Pássaro Corrupião, "sofreu", considerada uma das aves mais bonitas do Brasil

Se na natureza existisse concurso de beleza, o corrupião seria forte candidato. Também conhecido por joão-pinto e sofrê, a espécie é considerada uma das aves mais bonitas do País.

O título se deve à plumagem laranja do peito, pescoço, ventre e crisso que contrasta com o preto pigmentado do capuz, dorso, asas e cauda.

Como se não bastassem as cores intensas bem distribuídas em 26 centímetros de comprimento, a ave de olhos claros também conquista pelo canto: é considerada “dona” de uma das vocalizações mais melodiosas do continente.

Endêmico do Brasil, o corrupião ocorre nos estados do Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste do País, além do leste do Pará, Goiás e Tocantins.

Comum em áreas de Caatinga e zonas secas abertas, também habita bordas de florestas e clareiras, onde vive aos pares.

No cardápio da espécie onívora estão frutos, sementes, insetos, aranhas e pequenos invertebrados. Entre as flores, ipê-amarelo e mulungu são o “prato principal”.

Assim como outras aves da família, o corrupião coloca o bico em um fruta, madeira ou folhas enroladas, abre a mandíbula e, assim, pega o alimento escondido. A técnica é conhecida como “espaçar”.

Foto: Admilson Gomes/VC no TG
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Se for detectado metal pesado nos melões ou nas mangas produzidas no Vale do São Francisco, as exportações para a Europa serão afetadas, diz especialista

Os efeitos do desastre ocorrido em Brumadinho, Minas Gerais, poderão ser sentidos pela população pernambucana. 

É o que temem pesquisadores da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), que estão realizando um estudo emergencial a partir de imagens de satélites para descobrir o alcance de uma provável contaminação da bacia do Rio São Francisco.

O responsável pelo estudo e pós-doutor em risco de desastres pela Universidade de Buenos Aires (Argentina), Neison Freire, está avaliando os volumes em quilômetros quadrados e a velocidade de movimentação da lama. 

“Teremos a extensão da área de contaminação até determinada data. Saberemos se haverá possibilidade de atingir a bacia do São Francisco. Se houver contaminação lá, com certeza sentiremos aqui. Fatalmente o rio será contaminado. Procuramos agora o nível de contaminação. Mais cedo ou mais tarde isso chegará à foz, em Piaçabuçu, Alagoas”, explicou o pesquisador.

A bacia está ligada a mais de 500 municípios 18 milhões de pessoas. Em Pernambuco, Neison demonstra preocupação especialmente com a produção frutiovinocultura de Petrolina.

“Os elementos dessa vez são mais pesados que os da barragem de Mariana, rompida em 2015. Por isso temos mais energia cinética (que dá velocidade à lama) e mais poder de destruição”, avalia.

Ele lembra que a produção das cidades próximas ao rio São Francisco são abastecidas por ele. “Se for detectado metal pesado nos melões ou nas mangas produzidas em Petrolina, sem dúvida as exportações para a Europa serão afetadas. O problema vai do pescador, do pequeno produtor, até o grande latifundiário. Falamos de um rio que já é muito sofrido. Pela contaminação por esgoto, desmatamento, assoreamento.”

O sacrifício de uma usina hidrelétrica, a de Retiro Baixo, será necessária, segundo Neison, para conter a lama. O ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, espera que os dejetos cheguem até Retiro Baixo entre 2 e 7 de fevereiro e já desligou suas turbinas. Mas, para o Governo Federal, a perspectiva de a lama chegar à bacia do Rio São Francisco é “baixa”.

O problema, contudo, não é a lama em si, mas os elementos químicos que se misturam na água, segundo o doutor em Oceanografia Biológica pela Universidade de São Paulo Clemente Coelho. 

“Não veremos a parte física, aquela lama, mas sentiremos a partir do material diluído na água. E, mesmo se toda a lama fosse contida agora, esse material chegaria até o litoral através da cadeia de fauna e flora do rio São Francisco.

Sentiremos de uma forma invisível. Isso acontece aos poucos, de médio a longo prazo.”
O diretor-presidente do Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste, Cepan, Severino Ribeiro, trabalhou na recuperação da bacia do Rio Doce, após o desastre da barragem de Mariana. 

Ele reforça a impossibilidade atual de saber se o minério fino chegará à bacia, mas concorda que ele pode adentrar no rio muitos quilômetros.

“Uma série de variáveis, como o movimento do leito e a quantidade de metal pesado, definirá se sentiremos a contaminação aqui. Mas é preciso urgentemente evitar que a lama chegue às áreas de nascentes. O rio Paraopebas, já atingido, nunca mais será como antes, mesmo com muito trabalho.”

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Caminho da Lama: Vale tenta impedir que lama de rejeitos chegue ao Rio São Francisco

O diretor-executivo de finanças da Vale anunciou em entrevista ao Jornal Nacional três medidas imediatas. Luciano Siani disse que a empresa vai montar a partir desta terça-feira (29), uma cortina de contenção no Rio Paraopeba, na altura da cidade de Pará de Minas, para evitar que os rejeitos da barragem cheguem a outros rios.

"Estamos instalando membranas e cortinas de contenção de rejeitos próxima a cidade de Pará de Minas. A lama está avançando muito lentamente dentro da calha do rio. Ela está a 40 km de Pará de Minas. Existe a expectativa que nas próximos 48 horas a lama chegue à cidade, mas essas cortinas são de instalação muito rápida e a nossa expectativa é que seja o suficiente para conter esse rejeito e não permitir nenhum problema para captação de água do rio", disse.

A lama da barragem percorreu, mais ou menos, 80 km e se aproxima de uma usina hidrelétrica.
Na barragem que se rompeu na sexta-feira (25), havia cerca 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério. 

A onda de lama da barragem número 1 desceu rápido e passou por duas outras barragens. Sete quilômetros depois, atingiu o Rio Paraopeba, que é um dos afluentes do Rio São Francisco.
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Rejeitos de barragem não devem chegar a usina de Três Marias, diz CPRM

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) informou, por meio do Boletim de Monitoramento Especial do Rio Paraopeba, que a previsão é que a chamada pluma, mistura de rejeitos e água, resultante do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho na última sexta-feira (25), deve chegar ao reservatório da Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo entre os dias 5 e 10 de fevereiro, mas que não chegará ao reservatório da Hidrelétrica de Três Marias, na Bacia do Rio São Francisco, região central de Minas Gerais. 

Este é o segundo boletim expedido pelo serviço. A previsão anterior, disse que a lama com rejeitos alcançaria o reservatório da Usina Hidrelétrica de Três Marias entre 15 e 20 de fevereiro.

A nascente do Paraopeba está localizada no município de Cristiano Otoni, mesorregião metropolitana de Belo Horizonte, e a foz, na represa de Três Marias, no município de Felixlândia (MG). "A expectativa é que todo o rejeito fique retido no reservatório desta usina [Retiro Baixo]", diz o CPRM. 

O CPRM informou ainda, em boletim diário de monitoramento da velocidade de deslocamento dos rejeitos, que a previsão é que a água turva possa chegar ao município de São José da Varginha (MG) no dia 29 de janeiro à noite.

Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que pediu informações à concessionária Retiro Baixo Energética sobre a capacidade do reservatório da hidrelétrica de suportar os rejeitos oriundos do rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão. 

O prazo para o envio do relatório com as informações é até 31 de janeiro. A usina também deverá enviar informações diárias à agência sobre o acompanhamento do deslocamento dos rejeitos.

O pedido faz parte das ações que agência tem tomado desde o rompimento da barragem. De acordo com a Aneel, a barragem de Retiro Baixo foi uma das 122 estruturas fiscalizadas in loco pela agência entre 2016 e 2018 e está em boas condições. A última visita dos técnicos da agência foi em agosto do ano passado.

A usina está localizada a 200 km do local do rompimento da barragem. Desde o rompimento, a operação da usina foi paralisada. A hidrelétrica de Retiro Baixo tem potência instalada de 82 MW e está localizada entre os municípios de Curvelo e Pompéu (MG), no baixo curso do Rio Paraopeba, afluente do Rio São Francisco.

Segundo a Aneel a usina está atualmente operando em cerca de 20 MW, para diminuir o nível de seu reservatório para reter a pluma. Ela vai continuar gerando energia até que seu reservatório atinja o nível operacional mínimo de 613 metros acima do nível do mar, informou a agência.

Na tarde desta segunda-feira, o Operador Nacional do Sistema (ONS) informou à Agência Brasil que a paralisação das atividades da usina não vai afetar o abastecimento de energia elétrica. De acordo com o operador, a operação da usina de Retiro Baixo foi paralisada por medida de precaução.  

O CPRM disse que diariamente serão divulgados dois boletins de monitoramento com a previsão de chegada do início da água turva nos pontos de interesse. As previsões mostram o caminho que a água turva está percorrendo no Rio Paraopeba.
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Rejeitos liberados com o rompimento da barragem podem chegar à foz do Rio Paraopeba entre os dias 5 e 10 de fevereiro, diz CPRM

Boletim de Monitoramento Especial do Rio Paraopeba elaborado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) prevê que a lama com rejeitos de barragem da mineradora Vale, em Brumadinho, alcance, entre os dias 15 e 20 de fevereiro, a Usina Hidrelétrica de Três Marias, na Bacia do Rio São Francisco, região  central do estado de Minas Gerais.

A nascente do Paraopeba está localizada no município de Cristiano Otoni, mesorregião metropolitana de Belo Horizonte, e a foz, na represa de Três Marias, no municío de Felixlândia.

De acordo com boletim da CPRM, a “água turva” percorre a Rio Paraopeba a uma velocidade de 1 km/hora. Amanhã à noite (29), os rejeitos deverão alcançar o município de São José da Varginha e, entre os dias 5 e 10 de fevereiro, a Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo, entre os municípios mineiros de Curvelo e Pompeu.

Diariamente, o CPRM emite dois boletins sobre as águas contaminada do Rio Paraopeba, um a partir das 11h e o outro a partir das 17h.  A previsão da velocidade dos rejeitos é baseada em dados observados/coletados em campo, considerando as características da bacia hidrográfica.

Fonte: Agencia Brasil
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“Rejeitos da barragem da Vale chegarão ao Rio São Francisco de qualquer forma”, afirma especialista

Os rejeitos de minério de ferro da Barragem 1 da Mina Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais, “chegarão até a Bacia do Rio São Francisco de qualquer forma”. 

A afirmação foi dada pelo geólogo e professor doutor em Geografia Física da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jeovah Meireles, em entrevista exclusiva à Agência Eco Nordeste. A barragem, que pertence à mineradora brasileira Vale, rompeu no início da tarde desta sexta-feira (25), deixando, a princípio, cerca de 400 funcionários desaparecidos, casas soterradas, além de destruição da fauna e da flora da região.

Até o início da madrugada de sábado (26), nove mortes foram registradas pelo Corpo de Bombeiros. Eles disseram, depois, que ainda não é possível calcular o número de mortos, porque mais corpos estão sendo encontrados. Neste sábado, um ônibus soterrado com funcionários da Vale foi encontrado. O último balanço divulgado aponta que mais de 100 pessoas ilhadas foram resgatadas.

“A lama contaminada com minério de ferro já atingiu o Rio Paraopeba, que deságua no Rio São Francisco. Então, mesmo que eles tentem conter o seguimento da lama de rejeitos na barragem da Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo, quando houver precipitações acima da média na região, a barragem vai precisar sangrar e os rejeitos vão sair misturados à água. E essa água vai seguir o fluxo do rio, que deságua no São Francisco e em outros, até chegar ao mar. A contaminação irá se espalhar”, explica o professor. 

A Agência Nacional de Águas (ANA) informou que a Usina de Retiro Baixo será utilizada para tentar amortecer os rejeitos da Mina Feijão.

Além disso, a ANA comunicou que a “onda de rejeitos” levará de três a quatro dias para chegar à Hidrelétrica de Retiro Baixo – distante 300 Km do local do rompimento da barragem da Mina Feijão. Diante dos danos ainda incalculáveis causados tanto à população de Minas Gerais quanto aos seus ecossistemas, a Justiça estadual determinou o bloqueio de R$ 1 bilhão da Vale. O valor será destinado para dar suporte às vítimas e reduzir as consequências do desastre.

Ainda segundo Meireles, a tragédia em Brumadinho é um crime ambiental, porque poderia ter sido evitada e causa danos socioeconômicos e ao meio ambiente inestimáveis.

“Uma barragem é uma obra de engenharia e carece de monitoramento e acompanhamento sistemático, assim como a bacia hidrográfica acima dela, para que sejam realizadas manutenções. As mudanças na bacia geram tensões nas paredes da barragem, como uma maior vazão do rio, por exemplo, o que pode levar a infiltrações”, enfatiza.

Fonte: Eco Nordeste Alessandra Castro
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Rejeito de Brumadinho deve chegar à hidrelétrica de Furnas nesta segunda-feira 28

A estatal Furnas, do grupo Eletrobras, monitora a chegada dos rejeitos da barragem de Brumadinho (MG) em sua hidrelétrica Retiro Baixo, que funciona no Rio Paraopeba, afluente de Rio São Francisco, podendo comprometer as operações da usina.

O gestor ambiental, especialista em recursos hídricos, saneamento e residência agrária em tecnologias sociais e sustentabilidade, Almacks Luiz Silva, avalia que "ainda é pré-maturo falar sobre o real risco que o rio São Francisco corre. O Rio Paraobepa desagua no rio São Francisco e o impacto contaminantes é muito pesado".

Segundo a Agencia Nacional de Água (ANA), "estima-se que essa onda atingirá a usina nesta segunda-feira 28".

O Rio Paraopeba faz parte da bacia do Rio São Francisco. A hidrelétrica Retiro Baixo está localizada entre os municípios mineiros de Curvelo e Pompeu. 

Por meio de nota, a ANA informou que está em constante comunicação com os órgãos e autoridades federais e estaduais, inclusive no âmbito de recente Acordo de Cooperação sobre Segurança de Barragens, que está permitindo troca facilitada e mais rápida de dados sobre a situação no local do evento. 

"A ANA está monitorando a onda de rejeito e coordenando ações para manutenção do abastecimento de água e sua qualidade para as cidades que captam água ao longo do Rio Paraopeba", declarou.

Foto: Corpo Bombeiros MG

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