PESQUISA MOSTRA POR MEIO DE ANIMAÇÃO A DISSEMINAÇÃO DA COVID-19 PELO INTERIOR DOS ESTADOS DA BAHIA E PERNAMBUCO

A disseminação do novo coronavírus dentro de cada estado do país deu-se a partir das capitais e regiões metropolitanas, onde foram confirmados os primeiros casos da Covid-19, ainda no início de março. Em seguida, a doença começou a se espalhar pelo interior, primeiramente, por cidades que contam com aeroportos, como é o caso de Petrolina (PE), e pelas rodovias que cortam os estados. Esta constatação fica mais visível quando apresentada em forma de animação, como fizeram os pesquisadores do Grupo de Pesquisa em Doenças Infecciosas e Negligenciadas do Vale do São Francisco (GPDIN) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).

O estudo foi realizado pelos professores Rodrigo Feliciano do Carmo, do Colegiado de Farmácia da Univasf e coordenador do GPDIN, e Carlos Dornels Freire de Souza, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), e pelo estudante Bruno Eduardo Bastos Rolim Nunes, da Ufal. Os pesquisadores se debruçaram sobre os dados das secretarias estaduais de saúde de Pernambuco e da Bahia, estados onde a Univasf tem seis campi, para elaborar mapas animados que mostram, semana a semana, como se deu a expansão da Covid-19 pelo interior desses estados desde o primeiro caso confirmado. Os dados em forma de imagem deixam evidente o caminho traçado pela doença.

O professor Rodrigo do Carmo diz que a chegada do coronavírus ocorreu pelos municípios com aeroportos, começando pelas capitais de cada estado, e por cidades do interior que também contam com esse equipamento ou que estão próximas a outras cidades com aeroporto, caso de Petrolina, em Pernambuco, com terminal próprio, e de Feira de Santana, na Bahia, situada a apenas 116 quilômetros da capital. A interiorização da Covid-19 pelas rodovias começou algumas semanas após a confirmação dos primeiros casos nas capitais e cidades aeroportuárias.

O estudo realizado no estado de Pernambuco considerou para análise o período de 12 de março de 2020, data em que foi registrado o primeiro caso do novo coronavírus, no Recife, até 28 de maio de 2020. “Em 21 de março, uma semana depois do primeiro caso, somente três municípios registravam casos confirmados de Covid-19: Recife, Jaboatão dos Guararapes e Belo Jardim, no Agreste do estado. Os primeiros casos da doença no sertão foram registrados em Petrolina, na última semana de março”, relata Carmo.

De acordo com ele, o processo de interiorização começou a seguir pelas principais rodovias, especialmente pela BR 232, a partir da primeira semana de abril, quando foram registrados os primeiros casos nos municípios de Arcoverde (BR 232 e BR 424), Sertânia (BR 232 e BR 110) e Salgueiro (BR 232, BR 116 e BR 361). “Em 28 de maio, Pernambuco totalizou 30.713 casos de Covid-19, distribuídos em 177 municípios (95,6%). Um total de 26 municípios teve mais de 100 casos confirmados e, juntos, foram responsáveis por 87,9% dos casos registrados no estado, o que corresponde a 26.998 pessoas confirmadas com a Covid-19”, diz o pesquisador.

Na Bahia, a equipe de pesquisadores deu início à análise a partir de 6 de março de 2020 e acompanhou a evolução da doença no estado até 16 de maio de 2020. O primeiro caso confirmado de Covid-19 na Bahia, uma pessoa que havia chegado de viagem no aeroporto de Salvador, foi registrado no município de Feira de Santana. Somente sete dias depois, já em 13 de março, a capital Salvador confirmou a ocorrência de três casos. Na semana seguinte, o número de municípios acometidos pela pandemia passou para sete: três na Região Metropolitana de Salvador (Salvador, Lauro de Freitas e Camaçari), um no interior (Feira de Santana) e três no Sul (Prado, Porto Seguro e Itabuna).

A partir de 28 de março, teve início o processo de interiorização do novo coronavírus no estado, atingindo mais 14 municípios e totalizando 21 localidades afetadas, com 127 casos confirmados. Dentre os municípios, destacam-se Juazeiro (na região norte), Barreiras (no extremo oeste) e Teixeira de Freitas (no extremo sul). Na semana de 4 de abril, 41 municípios (10,3%) confirmaram a circulação do SARS-CoV-2 no território, destacando-se Vitória da Conquista. Sete dias depois, já eram 72 (17,3%) os municípios com casos confirmados, com maior concentração no Sul do estado.

De acordo com o professor da Univasf, a expansão mais intensa da Covid-19 para o interior do estado, que passou de 94 (22,5%) para 218 (52,3%) municípios atingidos, ocorreu no período de 16 de abril a 16 de maio. “A partir do padrão de dispersão espacial da Covid-19 na Bahia, acreditamos que, num primeiro momento, a malha aeroportuária contribuiu para a importação do vírus para os principais municípios com aeroportos comerciais com voos regulares. Desses municípios polos, a doença se espalhou para os vizinhos a partir da malha rodoviária”, observa Carmo.

O trabalho referente ao avanço do vírus em território baiano já foi encaminhado a um periódico internacional para publicação. O estudo sobre Pernambuco também foi enviado para publicação em forma de uma letter, em periódico internacional. Os pesquisadores trabalham agora na elaboração de um artigo que discute o papel das rodovias na expansão da pandemia pelo interior pernambucano. A expectativa é ampliar o estudo também para o estado do Piauí, onde a Univasf tem o campus Serra da Capivara, no município de São Raimundo Nonato. (Fonte: Univasf)
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MESTRE BILINO: A ARTE DE TOCAR E AFINAR SANFONA DE 8 BAIXOS, PÉ DE BODE

A Sanfona de 8 Baixos, Pé de Bode ou Fole de 8 Baixos, como também é chamado, é um instrumento fundamental para a música nordestina e brasileira. No nordeste do Brasil, ele adquiriu características de afinação próprias que o tornaram diferente. Portanto, no nordeste ele desenvolveu um sotaque próprio, que é representativo de nossa cultura. Representa, além de uma tradição musical, um saber único.

Atualmente, a arte do tocador de sanfona de 8 baixos está ameaçada, porque seus instrumentistas não encontram mais espaço merecido nas programações de Rádio. O Tocador de 8 Baixos é capaz de agregar uma comunidade e produzir cultura, representá-la e difundi-la, contribuindo para o fortalecimento de nossa própria identidade.

Andar pelos sertões sempre me proporciona encontros! Novos conhecimentos. Entre Exu e Serrita encontrei "Mestre Bilino". Antônio Felizardo Alves, bom proseador e afinador de sanfona de 8 Baixos. Seu Bilino também toca sanfona de 120 baixos. Mas é apaixonado mesmo pela arte de tocar a sanfona de 8 Baixos.

Seu Bilino começou a tocar ainda era menino, em 1958, quando seu pai comprou uma sanfona de 8 Baixos pra ele. Naquela época os forrozeiros tocavam nos casamentos, nos aniversários, diz Seu Bilino. “Ele comprou uma sanfona pra eu tocar pra ganhar um dinheirinho. Nessa época o povo tocava a noite toda”, conta ele, que veio de uma família de  músicos.

Seu Bilino diz que não é tocador profissional, que sua profissão mesmo é afinar sanfona: “Meu ramo mesmo é ser afinador de acordeon, quando o fole se acaba eu também recupero”, diz ele.


“Tem uma música que eu fiz que eu botei o nome Avessinho, um chorinho. É um forró tão bom de dançar que quando eu estou tocando ele todo mundo pega o ritmo, quer dançar. O finado Dominguinhos quando tava vivo foi tocar na rádio em São Paulo, aí um senhor me chamou pra tocar nessa rádio e eu fui tocar mais Zé Onório, que era um tocador de 8 Baixos de São Paulo. Aí ele fez assim, eu disse que era do Exu, ai ele disse, esse caba de Exu é bom”, conta.

Bilino teve dois mestres, um foi seu pai, que lhe ensinou duas coisas, uma é que “a música é pra ser tocada com carinho e amor, bem feliz”. A outra é que tem músicas que devem ser guardadas pra momentos especiais. “Meu pai dizia ‘Num toque essa música atoa não. Toque num momento especial, que você fica feliz e eu também fico”, ensina.

O outro mestre de Bilino foi Severino Januário, irmão de Luiz Gonzaga.  “Eu tocava com Severino Januário, eu considero ele meu mestre. Eu toco as músicas dele, tem gente que até chora. Hoje eu estou tocando as letras dele por causa dele. É um xote tão bom de dançar que todo mundo arrupeia os cabelos”, brinca Bilino.

Ele só fica triste com a falta de reconhecimento do seu mestre “Severino dos 8 Baixos  num era mostrado na televisão. O homem tocava um 8 Baixos daquele jeito e num era mostrado. Eu fiquei meio triste, andei um tempo sem tocar”, conta o tocador que também não tem a atenção dos holofotes, apesar de seu talento merecido.

O vínculo com a família de Luiz Gonzaga começou desde cedo, Seu Bilino conta que seu pai só afinava o instrumento com Januário: “Ele trazia o 8 Baixos dele porque ele era mestre, aí quando a sanfona dele quebrava.  Ele vinha pra aqui”. E, Bilino, criança, vinha dentro de um caçoá, de Serrita, sua cidade, para Exu.

Hoje, assim como grande parte dos nordestinos, Bilino tem veneração por Mestre Lua: “Pro futuro ele vai ser nosso santo dos músicos, o santo dos sanfoneiros. Vai ser que nem o Padre Cícero, que nem Damião. Asa Branca é como se fosse um hino, como se fosse uma reza”, profetiza ele. “Ele é uma raiz do Sertão que a gente não pode abandonar”, afirma o sanfoneiro.

Consciente de que está cada vez mais raro achar pelas bandas do Araripe um tocador de 8 Baixos, “Daqui a uns 50, 100 anos quem tocar 8 Baixos vai ser chefe majoritário do mundo inteiro”, Bilino sente prazer quando consegue passar seu conhecimento a alguém “A coisa que eu acho mais feliz no mundo é eu dar aula pra uma criança, de 8 Baixos, porque de acordeon tá cheio já de tocador”

“Eu num posso abandonar essa carreira até o fim da minha vida”, diz com veemência. “Eu estou feliz desse jeito, porque dinheiro num é tudo na vida não. Eu sou um cara da roça, do mato, eu tenho um sitiozinho que eu plantei, tem 16 pés de coco. As filhas vem do meio do mundo passear. Eu acho bom estar no meio da terra aqui escutando Gonzaga tocar, chega um amigo, conversa comigo, chega outro”, conta o humilde tocador do fole típico do Sertão que hoje se tornou preciosidade.
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SENADORES REPROVAM MEDIDA DE BOLSONARO QUE AUTORIZA MINISTRO DA EDUCAÇÃO A NOMEAR REITORES DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS

A medida provisória que autoriza o ministro da Educação a nomear reitores e vice-reitores de universidades federais sem consulta à comunidade acadêmica durante a pandemia provocou a reação de senadores de vários partidos. A oposição classifica a MP 979/2020 como uma "intervenção nas universidades e pede que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, devolva a medida ao governo, o que faria com que o texto deixasse de valer. 

Parlamentares também questionam a constitucionalidade da MP e anunciaram a intenção de acionar o Supremo tribunal Federal (STF) para derrubar a proposta.  

A MP foi publicada na edição desta quarta-feira (10) do Diário Oficial da União, uma semana depois de outra medida provisória (MP 914/2019) que alterava as regras para a escolha de reitores perder a validade. O texto exclui a necessidade de consulta a professores e estudantes ou a formação de uma lista para escolha dos reitores.

Senadores do PT, como Humberto Costa (PE), Rogério Carvalho (SE), Paulo Rocha (PA) e Jean Paul Prates (RN), afirmaram que vão batalhar para derrubar a MP que, segundo eles, fere a autonomia universitária.

“Sem consultar comunidade acadêmica, Bolsonaro edita MP dando carta branca para Weintraub escolher reitores durante a pandemia. É inaceitável e vamos recorrer contra mais esse ataque autoritário contra autonomia universitária”, escreveu Rogério.

Humberto afirmou que Bolsonaro tenta novamente interferir nas universidades. Paulo Rocha disse que, se for necessário, levará o caso ao Judiciário. Jean Paul, por sua vez, afirmou que a MP é inconstitucional, defendeu a devolução da proposta ao governo e afirmou que o presidente insiste em medidas de regimes autoritários em sua guerra contra as universidades.

“Bolsonaro tentou interferir na autonomia das universidades e institutos federais com a MP 914. Ela caducou e ele não se deu por achado: editou nova MP. Isso é inconstitucional . O Congresso Nacional precisa devolver a Bolsonaro sua MP 979. A hora é de o governo atacar a pandemia, não a autonomia das universidades e institutos federais de educação. Este governo odeia a ciência, o pensamento crítico e a pesquisa”.

Outro a pedir a devolução da MP foi Cid Gomes (PDT-CE). O senador também considera que a MP 979 é uma interferência na autonomia universitária.

“Atuarei imediatamente para proteger as universidades federais do autoritarismo, pedindo que o presidente do Senado devolva a MP. Democracia sempre!”

Segundo Randolfe Rodrigues (Rede-AP), partidos de oposição se articulam para derrubar a MP.

“Para Bolsonaro e Weintraub é extremamente viável que os estudantes do país se virem com aulas e provas online, inclusive que prestem Enem on-line. Agora, eleição para reitoria on-line? Não pode! Quando se trata de efetivar o projeto autoritário deles, uma MP resolve! Covardes! Em conjunto com os partidos de oposição no Congresso, iremos acionar o STF, que tem sido a cláusula de contenção dos absurdos de Bolsonaro, contra a MP 979, que é mais uma investida do governo contra a autonomia das universidades. Não vamos permitir essa intervenção autoritária”, apontou.

Quem também reagiu à nova MP foi o senador Fernando Collor (PROS-AL), que considera anacrônica a centralização da escolha de reitores no Ministério da Educação.

“Universidade é pluralidade e liberdade de pensamentos. Autonomia universitária é avanço a ser preservado. A comunidade acadêmica tem melhores condições de escolher sua direção. De forma democrática! Centralizar a escolha no MEC é descabido, anacrônico e contraproducente!”

Eliziane Gama (Cidadania-MA) apontou que essa centralização remete à ditadura. “Somente durante as ditaduras militares, reitores eram impostos dessa forma. Pela MP 979 não haverá processo de consulta à comunidade escolar ou acadêmica, ou formação de lista tríplice para a escolha de reitores. Vamos trabalhar pela derrubada do texto no Congresso”.

Fabiano Contarato (Rede-ES) avaliou que Bolsonaro se vale da pandemia “para dar o mais duro golpe na autonomia das universidades”. Leila Barros (PSB-DF) foi outra a usar as redes sociais para condenar a medida.

“No que depender de mim, não aproveitarão a covid-19 para tentar, mais uma vez,intervir nas universidades. Chega de retrocesso!”, escreveu.

A MP está em consulta pública no Portal e-cidadania do Senado. Até o início da tarde desta quarta-feira (10), quase 26 mil internautas haviam votado contra a MP, enquanto pouco mais de 1,2 mil manifestaram apoio ao texto. (Fonte: Agencia Senado) 
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POPULAÇÃO DE EXU AJUDA A FISCALIZAR TRAFEGO DE ÔNIBUS CLANDESTINO PARA PREVENIR INFECÇÃO PELO CORONAVÍRUS

Os ônibus clandestinos vindos principalmente de São Paulo tem sido um grande problema para os prefeitos das cidades do interior da Bahia, Paraíba Pernambuco, Maranhão, Piauí e Ceará. São dezenas de denúncias de que estes ônibus são os responsáveis pelo aglomerado, o risco de transmissão do novo coronavírus nas cidades do interior.

A reportagem do BLOG NEY VITAL , obteve com exclusividade fotos que mostram o quanto as prefeituras tem se dedicado em combater o movimento de passageiros em ônibus clandestinos. Um dos exemplos é a cidade de Exu, Pernambuco, lugar onde nasceu Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Equipe da vigilância sanitária montou um esquema de barreiras e fiscalização. Marlla Teixeira conta que já ocorreu casos de receber denúncias no horário da madrugada. 

"A maioria da população tem ajudado a fiscalizar chegada de ônibus, geralmente veículos trafegam irregularmente e lotado, clandestinos", revela Marlla. Exu é considerada um dos melhores exemplos no Nordeste em prevenção. Exu, não tinha registro da doença, mas entrou para a listagem dos locais afetados, no último domingo (7).

A desconfiança é que existe uma rota via Exu, com destino ao Crato, Ceará e Juazeiro do Norte.

Diferente de Exu, o “ritmo de contágio” do novo coronavírus aumentou no interior do país entre o fim de maio e o começo de junho, aponta levantamento da plataforma Farol Covid, que analisou a situação das 124 cidades mais afetadas pela pandemia. Juntas, elas somavam 29.122 mortes, o que representa 80% do acumulado no Brasil.

Pequenos municípios do Nordeste estão registrando casos de coronavírus com migrantes que retornam à terra natal por causa das dificuldades da quarentena nas capitais. Com as restrições do transporte interestadual, que chegou a ser proibido em 15 estados, muitos migrantes optam por lotações e ônibus clandestinos. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) já autuou mais de 450 ônibus irregulares entre abril e inicio de junho. O itinerário mais comum liga São Paulo às regiões Norte e Nordeste.

São ônibus, vans e até caminhões que realizam o transporte interestadual sem autorização da ANTT. Há um fluxo significativo do Sudeste para as regiões Norte e Nordeste, sendo grande o número de apreensões nas ações conjuntas da ANTT com as polícias nas barreiras com as vigilâncias sanitárias do Maranhão, Piauí e Bahia. 

O BLOG NEY VITAL obteve a informação que por questões estratégicas, a ANTT não divulga os destinos exatos dos veículos autuados nas fiscalizações. As principais irregularidades são pneus carecas, extintores vencidos e para-brisas trincados, ausência de itens obrigatórios de segurança velocímetros quebrados.

O valor de uma multa por transportar passageiros sem autorização do órgão federal é de R$7.428,00. A ANTT alerta ainda sobre os “riscos de contaminação e contágio da covid-19, pois esses veículos não cumprem os protocolos sanitários adotados pelas empresas regulares”, diz o órgão.

“Eles não têm mais como ficar em São Paulo. O dinheiro acabou. Muitos viajantes não têm nem o valor da passagem. São os familiares que mandam dinheiro para alimentação durante a viagem e pagam o bilhete na chegada”.

O retorno dos “filhos da terra” desafia os pequenos municípios no enfrentamento da pandemia. Na Bahia, dezenas de cidades do interior já registraram os primeiros casos da doença após a chegada de pessoas dos grandes centros.

Essa dinâmica é uma das formas da interiorização da doença e confirmada pelo Ministério da Saúde. 
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FEIRA DE ECONOMIA SOLIDÁRIA USA CRIATIVIDADE PARA COMEMORAR FESTEJOS JUNINOS DURANTE PANDEMIA

Empreendimentos econômicos solidários da Bahia participam, de 13 a 24 de junho, do Festival de Economia Solidária - São João da Minha Terra, com ações de comercialização e apresentações culturais em plataformas digitais. A realização do evento é fruto de edital público lançado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre).

O Festival tem o intuito de propagar os princípios da economia solidária, escoar a produção e ampliar o faturamento do segmento durante a pandemia da Covid-19. "É uma oportunidade de fortalecer a comercialização e reafirmar o papel da economia solidária como alternativa viável de geração de renda, mesmo durante a crise sanitária que estamos enfrentando. Além disso, o evento valoriza a cultura do nosso estado, incentivando a população a curtir os festejos juninos em casa, com total respeito as recomendações da Organização Mundial de Saúde", destaca o titular da Setre, Davidson Magalhães.

Entre os destaques do festival, estão produtos da culinária e artesanatos típicos das diversas regiões do estado, que serão comercializados no Instagram dos 13 Centros Públicos de Economia Solidária da Bahia (Cesol), equipamentos ligados à Setre.

A programação conta ainda com aulas de culinária com chefs renomados, e que se identificam com os princípios da Economia Solidária, como Bela Gil, Guga Rocha e Rosa Gonçalves, e apresentações musicais de nomes tradicionais do forró, entre eles Del Feliz e Zelito Miranda. Quem comanda a apresentação do Festival entre os dias 22 e 24 é o ator Jackson Costa. Já o lançamento do evento, dia 13, fica por conta da apresentadora Dina Lopes

A transmissão do evento, que já tem exibição de lançamento previsto para o próximo dia 13, às 18h, e programação entre os dias 22 e 24, que será feita no perfil do Coletivo Mídia Ninja no Facebook e YouTube, bem como nas mesmas redes dos Cesols.
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BOLSONARO EDITA MP QUE AUTORIZA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO ESCOLHER REITORES TEMPORÁRIOS DURANTE PANDEMIA

O presidente Jair Bolsonaro editou Medida Provisória (MP) que permite ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, escolher reitores temporários das universidades federais durante o período de pandemia.

A MP foi publicada na edição desta quarta-feira (10) do "Diário Oficial da União" (DOU) e já está em vigor. O texto precisa ser aprovado pelo Congresso em até 120 dias para não perder a validade.

O texto exclui a necessidade de consulta a professores e estudantes ou a formação de uma lista para escolha dos reitores.

"Não haverá processo de consulta à comunidade, escolar ou acadêmica, ou formação de lista tríplice para a escolha de dirigentes das instituições federais de ensino durante o período da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente da pandemia da Covid-19", diz o texto.

A MP atual não se aplica às instituições cujo processo de escolha dos reitores tenha sido concluído antes da suspensão das aulas presenciais. Ela vale para as instituições em que o mandado do reitor se encerra durante a pandemia. O texto fala em "dirigente 'pro tempore'", expressão em latim que pode ser traduzida por "temporariamente" ou "por enquanto".

Procurada pelo G1, a Andifes, entidade que representa os reitores das federais, afirmou que vai buscar contestar a validade da MP.


"A Andifes, com a urgência que o tema requer, está tomando as providências cabíveis, mantendo contato com parlamentares, juristas e entidades, para coordenar as ações pertinentes à contestação dessa MP, que atenta de forma absurda contra a democracia em nosso país e a autonomia constitucional de nossas universidades" – Reitor João Carlos, presidente da Andifes, em nota.
MP anterior perdeu validade
No final de dezembro, Bolsonaro editou MP que alterava regras para a escolha de reitores e pró-reitores de universidades e institutos federais de ensino. O texto perdeu validade há uma semana, porque não vou aprovado pelo Congresso.

Para as universidades federais, a MP mudaria o peso dos votos, pois a lei anterior ao texto estabelecia um percentual apenas para os professores: 70%. Mesmo assim, na prática, boa parte das universidades determinava pesos iguais para professores, alunos e funcionários. A MP manteve o percentual de 70% para os professores e definiu o peso dos votos de servidores técnico-administrativos e de alunos: 15% cada.

A maior mudança era para a escolha dos diretores dos institutos federais de ensino superior: a lei estabelecia pesos iguais para esses grupos. A MP trazia para os institutos a regra das universidades: peso de 70% para os votos dos professores, 15% para estudantes e 15% para servidores.

Em 2019, o governo interveio na nomeação de ao menos 6 reitores, entre as 12 nomeações que haviam sido feitas até agosto daquele ano.
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"SONHEI OLHANDO A SERRA DO ARARIPE. PEGANDO O CARRO COM MEUS MÚSICOS E GANHANDO A VIDA DE VIAJANTE. TEMPOS DIFÍCEIS SEM OS FESTEJOS JUNINOS", LAMENTA JOQUINHA GONZAGA

"Sonhei olhando a Serra do Araripe. Madrugada pegava o carro junto aos meus músicos seguindo a vida de viajante Nordeste afora. Encontrando os amigos e fazendo shows". A frase é do cantor e compositor Joquinha Gonzaga, sobrinho de Luiz Gonzaga e neto do tocador de sanfona de 8 baixos, Januário. Emocionado Joquinha declarou as dificuldades vividas neste momento de isolamento social e proibição das festas juninas 2020.

"Tenho 68 anos e este ano sem festejos de São João, devido a pandemia e o isolamento social, tudo isto provoca uma tristeza profunda. Saber que músicos, profissionais da música sem ter condições de trabalho dó na alma. Nesta minha vida de artista e dos irmãos tenho certeza é a primeira vez que isto acontece", afirma Joquinha.

João Januário Maciel, o Joquinha Gonzaga é hoje um dos poucos descendentes vivos da família precursora do forró, baião. Dos nove filhos de Santana e Januário, todos eles, já partiram para o sertão da eternidade. Joquinha Gonzaga, nasceu no dia 01 de abril de 1952, filho de Raimunda Januário (Dona Muniz, segunda irmã de Luiz Gonzaga) e João Francisco Maciel.

A filha de Joquinha, Sara Gonzaga é a atual produtora empresária do sanfoneiro que traz a humildade e o sorriso de Luiz Gonzaga estampado em cada abraço. Sara diz que durante todo o ano a vida do pai e sanfoneiro Joquinha "é andar por este Brasil percorrendo os sertões para manter a valorização dos verdadeiros sanfoneiros presente nos forrós".

"Este ano estamos nas lives. Os fãs e amigos tem oportunidade de escutar Joquinha Gonzaga, contando histórias e tocando sanfona que é a vida dele", diz Sara.

No período das festas juninas, de maio até agosto (quando se celebra 02 de agosto a festa da saudade), a agenda de Joquinha Gonzaga ganhava outro ritmo. "É mais acelerada. É assim que vou pelejando! Alô Exu, meu moxotó e cariri tô chegando prá tocar ai", brinca Joquinha Gonzaga, ressaltado que "todo ano é uma peleja pra levar o verdadeiro forró prá frente e mostrar o baião e xote, para o povo, como pediu "meu tio Luiz Gonzaga".

Se a sanfona de Dominguinhos, discípulo maior de Luiz Gonzaga, cabia em qualquer lugar, a sanfona de Joquinha Gonzaga tem a herança original do pé de serra do Araripe e banhos do Rio Brígida. Joquinha traz com sua sanfona o tom cada vez mais universal divulgado por Luiz Gonzaga. 

Seguindo o estradar e os sinais da vida do viajante vai Joquinha cumprindo os compromissos de agenda puxando o fole e soltando a voz, valorizando a tradição e mostrando para as novas gerações a contemporaneidade, modernidade dos acordes da sanfona modulada no ritmo, melodia e harmonia.

Sara conta orgulhosa e conhecedora da vida e obra da família, que Joquinha Gonzaga é o mais legítimo representante da arte de Luiz Gonzaga. Mora em Exu, Pernambuco. "Sempre está  contando histórias. Não foge das características do forró, xote, baião. Procura sempre a melhor satisfação do público que tem uma admiração especial a família, a cultura de Luiz Gonzaga, Zé Gonzaga, Severino e Chiquinha também tocadores de sanfona e já se foram. O estilo musical não pode ser diferente. É gonzagueano", diz Sara, na vitalidade da juventude.

Uma curiosidade na vida artística de Joquinha Gonzaga é que ele toca sanfona de 8 baixos, a famosa Pé de bode.

Joquinha conta que quando completou 23 anos começou a viajar com Luiz Gonzaga e foi aprendendo, conhecendo o Brasil inteiro. "Ele não só me incentivou, como também me educou como homem. Era uma pessoa muito exigente, gostava muito de cobrar da gente pelo bom comportamento. Sempre procurando ensinar o caminho certo. Tudo que ele aprendeu foi com o mundo e assim eu fui aprendendo", revela Joquinha.

Luiz Gonzaga declarou em público que Joquinha é o seguidor cultural da Família Gonzaga. Com Luiz Gonzaga cantou em dueto a música "Dá licença prá mais um'. Em 1998 Joquinha Gonzaga participou da homenagem "Tributo a Luiz Gonzaga", em Nova York, no Lincoln Center Festival. 

“É emocionante a devoção que todo nós ainda hoje temos por Luiz Gonzaga e Dominguinhos e isto cresce a cada ano, mesmo com a invasão dessas bandas. Mas o importante é que apesar de tudo o verdadeiro forró não morre”, diz Joquinha Gonzaga. 

Contato para shows de Joquinha Gonzaga: (87) 999955829 e watsap: (87)999472323
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