a coordenação do Prof. Dr. Schneider Carpeggiani, afirma que a obra de Jorge Amado se renova constantemente. “Ele deu grande contribuição ao protagonismo feminino, à defesa das religiões de matriz africana, ao debate da questão racial, entre outros temas”.

A biógrafa de Jorge Amado afirma que na mesa em que participa será analisado o eco da obra de Jorge Amado na produção literária brasileira. Entre os temas que são revistados por outros escritores, Josélia cita a luta pela terra. “Ele também tinha uma escrita cativante e um olhar afetuoso sobre seus personagens”, complementa.

Na programação, as mesas Corpos alugados: uma Leitura do trabalho em Cacau e Suor, de Jorge Amado; Literatura e Saúde, Narrando Epidemias e Contaminações Sociais na obra de Jorge Amado; Mar Morto: A morte mítica entre a Terra e o Mar e Dona Flor – nas Encruzilhadas da Nova Mulher.

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EDUCAÇÃO CIENTÍFICA É ARMA CONTRA OS MALES DO NEGACIONISMO

Quando a ciência está sob ataque, é preciso empunhar armas para defendê-la e fazer o inimigo recuar. Armas, no caso, que não disparam tiros ou arrancam a vida de ninguém, mas são o terror do obscurantista: a escrita e a divulgação correta dos dados científicos.

Marcelo Knobel é mais um que entra nesse campo de batalha para afastar o negacionismo e a pseudociência. Em seu novo livro, A Ilusão da Lua, o reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e professor do Departamento de Física da Matéria Condensada daquela instituição reúne em textos acessíveis, escritos com bom humor e uma prosa fácil, um bom punhado de ciência para tempos tão estremecidos. 

“Quanto mais as pessoas aprenderem a pensar criticamente, a questionarem as informações, menos gente propagará a desinformação”, comenta Knobel na introdução do livro.

Lançado pela Editora Contexto, o livro é organizado em três partes. Na primeira, a ciência surge dos fatos do cotidiano, reunindo curiosidades que podem vir de uma criança de 3 anos ou da criança que, de vez em quando, ainda aparece em nós. Em textos curtos e ágeis, Knobel explica por que cobertores nos protegem do frio, comenta sobre a falta de consenso a respeito da ilusão do tamanho da Lua no céu e discorre sobre a complexidade por trás de uma xícara de café, dentre outros fatos do dia a dia enredados pela ciência.

“Ao vestir uma roupa ou ao hibernar sob um aconchegante cobertor, diminuímos as correntes de ar próximas à pele e, assim, minimizamos as perdas de calor por convecção”, escreve o docente. “Fora isso, os cobertores e agasalhos para o frio possuem fibras que são intimamente dobradas e facilitam a formação de bolhas estacionárias de ar no seu interior. O ar que permanece próximo à nossa pele por alguns instantes é aquecido, o que faz com que a variação de temperatura seja menor entre o ar e o corpo, reduzindo igualmente a taxa de perda de calor por radiação.”

Na segunda parte do livro, o tema é a importância do fazer científico e da divulgação com qualidade desse saber. O reitor da Unicamp faz nos textos reunidos uma defesa do investimento na ciência básica, trata da espinhosa questão do plágio na comunidade científica e recupera o valor dos museus de ciência e tecnologia.

“Precisamos fazer da ciência um assunto cada vez mais presente”, escreve Knobel. “Nas escolas, na imprensa, nas redes sociais. Não falo apenas das aplicações práticas, mas também de toda a atividade científica e das maravilhas que vamos descobrindo sobre os seres vivos e o Universo. Estimular perguntas é tão importante quanto dar respostas. Quais hipóteses são avaliadas em um estudo? Quais as chances de ele dar certo? Como comprovar que algo realmente funciona? O que se busca em determinado processo de inovação tecnológica?”

O terço final de A Ilusão da Lua traz uma seção com reflexões sobre pseudociências e negacionismo. Knobel alerta para os sinais de discursos falseadores e pseudocientíficos, como o uso de argumentos de autoridade, correlações de causa e efeito que não se sustentam e exemplos selecionados apenas para comprovar teses. Pontua que a pseudociência não tem compromisso com a realidade, mas apenas se molda às preferências do público.

Um dos exemplos mais atuais disso é o negacionismo em relação à eficácia da vacinação. “O movimento antivacina, que se utilizava da pseudociência mais baixa, foi um prenúncio do que viria depois com a pandemia da covid-19, com a ode à cloroquina, o uso em massa de vermífugo como uma mentirosa profilaxia e a negação da importância do confinamento. Os efeitos devastadores são conhecidos. A questão é como chegamos aqui”, escreve o professor. Fonte-Luiz Prado-Jornal da USP

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FUTURO SUSTENTÁVEL PARTE DE UMA ECONOMIA A SERVIÇO DA BIODIVERSIDADE

O tema da bioeconomia foi discutido recentemente em um dos eventos da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP. O termo remete à economia sustentável, um meio para fornecer serviços à população de forma mais ecologicamente correta. 

No Brasil, por exemplo, vêm ganhando destaque discussões sobre como garantir formas sustentáveis para gerar empregos, renda e bem-estar em toda a cadeia de produções diversas na região da Amazônia.

“É colocar a economia a serviço da biodiversidade”, define o professor Jacques Marcovitch, da FEA, ex-reitor da USP, em relação à bioeconomia. “É a preservação da biodiversidade gerando emprego, renda e bem-estar para as comunidades locais, conectando essas comunidades aos mercados consumidores”, continua. Para esse processo, Marcovitch explica que é importante valorizar o conhecimento local, usualmente organizado na forma de associações e cooperativas.

A difusão da bioeconomia vem em momento propício para isso; a crise sanitária provocada pela pandemia e por sua gestão em determinados países, o aumento da desigualdade econômica e a crise de desemprego. Com isso, já é possível notar entre atores internacionais, como Estados Unidos, China e União Europeia, que a recuperação econômica vem sendo cada vez mais condicionada a uma agenda sustentável. “O modelo que está sendo construído é o que valoriza as instituições, isto é, conectar a oferta com a demanda e entender que a oferta é de nicho, que não é de grandes escalas de produção (como é a economia exportadora de commodities que predomina no Brasil).”

Como exemplo, o professor Marcovitch cita comunidades amazônicas cuja cadeia de oferta e de produção já respeita escalas apropriadas, “para que elas possam preservar suas culturas e se inserir dentro de uma economia sustentável e competitiva”. 

Estabelecido esse equilíbrio entre oferta e demanda, torna-se importante realizar o acompanhamento da implementação da bioeconomia. “Precisamos medir com microindicadores de métricas de resultados e impactos para saber como os projetos desenvolvidos na região impactam sobre o bem-estar, a geração de emprego e renda das comunidades locais. A maior parte do valor deve permanecer na região”, aponta Marcovitch.

A implementação da bioeconomia pode ter como impacto a redução de níveis de desmatamento e a valorização de comunidades locais. Alguns casos podem ser encontrados no grupo de bioeconomia da FEA, o qual estuda cadeias de valor no Estado do Amazonas. “A questão é como multiplicar esses casos, esses experimentos”, indica Marcovitch sobre o futuro da bioeconomia. (Fonte: Jornal da USP)

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MUDANÇAS CLIMÁTICAS. AINDA HÁ TEMPO PARA O SER HUMANO EVITAR UMA CALAMIDADE

 As mudanças climáticas são reais, causadas pelo homem, estão se intensificando numa velocidade espantosa, sem precedentes nos últimos 2 mil anos (pelo menos) e com consequências potencialmente gravíssimas para os seres humanos e o planeta, incluindo a intensificação de tempestades, secas e ondas de calor extremo. 

Muitas dessas consequências — como o derretimento de geleiras e o aumento do nível do mar — são irreversíveis, até mesmo numa escala de milhares de anos; mas ainda há tempo de evitar uma calamidade climática global, desde que a espécie humana reduza imediatamente, e de forma bastante significativa, suas emissões de gases do efeito estufa para a atmosfera. 

Sem isso, é “extremamente provável” (95% a 100% de probabilidade) que o aquecimento global ultrapasse a perigosa marca de 2 graus Celsius até o final deste século; com grandes chances de chegar a 1,5 °C já nos próximos 20 anos, caso as emissões de carbono permanecerem no nível atual. Num cenário mais pessimista de aumento de emissões, o aquecimento poderia ultrapassar 4 °C antes de 2100.

Confira aqui as Mensagens principais, as 14 grandes conclusões listadas no Sumário para Tomadores de Decisão do sexto relatório do Grupo de Trabalho 1 do IPCC (cada uma delas é explicada de forma detalhada no documento):

1. É inequívoco que a influência humana aqueceu a atmosfera, o oceano e a terra. Ocorreram mudanças rápidas e generalizadas na atmosfera, no oceano, na criosfera e na biosfera.

2. A escala das mudanças recentes no sistema climático como um todo e o estado atual de muitos aspectos do sistema climático não têm precedentes num período de muitos séculos a muitos milhares de anos.

3. A mudança climática induzida pelo homem já está afetando muitos extremos climáticos e meteorológicos em todas as regiões do globo. Evidências de mudanças observadas em extremos, como ondas de calor, precipitação forte, secas e ciclones tropicais e, em particular, sua atribuição à influência humana, fortaleceram-se desde o Quinto Relatório de Análise (AR5).

4. O conhecimento melhorado dos processos climáticos, evidências paleoclimáticas e a resposta do sistema climático ao aumento da forçante radiativa fornecem uma melhor estimativa da sensibilidade climática de equilíbrio de 3 °C, com uma faixa mais estreita em comparação com a do AR5.

5. A temperatura global da superfície continuará a aumentar até pelo menos meados deste século em todos os cenários de emissões considerados. As taxas de aquecimento global de 1,5 °C e 2 °C serão excedidas durante o século 21, a não ser que reduções profundas nas emissões de CO2 e outros gases do efeito estufa ocorram nas próximas décadas.

6. Muitas mudanças no sistema climático tornam-se maiores numa relação direta com o aumento do aquecimento global. Elas incluem aumentos na frequência e na intensidade de extremos de calor, ondas de calor marinhas e fortes precipitações, secas agrícolas e ecológicas em algumas regiões, proporção de ciclones tropicais intensos, bem como reduções no gelo do mar Ártico, cobertura de neve e permafrost.

7. Projeta-se que a continuidade do aquecimento global irá intensificar ainda mais o ciclo global da água, incluindo sua variabilidade, precipitação global das monções e a gravidade dos eventos de chuva e seca.

8. Em cenários com emissões crescentes de CO2, projeta-se que os sumidouros de carbono oceânicos e terrestres se tornem menos eficazes na redução do acúmulo de CO2 na atmosfera.

9. Muitas mudanças devido a emissões passadas e futuras de gases de efeito estufa são irreversíveis por séculos a milênios, especialmente mudanças no oceano, nos mantos de gelo e no nível global do mar.

10. Os fatores naturais e a variabilidade interna irão modular as mudanças causadas pelo homem, especialmente em escalas regionais e no curto prazo, com pouco efeito no aquecimento global centenário. É importante considerar essas modulações no planejamento de toda a gama de mudanças possíveis.

11. Com o aumento do aquecimento global, projeta-se que cada região experimentará cada vez mais mudanças simultâneas e múltiplas nos fatores de impacto climático. Mudanças em vários fatores de impacto climático seriam mais difundidas a 2 °C, em comparação com o aquecimento global de 1,5 °C, e ainda mais difundidas e/ou pronunciadas para níveis de aquecimento mais elevados.

12. Consequências de baixa probabilidade, como colapso do manto de gelo, mudanças abruptas na circulação oceânica, alguns eventos extremos compostos e aquecimento substancialmente maior do que a faixa muito provável avaliada de aquecimento futuro não podem ser descartados e fazem parte da avaliação de risco.

13. Do ponto de vista das ciências físicas, limitar o aquecimento global induzido pelo homem a um nível específico requer a limitação das emissões cumulativas de CO2, atingindo pelo menos zero emissões líquidas de CO2, junto com fortes reduções de emissões de outros gases de efeito estufa. Reduções fortes, rápidas e sustentadas nas emissões de CH4 (metano) também limitariam o efeito de aquecimento resultante do declínio da poluição por aerossol e melhorariam a qualidade do ar.

14. Cenários que prevêem baixas ou muito baixas emissões de gases do efeito estufa (SSP1-1.9 e SSP1-2.6) levam a efeitos perceptíveis, num prazo de anos, nas concentrações de gases de efeito estufa e aerossóis e na qualidade do ar, em comparação com cenários de alta e muito alta emissão (SSP3-7.0 ou SSP5-8.5). Sob esses cenários contrastantes, diferenças discerníveis nas tendências da temperatura da superfície global começariam a emergir da variabilidade natural em cerca de 20 anos, e em períodos de tempo mais longos para muitos outros fatores de impacto climático. (Fonte: Herton Escobar-Jornal da Usp)

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AÇÃO HUMANA É RESPONSÁVEL POR MUDANÇAS NO CLIMA SEM PRECEDENTES, DIZ ONU

O relatório do do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU), publicado nesta segunda-feira (9/8), aponta que são inquestionáveis os impactos provocados pelo ser humano nas mudanças climáticas. Segundos os dados, a ação humana provocou um aumento de 1,07ºC na temperatura da terra.

"É inequívoco que a influência humana aqueceu a atmosfera, o oceano e a Terra. Ocorreram mudanças rápidas e generalizadas na atmosfera, no oceano, na criosfera e na biosfera", diz a análise. Esta é a primeira vez que o relatório quantifica o impacto da ação humana nas mudanças climáticas. 

O documento aponta que o planeta pode chegar ao aumento de 1,5°C já na próxima década, antes do previsto pelo relatório anterior, caso as emissões de dióxido de carbono não sejam freadas. Dessa forma, o planeta não conseguiria cumprir a meta estabelecida durante a COP21, no Acordo de Paris. A conclusão é que não é mais possível impedir o avanço do aquecimento global nos próximos 30 anos. 

Na mesma semana que a Grécia e a Califórnia sofrem com incêndios florestais sem precedentes, o relatório, intitulado Climate Change 2021: The Physical Science Basis, conclui que todas as regiões do mundo estão sendo afetadas por eventos extremos e que esses eventos vão se tornar ainda mais frequentes casos algo não seja feito. “Todas as regiões do globo já são afetadas por eventos extremos como ondas de calor, chuvas fortes, secas e ciclones tropicais provocadas pelo aquecimento global”, diz.

Além disso, é ressaltado que os impactos dessas mudanças já vinha sendo avisado há anos. "Já sabemos há décadas que o mundo está esquentando, mas o relatório nos diz que mudanças recentes no clima são disseminadas, rápidas e se intensificam, de maneira sem precedentes em milhares de ano", alerta Ko Barrett, vice-presidente do painel.

Pela primeira vez, o relatório também fala sobre a necessidade de cortar as emissões de metano para conter o efeito estufa. A maior parte da produção desse gás vem da agricultura e da pecuária. “A estabilização do clima exigirá reduções fortes, rápidas e sustentadas nas emissões de gases de efeito estufa e alcançar emissões líquidas zero de CO2. Limitar outros gases de efeito estufa e poluentes do ar, especialmente o metano, pode trazer benefícios tanto para a saúde quanto para o clima ”, disse o copresidente do painel Panmao Zhai

De acordo com o WWF Brasil, o relatório traz um alerta a mais para o Brasil: a necessidade ainda maior de preservação da Amazônia, já que ela é um dos grandes sumidouros naturais de carbono do planeta.

"Certamente não precisamos de um novo relatório para nos dizer que estamos em uma emergência climática: ela já afeta milhões de pessoas em todo o mundo, inclusive no Brasil, onde já pagamos mais caro pela energia elétrica, por nossa comida e estamos em sério risco hídrico por causa do clima. No Brasil, onde boa parte de nossa energia já é limpa, o desafio é zerar todo o desmatamento, que é o que nos coloca como sexto maior emissor de gases de efeito estufa no mundo", diz Maurício Voivodic, diretor executivo do WWF-Brasil.

Para o Secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, os dados são um "alerta vermelho" para a humanidade. "Esse relatório precisa soar como uma sentença de morte para carvão mineral e combustíveis fósseis antes que eles destruam o nosso planeta", afirmou. 

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SEM APOIO, 70% DOS ALIMENTOS NA MESA DO BRASILEIRO VÊM DA AGRICULTURA FAMILIAR

Cerca de 70% dos alimentos que chegam à mesa da população brasileira são produzidos pela agricultura familiar. No entanto, apesar da importância que tem para a sociedade, o segmento não vem recebendo apoio suficiente do governo, segundo o presidente da Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura (Contag), Aristides Santos. 

“Há um desmonte das políticas públicas, principalmente no campo, o que aumenta as dificuldades. Não é de hoje a forma como o Brasil tem tratado a agricultura familiar, mas ao longo de toda a sua história”, afirmou Santos, em entrevista ao CB.Agro, programa realizado em parceria pelo Correio Braziliense e TV Brasília.

Aristides Santos disse que o orçamento da União diminuiu os recursos alocados nas áreas indígenas e quilombolas e para assistência técnica a pequenos produtores. “Já chegamos a ter R$ 600 milhões no orçamento para assistência técnica. Hoje está em R$ 31 milhões”, apontou. A importância dessa área, disse ele, é que o crédito a um agricultor familiar é como o investimento ao microempresário. “Se o profissional fizer um projeto bem orientado tecnicamente, pensando em todas as condições, a chance de dar certo é muito maior", afirmou.

O presidente da Contag relatou que o segmento teve redução na produção durante a pandemia do novo coronavírus, em função do distanciamento social. “Caso o governo tivesse facilitado a comercialização de produtos ou prorrogado parcelamento de dívidas, o segmento teria mais apoio no trabalho. Mas não aconteceu”, argumentou Aristides Santos. Segundo ele, “metade das famílias de agricultores perdeu renda na pandemia”.

A pandemia trouxe também novos comportamentos em relação à saúde e ao meio ambiente. Um deles foi a procura por alimentos orgânicos, que, apenas entre março e outubro de 2020, aumentou 44,5%, segundo pesquisa da Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis).

“Nós, do movimento sindical, trabalhamos muito na conscientização dos agricultores, incentivando o trabalho dentro da linha da agroecologia, saindo dos modelos que fazem o uso de venenos ou adubos químicos”, explicou Aristides. De acordo com o representante da Contag, quanto mais agricultura familiar atender à procura por alimentos saudáveis, melhor para o setor, que terá um diferencial de mercado. (Fonte: Correio Braziliense e TV Brasilia)

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NEY VITAL SACODE O FORRÓ COM BOM JORNALISMO TODOS OS DOMINGOS NA RÁDIO CIDADE

 

A audiência de rádio no Brasil vem crescendo desde o início da crise sanitária, segundo dados do Kantar IBOPE Media. O número de pessoas que ouvem rádio e mantêm o hábito com o distanciamento social aumentou para 74%.

Mesmo com mudanças na rotina, o tempo médio de audiência segue estável, apontou o levantamento. Se comparado com o mesmo período do ano passado, há registro significativo de crescimento.

A integração entre o rádio e as plataformas digitais é uma realidade que vem ganhando corpo nos últimos anos no Brasil. Se no início da ascensão digital se falava em ouvir rádio pelo site das emissoras, hoje muitas delas já contam com aplicativos e uma série de conteúdos e promoções exclusivas para os meios digitais. Para se ter uma ideia, segundo estudo recente do Kantar Ibope Media, 89% das pessoas escutam Rádio via mobile, pelo computador, enquanto 56% seguem nos receptores convencionais, em casa ou no carro.

A audiência ainda está ligada ao aparelho receptor comum, mas o ouvite também está no computador e, principalmente, no celular.

O rádio continua sendo o principal veículo de comunicação do Brasil. Aliado a rede de computadores está cada vez mais forte e líder. Na rádio Cidade AM 870, Petrolina/Juazeiro, Bahia, o jornalista Ney Vital apresenta o Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e Amigos. O programa é transmitido todos os domingos,  a partir das 8hs da manhã, www.radiocidadeam870.com.br, também no instagram, YouTube.

A direção da emissora apostou na reinvenção, no projeto especial e aposta no conteúdo cultural e os resultados aparecem. 

O Programa NAS ASAS DA ASA BRANCA VIVA LUIZ GONZAGA e SEUS AMIGOS segue uma trilogia amparada na cultura, cidadania e informação. "É o roteiro usado para contar a história da música brasileira a partir da voz e sanfona de Luiz Gonzaga, seus amigos e seguidores", explica Ney Vital. 

O programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga é um projeto que teve início em 1990, numa rádio localizada em Araruna, Paraíba. "Em agosto de 1989 Luiz Gonzaga, o  Rei do Baião fez a passagem, partiu para o sertão da eternidade e então, naquela oportunidade, o hoje professor doutor em Ciência da literatura, Aderaldo Luciano fez o convite para participar de um programa de rádio. E até hoje continuo neste bom combate". 

O programa é o encontro da família brasileira. Ney Vital não promove rituais regionalistas, a mesquinhez saudosista dos que não se encontram com a arte e cultural, a não ser na lembrança. Ao contrário, o programa evoluiu para a forma de espaço reservado à cultura mais brasileira, universal, autêntica, descortinando um mar e sertões  de ritmos variados e escancarando a infinita capacidade criadora dos que fazem arte no Brasil. 

É o conteúdo dessa autêntica expressão nacional que faz romper as barreiras regionais, esmagando as falsificações e deturpações do que costuma se fazer passar como patrimônio cultural brasileiro.

Também por este motivo no programa o sucesso pré-fabricado não toca e o modismo de mau gosto passa longe."Existe uma desordem , inversão de valores no jornalismo e na qualidade das músicas apresentadas no rádio", avalia Ney Vital que recebeu o titulo Amigo Gonzagueano Orgulho de Caruaru, e Troféu Luiz Gonzaga 2014 Exu,  recentemente em evento realizado no Espaço Cultural Asa Branca, foi um dos agraciados com o Troféu Viva Dominguinhos em Garanhuns.

Ney Vital usa a credibilidade e experiência de 30 anos atuando no rádio e tv. Nas filiadas do Globo TV Grande Rio e São Francisco foi um dos produtores do Globo Rural, onde exibiu reportagens sobre Missa do Vaqueiro de Serrita e festa aniversário de Luiz Gonzaga e dos 500 anos do Rio São Francisco, além de dezenas de reportagens pautadas no meio ambiente do semiárido e ecologia.

Formado em Jornalismo na Paraíba e com Pós-Graduação em Ensino de Comunicação Social pela UNEB/Universidade Federal do Rio Grande do Norte faz do programa um dos primeiros colocados na audiência do Vale do São Francisco, segundo as pesquisas. 

O Programa Nas Asas da Asa Branca, ao abrir as portas à mais genuína música brasileira, cria um ambiente de amor e orgulho pela nossa gente, uma disseminação de admiração e confiança em nosso povo — experimentada por quem o sintoniza, dos confins do Nordeste aos nossos pampas, do Atlântico capixaba ao noroeste mato-grossense.

Ney Vital usa a memória ativa e a improvisação feita de informalidade marcando o estilo dos diálogos e entrevistas do programa. Tudo é profundo. Puro sentimento.O programa Flui como uma inteligência relâmpago, certeira e  hospitaleira.

"O programa incentiva o ouvinte a buscar qualidade de vida. É um diálogo danado de arretado. As novas ferramentas da comunicação permitem ficarmos cada vez mais próximo das pessoas, através desse mundo mágico e transformador que é a sintonia via rádio", finalizou Ney Vital.

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