LIVRO A MULHER NA CANÇÃO DESTACA COMPOSITORAS QUE ATUARAM NA ÉPOCA DE OURO DO RÁDIO NO BRASIL

Quem conhece Lina Pesce, Dilú Mello ou Bidú Reis? Elas são compositoras que fizeram sucesso em suas épocas e depois desapareceram na história da música brasileira. Madalena Cantarella Pesce (1913-1995) foi uma compositora e pianista paulistana, admirada pela imprensa brasileira e considerada talento excepcional por Villa-Lobos, autora de 200 composições, entre músicas instrumentais e letras, incluindo Bem-Te-Vi Atrevido, que alcançou oito países. 

Maria de Lourdes Argollo Oliver (1913-2000), com mais de 100 composições, fez sucesso como cantora, instrumentista e compositora a partir das inúmeras rádios em que atuou e das várias regiões e cantos remotos que visitou, dentro e fora do Brasil, arrastando multidões e alçando voos na televisão, onde comandou um programa só seu. 

Já Edila Luísa Reis (1920-2011) foi cantora, compositora, instrumentista – tocava piano, violão e gaita –, radioatriz, poetisa, escritora, autora de 93 canções, como letrista e melodista, com uma voz que ganhou destaque como solista nos muitos grupos vocais de que participou, além de ser a “queridinha” da Rádio Nacional, onde trabalhou por 30 anos.

Essas e outras histórias de cantoras e compositoras estão no livro A Mulher na Canção – A Composição Feminina na Era do Rádio, da pesquisadora, cantora e compositora Denise Mello, que foi lançado no dia 30 passado no Centro Maria Antonia da USP. Publicada pela Machine Editora, a obra tem título emprestado da famosa valsa de Zica Bergami – também retratada no livro –, imortalizada na voz de Inezita Barroso. 

No total são 18 compositoras, poucas delas reconhecidas ainda hoje, como Chiquinha Gonzaga, a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil e, nas palavras de Denise, “a primeira musicista com grande reconhecimento como compositora, que ganhou prestígio também como instrumentista, fato bastante raro na história da nossa música”, e Dolores Duran, que morreu no auge de sua carreira, aos 29 anos, “quando se destacava com suas composições, gravadas por inúmeros intérpretes – poucas por ela mesma –, cantora versátil, interpretando em sete idiomas e que até hoje tem seu lugar garantido na história musical e alguns sucessos que se perpetuaram”.

Segundo Denise, as três primeiras mulheres que abrem a obra foram selecionadas como representantes do início da composição feminina no Brasil: Tia Ciata (1854-1924), Maria Firmina dos Reis (1822-1917) e Chiquinha Gonzaga (1847-1935). As outras 15 mulheres tiveram atuação na “época de ouro” do rádio, obtendo grande prestígio em vida.

 “As compositoras do rádio foram divididas em três grupos, levando em consideração as datas de suas primeiras composições registradas por fonogramas ou anunciadas pela mídia”, explica Denise. O primeiro grupo é de compositoras que iniciaram suas composições nas décadas de 20 e 30: Carolina Cardoso de Menezes, Lina Pesce, Laura Suarez, Marília Batista e Dilú Mello; o segundo grupo compôs a partir da década de 40: Aylce Chaves, Linda Rodrigues, Carmen Costa e Stellinha Egg; e o terceiro grupo agrega compositoras a partir da década de 50: Bidú Reis, Dora Lopes, Almira Castilho, Zica Bergami, Dolores Duran e Maysa.

BOSSA NOVA: Formada em Psicologia pela USP em 1989, Denise Mello trabalhou como psicóloga durante 13 anos e, deixando a profissão, passou a se dedicar à gravação de jingles e locuções publicitárias. Foi assim que se tornou professora de canto popular e musicalização infantil, violonista, cantora e compositora. 

O processo de pesquisa do livro, conta, começou no curso de pós-graduação em Canção Popular, que concluiu em 2017 na Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo. Na época ela tinha reunido cerca de 30 compositoras brasileiras, que foram divididas por épocas e principais gêneros musicais, do final do século 19 até a bossa nova. Depois da conclusão do curso, ela continuou a pesquisa por conta própria. Com a pandemia de covid-19, o projeto ganhou lives no Instagram e podcasts – Denise fez um podcast piloto sobre Tia Ciata e outros, sobre Alaíde Costa e Chiquinha Gonzaga, já estão prontos –, além de gravações compartilhadas na plataforma Youtube, entre elas dois discos inéditos das compositoras Dilú Mello e Zica Bergami, “obtidos através de contatos preciosos”, como lembra a pesquisadora. 

“Formei uma banda exclusivamente com instrumentistas mulheres para gravar um CD com algumas de suas canções – a maioria com um único registro e pouco conhecidas pelo público”, revela. Além disso, Denise faz palestras musicadas e já adianta que está planejando um show só de composições das mulheres destacadas no livro.

Foi só em 2020, ainda durante a pandemia, que Denise resolveu escrever o livro. Para isso, ela se aprofundou na pesquisa de jornais e revistas da época, utilizando principalmente os recursos da Hemeroteca Digital Brasileira da Biblioteca Nacional. No final daquele ano, seu projeto A Mulher na Canção ganhou subsídios do Programa de Ação Cultural de São Paulo (Proac).

Para o livro, Denise fez um recorte temporal, reunindo três compositoras do século 19 e a maioria da época do rádio. “Elas eram compositoras cantoras, como Marília Batista e Dilú Mello, e compositoras instrumentistas, como as pianistas Lina Pesce e Carolina Cardoso de Menezes”, relata, acrescentando que muitas delas foram esquecidas ao longo da história. Mesmo aquelas que continuaram a fazer sucesso, diz a pesquisadora, não poderiam ficar fora do livro, caso de Dolores Duran, que Denise considera uma compositora “incrível”, que precisou enfrentar preconceitos como mulher musicista e negra. 

“É um livro escrito por uma cantora pensando principalmente na canção”, destaca. “O mais importante para mim é, além de trazer a história delas, fazer com que as pessoas conheçam as canções. É por isso que no livro eu coloco links para a escuta e trechos de letras”, destaca. Dado o grande número de compositoras, a pesquisadora não se propõe a analisar as letras e as melodias, embora não tenha resistido a fazer algumas observações sobre elas. 

Outro dado relevante é o momento histórico vivido pelas compositoras. “Elas enfrentaram com coragem muitas dificuldades para superar o machismo e o preconceito de ser mulher ao apresentarem seus pensamentos e produções. Carmen Costa e Dolores Duran, por exemplo, tiveram que enfrentar o racismo; Dora Lopes e Linda Rodrigues, a homofobia”, conta Denise. Ela dá como exemplo um trecho de uma música de Marília Batista, datada de 1943, que diz: “A mulher tem razão, ninguém vai proibir/É justo que ela queira dar um giro por aí”. 

“Ela fala da necessidade de se respeitar a mulher, da liberdade da mulher, coisa que ela não tinha porque naquela época era totalmente submissa ao marido”, diz Denise, lembrando a Constituição de 1937, que estabelecia que a mulher, para abrir uma conta bancária, precisava da permissão do marido. “De certa forma, o livro traz essa trajetória do feminino e de como a mulher lidou musicalmente com essa sociedade patriarcal.”

Denise lembra que, em cem anos de rádio no Brasil – ele chegou ao País oficialmente em 7 de setembro de 1922 –, a história da música ficou marcada pela existência de compositores. “A notícia que se tem nos livros e no meio acadêmico é que nós só tivemos cantoras, as ‘rainhas do rádio’, e não compositoras. Mas nós tivemos muitas, inclusive as ‘rainhas do rádio’ também compunham, como Ângela Maria”, informa. “Como disse recentemente a ministra Cármen Lúcia (do Tribunal Superior Eleitoral), as mulheres não eram silenciosas, mas foram silenciadas. Eu falo muito disso no livro.

 A mulher, sim, tinha voz através das suas composições, da instrumentação e do canto, mas era uma voz que não tinha uma repercussão tão grande como a do homem, porque era uma época em que a mulher não podia se expor. Muitas das compositoras usaram pseudônimos porque não ‘pegava bem’ ser compositora e dizer o que pensava”, analisa. 

“O livro fala dessas vozes todas, que ficaram silenciadas, mas que não foram silenciosas”, afirma. Para Denise, o projeto A Mulher na Canção vai além da recuperação da trajetória de compositoras eclipsadas. Ele traz à tona a voz de mulheres protagonistas que ainda estão marginalizadas na história do Brasil.

A Mulher na Canção: A Composição Feminina na Era do Rádio, de Denise Mello, com ilustrações de Luisa Mello (Machine Editora, 520 páginas, R$ 60,00). 

FONTE: Jornal da USP Texto: Claudia Costa

Nenhum comentário

BIENAL DO LIVRO DE SÃO PAULO TEM ESPAÇO DEDICADO À CULTURA NORDESTINA. CANTADOR PETROLINENSE ALDY CARVALHO LANÇA CD E LIVRO

A 26ª Bienal Internacional do Livro, que começa neste sábado (2) e vai até o dia 10 de julho, no Expo Center Norte, em São Paulo, terá uma área dedicada à cultura nordestina. O Espaço Cordel e Repente, organizado pela editora cearense Imeph, propõe uma programação que inclui lançamento de livros, exposição artística e apresentações de cantadores, repentistas e cantores.

O poeta cantador Aldy Carvalho, pernambucano de Petrolina, é um dos participantes, ele lança o cd Tempo de Menino e o livro infantil A preá e a cobra., no Espaço Cordel e Repente. Radicando em São Paulo, Aldy Carvalho mantém as origens sertanejas em seu trabalho. “É uma questão identitária, de afirmação que carrego com orgulho”, afirma o artista.

BIENAL: O homenageado do estande este ano será o poeta Rogaciano Leite (1920-1969), reconhecido pela valorização da cultura dos violeiros e repentistas.

A abertura do espaço será com o relançamento do livro Carne e Alma, lançado em 1950. A quinta edição da obra foi organizada pela filha do escritor, Helena Roraima Leite. O livro é dividido em três partes: Poemas Sertanejos, Versos a Esmo e Lianas Amazônicas e uma parte adicional de impressões da crítica e agradecimentos. “É o livro carro-chefe, obra-prima, é o mais conhecido dele no Brasil”, explica Helena. A edição especial tem ilustrações do artista plástico Maurício Negro.

“As primeiras composições dele foram em 1937, quando tinha 16 anos. A partir daí, ele já declamava nas casas culturais, nos teatros, trazendo para o público aristocrático, o público culto, a cantoria do repente, que geralmente ficava nas fazendas. Ele intelectualiza a poesia popular, leva ao teatro, leva toda essa riqueza da poesia do repente para lá. Ele foi um marco”, diz Helena, que é pesquisadora da obra do pai e prepara outro livro sobre a obra dele, Coração Sertanejo.

Escritor, violeiro e repentista, Rogaciano nasceu em 1920, na Fazenda Cacimba Nova, em São José do Egito, hoje Itapetim, em Pernambuco. “Não há momento mais oportuno para fazer essa homenagem à obra dele. Para ter dimensão, Rogaciano Leite tem um poema gravado na Praça Vermelha em Moscou chamado Os Trabalhadores, que é um poema em homenagem a todos os trabalhadores do mundo. O que ele gostava mesmo era da cultura popular, era de cantar o sertão”, afirma Lucinda Marques, curadora do espaço.

O Espaço Cordel e Repente, com 300 metros quadrados, receberá ainda outras editoras nordestinas. “Vamos dar oportunidade a editoras, autores e poetas antigos e iniciantes para se apresentarem e mostrarem suas obras na maior Bienal da América Latina. Além disso, São Paulo é a capital mais nordestina fora do Nordeste”, destaca a curadora. O evento tem espaço total de 65 mil metros quadrados e reúne 185 expositores.

A programação dedicada à literatura do Nordeste terá também a presença de Francine Maria, cantora cearense de 14 anos, que diz sonha levar a cultura nordestina para todo o Brasil. Francine é uma das concorrentes ao programa The Voice Kids Brasil, da TV Globo.

Ao longo dos dez dias de bienal, a programação do estande inclui ainda declamação de cordel e contação de histórias, com Cleusa Santo; pocket show com o Grupo Cordel Cantante e os poetas Luciano Braga e Edi Maria, além de show com a cantora Kelly Rosa. "É uma programação que atende desde a criança até a terceira idade, porque vai ter os contadores de histórias, declamadores de verso, poesia e música”, destaca Lucinda Marques.

Nenhum comentário

PETROLINA E JUAZEIRO GANHAM UM NOVO CONCEITO NA PROGRAMAÇÃO DE RÁDIO COM INOVAÇÃO E VANGUARDA

O rádio passa por uma profunda transformação diante do avanço do áudio digital. Apesar das mudanças sofridas, ele preserva um conjunto de características que o torna capaz de absorver e explorar uma série de inovações. Essa é a principal avaliação de especialistas que apostam na programação das emissoras de Rádio.

O publicitário Washington Olivetto, no início deste ano declarou que o Rádio possui a capacidade singular de lidar com a instantaneidade e a imaginação do público se comparado aos demais meios de comunicação.

 "O rádio continua vanguarda por ter duas características imbatíveis: a instantaneidade e a capacidade de mexer com a imaginação das pessoas. Esse tipo de imaginação o rádio sempre vai ter. E isso bem produzido tem tudo para ser cada vez mais sucesso, seja para os anunciantes que apostaram nisso, seja para as agências que precisam de prestígio para trabalho criativo".

Essa visão é compartilhada pelo radialista e publicitário Carlos Britto. Este mês, numa visão empreendedora o comunicar lançou a PLENA FM 87.9 e assim Juazeiro e Petrolina, ganharam a possibilidade de uma frequência com muita música contemporânea e flashback.

De acordo com Carlos Britto, a nova frequência vem focando no público adulto, em uma proposta diferenciada. "É a Primeira Rádio adulta com objetivo de oferecer uma alternativa na programação com música de verdade para que a vida seja plena". 

A proposta para quem quiser ficar sempre sintonizado pode instalar aplicativos para IOS e Android, além de também ouvir acessando o Blog Carlos Britto.

O consumo de conteúdo via rádio continua em crescimento no Brasil. Para se ter uma ideia, o estudo Inside Radio 2021 da Kantar IBOPE Media, mostrou que 80% da população ainda ouve rádio. Isso também mostra que, com o seu admirável poder e capacidade de reinvenção, o rádio vem conquistando o seu espaço também na internet.

O jornalista Ney Vital, especialista em Ensino de Comunicação Social, avaliou muito positiva a programação da PLENA FM 87.9

 "Vivemos um momento de era digital e Carlos Britto mais uma vez vem com o olhar para o futuro, novas tendências, a ousadia, modernização e inovação para o setor de comunicação", disse Vital, que também é apresentador do Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e seus Amigos, veiculado na Rádio Cidade FM 95.7 e Rádio Cidade Am 870.


Nenhum comentário

ALUNOS DA ELETIVA CULTURA GONZAGUEANA PARTICIPAM AULA DE CAMPO E VISITAM POVOADO DO ARARIPE, FAZENDA CAIÇARA

Os alunos da eletiva Cultura Gonzagueana da Escola Estadual São Vicente de Paula (Exu-Pernambuco), estiveram em mais uma aula de campo, dessa vez, visitaram os marcos históricos da cidade de Luiz Gonzaga. Na visita ao povoado do Araripe e a Fazenda Caiçara, puderam conhecer melhor sobre a história de Dona Bárbara de Alencar, heroína da Revolução Pernambucana, e visitaram o marco do local de nascimento de Luiz Gonzaga. 

Ainda no povoado do Araripe, os alunos visitaram a casa de Guálter Martiniano de Alencar Araripe e a Capela de São João Batista, que reconta a história de uma promessa feita pelo Barão de Exu para evitar uma pandemia de cólera no povoado. O professor Maiadson Vieira foi o guia dessa expedição rumo à memória e a história do povo Exuense. 

Em entrevista a REDEGN e BLOG NEY VITAL, ele contou que em Exu, os alunos estão acostumados a concluir o ensino médio e irem embora da cidade para trabalhar e estudar em outras regiões, com destaque nas regiões Sul, Sudeste e no Cariri Cearense. 

"O doutor Hélio Pajeú, educador a qual estimo e admiro, me disse uma vez que Luiz Gonzaga e Dona Bárbara de Alencar tiveram que sair de Exu pra realizarem e serem o que eles foram e são para a nossa história, então, pensando nisso, preparei uma aula que almejava dizer pra eles que antes de viajar o mundão afora, é necessário conhecer o torrão de terra que os gerou, porque somente assim, eles poderão compreender a composição da sua essência." 

Finalizando a visita, os alunos retornaram ao Parque Aza Branca, local que possui o maior acervo da vida e obra de Luiz Gonzaga, e registraram imagens para produção de um vídeo para uma dinâmica da culminância da eletiva, que acontecerá na próxima quarta feira.

A DISCIPLINA LUIZ GONZAGA: Luiz Gonzaga, o mestre da sanfona, um dia deixou o seu pé de serra e embrenhou-se pelos emaranhados da busca de seu sonho. O que foi o começo de uma grande empreitada, tornou-se uma desafiadora lição de vida e das vivências artísticas. 

Luiz Gonzaga, o maior ícone da cultura popular nordestina, também sonhava com os atos libertários da educação. O professor Maiadson Vieira é um exemplo desses caminhantes da cultura que buscam na educação o desenvolvimento humano e a promoção de um futuro melhor para os seus educandos.

Desde fevereiro a Escola Estadual São Vicente de Paula (@esvpexu), o professor leciona a nova disciplina eletiva "Cultura Gonzagueana" para os alunos do 1° ano do Novo Ensino Médio, um fato histórico para a cidade do Gonzagão. 

A disciplina proporciona aos educandos o conhecimento acerca da cultura e da história local, fundamentando-se na história do maior ícone Exuense, Luiz Gonzaga do Nascimento. "Iniciativas como esta proporcionam a manutenção da cultura e da história local, valorizando as temáticas abordadas na obra do pernambucano do século, gerando assim, o sentimento de pertencimento dos alunos para com a cultura e a história local, promovendo ainda a democratização cultural e uma educação cultural efetiva para os educandos", revela o professor Maiadson. 

Nascido em Exu, Maiadson Vieira é um apaixonado conterrâneo de Luiz Gonzaga. Além disso, é professor há quase 10 anos, produtor cultural e ainda poeta. Graduado em Letras, ministra as disciplinas de Língua Inglesa e Portuguesa, e ainda lhe sobra tempo para falar de cultura e poesia com seus alunos.

Colecionando inúmeros eventos culturais em seu currículo, orgulha-se em dizer que "aprendeu sobre cultura convivendo com mestres e mestras da cultura, e fazedores desta". 

De acordo com Maiadson, "apesar dos tempos difíceis para a cultura, com essa inserção da disciplina eletiva, se realiza um sonho gigante dos artistas, em ter o Luiz Gonzaga sendo ensinado na escola pública como uma disciplina! Apesar de ser uma disciplina eletiva, a mesma quebra os muros da escola e introduz em sala de aula o autêntico poder da cultura popular! Seu Lua não é mais um tema transversal, é o conteúdo principal da minha disciplina". 

"Apesar dos pesares, seguimos bravamente resistindo! O projeto é um laboratório. Juntos, editamos com nossas próprias mãos o orgulho de sermos da terra de Luiz Gonzaga", finaliza  Maiadson Vieira.

Nenhum comentário

CRIANÇAS BRINCAM SEM USO DA TECNOLOGIA E EMOCIONAM RADIALISTA

Brincar. Essa palavra tem origem latina. Quer dizer laço, significa prender, seduzir, encantar. O verbo brincar, sinônimo de divertir-se. No bom português brincar é tudo que ata, liga. Quando brincamos com alguém estabelecemos uma união, de caráter lúdico, agradável, propensa a formar laços, algumas vezes, eternos.

O ato de brincar é fundamental para o desenvolvimento integral das crianças. Por meio das atividades lúdicas, elas experimentam o mundo, organizam as emoções, elaboram sua autonomia, constroem suas relações sociais e as próprias identidades — daí, a importância do brincar.

Este sentimento de brincar, emocionou o radialista Francisco Fernandes, que gravou um vídeo e viralizou nas redes sociais mostrando três crianças brincando de  maneira lúdica, usando uma atividade de entretenimento, que dá prazer e diverte as pessoas envolvidas. Francisco Fernandes elogiou a atitude das crianças que estavam brincando saudavelmente com um  "carrinho, um caminhão de madeira".

A cena, cada vez mais rara, tornou-se um fato de reportagem pela REDEGN (texto jornalista Ney Vital). Atualmente, observa-se que o brincar é marcado pela "era" das tecnologias. Hoje, as crianças preferem permanecer mais tempo em frente à televisao e jogando videogame, e quase que se esquecem de se envolver em brincadeiras tradicionais. 

As crianças moram no bairro Areia Branca, rua do Cravo. Kleberson Caique, 8 anos, Eidan Ribeiro Alves, 7 anos e Davi Lucas. Eles são estudantes. Amam jogar futebol e adoram esportes. Raquel Alves Lima, 27 anos é a mãe de Kleberson. Flaviana mãe de Eidan e Denise mãe de Davi Lucas.

As imãs formam uma família que incentiva os filhos que "também tem a hora para as brincadeiras com a tecnologia mas o maior tempo é brincar usando a criatividade do imaginário".

Os estudos da psicologia revelam que o aprendizado e a socializaçao iniciam-se através do ato de brincar, porém atualmente observa-se que os jogos e brincadeiras têm sido pouco explorados nos ambientes em casa e também na escola.

"A cena de observar e conversar com as crianças foi emocionante. Lembrei do meu tempo criança. O quanto é saudavel e cria oportunidades de mais conversas entre as crianças e jovens brincar desse modo. Fiquei emocionado com a riqueza da brincadeira deles. Nos dias de hoje, infelizmente os brinquedos sao inventados pelos adultos, transmitidos pela mídia e vastamente comercializados, incentivando um consumo supérfluo que é rapidamente substituído", finalizou Francisco Fernandes que é diretor da Rádio Grande Rio Am.

Brincar aproxima. Por meio do brincar a criança aprende a conhecer a si própria, os outros e o mundo ao seu redor. Aprende a expressar seus sentimentos, a organizar emoções e a construir sua autonomia, explica a psicóloga Vanda Alves.

Segundo ela, cada um brinca a seu modo, mas, no grupo, precisará construir o seu espaço e aprender a dividi- lo, a resolver os questionamentos dos amigos. “Vai tomando conhecimento do outro e aprendendo regras e limites. Adquire sentido de identidade e de pertencer àquele grupo. Por meio da fantasia, da imaginação, a criança vai se preparando emocionalmente para controlar suas atitudes dentro de um contexto social. É uma forma de crescer e encontrar o outro”, afirma.

Nenhum comentário

OFICINA SUCO VERDE COM PLANTAS TRADICIONAIS, SEMENTES GERMINADAS SERÁ TEMA DE OFICINA NO ENCONTRO DE SABERES DA CAATINGA

A valorização e a troca de saberes populares relacionados às práticas de cura ligadas à natureza, contribuindo para o fortalecimento do papel cultural da sabedoria tradicional, serão os objetivos do VI Encontro de Saberes da Caatinga e Práticas de Cura da Chapada do Araripe realizado no município de Exu, Pernambuco. 

O evento vai acontecer este ano no período de 11 a 17 de julho de 2022. O encontro serve para incentivar e manter vivas práticas de cura (algumas milenares). 

Na programação consta vários serviços, oficinas de agrofloresta, extração de óleos vegetais, arteterapia, aromaterapia e bioenergética.

O evento contará com a presença de raizeiros, rezadores e parteiras da região da chapada do Araripe, dos estados de Pernambuco e Ceará, também médicos, profissionais de saúde, representantes de instituições públicas, organizações não governamentais e aprendizes de várias partes do Brasil.

Segundo a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, Islândia Sousa, o encontro reforça a política de práticas integrativas e complementares instituída pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2006. 

O site da Fiocruz desta que as práticas do Encontro de Saberes da Caatinga são caracterizadas pela Organização Mundial de Saúde como Medicina Tradicional ou Medicina Complementar. Esse termo significa um conjunto diversificado de ações terapêuticas que difere da biomedicina ocidental, incluindo práticas manuais e espirituais, com ervas sem uso de medicamentos quimicamente purificados, além de atividades corporais.

As práticas trabalhadas e saberes compartilhados durante o encontro, no âmbito da conservação da sociobiodiversidade, relacionam-se diretamente com objetivos para incentivar as manifestações culturais e contribuir para a valorização da diversidade cultural e assegurar a sustentabilidade dos recursos naturais, com ênfase na melhoria da qualidade de vida.

Nenhum comentário

JORNALISTA CARLOS LARTE CONQUISTA PRIMEIRO LUGAR DO PRÊMIO JORNALISMO COOPERATIVISTA DE PERNAMBUCO

O jornalista e diretor da Clas Comunicação e Marketing, Carlos Laerte, conquistou, na noite da última quinta-feira (30), o 1º lugar no 1ºPrêmio de Jornalismo Cooperativista de Pernambuco, na categoria 'Jornalismo Cooperativo'.

O anúncio do prêmio, promovido pelo Sistema OCB/PE, como forma de reconhecer e premiar as melhores matérias e reportagens sobre o cooperativismo estadual, foi realizado através de uma live, onde também foram conhecidos os vencedores nas categorias 'Jornalismo Impresso/ Digital', 'Telejornalismo e 'Radiojornalismo'.

A matéria 'Saúde e sustentabilidade marcam história de sucesso cooperativista no Vale do São Francisco', contando a trajetória da Unimed Vale do São Francisco, de Carlos Laerte, concorreu com inúmeras produções jornalísticas de profissionais que atuam em cooperativas do sertão ao litoral pernambucano.

Para o presidente da OCB/PE, Malaquias Ancelmo de Oliveira, a primeira edição do Prêmio de Jornalismo Cooperativista de Pernambuco, reconheceu e valorizou temas importantes para o cooperativismo a exemplo do desenvolvimento sustentável que transforma vidas.

Presente virtualmente à premiação, o presidente da Unimed Vale do São Francisco, Francisco Otaviano, comemorou o resultado, ressaltando o comprometimento e dedicação da Clas Comunicação e a fidelidade do assessor de imprensa ao contar a história da cooperativa médica que é líder regional no segmento de planos de saúde.

Ainda durante o anúncio dos vencedores, o público pôde acompanhar o debate 'Os Desafios dos Comunicadores no Cenário Pós-Pandemia', com os comunicadores Aldo Vilela (CBN Recife), Samuel Milléo (Sistema Ocepar) e Juliana Gomes (Sistema Ocemg).

Os três classificados de cada categoria receberão vaga em programa de inovação do Sescoop/PE e os vencedores firmarão um contrato com o Sistema OCB/PE no valor líquido de R$ 2.500,00, para cada categoria, e receberão troféu alusivo.

Nenhum comentário

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial