LEI DE POLÍTICA ESTADUAL DE AGROECOLOGIA É SANCIONADA EM PERNAMBUCO

O governador Paulo Câmara sancionou, nesta sexta-feira (8), lei que institui a Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica do Estado de Pernambuco, criada por iniciativa do Poder Executivo. Com foco na promoção da agroecologia e fortalecimento do sistema orgânico de produção agropecuária, a lei tem o objetivo de contribuir para o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida das populações do campo e da cidade.

Pernambuco é, atualmente, o Estado com maior rede de feiras orgânicas do Nordeste, e o segundo do País, atrás apenas de São Paulo. São 121 espaços agroecológicos em funcionamento, com 1.030 agricultores cadastrados como produtores orgânicos no Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. De acordo com Paulo Câmara, essa nova política vai aumentar a atuação do Estado e destacá-lo ainda mais no cenário nacional.

"Com as ações do Circuito Pernambuco Orgânico, o Recife já é a capital com a maior rede de feiras orgânicas do País e, a partir do Plano Estadual de Agroecologia, vamos atuar intensamente para interiorizar esses espaços de comercialização de alimentos saudáveis e incentivar, cada vez mais, a transição de agricultores e agricultoras da produção tradicional para a produção agroecológica. Por isso, esse é um momento muito importante para o desenvolvimento agrário do Estado", afirmou o governador.

Assim como o Programa Estadual de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PEAAF), criado por iniciativa do Poder Executivo em junho de 2020, a Política Estadual de Agroecologia atende a uma demanda antiga dos movimentos sociais ligados ao campo, à agricultura familiar e à agroecologia. A ação dialoga diretamente com o Programa de Alimentação Saudável do Nordeste (PAS/NE), instituído no último mês de agosto pelo Consórcio Nordeste como forma de valorizar a agricultura familiar e a alimentação saudável, em detrimento da valorização da utilização de agrotóxicos adotada pelo Governo Federal.

A Política Estadual de Agroecologia, construída conjuntamente com os movimentos sociais, será gerida pela Comissão Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica, composta paritariamente por representantes da sociedade civil e do Governo do Estado, e coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA). Caberá à comissão elaborar o Plano Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica, acompanhar os programa e ações inerentes ao plano e propor as suas prioridades ao governador.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco, Dilson Peixoto, o Plano Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica complementa um conjunto de políticas públicas voltadas ao fortalecimento da agricultura familiar de base orgânica. "Com a Política Estadual de Agroecologia passamos a ter uma atuação mais ampla, abrangendo desde a produção à comercialização dos produtos orgânicos", destacou.

As ações desenvolvidas no âmbito da Política Estadual de Agroecologia abrangerão desde a transição da agricultura familiar tradicional para a agricultura de base agroecológica às políticas de crédito rural, fortalecimento dos espaços de comercialização de produtos orgânicos e agroecológicos, desenvolvimento de pesquisas e tratamento tributário diferenciado para os produtos orgânicos e agroecológicos.

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TATO, DO FALAMANSA, DIZ QUE FORRÓ AINDA SOFRE PRECONCEITO NO BRASIL

Tato, vocalista do Falamansa, disse que existe uma leitura errada no Brasil de que o forró é um gênero musical para as classes mais baixas. "Na verdade, ele é feito para todos". A declaração foi dada em entrevista para Faa Morena, no programa Ritmo Brasil, que vai ao ar neste sábado (9), na RedeTV!.

"Quando começamos, esse forró de zabumba, triângulo e sanfona era muito regional, segmentado e até relacionado à classe social, o que é um absurdo. Até hoje, em propaganda política, por exemplo, quando a pessoa vai começar a falar do trabalhador, colocam de fundo um forró. Então, existe uma leitura errônea de que o forró é feito para as classes mais baixas, quando, na verdade, ele é feito para todos!", afirmou. 

O Falamansa surgiu em 1998 e teve grandes sucessos como "Rindo à Toa" e "Xote dos Milagres". Na conversa feita por vídeo com a apresentadora, Tato também falou que a aceitação do forró tem sido cada vez maior em todas a regiões do país, embora o preconceito contra o estilo musical ainda exista. 

"É uma bênção, não só para nós, mas para toda a cultura brasileira", afirmou. A entrevista vai ao ar neste sábado (9), às 19h30, na RedeTV!, e está disponível também na conta do Instagram da apresentadora (@faamorena).

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PERDEMOS TODAS AS VERDADES? DISSE O LOCUTOR!

Enquanto voltava de carro do mercado, escutei o radialista falar: “meu Deus, acho que nem ele mais acredita! Perdemos todas as verdades?”.

A dúvida do locutor era porque alguns ouvintes afirmavam que as mortes por Covid-19 em nossa cidade eram mentira. Outros comentários de ouvintes (obviamente não médicos), dizia o locutor, defendiam que o diagnóstico por Covid-19 era invenção para outros fins e que a nota emitida pelo hospital escondia a “verdadeira verdade”.

O questionamento do locutor não deixa dúvida do seu espanto em relação à opinião dos ouvintes. Concordo com o locutor, e digo mais. Essas opiniões são sinais do nosso tempo! Sobre um pedaço de apocalipse do nosso presente, porque talvez falte um pouco de cuidado quando opinamos sobre a vida ou a morte do outro. Até entendo certos ouvintes, pois alguns políticos e suas fakenews contribuem para essa desordem, pois relativizam o valor do cuidado da vida e a verdade da dor.

Esse estado de descrença é um dos sintomas da desordem moral. Vários filósofos já discutiram isso. Hannah Arendt sobre a desordem causada pelo Nazismo (1975) e Giorgio Agamben sobre a frieza dos governantes durante o Fascismo. Mas, é o filósofo Nietzsche (1900) que melhor analisou essa questão. A dúvida do locutor sobre os comentários de seus ouvintes clarifica a tese desse filósofo de que nós — seres humanos — não suportarmos todas as nossas verdades — e que por isso sabotamos com a mentira algumas pessoas ou situações.

A opinião de alguns ouvintes que relativizaram a morte dos pacientes por Covid-19, é reflexo dessa desordem moral, agora mais evidente nos canais de comunicação que facilitam mais a divulgação de opiniões do que a argumentação que conduziria à possível construção do entendimento e da verdade.

Platão já nos disse: a opinião (doxa) não é a verdade (epistéme) e que, portanto, o uso demasiado de opiniões nos conduz à insegurança, porque brincamos com aqueles valores importantes à cidade, à política e ao bem estar comum.

Como desliguei o rádio, após sair do carro, não ouvi mais o locutor. Mas, ele me deixou pensando sobre a certeza de que estamos regressando, em algum aspecto, ao nível das sociedades mitológicas, do caos, da desordem e da guerra. Thomas Hobbes (1679) alertou que quando optamos pela descrença nos contratos e nos acordos (neste caso simbolizados pela ciência expressa no comunicado da comunidade científica local), corremos o risco de sermos o lobo de nós mesmos.

Perdemos todas as verdades? Talvez estejamos nesse caminho, nobre locutor, principalmente enquanto alguns ouvintes não pensarem um pouquinho mais antes relativizarem a morte ou pouco do apreço pela verdade da vida que ainda nos resta.

*Joel Felipe Guindani é doutor em Comunicação e Informação (UFRGS). Docente Adjunto na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Mestre em Ciências da comunicação (UNISINOS). Graduado em Rádio e TV (UNOESC).

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BRASIL CHEGA A 200 MIL MORTES POR COVID-19

Em um momento crítico da pandemia e ainda sem vacinação, o Brasil passou a marca de 200 mil mortes por Covid-19 nesta quinta-feira (7), segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa, a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, em um boletim extra. O total de óbitos registrados é de 200.011, com 7.921.803 casos confirmados.

A primeira morte pela doença no país aconteceu em fevereiro do ano passado. Nos meses seguintes, o número de óbitos subiu gradativamente, até que em junho foi atingido um estágio de platô com cerca de 1 mil mortes diárias.

Em 8 de agosto, 100 mil vidas haviam sido perdidas na pandemia. Mas em meados daquele mês, começou a ser observada uma tendência de queda nos números da tragédia. Cidades e estados flexibilizaram restrições à circulação, e muitos hospitais de campanha foram desmontados.

Em novembro, as mortes voltaram a aumentar e, desde o início deste ano, o Amazonas voltou a reviver momentos difíceis da pandemia, com hospitais e cemitérios lotados. Nos últimos dias, Manaus atingiu recorde de novas internações que superaram números vistos em abril e maio, quando houve colapsos no sistema público de saúde e funerário.


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AMIGOS DE JUAZEIRO E PETROLINA LAMENTAM A MORTE DO CANTOR GENIVAL LACERDA

O odontólogo e atual vereador César Durando, o radialista Francisco Fernandes eram dois dos amigos do cantor Genival Lacerda mais próximos, em Petrolina. Sempre que podia era comum Genival Lacerda vir para o sertão e ligar para os dois amigos.

O lugar preferido sempre as feiras para saborear a gastronomia sertaneja. Genival vai permanecer como um dos nossos maiores patrimônios da cultura", diz Cesar Durando.


Francisco Fernandes é citado nas gravações de algumas músicas de Genival Lacerda, conferido a amizade e carinho que o cantor tinha pelo radialista.

"É um momento de dor. Perdemos um amigo que amava Petrolina e o Rio São Francisco", diz Francisco Fernandes.

Recentemente o cantor Genival Lacerda resolveu apostar em uma canção "cheia de modernidades". O cantor gravou o clipe de Me dê seu wifi. Genival contracena com quatro mulheres que representam as redes sociais: Twitter, Instagram, WhatsApp e Facebook.

"Genival Lacerda aos 89 anos era um homem antenado com o futuro e vivia o presente", finaliza Cesar Durando.

O cantor, sanfoneiro e  compositor Flávio Baião disse que Genival Lacerda representava uma das poucas fontes vivas da música brasileira. "Ele conviveu com Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Sivuca e Dominguinhos. Era uma fonte rara de riqueza cultural', finalizou Flávio Baião.

O poeta, cantor e compositor Luiz do Humaytá, em Curaçá,  também lamentou a "partida" de Genival Lacerda. "Hoje morreu Genival Lacerda, uma perda insubstituível. Tocamos muita música dele nos nossos shows, na época com a Banda Avulso, em Salvador, aliás sinto que uma parte do Forró Avulso se foi junto com ele. Gravamos várias músicas de Genival Lacerda no primeiro CD", declarou Luiz do Humaytá.

No ano de 2017, a TV Caatinga, WebTV da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), para a estreia do programa “Sou Forró”, exibiu em parceria com o Canal Futura, O programa Eu sou o forró.

Gravado na Ilha do Rodeadouro, em Juazeiro (BA), o programa “Sou Forró” foi apresentado pelo cantor e compositor Targino Gondim. Cada episódio abordou assuntos relacionados ao tema principal, como as danças, a cadeia produtiva gerada pelo forró e a obra de Luiz Gonzaga. 

O programa teve a presença de artistas consagrados do gênero. Genival Lacerda, considerado, na época, o único cantor da geração de Luiz  Gonzaga ainda vivo, foi um dos convidados, assim como Maciel Melo, Flávio Leandro, Pinto do Acordeon (este também já falecido), além do pesquisador da cultura popular brasileira Assis Ângelo. 

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MÚSICOS BAIANOS FECHAM BR-367 EM PROTESTO CONTRA MEDIDA QUE PROÍBE SHOWS COM MAIS DE 200 PESSOAS

 Músicos baianos fecham BR-367 em protesto contra medida que proíbe shows com mais de 200 pessoas por causa da Covid-19

Um grupo de músicos da cidade de Porto Seguro, no sul da Bahia, interditou os dois sentidos da BR-367 na manhã desta quinta-feira (7). A categoria protesta contra a prorrogação do decreto estadual que proíbe shows com público acima de 200 pessoas, como medida preventiva do coronavírus.

Com cartazes pedindo para voltarem ao trabalho, os músicos queimaram pneus e impediram a passagem dos motoristas. O protesto durou cerca de uma hora e gerou um congestionamento de cerca de 2 km de extensão.

Por meio de nota, a Secretaria de Comunicação do Estado da Bahia (Secom-BA), informou que o apoio aos profissionais da cultura foi assegurado pela Lei Aldir Blanc, com um auxílio aprovado pelo governo federal, determinando o pagamento de cinco parcelas de R$ 600.

Até as 12h21 desta quinta-feira, a cidade de Porto Seguro registrava 4.504 casos confirmados de Covid-19 desde o início da pandemia, conforme informações divulgadas pela Central Integrada de Comando e Controle da Saúde do estado.

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CANTOR GENIVAL LACERDA MORRE AOS 89 ANOS NO RECIFE

O cantor Genival Lacerda, um ícone da música nordestina e brasileira, faleceu nesta quinta-feira (7), após complicações causadas pela Covid-19. Aos 89 anos, ele deu entrada no Hospital Unimed I, no Recife, no começo de dezembro de 2020, precisando de oxigênio. No dia 4 de janeiro, Lacerda apresentou uma piora no quadro de saúde. Na última quarta-feira (6), a família começou uma campanha de doação de sangue para o cantor. Em 2019, o paraibano já havia sido internado no Hospital de Ávila, na Zona Norte do Recife, após sofrer um Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVC).

Genival Lacerda Cavalcante nasceu em 5 de abril de 1931. Iniciou sua carreira aos 18 anos de idade. Como muita gente de sua época, ainda na era de ouro do rádio, começou num programa de calouros de Campina Grande (PB), a sua terra natal. Com ajuda de amigos que colecionou na Rádio Borborema, conseguiu compor o casting oficial dessa emissora a partir de 1953.

Ele veio morar no Recife quando participou do aniversário Rádio Tamandaré, em 1955. A sua apresentação impressionou tanto que o fez ser contratado pela emissora, que era do mesmo grupo do Diario de Pernambuco tinha uma programação voltada para entretenimento. Foi quando qanhou o título de "dono do rojão." Foi através da influência da capital pernambucana que ele expandiu sua popularidade por toda a região Nordeste.

"É um cantor que não fica parado junto ao microfone, quando está cantando. Tem jogo de corpo, gesticulação e muita malícia, o que agrada inteiramente aos que assistem”. Essa foi a descrição que o Diario de Pernambuco, em 24 de abril de 1955, usou para explicar quem era um paraibano chamado Genival Lacerda pela primeira vez. Características que seguiram com músico até o final da vida, mesmo quando idoso, na casa dos 80.

Somavam-se as roupas coloridas, chapeuzinho e a mão na barriga enquanto cantava e dançava, mania que incorporou ainda na Paraíba. A irreverência e o talento ficam na memória do público. Para a música, o “Rei da Munganga” deixou um legado para o forró, baião, xote e rojão. Lacerda lançou cerca 30 discos lançados, colecionou parcerias com nomes de expressão na cultura nordestina, como Dominguinhos e Marinês.

Em 1956, gravou o seu primeiro compacto, Coco de 56, através da Fábrica Mocambo. Na década de 1960, seguindo os passos de tantos nordestinos, foi morar no Rio de Janeiro, onde ganhou menção honra num concurso de música popular do Correio da Manhã e e passou a cantar na Rádio Mauá. 

Gravou LPs nas gravadoras Caravelle, Continental, Polydor, entre outras. Sua popularidade só cresceu com passagens por estúdios de TV, rádio e salões de concertos. O título de "dono do rojão" evoluiu para "Senador do rojão”. Todo ano ele juntava músicos e partia para uma jornada de shows em todo o Nordeste, tendo Pernambuco como "quartel-general".

O sucesso nacional foi consagrado mais tarde, em 1975, com Severina Xique-Xique (composição de João Gonçalves), uma faixa do disco Aqui tem catimberê que fez Lacerda vender mais de 160 mil discos. O sucesso ficou marcado por forró malicioso, de duplo sentido, e porque não safado - uma característica que não é restrita à “nova geração” do forró eletrônico/estilizado. Nessa época ficou conhecido como o Rei da Muganga.

Em 1987 gravou com grande sucesso o LP A fubica dela, pela RCA, com arranjos e regência de Sivuca, além da participação desde músico com Dominguinhos no acordeom e Coronel, integrante do Trio Nordestino na zabumba. Em 1999, participou do disco Marinês e sua gente - 50 anos de forró, cantando ao lado de Marinês, e o Forró do beliscão, de Ary Monteiro, João do Vale e Leôncio.

Em 2000, lançou, pela gravadora CID, o CD Genival Lacerda ao vivo, contando com as participações especiais de Dominguinhos e de Oswaldinho do Acordeon. Em 2004, por ocasião da comemoração de seus 50 anos de carreira, Genival foi homenageado juntamente com a cantora Clemilda, durante o IV Fórum de Forró de Aracaju, no Teatro Atheneu.

No final de 2017 recebeu no Palácio do Planalto a medalha da Ordem do Mérito Cultural (OMC). Na cerimônia, Genival tirou seu chapéu estampado de bolinhas ao passar diante do então presidente Michel Temer.

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