PREFEITURA DE JUAZEIRO TOMA PROVIDÊNCIAS PARA IDENTIFICAR E RESPONSABILIZAR AUTOR DE DESPEJO DE ÓLEO NO RIO SÃO FRANCISCO

A Prefeitura de Juazeiro, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano (Semaurb), assim que tomou conhecimento do derramamento de óleo na Orla da cidade, na rampa de acesso próximo ao atracadouro das barcas que fazem a travessia de passageiros para Petrolina, encaminhou uma equipe da fiscalização ambiental ao local ainda na noite deste domingo (23).

Com apoio da Guarda Municipal, os fiscais recolheram o tonel com resto do produto e iniciou o levantamento de informações com o objetivo de identificar o responsável pelo dano. A Semaurb esclarece que o fato enquadra-se como crime ambiental, de acordo com o art. 54, parágrafo 2º, incisos de III a V, da Lei 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais) e a punição para quem praticou tal ato é pena de reclusão, de um a cinco anos.

A Prefeitura de Juazeiro lamenta profundamente que o produto tenha sido lançado na orla, poluindo as águas do Rio São Francisco, e está tomando todas as providências legais para identificar e responsabilizar, tanto penal quanto administrativamente, o autor dessa infração ambiental.

Nesta segunda-feira (24), a equipe de monitoramento e fiscalização ambiental da Semaurb voltará ao local para estudar a melhor forma para retirar o óleo que foi lançado no rio São Francisco e limpar a área afetada. (Fonte: Ascom Semaurb/PMJ)

Nenhum comentário

TROCA DE SABERES NA SERRA DOS PAUS DÓIAS, EM EXU, ENCERRA COM PARTILHA DE SEMENTES

O cantor e compositor Flávio Leandro postou em sua rede social o final do Curso Agrodoia Reflorestando, troca de saberes. Flávio Leandro e Cissa participaram do evento realizado na chapada do Araripe, no município de Exú, Sertão de Pernambuco. O curso foi mediado pelo casal Vilmar Lermen e Silvanete Sousa.

O curso foi finalizado com a partilha de sementes crioulas. "Tocando na condução de uma agrofloresta. Fascinante. Estou feliz demais com o norte que enxergo nesta iniciativa. Obrigado @vilmarlermen e @mariasilvantelermen.

A partilha das sementes tem o objetivo de evidenciar e valorizar  a biodiversidade que está se perdendo em virtude da devastadora monocultura, além de incentivar as famílias a produzirem e conservarem suas próprias sementes crioulas, para que possam fortalecer a agroecologia e a sua autonomia frente às indústrias de sementes transgênicas.

A postagem em poucos minutos já alcançava milhares de comentários. 

Em uma área de um pouco mais de 10 hectares, no sítio Serra dos Paus Dóias, o casal, Vilmar e Silvanete optou em trabalhar com os Sistemas Agroflorestais (SAFs) para recuperar a terra, transformando-a em uma área produtiva e bonita. 

Este trabalho é a agroecologia pode ser uma boa alternativa para a agricultura familiar. A troca de saberes aconteceu entre os dias 21, 22 e 23, será realizado o Curso Agrodóia Agroflorestando.

Em 2019, No Dia Nacional da Caatinga, 28 de abril, A Agência Eco Nordeste lançou uma campanha pela valorização do bioma. Experiências com características de Empreendedorismo, Inovação e Sustentabilidade; em ações individuais, coletivas; públicas e privadas têm destaque na campanha Ecos do Bioma Caatinga. 

A reportagem destacou o exemplar trabalho do agricultor familiar Vilmar Luiz Lermen, no município de Exu, Sertão do Araripe (PE), onde cultiva uma Agrofloresta.

Paranaense, filho de agricultores, há 23 anos residente no Estado de Pernambuco, sendo 16 anos no município de Exu, no Sertão do Araripe, onde cultiva uma agrofloresta exemplar. Trabalho apoiado por Paulo Pedro de Carvalho, agrônomo e coordenador geral do Centro de Assessoria e Apoio aos Trabalhadores e às Instituições Não-Governamentais Alternativas (Caatinga). Ele vive em Ouricuri, mas atua em todo o Sertão do Araripe. 

Agrofloresta é a praia de ambos e um exercício de transformação na relação com a terra que ainda não está muito disseminado pelo Semiárido, mas que faz diferença onde passa.

Vilmar conta que tanto seu pai quanto sua mãe vieram de famílias agricultoras. Mas, depois de tentar a sorte com uma serraria, o pai faliu. Foi quando conheceu o Movimento Sem Terra (MST) e veio para o Nordeste participar de um encontro, se apaixonou, casou com Maria Silvanete não retornou. Militou no MST, trabalhou no Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá, cursou Pedagogia, se especializou em Geografia e, finalmente, comprou uma terra em Exu e vem cultivando sua própria agrofloresta ao lado da esposa, na Serra dos Paus Dóias, em cima da Chapada do Araripe.

Ele faz parte de Associação dos Agricultores (as) Familiares da Serra dos Paus Dóias (Agrodóia), que trabalha com Sistemas Agroflorestais; Sementes Crioulas; beneficiamento de frutas nativas (extrativismo) e cultivadas; e abelhas nativas e africanizadas, com uma inserção social no território do Araripe. Participa também do Conselho da Área de Proteção Ambiental (APA), Conselho de Turismo e Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável do Município. É sócio do Centro Sabiá e diretor do Caatinga e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Exu.

Na propriedade, tem duas cisternas de 76 mil litros e fogão geoagroecológico. Na Associação, tem cisterna de 76 mil litros, jardim filtrante adaptado, fossa séptica, biodigestor, biofertilizante e agroindústria, onde são fabricados doces, geleias, licores, óleos essenciais e mel. Tudo isso fez com que a propriedade se tornasse um modelo a ser mostrados aos inúmeros visitantes que o casal recebe.

Para Vilmar, as vantagens do Sistema Agroflorestal Agroecológico começam pela conservação do solo e ambiente como um todo. Ele conta que, nas primeiras semanas, se investe em culturas de ciclo curto, que podem ser plantados simultaneamente com milho, árvores e raízes, além de forrageiras adubadoras de solo.

“Quase todas essas plantas produzem alguma flor e pólen para as abelhas, o que garante alimento, renda, e, no tempo e no espaço, o agricultor vai fazendo a sucessão vegetal. As árvores vão crescendo junto com esse sistema. Uma floresta nativa tem mais ou menos 300 anos. No Sistema Agroflorestal você faz isso em mais ou menos 30 anos, inclusive na própria Caatinga”, garante.

Vilmar lembra que, ao longo dos últimos 35 / 40 anos, o agricultor e pesquisador suíço Ernst Götsch radicado na Bahia, sistematizou, pesquisou, experimentou muitos destes sistemas, em diversos lugares do mundo, e foi passando em vivências, intercâmbios e cursos.

“Hoje tem muita bibliografia já testada pela academia que faz com que a família agricultora tenha alimento no período de chuva e de seca, tenha trabalho o ano inteiro, embora seja um pouco mais intenso na chuva porque é quando se planta a maioria dos cultivos. Mas na estiagem ainda tem trabalho, que ocupa a família, tem harmonia entre o sistema de acumulação e abundância numa estratégia que pode ser alimentar e de renda. Geralmente a família agricultora prioriza a alimentação e o excedente vai para as feiras agroecológicas e programas como PAA e Pnae“, explica.

A Academia, segundo o agricultor agroflorestal, vem ajudando a sistematizar a fornecer elementos técnicos e, com organizações, fazem assessoria e abrem caminhos junto às agências de financiamento / bancos oficiais para quem tem interesse em investir, baseado na experiência acumulada.

“Também tem sido feito um trabalho coletivo com o IBGE, a Conab, a Embrapa, para o zoneamento agrícola, para entrar no Censo Agropecuário, na lista dos preços mínimos da Conab, já que até então esses produtos eram considerados incipientes para a economia, porém, em alguns lugares do Semiárido são essenciais num extrativismo que depois passa para um cultivo dentro do Sistema Agroflorestal, com o solo protegido, presença da água. Isso dá uma segurança alimentar e hídrica para a família, fornece produtos para o ecossistema e para animais domésticos e silvestres. Quando a madeira estiver madura, não vai destruir, vai fazer uma colheita, pela poda ou queda natural”, relata.

Vilmar defende que o O Sistema Agroflorestal Agroecológico é o mais completo do ponto de vista de ciclagem dos nutrientes, manutenção de temperatura mais estável ao longo do ano. Trabalha com sementes crioulas, normalmente de base familiar e comunitária, dentro de redes de distribuição e comercialização”, destaca.

DESAFIOS: Um dos desafios apontados ele, na Caatinga, é o da sistematização, porque trata-se de um grande bioma de clima Semiárido, de mais de 1 milhão de quilômetros quadrados, em 11 estados, mas dentro dele há mais de mil outros micro ecossistemas.

“Para cada um tem que se pensar, estudar, avaliar o que melhor se adapta, o que é da vontade do agricultor e da família, qual a habilidade, como os sabores e saberes se casam e que estejam dentro da legislação ambiental, sanitária. O beneficiamento é necessário para aproveitar, agregar valor e compartilhar até com outras regiões”, ressalta.

“Nós seres humanos, somos altamente dependentes dos sistemas naturais. Lá na frente, quando a pessoa quiser se aposentar, tem uma poupança na madeira, óleos essenciais, meliponicultura, colheita de frutos, que não têm a necessidade de um manejo tão intensivo. Temos sucessão na mão de obra também”, ressalta Vilmar.

Ao olhar para trás, mais de 30 anos depois de formado em Agronomia, Paulo Pedro lembra que, quando começou, o termo usado era Agricultura Alternativa, que foi se desenvolvendo com a participação de diversos atores, reunidos hoje pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA).

Paralelamente, as organizações ligadas à Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) vêm fazendo um trabalho de Assistência Técnica Rural (Ater) no Semiárido em Agroecologia. Daí foi formada a Rede de Agricultores(as) Experimentadores(as) do Araripe (Rede Araripe), que trouxe outra perspectiva, ao trabalhar diretamente com 11 municípios do Araripe e mais um do Sertão Central (Parnamirim), em Pernambuco. São, em média, 2 mil famílias envolvidas.

“Houve uma melhoria na parte social e econômica, desenvolvimento de Políticas Públicas de Convivência com o Semiárido, a construção de um milhão e 200 mil cisternas, sendo 800 mil só pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), formação e mobilização. Comparando com dez anos atrás, avançamos. Muitos ainda estão em transição, outros querendo conhecer”, destaca.

Paulo Pedro ressalta, ainda, a incorporação da temática das agroflorestas pelas instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e os Institutos Federais de Tecnologia (IFs). Mas faz a ressalva de que ainda não ganhou uma dimensão significativa.

“Se voltarmos uns dez anos, percebemos um grande avanço com experiências concretas de famílias que estão em processo de Conversão Agroecológica, muitas delas em Sistemas Agroflorestais. Viram que a experiência é boa e querem isso para as suas propriedades. Algumas estão bem avançadas, como a da família de Vilmar e Silvanete, lá em cima da serra, em Exu, que recebe visitas durante o ano inteiro”, avalia.

Para Paulo Pedro, a Agroecologia, por meio dos Sistemas Agroflorestais, está ganhando espaço. Mas ainda não é uma quantidade significativa na Agricultura Familiar. “É importante destacar que a Agroecologia e a Agrofloresta estão ganhando espaço na agenda política e dentro dos órgãos de pesquisa. Mas não podemos dizer que é institucional, que todos aderiram a esse processo. Mas grupos dentro dessas instituições trabalham junto com agricultores, comunidades, organizações da sociedade civil que fazem parte da ASA, da ANA, de várias redes que promovem a Agroecologia no Semiárido Brasileiro”, pondera.

“Hoje é bem real e visível a lógica da convivência se sobrepondo à antiga e equivocada do combate à seca. Os agricultores do Semiárido são experimentadores que buscam a todo momento saídas. Até a FAO e a ONU reconhecem a Agroecologia e a Agrofloresta como forma de dobrar a produção de alimentos saudáveis no mundo em dez anos e cuidando do meio ambiente e das relações entre as pessoas”, anima-se.

Por fim, o agrônomo destaca a existência de diversas redes, locais, regionais, nacionais e até internacionais, de troca de experiências, um fator muito importante na promoção da Agroecologia, para possibilitar as trocas de agricultor para agricultor, com experiências permanentemente desenvolvidas e “Quando o agricultor ensina algo que aprendeu, ele também está se abrindo para escutar outras famílias e as organizações que prestam assessoria a esses agricultores e essas redes estão ali para fomentar esse processo de construção participativa dos conhecimentos”.



Nenhum comentário

MÉDIA ANUAL DE RAIOS DEVE SUBIR PARA 100 MILHÕES NO BRASIL

Média anual de raios deve subir de 77,8 para 100 milhões no Brasil. Ano passado, em janeiro de 2021, O engenheiro de Minas, Emerson Henrique de Medeiros de Souza Dias aliou o profissionalismo e a sorte com a dedicação e conseguiu um registro impressionante com a chegada de uma chuva (que sejamos sinceros é rara no sertão de Petrolina e Juazeiro). A foto capturada é de um grande raio. 

O Brasil lidera o ranking de países com incidências de raios, com uma média de 77,8 milhões de registros por ano. O número, no entanto, é pequeno, se comparado ao total registrado nos dois últimos anos. Em 2021, caíram 154 milhões de raios em território brasileiro. Em 2020 foram 126 milhões. A expectativa é de que, ao final deste século, que a média brasileira seja de 100 milhões de raios por ano, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

De acordo com o coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosféricas do Inpe, Osmar Pinto Júnior as mudanças climáticas influenciam esse fenômeno, uma vez que “tempestades e raios aumentam devido à umidade do ar e altas temperaturas”.

Ele acrescenta que a incidência fica ainda maior durante a primavera e o verão, temporada que é mais propícia para esse tipo de fenômeno.

A liderança brasileira no ranking de incidência de raios por ano não é pequena. O segundo lugar, ocupado pela República Democrática do Congo, onde incidem, anualmente, 43,2 milhões de raios. Em terceiro lugar estão os Estados Unidos, com 35 milhões de raios por ano, seguidos de Austrália (31,2 milhões de raios), China (28 milhões) e Índia (26,9 milhões).

Sobre a incidência de raios observada no final do século 21 no Brasil, o coordenador do Inpe explica que, segundo a literatura, ela foi feita a partir da relação dos raios com algumas condições meteorológicas previstas pelos Modelos Climáticos Globais (MCG).

“Estes modelos, diferentemente dos modelos meteorológicos rotineiramente utilizados na previsão do tempo, permitem estimar as condições meteorológicas para períodos mais distantes, da ordem de décadas. Para minimizar as incertezas nos resultados gerados pelo MCG, rodamos o modelo 12 vezes considerando pequenas diferenças na evolução das condições ambientais e calculamos a média dos resultados”, disse ele à Agência Brasil.

O estudo, acrescenta o coordenador, utiliza um cenário de emissões de gases do efeito estufa que “corresponde a não haver nenhuma mudança significativa nas emissões” nas próximas décadas, o que hoje parece, segundo ele, ser o mais provável.

“Neste cenário é esperado um aumento da temperatura média global de quatro graus Celsius até o final do século, em relação ao período de 1961 a 1990”, acrescenta. Ainda segundo o especialista, “o padrão geral da distribuição geográfica dos raios no país não deve se alterar até o final do século, com a região norte mantendo a maior incidência e a região nordeste a menor incidência”.

A expectativa é de que as maiores altas na ocorrência de raios ocorram na Região Norte (50%). Já a Região Nordeste deve sofrer pequeno crescimento (10%). “As demais regiões devem ter aumentos na ocorrência de raios entre 20% a 40%. Aumentos maiores podem ocorrer em pequenas regiões localizadas”, acrescentou.

“Dessa forma, a atual incidência de 70 milhões de raios por ano no país deve aumentar para 100 milhões de raios por ano”, completou.

EMERSON HENRIQUE: Ano passado, em janeiro de 2021, O engenheiro de Minas, Emerson Henrique de Medeiros de Souza Dias aliou o profissionalismo e a sorte com a dedicação e conseguiu um registro impressionante com a chegada de uma chuva (que sejamos sinceros é rara no sertão de Petrolina e Juazeiro). A foto capturada é de um grande raio. 

Emerson Henrique capturou o momento em que um relâmpago cortou o céu no final da tarde deste domingo (10). A fotografia torna-se rara e ganhou o mundo, viralizou com a facilidades das redes sociais. A reportagem da Rede GN conversou com Emerson Henrique.

Ele cita que é apaixonado por fotografias e busca conhecimento a cada dia. Há quatro anos o engenheiro passou também a trabalhar com fotografias e videos. Nascido em Campina Grande, Paraíba, ele mora em Petrolina desde 2017 e exerce a função de engenheiro de minas, no interior da Bahia.

"Para capturar essa foto usei uma máquina profissional. Fiz cerca de setecentas e oitenta fotos no intervalo de um segundo entre elas com a lente mais aberta, pois eu estava registrando a chuva passando. E assim foi registrado o raio caindo. Foram entre 15 a 20 fotos do raio". O clique de Emerson Henrique ganhou as redes sociais. Em um grupo do Facebook, centenas de usuários compartilharam o registro, também divulgado em grupos de WhatsApp. "Que linda essa imagem e mostra a força da natureza", escreveu um internauta.

Emerson explica que não fez um curso especifico de fotografia. Só agora no ano de 2021 tem se dedicado mais aos cursos e já tem desenvolvido o trabalho pois até fotografias aéreas (drones) já é uma realidade. "Hoje faço vendas de quadros. Eu vendo as imagens em alta resolução para fazer impressão em alta qualidade. A pessoa seleciona alguma foto de interesse exibida no meu site e escolhe uma foto".

Detalhe: "Na foto da fotografia, dependendo do olhar das pessoas, a foto tem pontinhos na imagem, foi a areia do vaso causado pela ventania que pegou na lente", finalizou Emerson. Contato: (@henriquevisuals)

Nenhum comentário

A MÚSICA ROMÂNTICA POPULAR BRASILEIRA TEM NOME: CONDE

Em 27 de dezembro de 2021, o cantor João Gomes, do meio da caatinga, com seus camaradas, tomando café em um copo, de chinelas havaianas, camiseta, sanfona, violão e sax, gravaria seu último vídeo do ano. Com sua voz orientada pela tradição da vaqueirama, retira do seio do povo os primeiros versos da canção Espelho do Poder, chamando atenção para as catástrofes do sul da Bahia, chuvas violentas, desabrigados e esquecidos pelo poder central brasileiro. 

“Eu queria ter o dom de poder cantar/ igual aos pássaros que Deus fez pra viver/ livres para voar nesse azul sem dimensão./ Queria ter poder pra poder fazer/ você às vezes dizer sim ao invés do não/ pra fome, pra saúde, pra miséria, educação…”

São versos fortes extraídos da canção romântica popular brasileira escrita por Ivanildo Marques da Silva, o Conde Só Brega. Recifense, nascido na Mustardinha, assinalado desde o berço pela tríade da música: a melodia certa, a harmonia exata, o ritmo do coração, Conde é o oceano para onde correm os rios e riachos da sensibilidade. Cresceu se alimentando dos clássicos nordestinos veiculados pelo rádio. É herdeiro de nossa música mais rica e florescente. É o senhor de nossos sonhos de amor, sem se distanciar dos problemas sociais, das dores físicas causadas pelo salário desigual. Conde habita com sua voz e performance nossas casas, nossos lares, nossas ruas, levada e trazida pelas ondas internáuticas.

A música chamada de brega pelas elites econômicas, que em determinado momento se fundem com nossas elites culturais, foi responsável por sustentar gravadoras, executivo e cantores distanciados do povo. Elino Julião, Núbia Lafayette, Carlos André, Agnaldo Timóteo, Evaldo Braga, Carlos Alexandre, Ângela Maria venderam discos e canções por si e por toda a Bossa Nova, pelo Tropicalismo e pelo rock. A canção brega é a canção brasileira. A canção romântica é a canção brasileira. E Conde, hoje e agora, traz a Luz e o Som para dentro dessa tradição. Conde levou a canção ao alfaiate e lhe fez uma roupa sob medida. Levou, cobriu de seda e a produziu com a riqueza cosmética que lhe trouxe a alma para a superfície de sua pele.

Ouvindo o DVD Livre Para Voar, no streaming de música ou no YouTube, somos capturados pela estética viva de um universo que não se perdeu e que Conde revigorou. Sua performance nos traz a época de ouro dos cantores de rádio, junta-se ao que de melhor se produziu em termos de romantismo e aproveita os novos caminhos sem se entregar ao modismo fácil, à batida repetitiva, à letra pobre. Voz firme e bem colocada, instrumental disciplinado, cozinha bem temperada, direção de arte afinada, roteiro elaborado e bem realizado: é o que nos oferece esse valoroso senhor de seu ofício. Aos 67 anos, momento em que muitos decaíram, Conde sobe vertiginoso ao topo da iluminação. Desbrava o céu azul sem dimensão. (Fonte: Texto Aderaldo Luciano-doutor em Ciências da Literatura)

Nenhum comentário

RIO SÃO FRANCISCO: PERÍODO DA CHUVA DEVE DURAR ATÉ MEADOS DE MAIO

O período de chuva ainda deve durar até meados de maio. De acordo com o meteorologista Humberto Barbosa, fundador do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis/Ufal), as previsões apontam uma redução no volume de chuva em fevereiro, mas elas devem voltar com intensidade acima da média nos meses de março e abril.

“Fevereiro será menos chuvoso tendo uma redução desde o Alto São Francisco, mas entre março e abril teremos chuvas acima da média em toda a bacia e maio volta a reduzir. Isso se deve a ocorrência do fenômeno da La Ninã que se desenvolve desde novembro do ano passado e chegou ao seu pico em dezembro. Além disso, as cheias também têm relação com a intensidade das temperaturas dos oceanos, o que acaba por favorecer canais de umidade e provoca chuvas mais intensas”, afirmou Barbosa.

O diretor de operações da Chesf, João Henrique de Araujo Franklin, informou que de acordo com perspectivas apresentadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o armazenamento dos reservatórios de Três Marias e Sobradinho para o final do mês de janeiro de 2022, devem atingir respectivamente, 96,6% e 74,7%.

“Vale destacar que principalmente na região do Baixo São Francisco esse volume inicialmente é satisfatório porque estava com o rio muito baixo por causa das secas ou falta de chuvas regulares”, acrescentou lembrando que os oceanos estão cada vez mais quente.

O meteorologista explicou ainda que os extremos e a variabilidade também têm aumentado fazendo com que a questão da disponibilidade de umidade sobre o Brasil possa ter áreas que recebam mais chuvas que outras. 

“Há uma previsão, que ainda precisa ser confirmada, de que no próximo ano teríamos um El Niño. Se isso se confirmar, de certa forma a região do São Francisco, principalmente os estados de Alagoas e Sergipe serão afetados pelo volume de chuva. Então há questões importantes que precisam ser monitoradas, como a situação ambiental mediante as vazões”, concluiu o meteorologista. (FONTE: CHBSF-JUCIANA CAVALCANTE)

Nenhum comentário

ENEM 2022 SERÁ REALIZADO NOS DIAS 13 A 20 DE NOVEMBRO, DIZ MINISTRO

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2022 será realizado nos dias 13 e 20 de novembro. O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro, nas redes sociais.

Segundo Ribeiro, a portaria com a previsão do cronograma de aplicação de todos os exames ao longo do ano será publicada no Diário Oficial desta sexta-feira (21).

O Enem 2021 registrou 3.109.762 pessoas com a inscrição confirmada, menor número desde 2005. A queda foi impulsionada pelo índice de abstenção do exame em 2020, que atingiu 55,3% do total de candidatos confirmados.

Nenhum comentário

MANDATA COLETIVA DAS JUNTAS (PSOL) DIZ QUE O TEMA CPI CASO BEATRIZ ESTÁ SENDO DISCUTIDO INTERNAMENTE E SERÁ DEBATIDO

A mandata coletiva das Juntas (PSOL) vem a público informar que a recente veiculação acerca do nosso posicionamento parlamentar sobre a CPI do Caso Beatriz, através de site na internet organizado pela extrema-direita e base de apoio de Bolsonaro em Pernambuco, não condiz com a verdade.

As Juntas acompanham o caso desde 2019 e apoiam a federalização da investigação de modo a assegurar uma apuração técnica, profissional e isenta, assim como vem atuando na Comissão de Direitos Humanos dentro de suas prerrogativas institucionais.

Sobre a recente proposta de instalação de CPI, a mandata esclarece que o tema ainda está sendo discutido internamente e será debatido conjuntamente com o PSOL, sempre objetivando a preservação da imparcialidade da investigação.

Recife/PE, 21 de janeiro de 2022.

Nenhum comentário

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial