SUPERLUA ILUMINA A NOITE DE DOMINGO 9

 A Lua será a grande estrela no céu neste domingo (9). Nosso único satélite natural estará em seu ponto mais próximo da Terra e em sua fase mais luminosa: a da Lua cheia. A essa coincidência, os astrônomos dão o nome de Superlua.

A distância média entre a Lua e a Terra é de cerca de 384 mil quilômetros (km). No entanto, por se tratar de uma órbita oval, essa distância pode variar de 400 mil km, quando mais distante, até cerca de 360 mil km, nos períodos de maior proximidade.

“A Superlua é um evento decorrente da coincidência de dois fatos astronômicos. O primeiro é que a Lua não gira em torno da Terra em formato de circunferência, mas em uma órbita um pouquinho achatada. Então, ela tem de estar no ponto mais próximo da Terra, que chamamos de perigeu e, ao mesmo tempo, na fase cheia”, explica o coordenador do projeto Astro&Física do Instituto Federal de Santa Catarina e doutor em física pela Universidade Federal de Santa Catarina, professor Marcelo Schappo.

Segundo ele, dependendo da localização do observatório que faz o anuário dos eventos astronômicos, é possível haver alguma divergência sobre intervalo de tempo entre o perigeu e a Lua cheia. “Trata-se de uma janela arbitrária, mas no fundo são luas cheias sempre muito bonitas. Vale a pena a observação”, ressalta o astrônomo ao sugerir a observação em todas as datas.

Schappo explica que, devido a essa divergência, alguns observatórios não consideram o 9 de fevereiro como a primeira Superlua do ano. É o caso do Observatório de Lisboa (Portugal), que devido à localização, considera a lua do dia 9 de março como a primeira Superlua do ano.

“Para outros observatórios, a Superlua ocorrerá [em algum momento] entre os dias 7 e 8 de abril, dependendo do horário da observação. Há ainda os que apontam o 7 de maio”, acrescentou.

Já o observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), considera Superluas apenas as que ocorrerão nos dias 9 de março e 7 de maio. (Fonte: Agencia Brasil)
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ANTONIO NOBREGA: 09 DE FEVEREIRO DIA DO FREVO

Neste domingo, dia 9 de fevereiro, comemora-se o dia do frevo. O frevo foi elevado à condição de patrimônio imaterial da humanidade. Como se vê, o frevo está em alta. Mas frevo para quê? Por que frevo?

Foi o escritor Ariano Suassuna quem, indiretamente, apresentou-me a ele. Com seu convite para integrar o Quinteto Armorial, dei início a uma viagem de aprendizado dos cantos, danças e modos de representar presentes em manifestações populares como o reisado, o maracatu, o caboclinho e sobretudo o frevo.

Com o passar dos anos, esses aprendizados foram se conectando a estudos e reflexões sobre a cultura brasileira em geral e a popular em particular. Esse casamento entre conhecimento empírico e teórico foi conduzindo-me à constatação de que vivemos num país que reluta em aceitar-se integralmente.

Que outra razão para tal desperdício de insumos culturais tão vastos e de tão imensa riqueza simbólica como o nosso reservatório de ritmos presente em batuques, cortejos e folguedos; de formas e gêneros poéticos –quadrões, décimas, galope à beira-mar; de passos e sincopados armazenados no nosso imaginário corporal popular?

E o que temos feito com tudo isso? Empurrado para o gueto da chamada cultura folclórica, regional ou popular, falsamente antagonizante daquela que se convencionou denominar de cultura erudita. Há mais de cem anos que a "entidade" frevo vem despejando no país, especialmente em Recife, volumoso material simbólico.

 Esse "material" foi se formando dentro daquilo que venho denominando de uma linha de tempo cultural popular brasileira. Essa "entidade" frevo materializou-se por meio de um gênero de música instrumental, o frevo-de-rua, orgânica forma musical onde palhetas e metais dialogam continuamente, ancorados pela regular marcação do surdo e a sacudida movimentação da caixa; uma dança, o passo do frevo, imenso oceano de impulsos gestuais e procedimentos coreográficos; e dois gêneros de música cantada: o frevo-canção e o frevo-de-bloco, cada um com características particulares tanto de natureza poético-literária quanto musical. Um valioso armazém de representações simbólicas.

Mais do que preservar o frevo, nossa tarefa está em amplificar, dinamizar, trazer para a órbita de nossa cultura contemporânea os valores, procedimentos e conteúdos presentes nessa "instituição" cultural.

Essa ação amplificadora poderia abranger escolarização musical – por que não se estuda frevos em nossas escolas de música?–; a prática da dança – a riqueza lúdica e criadora proporcionada pelo seu multifacetário estoque de movimentos–; a valorização de modelos de construção e integração social advindos do mundo-frevo etc. Tudo isso ajudaria ao Brasil entender-se melhor consigo mesmo e com o mundo em que vivemos.

O frevo é uma das representações simbólicas mais bem-acabadas e representativas que o povo brasileiro construiu. Assim como o samba, o choro, o baião, uma entidade transregional cuja imaterialidade poderemos transmudar em matéria viva operante se tivermos a suficiente compreensão do seu significado e alcance sociocultural.  (Fonte: Antonio Nobrega musico)

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METEOROLOGIA DA UNIVASF REGISTRA CHUVAS EM JUAZEIRO E PETROLINA ACIMA DA MÉDIA EM JANEIRO DE 2020

A região de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) registrou, em janeiro, índices de chuva acima da média esperada para o mês. Na cidade pernambucana, foram registrados 76 milímetros de chuva; e em Juazeiro, 129,8 milímetros, durante o primeiro mês do ano. A média histórica para Petrolina, desde 1911, é de 70,4 milímetros e de 79,4 para Juazeiro. 

A informação é do Laboratório de Meteorologia (LabMet) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), que acompanha clima e tempo na região a partir das estações meteorológicas automáticas implantadas no Campus Ciências Agrárias (CCA), na zona rural de Petrolina; no Campus Juazeiro e no Espaço Plural, em Juazeiro. A expectativa é que, em fevereiro, a região permaneça com bons índices de chuva, inclusive durante o período de carnaval.

A estação chuvosa na região ocorre entre os meses de outubro e abril e este tem sido um ano típico, com ocorrência das primeiras chuvas já em outubro. O coordenador do LabMet e professor do Colegiado de Engenharia Agrícola da Univasf, Mário de Miranda, esclarece que a média pluviométrica de janeiro nos últimos 40 anos é de 58 milímetros. “Desde o início desta estação chuvosa, em outubro de 2019, até o final de janeiro, já tivemos 199,2 milímetros de chuva em Juazeiro e 104,6 milímetros em Petrolina, o que pode ser considerado um bom volume para a época”, diz Miranda.

A formação de nuvens sobre a região nas últimas semanas também favoreceu uma redução nas temperaturas, deixando o clima mais ameno. Apesar das temperaturas mais brandas, que variam entre 20˚C pela manhã e 33˚C no meio da tarde, ainda é comum a sensação de clima abafado devido ao aumento da umidade do ar e ao consequente aumento da evaporação. “Com a radiação solar, a água que está mais presente na atmosfera evapora e se condensa na forma de nuvens, que permanecem sobre a região dando a sensação de clima abafado”, explica o meteorologista.

A medição pluviométrica é feita na região desde 1910, naquela época realizada pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). A Univasf passou a fazer o acompanhamento das medições a partir de abril de 2007, com a criação do LabMet. De acordo com Miranda, a partir do registro histórico de pluviometria já realizado é possível acompanhar a evolução das chuvas e dos fenômenos climatológicos na região.

Ele conta que o ano mais chuvoso da série histórica de 100 anos foi 1985, quando foram registrados 1.059,6 milímetros em Juazeiro e 1.023,5 milímetros em Petrolina. “Muitas pessoas pensam que o ano mais chuvoso foi 2004, quando houve fortes chuvas, mais concentradas nos meses de janeiro e fevereiro, que causaram a enchente do rio São Francisco”, comenta Miranda. Em 2004, Petrolina registrou o maior índice pluviométrico da história no mês de janeiro, com 451,3 milímetros de chuva e Juazeiro 553,3 milímetros, segundo dados da Embrapa Semiárido.

Nos últimos anos, o comportamento pluviométrico tem estado dentro da normalidade, conforme o professor Mário de Miranda. “A natureza apresenta um ciclo médio de 13 anos em relação à ocorrência de chuvas no Semiárido. São geralmente 5 a 6 anos com chuva abaixo da média, seguidos por dois a três anos com chuvas dentro da média esperada e outros 4 a 5 anos com índice de precipitação acima da média”, explica.
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LUIZ GONZAGA, SAMBA E O PRIMEIRO FORRÓ TRIOELETRIZADO

Nos ano 80 Luiz Gonzaga gravou o primeiro forró trio eletrizado. A gravação consta no LP disco Instrumento Bom. Na época Luiz Gonzaga conversa com Osmar e diz: até no trio elétrico eu tô. Viva a Bahia.

Por tudo isto Luiz Gonzaga continua atual. Quando a Dragões da Real entrou na avenida anos passado fez  o Nordeste brilhar. A escola de samba homenageou o povo nordestino através de um dos seus maiores ícones - a música Asa Branca, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Isto foi no carnaval de São Paulo 2017.  

O enredo (Dragões canta Asa Branca) é uma espécie de releitura da música. "De tanto "oiá" o sol "queima" a terra / Feito fogueira de São João / Puxei o fole, embalado me inspirei / Aperreado coração aliviei / De joelhos para o pai, pedi / Com os olhos marejados, senti / Quanta tristeza brota desse chão rachado / Perdi meu gado, "farta" água para danar / "Eta" seca que castiga meu lugar / Vou me embora... seguir meu destino / Sou nordestino arretado, sim "sinhô", diz a letra. 

A Escola Unidos da Tijuca do Rio de Janeiro, ganhou  o título de campeã no Carnaval carioca de 2012, com o samba-enredo O Dia em Que Toda a Realeza Desembarcou na Avenida para Coroar o Rei Luiz do Sertão. A composição falava da paisagem, solo e vegetação do Sertão. O título fez o nome de Luiz Gonzaga ter destaque  nos meios de comunicação devido os 100 anos de nascimento.

Todavia o tema Luiz Gonzaga deve ser sempre pauta. Na década dos anos 80 Luiz Gonzaga foi homenageado pela Escola de Samba Vermelho e Ouro. No samba-enredo ele participou da gravação cantando e puxando sanfona. Isto tudo chama atenção e lamentamos as porcarias que hoje são produzidas e que as emissoras de Rádio e televisão divulgam colocando-as em primeiro lugar e salientadas como as mais ouvidas, dançadas e cantadas. A maioria possui letras pobres e vazias de arte.

Usando riqueza de ritmo, harmonia e melodia Luiz Gonzaga no início de sua trajetória musical, poucos sabem, divulgou e cantou o ritmo musical Frevo. Em 1946 gravou "Cai no Frevo". Detalhe: usou sua majestosa sanfona. Puxou a sanfona também no Frevo "Quer Ir mais Eu?", este regravado várias vezes até os dias de hoje e executado pelas orquestras de frevos nas ruas e bailes. "Quer ir mais eu vambora, vambora vambora...

Luiz Gonzaga ainda gravou "Bia no Frevo" e "Forrobodó Cigano". Homenageou o genial Capiba-Lourenço Fonseca Barbosa, tocando o frevo "Ao mestre com carinho" , este genial pernambucano criador da canção "Maria Betânia".

Luiz Gonzaga em parceria com João Silva, já no final da carreira,  mistura sanfona e instrumentos metais. Grava "Arrasta Frevo". Ainda Na seara do carnaval o Rei do Baião  participou do primeiro forró trio-eletrizado junto com Dôdo e Osmar, Instrumento Bom. Viva a Bahia.

Toda esta trajetória faz Luiz Gonzaga atual...basta ouvir a letra de "Eu quero dinheiro, saúde e mulher. É isto mesmo e vice e versa Mulher Saúde e Dinheiro e o resto é conversa. Eu quero ser deputado, senador, vereador. Eu quero ser um troço qualquer para mais fácil arranjar Dinheiro Saúde e Mulher"...Impressionante ele gravou essa façanha em marcha-frevo no ano de 1947.

Viva Luiz Gonzaga, Viva a Bahia, o frevo, o trio elétrico, Pernambuco. Viva o Carnaval
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ZECRINHA BATISTA E OS TONS MUSICAIS DA MÚSICA BRASILEIRA

José Batista da Silva Sobrinho, nasceu em Senhor do Bonfim, Estado da Bahia, em 02/02/51. É conhecido no meio artístico, Zecrinha Batista. Influenciado pela música de raíz, cresceu ouvindo Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Trio Nordestino, Beatles, Bach, Mozart, Beethoven, Tom Jobim, Nelson Gonçalves, João Gilberto, Orlando Dias, Marinês entre outros. 

Ele conta que com a mistura "Nâo houve indigestão, houve, sim, um tremendo estalo"! Percebeu que respirava e transpirava normalmente rock, chula, xaxado, baião, xote, côco, afoxé e outros gingados. Uma mistura de sanfona, flauta, pífano, zabumbas, triângulo, pandeiro, viola, agogô.

Por isto foi despertando em si o seu senso musical. Sua primeira apresentação como instrumentista aconteceu em festival estudantil de sua cidade no ano de 1965. Ponto de partida para sua formação de diversos conjuntos de bailes.

Já como guitarrista, tocou em diversos grupos até 1973. Ganhando festivais regionais, dedicou-se a compor músicas e a se apresentar em casas noturnas de shows. Em 1974 foi morar no Rio de Janeiro e mais tarde, participou na cidade de Osasco, em São Paulo, do festival regional. Retornou a Salvador em 1976, onde radicou-se até 1982.

Depois, numa volta ao Rio de Janeiro, passou dois anos tocando nas noites cariocas. Voltou para Salvador em 1984, participando do extinto Projeto Pixinguinha, como instrumentista na banda de Alcyvando Luz, ao lado de estrelas como Elizete Cardoso, Maria Alcina, Ataulfo Alves Júnior e Moreira da Silva. Em 1993 apresentou-se com o show Bicho da Seda na programação paralela do Festival de Inverno de Ouro Preto (MG).

Na discografia inclui dois LPs (Cavaleiro Azul, em 1986; e Bicho da Seda, em 1992) e quatro CDs (Janela de Trem, em 1997, Tecendo Cantos, em 2002, Aurora Instrumental, em 2003, e Coletânea, em 2004). Nos últimos anos, produziu os CDs de vários novos intérpretes de suas músicas, a exemplo de Binha Campello (Pensando em Você), Glória da Paz (Palavras Medidas) e Vanni (À Flor da Pele).

Aconteceu que Zecrinha nasceu nordestino, lá pelo norte da Bahia, onde cresceu feito árvore de raízes profundas, abriu os olhos e a boca para o mundo e na sequência, realiza-se, feito pedra rolante, bruxo discreto, autodidata trabalhando com presteza as suas composições.

Em 2013, iniciou o seu disco intitulado `` Água Filtrada´´ com 13 faixas, composições próprias, incluindo Rosa Amarela, Maneca, Zeca de Oselina e Novela das seis.

Zecrinha também gravou os CDs, Perfil de Cantos, Aió de Bugigangas, Água Filtrada e este ano de 2018, Ararinha Azul.

Algumas das músicas Zecrinha compôs em parceria com nomes como Nilton Freitas, Manuca Almeida, João Energia, Kaka Bahia, Cardan Dantas, Marcio Salgado, Gilberto Lima, Lúcia Prisco, Miguel Araujo, Mário Jambeiro, Neto Bala e Waldizio.

Várias das composições foram gravadas por outros cantores, exemplo, Ubiratan Ferraz, Wilson Aragão, Nilton Freitas, Claudio Barris, Renan Mendes, Débora, Glória da Paz, Binha Campello, Zeu Lobo, Vanni, Miguel Araujo, Eliude, Welligton Miranda, Cicinho de Assis, Marcus Canudos, Farias, Xisto, Clarissa Torres, entre outros.

Zecrinha é um artista sempre em busco do novo. É um estalo de talento. 

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DOMINGUINHOS, MARQUINHOS CAFÉ E DORGIVAL DANTAS NO TOM DA GRATIDÃO

"Deus criou o sonho para indicar o caminho aos homens quando eles não sabem ver o Futuro".

No próximo dia 12 de fevereiro o cantor e sanfoneiro Dominguinhos, completaria 79 anos de idade. Dominguinhos em vida fisica foi um exemplo de simplicidade e imensa gratidão. A melodia é a prece que o homem dirige a Deus (aqui concebido Força Luz Energia) e a harmonia é a resposta que Deus dá ao homem. Dominguinhos e Luiz Gonzaga agora são eternos na Alma.

Dominguinhos sempre foi grato ao pai Chicão, tocador de 8 Baixos e a sua mãe Mariinha. Pobres. Muito pobres. Diversas vezes choraram a falta de pão, alimentos em sua mesa familiar. Um dia tocando sanfona, na condição de pedir uma ajuda (em nome de Deus), Dominguinhos e família são atendidos, na verdade visto por uma voz forte: era Luiz Gonzaga, então Rei do Baião, que naquele dia estava em mais uma de suas viagens ao agreste de Garanhuns, Pernambuco. Neste encontro, Dominguinhos ainda uma criança. 

Luiz Gonzaga, Rei do Baião. Já havia colocado o Nordeste o mapa da Música Brasileira mais trazia na memória a fiel gratidão pelo pai, tocador de 8 Baixos, Januário, o afamado tocador da região da Chapada do Araripe.

A prece de Gratidão sempre foi uma forma usada por Dominguinhos. O sanfoneiro sempre foi grato a Luiz Gonzaga que no Rio de Janeiro, em 1954, os presenteou com uma sanfona e daí em diante nunca mais faltou o pão de cada dia na mesa de Dominguinhos, que partiu no ano de 2013, considerado o discípulo mais talentoso do mestre Luiz Gonzaga.

A maioria dos sanfoneiros são de origens humildes. Famílias de pequenos agricultores. Na grande maioria a herança musical vem dos próprios pais, tocadores de sanfona ou pandeiro. 

Um deles Marcos Antonio da Silva, em 1996, era Marquinhos do Acordeon,  depois de vários conselhos e aprendizado com o pai Antonio, também sanfoneiro ganha o  III Festival de Sanfoneiros de Caruaru, Pernambuco que foi tão importante naquele momento que só as bençãos de DEUS mesmo para explicar esse acontecimento. Marquinhos, o menino do acordeon contava com 16 anos de idade.

Marquinhos Café é hoje cantor, compositor e sanfoneiro profissional. Além de uma trajetória artística pelo Brasil e Nordeste, já fez apresentação na Europa, junto ao Quinteto Sanfônico do Brasil. Venceu Festivais de Sanfona. É consagrado. Da sua voz vem sempre a Gratidão que tem pelo pai e sua mãe e o Mestre Camarão e todos aqueles que contribuíram para o momento presente. 

"Eu estava com dois anos apenas aprendendo a sanfona e foi um momento mágico de Deus.. saí em jornais todos os jornais de caruaru e também na Televisão. O valor ganho foi de muita importância pra mim, pois corri pra casa pra ajudar meus pais pagar dívidas de casa pois meu Pai estava desempregado e esse dinheiro gastei todo pagando água, luz, botijão de Gás e o mais importante.. comprar comida pois estávamos muito precisados em um momento difícil e que DEUS abriu essa janela nesse momento. E assim segui minha estrada junto com eles até quando DEUS permitiu sempre com o pensamento de puxar minha sanfona e nao passarmos mais tantas privações. E tó aí na estrada com minha sanfona levando minha musica e minha história a frente com muita fé em DEUS".

O depoimento é compromissado com um mundo de Paz e Luz. O tom certo de um caminho justo e vencedor e certamente representa outras centenas de histórias de sanfoneiros. Veio a lembrança do compositor João do Vale. Jackson do Pandeiro que venceram a fome.

O sanfoneiro, cantor e compositor Dorgival Dantas, é um outro exemplo. Ele escapou da desnutrição (fome). A falta de condições financeiras "levou embora" sete dos seus dez irmãos. 

"Lembro de todas as cenas, meu pai fazendo os caixõezinhos, a gente indo pra Igreja, cantando: “Adeus meu pai, adeus minha mãe, adeus meus irmãos, até quando Deus quiser”. Mãe com o paninho no ombro, chorando até o cemitério. Isso por sete vezes", recorda. Aos 16 anos foi obrigado a deixar o seu pé de serra, a cidade de Olho D´Água do Borges, Rio Grande do Norte.

"Uma noite, a luz era da lamparina a gás e eu só dormia depois que tomava uma garapa, que era água com açúcar. Lembro que um dia não tinha açúcar e eu pedi para a minha mãe: “Faça sem açúcar mesmo”. E ela me trouxe um copo d´água. Eu tomei e dormi". 

O tempo passou. Tudo passa. Hoje Dorgival Dantas se considera um “caboclo feliz, um sanfoneiro realizado e um homem de dois corações. Ele explica: "um é o coração que nasceu dentro de mim e o segundo é a música", ressaltando a sua eterna gratidão a Luís Gonzaga, Marinês, Oswaldinho, Dominguinhos e Sebastião do Rojão".

Dorgival Dantas atualmente vive da sanfona e sempre agradece. Sua poesia chegou a ser cantada por Roberto Carlos...Ana Carolina, Fagner...


E é assim qual diz o poeta compositor Virgilio Siqueira, a vida vai se tecendo com a força da própria vida. Daí não ser possível guardar na própria Alma, a transbordante força de uma causa.


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SEM RECURSOS DO PODER PÚBLICO, O PARQUE ASA BRANCA/MUSEU GONZAGÃO, EM EXU, ENFRENTA PROBLEMAS

O roteiro turístico do Cariri é formado por riquezas históricas, cultura popular, religiosidade, belezas naturais, entre outros atrativos. Do outro lado da encantadora Chapada do Araripe está Exu, em Pernambuco, município que faz limite com o Crato, e onde há um repertório vasto de bens materiais e imateriais que tornam a ida à terra natal de Luiz Gonzaga quase que obrigatória para quem visita o Sul do Ceará. Em apenas uma hora de viagem, é possível conhecer a vida do 'Rei do Baião' e edificações valorosas para a memória do País. Porém, a falta de cuidado e o tempo ameaçam esses patrimônios.

O Parque Aza Branca - escrito com Z (o Z em asa foi intencional, para que levasse o Z de LuiZ e de GonZaga), faz parte de um complexo de edificações que conta a história de um dos mais importantes artistas populares do Nordeste. Lá, está a fazenda que o 'Velho Lua' construiu às margens do Açude Itamaragi e que, hoje, abriga seu museu e, também, o mausoléu onde o ícone do forró está enterrado ao lado da esposa, Helena Cavalcante, do pai, Januário dos Santos, da mãe, Ana Batista de Jesus, e do irmão, o instrumentista Severino Januário. O espaço foi idealizado pelo filho de Luiz Gonzaga, Gonzaguinha.

Com média de 25 mil visitantes por ano, o equipamento reúne objetos pessoais, certificados, títulos, medalhas, troféus e prêmios que Gonzaga recebeu ao longo da carreira. Além disso, possui algumas sanfonas que o acompanharam em momentos marcantes, como o que tocou na visita do Papa João Paulo II, a Fortaleza, em 1980, e o último instrumento que empunhou antes de morrer. Nesse complexo, está ainda uma pousada que Gonzagão ergueu para receber amigos e artistas, e a residência onde seu pai, Januário, morou.

Contudo, desde dezembro do ano passado, o andar superior da casa do 'Rei do Baião' está interditado por questões de segurança. Há rachaduras no assoalho e nas paredes. O pavimento possui três cômodos, incluindo o quarto onde o músico dormia.

O prédio é administrado pela Organização Não Governamental Aza Branca, que mantém a estrutura com a venda de produtos como chapéus, camisas, entre outros, e o ingresso do museu, que custa R$ 4 (meia) e R$ 8 (inteira). Segundo o presidente da instituição, Júnior Parente, o complexo se mantém sem apoio do poder público desde 2014. O custo mensal é de R$ 15 mil. Outra fonte de renda são as festas realizadas no espaço, principalmente em 2 de agosto, data da morte de Gonzaga, e 13 de dezembro, dia do seu nascimento. Os artistas cantam de graça pela memória do Rei do Baião. "A gente consegue se autossustentar com a lojinha e o museu, mas recuperar uma coisa histórica não dá", lamenta Parente.

Tombado em 2009 pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), como "Ambientes de Origem e Memória de Luiz Gonzaga", o Parque Aza Branca demanda aprovação do órgão estadual para qualquer tipo de intervenção.

Em nota, a Fundarpe enfatizou que a legislação estadual de tombamento prevê que tanto a posse quanto a manutenção permanecem sob a responsabilidade de quem possui a propriedade do imóvel. Por outro lado, ressaltou que o Governo de Pernambuco investe no Festival Viva Gonzagão, promovido pela Prefeitura de Exu. "Com o recurso, a Prefeitura fomenta o turismo local ofertando programação cultural gratuita em praça pública", explicou.

Fazenda Araripe: A 12 quilômetros do Parque Aza Branca, no distrito de Araripe, está a casa de taipa de Januário, onde Luiz Gonzaga morou antes de fugir, aos 17 anos, para Fortaleza para servir no Exército. Também tombada pela Fundarpe, a casa se mantém fechada, contrariando o objetivo pelo qual foi restaurada em 2011.

A casa é mantida pelos remanescentes da família Alencar, mas, segundo a própria comunidade, o poder público não valoriza, mesmo com o turismo aquecido, segundo a professora aposentada Amparo Alencar, que recebe os visitantes. "Semana passada, vieram pessoas de cinco estados e conversamos por duas horas. A gente faz o que pode. Tudo aqui é feito por nós", garante.

Antes do centenário de Luiz Gonzaga, em 2012, a casa de Januário, segundo Amparo, "estava praticamente no chão". A professora lembra que a Fundarpe enviou R$ 10 mil para restauração, mas o valor foi insuficiente. "Conseguimos com um amigo engenheiro fazer o projeto gratuito e ainda tiramos R$ 2 mil do bolso", completa Amparo.

Em nota, a Fundarpe disse que a proposta era que o local fosse adaptado para visitação pública. O último relatório feito sobre o imóvel, em 21 de novembro do ano passado, constatou a casa fechada. (Fonte: Diário da Região-Antonio Rodrigues)
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