FLÁVIO LEANDRO; TANTO SONHO PERDIDO. NÃO CONSIGO ENTENDER A NATURALIZAÇÃO DA MORTE

(Trezentas mil)  300.000. Um absurdo! Eu não consigo entender o exercício diário da naturalização da morte que nosso país adotou. A que nível de bestialidade chegamos? Fazendo um triste comparativo, meu município tem pouco mais de 30 mil pessoas, então são 10 municípios de gente, riscados do mapa. Minha região tem 10 municípios, então é uma região inteirinha de gente, que sumiu. Tanto sonho perdido, meu pai! Tanta história linda seria pintada, meu Deus! Tanto abraço de braços e laços seriam dados, meu povo!

O que é isso? An? CHEGA! Mesmo depois de terem feito a merda que fizeram nas aglomerações das eleições municipais, governadores e prefeitos, bons ou ruins, prestando ou não, resolveram fazer o lockdown, mais uma vez, a única medida possível antes da vacina, e sai uma tuia de gente na rua para bradar contra?!

Avalizadas pelo chefe do executivo nacional, o aglomerador mor deste país. Estimuladas por matadores em massa travestidos de falsos religiosos, de falsos médicos, de falsos jornalistas... Isso mesmo, estamos vivendo a era suprema do endeusamento do falso, da mentira! Eu não sei quem é mais perigoso, se o virus ou essa gente! Canalhas, assassinos! Todos vocês passarão, seus canalhas! Trabalhar é importante, é lindo, é sagrado, e digo isso com a propriedade de quem deixou de fazer uma centena de shows, mas o verbo é SO-BRE-VI-VER, sobreviver!

E não venha me pedir calma, não venha me falar de paz, de amor, se você defende arminha, cloroquina e afins! Viva a vida!

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PADIM CIÇO DO JUAZEIRO COMPLETA 177 ANOS. FÉ. ROMARIAS E ECOLOGIA

Pela primeira vez, as celebrações da semana que comemora os 177 anos do nascimento de Padre Cícero é realizada de forma totalmente virtual. Medidas mais rígidas de isolamento social contra a Covid-19 no estado impedem a realização das festividades de forma presencial, para evitar aglomerações. 

“O nome do padre Cícero / ninguém jamais manchará, / porque a fé dos romeiros / viva permanecerá, / pois nos corações dos seus / foi ele um santo de Deus / é e pra sempre será.” Es te é um dos temas de incontáveis folhetos de cordel espalhados pelas feiras sertóes afora.


Quem já ouviu falar dos preceitos ecológicos do Padre Cicero, muitos o seguem como exemplo de fé e religiosidade, mas poucos sabem que ele foi um dos primeiros defensores do meio ambiente, do bioma caatinga. Padre Cícero soube unir a mitologia e o poder do conhecimento dos indios Kariris.

Cícero Romão Batista nasceu em Crato, Ceará no dia 24 de março de 1844. Foi ordenado no dia 30 de novembro de 1870. Celebrou a sua primeira missa em Juazeiro em 1871. No dia 11 de abril de 1872 fixou residência em Juazeiro. Padre Cícero faleceu no dia 20 de julho de 1934, na cidade de Juazeiro.

A jornalista Camila Holanda escreveu que nas entranhas do Cariri do Ceará foi emergido uma versatilidade de ícones que, entrelaçados povoam o imaginário cultural que habita a região.

Nas terras do Ceará ouvi uma das mais belas histórias. Resumo: o teatrólogo, pesquisador cultural Oswaldo Barroso, ressalta um dos mais valiosos símbolos, a vigorosa força mítica e religiosa. Oswaldo Barroso, cidadão honorário de Juazeiro do Norte, diz que a primeira vez que esteve no Cariri foi nos anos 70 e a experiência fez com que suas crenças e certezas de ateu fossem desconstruídas e reconstruídas com bases nos sentimentos das novas experiências e epifanias vividas.

"Desde o início, não acreditava em nada de Deus. Mas quando fiz a primeira viagem ao Horto do Juazeiro do Norte, foi que eu compreendi o que era Deus. Isso mudou minha vida completamente", revelou Oswaldo.

Um outra narrativa importante encontrei na mitologia dos Indios Kariris. Nela a região é tratada como sagrada, centro do mundo, onde no final dos tempos, vai abrir um portal que ligará o Cariri  para a dimensão do divino.

A estátua do Padre Cícero encontra-se no topo da Colina. Muitos romeiros percorrem a Trilha do Santo Sepulcro. A pé eles percorrem às 14 estações trajeto marcado por frases e conselhos ambientais do Padre Cícero, que já alertava naquela época para os muitos desequilíbrios ambientais e impactos da agressão humana na natureza.

No ano de 2015 o Vaticano (Italia) reconciliou o padre Cícero Romão Batista com a igreja católica. Com a reconciliação, não há mais fatores impeditivos para que o "santo popular" do interior do interior do Ceará seja reabilitado, beatificado ou canonizado, segundo o chanceler da diocese do Crato, Armando Lopes Rafael. Leia o resumo da carta do Vaticano à diocese do Crato.

Padre Cícero morreu sem conciliação com a igreja católica. 

Padre Cicero descreveu os preceitos ecológicos:

1) Não derrube o mato, nem mesmo um só pé de pau; 

2) Não toque fogo no roçado nem na caatinga;

3) Não cace mais e deixe os bichos viverem; 4) Não crie o Boi e nem o bode solto; faça cercados e deixe o pasto descansar para se refazer; 

5) Faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar água de chuva;

6) Não plante em serra a cima, nem faça roçado em ladeira que seja muito em pé; deixe o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca sua riqueza;

7) Represe os riachos de 100 em 100 metros, ainda que seja com pedra solta;

8) Plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou outra árvore qualquer, ate que o sertão todo seja uma mata só;

9) Aprenda tirar proveito das plantas da caatinga a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar a conviver com a seca;

10) Se o sertanejo obedecer a estes preceitos a seca vai aos poucos se acabando o gado melhorando e o povo terá sempre o que comer, mas se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão todo vai virar um deserto só.

Rezemos com Fé! . Os sorrisos são a alegria da alma.

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OCASO E ESCURIDÃO: IMPACTOS DE ARIETE NA EPIDERME DO DIA

A música popular regional nordestina, essa que facilmente se chama forró, em todas as suas dimensões, assenta-se sobre dois pilares: Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. O primeiro revela aos olhos da nação as agruras do espaço físico, geográfico, das secas e cheias, de rios efêmeros e fomes perenes, bem como o ambiente político com seus coronéis e padres, o poder paralelo dos cangaceiros e as mortes por vingança, o enxoval do vaqueiro e as festas populares. 

O outro nos apresenta os cabarés e as umbigadas, a ginga da peixeira e as aventuras dos forrozeiros, o amor putânico e o rala-coxa, mais alegre e urbano, enquanto o primeiro é predominantemente rural. Resumem, portanto, ou melhor, sintetizam a mitologia nordestina. 

Temos falado até agora no par semiológico ver/não ver, luz/trevas. Antes, porém, do avanço, relato uma conversa partilhada com o professor Eduardo Portella quando afirmava ele que o povo dos cafundós (sim, lá também existem os cafundós!) da Europa do Leste, dos interiores tchecos, sérvios, húngaros, bósnios e além, sofrem de uma predisposição para a angústia. Tentei inserir uma certa angústia do homem nordestino, mas a conversa não evoluiu. Fiquei inseminado pelo tema e saí perseguindo meus murmúrios. 

Deságua aqui nesta Baía, no coração do Leblon, a minha inquietação. Situações circunstanciais de opressão pelo meio ao que parece podem fomentar uma certa ponta de angústia. Pensei, assim, na aridez da vida dos miseráveis de Canudos que não sabiam, ou não conheciam, ou não viam motivo para tanta guerra. Alastrei meu olhar para os desdentados dos vales profundos, viventes-plantas cujas unhas dos pés nunca arranharam um pedaço de pão quente saído do forno ainda há pouco. Vi alguns migrantes caídos na Cinelândia. Abismando-me com essas paisagens distantes e essas outras presentes, calei. Ver dói, não ver, idem. Isso que senti aportou em Gonzaga e Jackson.

A música mais conhecida de Gonzaga é Asa Branca. Qualquer funkeiro ou rapper, rockeiro ou erudito conhece seus acordes simples, sua letra grave e sua estrutura quadrada. Mas olhemos para a letra com mais demora. Deixemo-la irrigar-nos.

Quando olhei a terra ardendo

Qual fogueira de São João

Eu perguntei a Deus do céu, ai

Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornalha

Nem um pé de plantação

Por falta d'água perdi meu gado

Morreu de sede meu alazão

Até mesmo o asa branca

Bateu asas do sertão

Então eu disse adeus Rosinha

Guarda contigo meu coração

Quando o verde dos teus olhos

Se espalhar na plantação

Eu te asseguro não chores não, viu

Que eu voltarei, viu meu coração.

 Agora vejamos essa outra canção: *Assum preto

Tudo em vorta é só beleza

Sol de Abril e a mata em frô

Mas Assum Preto, cego dos óio

Num vendo a luz, ai, canta de dor .

Tarvez por ignorança

Ou mardade das pió

Furaro os óio do Assum Preto

Pra ele assim, ai, cantá de mió

Assum Preto veve sorto

Mas num pode avuá

Mil vezes a sina de uma gaiola

Desde que o céu, ai, pudesse oiá

Assum Preto, o meu cantá

É tão triste como o teu

Também roubaro o meu amor

Que era a luz, ai, dos óios meu

 Muito bem, as duas são de Gonzaga e Humberto Teixeira. Pensemos em nossos dilemas epigráficos: sofrer por ver e sofrer por não ver, em suas leituras livres. E, agora, volvamos um olhar sobre o título atribuído a esse roteiro: ocaso e escuridão. Se em Asa Branca o ato de ver causa o desespero, porque não dizer a angústia, por poder observar que tudo está sendo devorado e que o dilema se instaura (partir ou morrer), em Assum Preto dá-se o contrário: não ver proporcionará o cantar mais lindo. 

A reflexão vai bem mais além quando se prefere trocar a luz dos olhos pelas grades da prisão. Agora intelectualizemos o par opositivo: diante da luz, a angústia, longe da luz, o belo. Parece-me o paradoxo ditado e vivido por Homero, em si próprio, fundando toda a literatura universal, inclusive a metamorfose coleóptera de Gregor Samsa. Agora pairemos sobre esta outra canção cantada por Jackson:

 *Lamento cego

Irmão, que está me escutando

Preste bem atenção.

Já vi um cego contando

Sua história num rojão.

Quem vê a luz deste mundo

Não sabe o que é sofrer.

Que sofrimento profundo

Querer ver e não poder.

Irmão, mais triste eu fico

Com tanta ingratidão

Dois gravetos de angico

Me tiraram a visão.

Por isso nós tamo aqui

Eu e minha viola.

Por Jesus vamos pedir

Meu irmão, me dê uma esmola

Que Deus recompense então

A sua caridade

E lhe dê sempre a visão

Saúde e felicidade.

É uma composição de Jackson e Nivaldo Lima. Se em Asa Branca ver é tomar consciência das próprias catástrofes e ser obrigado a optar sobre um dilema, em Assum Preto, não ver é proporcionar a manifestação do Belo. Aqui neste lamento há o maldizer por não poder enxergar ou como diz a letra “que sofrimento profundo querer ver e não poder.” Mas, afinal, que sofrimento é esse? Qual o seu nome? Onde se instala? Nossa sociedade globalizada é de alma visual. A visão sobrepõe-se ao tato e ao metafísico. O fim do pensar. 

A velocidade. A banalização da sexo, da violência e da literatura são ferramentas poderosas no processo de massificação e homogeneização cultural. As nossas empresas de telefonia celular sabem disso. Suas máquinas não mais só falam, elas fotografam, elas transmitem ao vivo. O cego de Jackson sofre por miseravelmente não poder ver, não sentir-se inserido nas cores. Roga a esmola e em contrapartida oferece como paga a recompensa de Deus com a visão eterna, com a saúde e com a felicidade. 

Contraditoriamente, já que estamos dialogando sobre dilemas, o fim das promessas do progresso e do bem-estar oferecido pela tecnologia e pela técnica, as benesses do paraíso, o leite e o mel, esses dons assinados pelo mesmo Deus, não nos presenteiam mais com saúde e felicidade. Veja-se o colapso da saúde nos países periféricos e a escassez do emprego em todo o mundo. 

O dilema de Hamlet passaria de ser ou não ser a ver ou não ver. A angústia da Europa Oriental não é maior lá ou cá. Não há predisposição deste ou daquele povo. Se há algum tempo a Ilustração nos ofereceu a Luz, a pós-modernidade nos apresenta a conta e a Light, extensão do Mundo-Capital-Consumo, foi privatizada.

Ainda nos resta o diálogo dos dois cegos citados por Leonardo Mota em seu Cantadores. Diz o primeiro:

 Tenham pena deste cego,

Filhos da Virge Maria;

Eu sou cego de nascença,

Nunca vi a luz do dia!

 Ao que o outro respondeu:

 Quem nasceu cego da vista

E dela não se lucrou,

Não sente tanto ser cego

Como quem viu e cegou!

Um embate sobre a maior miséria. Agora ouçamos: perguntei a um desses policiais que participaram do massacre do Carandiru qual jacaré seqüestrara minha lâmpada de Aladim. Veio-me a resposta como uma bala: surda, certeira e devastadora extraída do poema de Drummond:

Nesse país é proibido sonhar.

 Findo, senhores, com uma canção do Cego Aderaldo, um parvo cuja angústia foi ver demais:

*As três lágrimas

Eu ainda era pequeno

mas me lembro bem

de ver minha pobre Mãe

em negra viuvez.

Meu pai jazia morto

Estendido em um caixão

 E eu chorei então

Pela primeira vez!

 E a pobre minha Mãe

Daquilo estremeceu:

De uma moléstia forte

A minha mãe morreu.

Fiquei coberto em luto

E tudo se desfez

E eu chorei então

Pela segunda vez.

 Então, o Deus da Glória,

O mais sublime artista,

Decretou lá do Céu,

Perdi a minha vista.

Fiquei na escuridão,

Ceguei com rapidez

E eu chorei então

Pela terceira vez.

Meus prantos se enxugaram.

Das lágrimas que corriam

Chegou-me a poesia

E eu me consolei.

Sem pai, sem mãe, sem vista,

Meus olhos se apagaram;

Tristonhos se fecharam

 E eu nunca mais chorei.

 (Fonte: Aderaldo Luciano, professor mestre e doutor em Ciência da Literatura, músico, poeta)

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CAMPANHA EU VIRO CARRANCA PARA DEFENDER O RIO SÃO FRANCISCO É VENCEDORA DO PRÊMIO DA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS

Realizada pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) por meio da Agência Peixe Vivo, a Campanha em Defesa do Rio São Francisco ganhou o Troféu Prêmio ANA na categoria Entes do SINGREH (Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos).

O resultado foi anunciado hoje, 22/03, Dia Mundial da Água, em uma cerimônia realizada na sede da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), em Brasília, e transmitida pelo youtube, da qual participaram a Diretora-presidente da ANA, Cristiane Dias e os diretores Ricardo Andrade, Oscar Cordeiro Neto, Marcelo Cruz e Vítor Sabach. A campanha estava entre os 24 finalistas de todo o Brasil que mais se destacaram com ações em prol das águas do Brasil.

Os trabalhos foram classificados em oito categorias: Comunicação, Educação, Empresas de Médio e de Grande Porte, Empresas de Micro ou de Pequeno Porte, Entes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH), Governo, Organizações Civis, além de Pesquisa e Inovação Tecnológica.

Conheça os oito vencedores por categoria: Comunicação: VIDAS SECAS NO PAÍS DAS ÁGUAS – SÉRIE DE REPORTAGENS (Luiz Claudio Ferreira, da Empresa Brasil de Comunicação – EBC)

Educação: ÁGUA LIMPA PARA OS CURUMINS DO TRACAJÁ (Valter Pereira de Menezes, da Escola Municipal Luiz Gonzaga, no Amazonas)

Empresas de Médio e de Grande Porte:GESTÃO DE ÁGUA 360º DA WHIRLPOOL LATIN AMERICA (Whirlpool, representada por Cristiano Felix)

Empresas de Micro ou de Pequeno Porte: RECICLAGEM A SECO DE EMBALAGENS PLÁSTICAS CONTAMINADA (Eco Panplas, representada por Felipe Cardoso)

Entes do SINGREH: CAMPANHA EM DEFESA DO RIO SÃO FRANCISCO (Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco através de sua Entidade Delegatária Agência Peixe Vivo, representado por Anivaldo Miranda Pinto)

Governo: IMPLEMENTAÇÃO DE TECNOLOGIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM COMUNIDADES DO ALTO PANTANAL MATO-GROSSENSE (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, representado por Samir Curi)

Organizações Civis: IDENTIFICAÇÃO, PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO DE NASCENTES NA REGIÃO OESTE DA BAHIA (Associação Baiana dos Produtores do Algodão – ABAPA, representada por Lidervan Mota Morais)

Pesquisa e Inovação Tecnológica: GESTÃO DE ALTO NÍVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS (Felipe de Azevedo Marques, da Fundação Universidade Federal do Tocantins)

O Troféu Prêmio ANA será enviado por correio, devido ao agravamento da pandemia do coronavírus. Os ganhadores poderão utilizar o Selo Prêmio ANA: Vencedor, que atesta a qualidade do trabalho premiado, enquanto os outros dois finalistas de cada categoria (16 projetos) terão o direito de usar o Selo Prêmio ANA: Finalista, para demonstrarem o reconhecimento da premiação às boas práticas que chegaram à fase final.

Finalistas: Entre 22 e 25 de fevereiro, aconteceu a Semana de Apresentações dos Finalistas do Prêmio ANA 2020. 

O Prêmio ANA 2020 já fez história com o recorde de 695 inscrições de todos os estados do Brasil e do Distrito Federal, mesmo num contexto de pandemia. O total supera a marca anterior registrada no Prêmio ANA 2017, quando 607 boas práticas participaram. Nesta edição histórica da premiação, que encerra a celebração dos 20 anos da Agência, a categoria com maior número de iniciativas inscritas foi Pesquisa e Inovação Tecnológica: 157 no total.

Para as demais categorias as inscrições ficaram divididas assim: Comunicação (129), Governo (102), Empresas de Médio e de Grande Porte (86), Educação (59), Organizações Civis (66), Empresas de Micro ou de Pequeno Porte (59) e Entes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (37).

Coube à Comissão Julgadora, presidida pelo diretor da ANA Oscar Cordeiro Netto, definir os três finalistas de cada categoria, com base nos seguintes critérios: efetividade, inovação, impactos social e ambiental, potencial de difusão, sustentabilidade e adesão social. Para a categoria Comunicação, o critério de sustentabilidade não será aplicável.

Criado há 14 anos pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico para reconhecer as melhores práticas e iniciativas voltadas ao cuidado das águas do Brasil, o Prêmio ANA é a mais tradicional premiação do setor de águas do Brasil e já contabilizou 2.952 trabalhos inscritos, tendo premiado 40 projetos de todas as regiões do Brasil, que se destacaram pela sua contribuição ao desenvolvimento do País.

Campanha “Eu viro carranca para defender o Velho Chico”. Criada em 2014 pelo CBHSF, a campanha tem o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância da preservação da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e marca o Dia Nacional em Defesa do Velho Chico, celebrado em 03 de junho. Anualmente, são realizadas inúmeras ações presenciais e nas mais diversas mídias, abrangendo toda a bacia. 

Nas últimas campanhas, as redes sociais têm se mostrado um meio muito eficiente de divulgação, ganhando a cada ano mais espaço, principalmente por promover um maior entrosamento com o público. (Assessoria de Comunicação CBHSF: TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social *Texto: Mariana Martins com informações da ASCOM/ANA)

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PRESIDENTE DO PCdoB EM PETROLINA, ROBÉRIO GRANJA AVALIA OS 99 ANOS DE FUNDAÇÃO DO PARTIDO

 

No transcurso de seus 99 anos, rumo ao centenário, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) realiza o ato político “em defesa da vida e da democracia. Fora, Bolsonaro!” O evento ocorrerá em 25 de março, quinta-feira, das 18h30 às 20 horas, com a participação de lideranças nacionais do partido, representantes do campo progressista e democrático, do movimento social e expressões do mundo cultural.

O ato ocorrerá pelas redes sociais do PCdoB e contará com a participação da presidenta nacional e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, do governador do Maranhão, Flávio Dino, da ex-deputada Manuela d’Ávila, do Líder do PCdoB na Câmara, deputado federal Renildo Calheiros, além do presidente da Fundação Maurício Grabois, Renato Rabelo e do presidente do Instituto João Goulart, João Vicente Goulart, entre outras lideranças da legenda.

O presidente do PCdoB em Petrolina, o professor Roberio Granja, membro do Comitê Estadual de Pernambuco, avaliou que ato político terá o enfoque na coesão de amplas forças políticas para salvar o Brasil da ruína resultante do governo Bolsonaro. 

O PCdoB é indispensável a democracia Brasileira. O partido defende um programa de emergência: Vacina já para todos, auxílio emergencial de R$ 600,00, emprego e socorro à micro, pequenas empresas. Vamos continuar reforçando a mensagem de solidariedade, empatia, de homenagem aos que defendem a vida, aos que lutam, que resistem e transformam o mundo. E também de solidariedade aos milhares de brasileiros que perderam a vida, seus familiares e amigos em razão da pandemia", disse Roberio.

HISTÓRICO Fundado, em 25 de março de 1922, o Partido Comunista do Brasil. Seu compromisso fundamental é lutar pelo socialismo no Brasil, levantando bandeiras amplas, ligadas às aspirações fundamentais dos trabalhadores brasileiros, à soberania nacional e à democracia popular. É instrumento de lutas do povo brasileiro, partido patriótico e internacionalista. A fundação do Partido, há quase um século, tem sentido histórico, relaciona-se com uma luta de longo prazo pela emancipação nacional e social dos trabalhadores e de todo o povo.

O Partido Comunista atua em todos os cenários e frentes de luta, consoante o grau de consciência das massas. Busca afirmar-se também no cenário eleitoral, desenvolvendo e ampliando sua influência política não só na atividade parlamentar e institucional, mas sobretudo aplicando a linha de massas, enraizando-se nos setores populares, realizando a luta de ideias, e soerguendo uma forte e disciplinada organização para atuar em todas as etapas da luta de classes. Trata-se de uma ação multidimensional visando a construir uma organização revolucionária de classe, dos trabalhadores.

Como advertia o camarada João Amazonas, "o dardo envenenado" dos reacionários e dos oportunistas tenta derrotar e liquidar o partido revolucionário. Em nossa longeva existência, já enfrentamos diferentes tipos de ameaças de liquidação, e várias sentenças de morte, pela ação de governos repressivos ou pela capitulação. Hoje, em face de desaires eleitorais passageiros, vaticinam de novo o seu fim, com o que justificam a mudança da identidade comunista ou a sua fusão com partidos de centro ou centro-esquerda.

Os comunistas não permitirão que isto aconteça. Comemoremos o 99º aniversário, com a simbologia patriótica e comunista do Partido, renovando o compromisso com sua ininterrupta construção.

Este ano, defendendo a vida, contra o morticínio conduzido pelo governo de extrema direita, e a democracia, contra o intento ditatorial desse mesmo governo. E o faremos em aliança, unidade, frente única, com os setores democráticos e progressistas do país, irmanados com a esquerda de que somos parte indissociável, e setores políticos e de massas os mais amplos.

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RIO SÃO FRANCISCO, SUAS FORMAS DE FÉ E AS MANIFESTAÇÕES SAGRADAS


Ao longo do seu curso, o rio São Francisco é alicerce de vida para famílias rurais e urbanas, que habitam 507 municípios de sete estados brasileiros. Do total, 59 são ribeirinhos e estão localizados em cinco estados que possuem regiões semiáridas: Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Desta fonte, além da água, as famílias dependem dos peixes para se alimentar. O velho Chico também é laico, por onde passa, professa diversas formas de fé e serve às mais diversas manifestações sagradas. Em um dia simbólico como o 22 de Março, Dia Mundial da Água, a ASA apresenta a série Novos Retratos do Velho Chico - um rio que sangra até morrer?.

Ao longo de três reportagens, é traçado um retrato das condições socioambientais e das necessidades de políticas públicas de gestão hídrica do Velho Chico. O contexto atual é marcado por três principais questões: os dados das três últimas Expedições Científicas no Baixo Rio São Francisco, que trazem uma radiografia atual da saúde do rio; o início da transposição das suas águas para o Açude Castanhão, no Ceará, e a proposta de construção de uma Usina Nuclear em Itacuruba, no Semiárido pernambucano, em debate na Assembleia Legislativa do Estado.

Nesta primeira reportagem, pautamos os impactos socioambientais e econômicos de problemas como assoreamento, intrusão salina e a contaminação das águas, constatados pelas Expedições Científicas realizadas entre os anos de 2018 e 2020 no Baixo Rio São Francisco, localizado entre os estados de Sergipe e Alagoas e responsável por 5% de toda a bacia hidrográfica do São Francisco. Entrevistamos uma integrante da comunidade quilombola Pixaim, distante 15 km do centro do município de Piaçabuçu, local onde a população contava com as águas e os peixes do Velho Chico, e, hoje, sobrevive de carros pipa.

A comparação entre os resultados das três últimas Expedições Científicas no Baixo Rio São Francisco constatou três grandes problemas persistentes, que traçam um retrato da fonte hídrica nos dias atuais: assoreamento, intrusão salina, que significa o avanço do mar rumo ao continente, e a poluição. A intrusão salina, por exemplo, é sentida, desde 2010, pelas comunidades ribeirinhas de Piaçabuçu, no estado de Alagoas. De acordo com a líder comunitária da Associação Agroextrativista Aroeiras, Rita Ferreira, na comunidade quilombola Pixaim, a água, agora, só chega de carro pipa. “Imagina, ter água perto e não poder usar. É triste ver o Velho Chico desta maneira”, desabafa.

O coordenador das expedições e professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Emerson Soares, comparou os resultados das três últimas expedições científicas. De acordo com ele, o relatório mais recente, elaborado a partir das análises de 2020, apontou uma vazão de 2.800 m³ por segundo e problemas de assoreamento, intrusão salina e poluição.

Também foram identificados altos níveis de contaminação por agrotóxico, parasitoses e descarga de esgoto doméstico, além da proliferação de plantas devido a essa contaminação. As pesquisas de 2019 apontaram uma redução na vazão, que atingiu 1.500 m³, e mensuraram uma intrusão salina de 14km. Já em 2018, a vazão identificada foi ainda menor, 550m³, porém a instrução salina estava em 16km. Neste estudo, foram registradas 27 novas ilhas, o que indica um agravamento no problema do assoreamento.

Ainda segundo o coordenador da pesquisa, é comum haver oscilações na vazão do rio. Por exemplo, uma coleta feita no mês de fevereiro após as Expedições 2020 que identificaram uma vazão de 2.800 m³, havia identificado uma vazão de 800 m³ por segundo, apontando uma queda brusca se comparada à vazão identificada na última Expedição. Essas oscilações de vazão, “agravam os problemas ambientais identificados”, pondera o coordenador.

“Em 2020, mesmo tendo uma vazão alta, o que é bom, 2.800 m³, os problemas ambientais como poluição e intrusão salina persistem. Mas veja que um mês após, fizemos uma análise individual e já vimos que a vazão caiu para 800 m³, o que agrava os problemas ambientais. Comparando com os demais anos, tivemos uma vazão alta em 2019, mas, identificamos os mesmos problemas de poluição por esgoto doméstico e outros agentes e a intrusão salina de 14 km foz adentro. Já em 2018, constatamos um agravamento no assoreamento e uma intrusão salina com penetração de 16 km”, analisa Emerson.

Comunidades Ribeirinhas sentem o problema - Este cenário já reflete nas vidas das famílias que dependem do rio para sobreviver. A comunidade quilombola Pixaim fica a 15km do centro de Piaçabuçu, no estado de Alagoas. Lá, as famílias vivem a metros da foz do São Francisco e usavam as suas águas para cozinhar, tomar banho, lavar roupas, cultivar alimentos. A intrusão salina tornou a água salobra, imprópria para o uso. Hoje, o abastecimento é feito por carros pipa e segundo a presidenta da Associação Aroeira, Rita Ferreira, parceira da comunidade em atividades de economia solidária, quando o carro pipa não chega, bate o desespero.

“A comunidade reclama da falta de água quando o carro pipa não chega. Eles ficam isolados, não têm energia elétrica, água encanada e nem acesso à internet e à linha telefônica. A dependência do rio era total. Agora, já estão enfrentando a escassez dos peixes que serviam à alimentação e estão morrendo por não se adaptarem à água salgada porque não se adaptam à água salgada. Eles sofrem bastante, porque a água é o bem maior da comunidade”, explana Rita.

Caminhos para reverter a degradação no Velho Chico - Ainda segundo Rita, nos grupos de whatsapp de Piaçabuçu, circula uma promessa de solução para a salinidade da água. Fala-se que a prefeitura deve instalar um dessalinizador na comunidade mas, até agora, “não está nada certo”.

Quando o assunto é solucionar os problemas ou, pelo menos, minimizá-los, as Expedições Científicas apontaram vários caminhos que devem ser adotados para reverter a degradação no rio São Francisco.

“O rio São Francisco precisa de políticas contínuas de monitoramento e de recuperação, que beneficiem as comunidades. É preciso revisar os licenciamentos [da Chesf] , para garantir a modernização dos planos de uso. Esses planos são da década de 90, antigos. Precisam ser atualizados para trazerem dados mais precisos, capazes de gerar políticas de recuperação mais eficientes. As hidrelétricas devem investir em projetos de reversão da degradação nesta fonte hídrica”, avalia Emerson.

Fiscalização e educação ambiental são essenciais - Paralelo a esse processo, o coordenador reforça a importância de que os órgãos competentes e os poderes públicos exerçam o seu papel na gestão hídrica do Velho Chico. “O Ibama tem um papel importante na fiscalização, por exemplo, da retirada de matas das áreas marginais do rio. À Agência Nacional das Águas (ANA), cabe a fiscalização das práticas incorretas adotadas no curso do rio. Os municípios são importantes para executar o saneamento básico, evitando jogar esgoto no rio, e para promoverem ações de educação ambiental”, finaliza

A Expedição Científica no Baixo Rio São Francisco é realizada pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em parceria com outras 21 organizações, universidades e instituições de pesquisa que atuam no Brasil e em outros países. As análises são realizadas ao longo de 250km, envolvendo municípios dos estados de Sergipe e Alagoas. O Baixo Rio São Francisco corresponde a 5% de toda a bacia hidrográfica desta fonte hídrica. (Por Adriana Amâncio - Asacom)

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COVID-19: CUBA INICIA VACINAÇÃO DE 150 MIL PROFISSIONAIS DA SAÚDE

Cerca de 150.000 trabalhadores da saúde receberão a partir desta segunda-feira (22) a vacina Soberana 2, o antígeno experimental mais avançado de Cuba, informaram as autoridades locais.

Nesta semana também começou a fase três dos ensaios clínicos da Abdala, a segunda vacina candidata nesta fase, com outros 48.000 voluntários.

A autoridade reguladora de medicamentos de Cuba aprovou neste fim de semana "a execução de um ensaio de intervenção com a #Soberana02 em 150 mil voluntários, para avaliar os efeitos diretos e indiretos da vacinação em grupos da população de risco de infecção, de doença ou de dispersão da epidemia", disse no Twitter o ministério da Saúde.

"Esses voluntários pertencem ao grupo de risco dos profissionais da saúde", disse o Grupo Empresarial das Indústrias Biotecnológica e Farmacêutica de Cuba (Biocubafarma).

A vacinação da equipe médica voluntária será aplicada em instituições de saúde de Havana, onde a última fase de ensaios da Soberana 2 está em andamento desde 4 março com 44.000 voluntários.

Os ensaios clínicos da Abdala, por sua vez, ocorrem nas províncias de Granma, Santiago de Cuba e Guantánamo, no leste do país.

"Bayamo amanhece fazendo história", disse a Biocubafarma no Twitter. Uma mulher desta província de Granma foi a primeira cubana a se vacinar pela manhã com a Abdala.

Quando uma das vacinas candidatas, Soberana 2 ou Abdala, for autorizada, se tornará a primeira vacina anticovid concebida e produzida na América Latina.

Os cientistas cubanos trabalham em quatro vacinas candidatas contra o coronavírus: Soberana 1 (em fase 2), Soberana 2 (fase 3), Abdala (fase 3) e Mambisa (fase 1). Uma quinta, a Soberana +, é uma reformulação da Soberana 1, destinada aos convalescentes da doença.

Cuba estabeleceu a meta de vacinar este ano toda a sua população de 11,2 milhões de habitantes, e planeja completar em agosto as 33 milhões de doses necessárias, segundo fontes científicas, considerando três doses por pessoa.

Cuba afirmou nesta segunda-feira ter a maior taxa de recuperação de pacientes contra a covid-19 na América, com 94,2% dos que contraíram a doença até 20 de março, segundo o Ministério da Saúde Pública.

Desde o início da pandemia há um ano, Cuba registra 67.476 casos e 397 mortes.


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